A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 34
A Ajuda Vem aos que Tem Fé


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para minhas leitoras lindas que deixaram-me reviews maravilhosos!
Cheguei ao CEM REVIEWS!
Capítulo recheado de ação e emoção!
Sugestão:http://www.kboing.com.br/30-seconds-to-mars/1-1030121/
Espero que gostem!
Enjoy!



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Sobre uma mesa de mármore branco, agora cercada por fardos e mais fardos de palha, estava um homem sem plenas condições mentais. As faces brilhavam devido ao óleo que espalhara pelo corpo, os cabelos estavam desgrenhados denotando a loucura que o dominava.

Denethor não representava mais a figura de um nobre
regente e sim de alguém que perdera a sanidade.

Faramir estava deitado aos pés do pai, imóvel e de uma palidez preocupante, mas ainda assim vivo. O fato era que Denethor não suportara imaginar perder seu segundo filho, mesmo que este não lhe fosse o preferido.

Não lhe importava mais se a cidade que regia estava sendo tomada ou não, não importava-se de queimar como lenha no meio das brasas, o pobre homem precisava alcançar a paz.

De sobrancelhas franzidas e com uma expressão esnobe, o pai de Faramir virou-se para a jovem parada diante de si, nunca a vira na vida e muito menos imaginava quem ela seria.

- Quem em nome de Deus ousa interromper este supultamento! - gritou enlouquecido

- Alguém que vem impedir que o senhor cometa o pior erro de sua vida e perca mais um filho! - devolveu-lhe Mary no mesmo tom

- Como tens a coragem de dirigir-me tais palavras?! Não passas de uma fedelha que nada sabe sobre o sofrimento de um pai! - Denethor agarrou-se a uma das tochas que um guardas trazia

- Não faça isso meu senhor! Faramir ainda vive! - suplicou Meriadoc

- Não! Ele está morto! E eu também estou! - dizendo isso, atirou a tocha entre os fardos de palha seca, que se incendiou quase de imediato

Marianne lançou-se na direção do fogo, os guardas tentaram interpor-se, mas a moça era mais ágil, desviou-se de todos afastando com as mãos nuas a palha em chamas do corpo inerte de Faramir.

- Pippin! - gritou em busca de auxílio enquanto lutava contra Denethor que agarrava-se a jovem como se sua vida (ou morte) dependesse disso

O pequeno hobbit encaminhou-se para a pira puxando com veemência o corpo pesado de Faramir para fora da mesa e apagando-lhe uma das mangas que começara a incendiar-se.

- NÃO! - berrou Denethor desferindo um tapa na face direita de Mary

Aproveitou-se do momento no qual a jovem tentava recuperar-se do golpe repentino para puxa-la para a pira, sem nem ao-menos notar que sua carne começara a queimar.

- Desgraçada! Por que não deixou-nos queimar? Sentir nossas carnes voltando ao pó? perguntava o filho de Ecthelion agarrando-se aos cabelos da jovem

Mary virou o rosto para fitar o homem nos olhos, este espantou-se ao ver que o olhar que a moça lançava-lhe era mortal e parecia crepitar como as chamas que espalhavam-se em torno da alta mesa marmórea.

Com um forte chute, a Guardiã empurrou Denethor para longe fazendo-o cair sentado sobre a mesa. Correu para Peregrin vendo que Faramir começara a remexer-se e tremelicar as pálpebras.

- Faramir? - perguntou Marianne

- Vamos senhor Faramir! Sei que o senhor está escutando-nos! - Pippin tinha lágrimas nos olhos

O Guardião de Gondor fixou os olhos no rosto de Mary, tentando erguer um dos braços para tocar as faces da jovem, mas soltando um exclamar de dor.

- Srta. Marianne? - murmurou o irmão de Boromir num fiapo de voz - Estaria eu sonhando? Enfim cheguei ao tão aclamado Paraíso?

- Sou eu sim Faramir, quanto ao Paraíso, acho que não vai chegar lá tão cedo - volveu a jovem

- Faramir! Meu filho...vivo.. - deu-se então em conta Denthor que agora quase ardia por completo nas chamas que ele mesmo incitara

O filho de Ecthelion saiu correndo da sala, despencando por um penhasco que havia no lado oposto ao do portão principal da cidade, era o fim de Denethor II, filho de Ecthelion.

- Ajudem-no! Tragam uma maca e levem-no para as Casas de Cura! - gritou Mary ao que dois guardas aquiesceram - Peregrin vá com eles.

- Eu quero ajuda-la! - protestou o pequeno

- E vai ajudar, mas precisa garantir a segurança de Faramir até que ele esteja nas casas de cura - pediu Marianne - após, encontre-me lá embaixo.

- Tudo bem - concordou com um muxoxo

*PLAY

Marianne saiu em disparada na direção onde havia deixado Gandalf, dois orcs trancaram-lhe o caminho. A jovem sacou as facas, decapitando um dos horrendos seguidores de Sauron, o barulho metálico das armas manejadas pela morena contra a cimitarra do segundo orc parecia mais uma sinfonia perfeita.

Mary perdeu um pouco o foco ao escutar trombetas soando no horizonte, na linha em que o ceu tocava a terra e onde agora, o sol despontava por detrás das nuvens.

O sorriso que brotara nos lábios da Guradiã desapareceu ao sentir o aço cortar-lhe a coxa direita, amaldiçou-se mais uma vez por não ter posto suas calças de montaria.

Mancando devido a dor, a moça amparava os golpes desferidos pelo guerreiro tentando não ser acertada novamente.

- Machuquei você? - perguntou o monstruoso animal com escárnio

- Não tanto quanto eu vou machuca-lo - respondeu desferindo um golpe contra o pescoço deste, que desviou-se facilmente

Marianne deu dois passos para trás, encostando-se em algo frio que existia logo atrás de si, percebeu então que estava encurralada, não havia saída, muito menos para alguém que possuía uma das pernas feridas.

O orc preciptou-se em sua direção, sendo então atravessado por uma afiada lâmina feita por elfos e encontrada a muitos anos, quando um Mago Cinzento viajara na companhia de treze anões e um hobbit, mas esta é outra história.

Gandalf rasgou parte de seu manto, amarrando-o sobre o ferimento de Mary, olhou a moça nos olhos parecendo perceber as mudanças ocorridas nos dias em que passara longe de sua afilhada.

- Vá para os campos de Pelennor, lá embaixo - pediu o mago branco - dê tudo de si, sei que és capaz.

- Boa sorte, Gandalf - desejou a moça abraçando o Istari que foi pego de surpresa

- Alwa Mary (sorte Mary) - desejou-lhe enrrugando as faces num sorriso

***

Após convencer o Rei dos Mortos a cumprir o juramento feito a Isildur, Aragorn e seus companheiros aboradaram uma frota de navios comandados pelos temíveis Corsários de Umbar, que pretendiam saquear o porto de Pelagir.

Já de posse das embarcações, seguiam na direção da cidadela branca. Legolas andava de um lado para o outro e Gimli havia dito que o elfo faria um buraco no navio e que se não parasse, levaria um belo tapa!.

- Ora, eu já lhe disse que ela deveria ir! Legolas, andar de um lado para o outro não adiantará de nada! - repreendeu Elladan

- Não gosto de saber que Marianne está tão longe - respondeu o outro

- Está falando igualzinho a seu pai - murmurou Elrohir com uma risadinha
Legolas fez um muxoxo e resmungou um pouco indo sentar-se perto do castelo de proa, as mãos entrelaçadas e os olhos fixos no ceu.

- Asya Legolas (conforte-se Legolas) - pedira Aragorn com um aceno de cabeça

O elfo estava agora com os olhos fixos num porto diminuto que estendia-se a sua frente, o ceu começara a clarear-se com uma tonalidade de laranja vívido que nunca mais seria vista por ninguém.

Uma sombra assomava-se ao longe, lançando-se na direção do solo e por vezes rasgando o ceu com inúmeras fagulhas. Um sorriso esperançoso e um tanto quanto orgulhoso brotara nos lábios do filho de Thranduil ao perceber que tratava-se de Marianne.

- Dê só uma olhada meu irmão - dizia Elrohir - ele está com aquele sorriso bobo novamente...

- Acho que sei o porquê - Elladan apontou para a ave dourada que desenhava círculos acima dos inimigos

- Preparem-se - advertiu Aragorn - estamos chegando ao porto.

***

Marianne sobrevoou as tropas do rei Théoden que vieram em auxílio aos homens de Gondor, aos longe a jovem pôde presenciar a aproximação de uma grande tropa de Haradrim que traziam como montaria, enormes Mumakîls.

Tais guerreiros vinham de uma região conhecida como Harad ou Harad Distante, não eram treinados para portar armas, mas sim para acertar os alvos visados em movimento.

A Guardiã atacou os enormes elefantes, atingindo-os com as poderosas garras diretamente nos olhos, impedindo-os de continuarem seguindo o prumo certo e assim chocando-se contra os outros Mumakîls.

Éomer acertara o comadante da tropas de Harad com uma comprida lança, este prendeu-se na orelha do Mumakîl que comandava o grupo, fazendo bater-se contra os outros que estavam próximos.

Meriadoc (que viera junto com Éowyn, ambos contrariando as ordens de Théoden), havia perdido-se da irmã de Éomer, caindo da montaria após abaterem mais um elefante.

Marianne ouvira com temor o grito agudo de aproximação de uma das criaturas mais temidas dentre os seguidores do Senhor do escuro na Terra Média, Nâzgul que tinha ninguém mais ninguém menos do que o Rei Bruxo de Angmar como montaria.

Este chocou-se contra a Fênix, as presas tentando acertar o pescoço da ave, enquanto as unhas teimavam em fincarem-lhe a carne, mas a moça tinha mais truques do que o bruxo pudera imaginar.

A jovem tornou-se uma grande chama incandescente nos céus de Pelennor, ofuscando as vistas da besta alada que a atacara, o Nâzgul embicou na direção do solo, chocando-se com violência contra o rei dos Cavaleiros.

Nos portos, os navios que deveriam transportar os tão esperados Corsários de Umbar, descendentes de Castamir aportaram para a alegria de vários Orcs que permaneciam em vígilia.

- Até que enfim! Como de costume, estão atrasados, mas ainda há trabalho para vocês aqui! - grunhiu o comandante dos Orcs

Para a surpresa do grande grupo que esperava por auxílio, saltaram das embarcações três elfos e três homens além de um robusto anão ruivo.

- Tem bastante para mim e você Legolas! Que vença o melhor! - gritou Gimli ao elfo

Com exclamações de surpresa os Orcs foram atacados por um estranho exército que caminhara por sobre as águas até chegar aos campos de Pelennor, eliminando os inimigos que estavam fora e dentro das muralhas de Gondor.

Gandalf saíra de Cidadela Branca após o término da batalha, Pippin viera logo atrás procurando por algum sinal de Meriadoc.

Marianne atirou-se nos braços de Legolas, sendo recepcionada com um beijo apaixonado. O filho de Thranduil analisou cada centímetro do corpo da moça franzindo o cenho ao ver o corte fundo que esta tinha na perna e alguns poucos arranhões nos antebraços.

- Está ferida... - murmurou o elfo abraçando a jovem novamente

- Nem tanto - respondeu a jovem - é ótimo sentir seu abraço...

- É ótimo tê-la em meus braços - correspondeu Legolas rindo

Aragorn caminhou até o exército de mortos, reverenciou o Rei agradecendo-o por ter cumprido o julgamento.

- Eu o libero de sua punição - disse o dunedáin - vá em paz.

Éomer andava por entre os mortos, contando as baixas que tivera em seu exército quando viu algo que lhe fez gelar o sangue.

Uma massa de cabelos loiros desgrenhados cobria a face de um guerreiro caído sobre o corpo de um alvíssimo alazão, o Marechal dos Cavaleiros correu atirando-se de joelhos na terra desnuda.

Juntou o corpo inanimado de Éowyn do chão ajeitando-o entre os braços, as lágrimas cristalinas escorreram pela face suja de fuligem enquanto ele abraçava a irmã.

- Não - murmurava ele lutando contra a dor da perda - NÃO!!

Mary ergueu o olhar procurando pela voz que clamava tomada pelo pesar, viu a certa distância que Éomer amparava Éowyn nos braços.

A Guardiã desvencilhou-se de Legolas correndo para auxiliar o pobre homem em desespero, Aragorn já a seguia de perto.

Foram trazidas macas para recolher os feridos e estes foram levados às casas de cura onde eram tratados pelos xamãs de Gondor.

Aragorn seguira os guardas que lhe mostraram o local para onde fora levada a sobrinha do falecido rei Théoden.

Encontrou-a deitada sobre uma cama simples, pálida como gesso e fria como manhã de Primavera que ainda traz resquícios do Inverno.

Após um rápido exame, o Guardião do Norte percebeu que as feridas que a moça trazia no braço foram provocadas pelo cruel Hálito Negro (ferimento causado pela lâmina Morgul manejada pelo Rei Bruxo de Angmar).

Faramir desfalecera logo após ser retirado das tumbas de seus antepassados, o pobre Gondoriano sofria do mesmo mal que agora afligia Éowyn.

Por conhecer as propriedades de uma famosa erva, que utilizada pelo verdadeiro rei poderiam curar qualquer ferida, fosse ela causada por um dos Espectros do Anel ou por uma simples mordida de cão.

- Ai de nós se ele morrer! Ah, se houvesse reis em Gondor, como contam que havia outrora! Pois diz a sabedoria antiga: As mãos do rei são mãos de um curador e assim o verdadeiro rei será conhecido - lamuriou-se uma sábia senhora, de nome Ioreth que auxiliava os homens e mulheres que curavam os feridos

- A senhora poderia trazer um pouco de Athelas? -questionou o Dunedáin para a surpresa da mulher

Ela aquiesceu com um rápido aceno de cabeça, saindo apressada e espalhando pelas ruas que talvez a Cidade Branca voltasse a ser governada por Reis.

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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço mais reviews maravilhosos?
Bjoss