A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 22
Um Adeus a Boromir


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar! Um pouco de sentimentalismo neste capítulo!
Obrigada pelos reviews das minhas leitoras lindas!
Bjossss



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POV MARIANNE

O lado direito de meu corpo estava dormente, o chute daquele uruk-hai poderia ter-me quebrado uma costela, mas não fora o que ocorrera.

Quanto ao corte em meu braço, era a menor de minhas preocupações, ardia um pouco, porém eu pensava mais no estado em que Boromir poderia estar.
Desci a colina seguida por Legolas que teimava em me dizer que eu ainda não estava recuperada do pequeno susto.

Estaqueei ao ver algo que não previra, na realidade não cogitara a hipótese de passar por tamanha perda nos dias em que passara em Lothlórien.

- Não - murmurei sentindo os joelhos tremerem

A minha frente, não mais do que cinco metros, estava Boromir escorado no tronco de uma árvore com três flechas fincadas no peito, Aragorn acabara de fechar-lhe os olhos diagnosticando a morte do filho de Denethor.

Corri aos tropeços, ignorando toda e qualquer dor e ajoelhei-me ao lado do dunedáin acariciando a face de Boromir, as lágrimas quentes escorreram por minha face.

- A culpa é toda minha - falei aos prantos - se não tivesse me descuidado...

- Não se culpe, por favor - Aragorn pousou uma das mãos em meu ombro

Meu Deus, como pude ser tão imprudente? Praticamente anunciar que um salvamento estava a caminho e alertar não só ao meu amigo, mas também o inimigo?

Levantei-me ainda soluçando e fui envolvida num abraço inicialmente receoso de Legolas, enterrei meu rosto em seu peito e o forte cheiro de almíscar foi suficiente para acalmar meus ânimos.

- Temos de dar-lhe uma despedida digna falou o elfo que ainda me envolvia

- Nunca nos esqueceremos de quanto nos ajudou - murmurou Gimli pronunciando-se pela primeira vez

- Ajudem-me a coloca-lo num dos barcos - pediu Aragorn

Legolas beijou o topo de minha cabeça apertando-me contra seu corpo antes de soltar-me e ir ajudar os outros, deixando-me sozinha com Boromir.

Sentei-me junto do corpo inerte de um guerreiro, guerreiro este que morrera para salvar dois hobbits que agora corriam perigo nas mãos de uma horda de Uruk-hais.

Desembainhei uma de minhas facas, cortando a ponta das flechas e lançando-as longe, juntei as armas de Boromir, inclusive o chifre de Gondor que estava quebrado no meio.

Colocamos o corpo de nosso amigo dentro de um dos barcos, junto de suas armas e deixamos que a correnteza o levasse até a queda da água, onde ele desapareceu, levado pelas águas do Anduin, que fizeram o filho de Gondor retornar a sua morada.
***
- Parece que a Sociedade findou - sussurrou Gimli alisando a barba ruiva

- Perdemos Frodo e Sam, que creio estarem juntos e seguindo para Mordor - Legolas olhou para os outros companheiros Merry e Pippin foram pegos...

- E por esse motivo não podemos abandoná-los a sorte, sabe-se lá o que os Uruk-hais farão com os dois - falou Mary cruzando os braços sobre o peito

- Marianne tem razão - Aragorn pôs as mãos no ombro de Legolas e de Gimli - não vamos abandoná-los, não agora.

- Vamos caçar alguns Orcs - o anão sorriu satisfeito

- Não deixaria-os sozinhos - afirmou o elfo lançando um olhar discreto a Mary

- Deixem tudo o que for desnecessário - pediu o dunedáin caminhando na direção da jovem - deixe-me ver seu braço.

A garota estendeu o braço ferido a contragosto, o guardião rasgou um pedaço da própria vestimenta amarrando a fina fita no braço da moça.

Mary soltou um gemido de dor.

- Lutou muito bem hoje - ele lhe sorriu - não se culpe por Boromir.

- Não importa o que diga Aragorn, ainda me sinto culpada.

- Desista meu caro Dunedáin - intrometeu-se Gimli - ela parece-me o tipo de moça que é mais teimosa do que uma mula. - soltou um riso alto

- Valeu pelo elogio, vindo de um anão - retrucou a jovem rindo

Rir não fora uma boa ideia, suas costelas doeram e Mary perdeu o ar apertando as mãos na lateral do corpo.

- Deixe-me ver - pediu Legolas

A jovem moça não protestou, abrindo o colete de couro e erguendo a camisa branca até a altura do golpe, vendo um grande hematoma roxo no local.

O elfo tocou a mancha arroxeada com a palma da mão, murmurando algumas palavras em élfico, sentindo o calor da pele de Mary sob seu toque.

A moça não prestava atenção as palavras ditas pelo Sindar, olhando apenas para os lábios do elfo que mexiam-se rapidamente.

Novamente ele afastou-se ligeiramente deixando a garota desconcertada, ela voltou a vestir-se.

- Vai melhorar, eu prometo - disse Legolas com um meio sorriso

- Obrigado.

- Temos de ir, o rastro está fresco, mas aqueles enormes Orcs são rápidos - avisou Aragorn - a Sociedade não findará meus amigos enquanto estivermos unidos.

- Tem o meu machado e a mim como aliado, filho de Arathorn - falou Gimli

- Será um prazer tê-lo como líder - Legolas fez-lhe uma vênia

- Acho que podem precisar de uma moça teimosa como uma mula para ter como companheira - afirmou Mary

Todos trocaram sorrisos cúmplices, reunindo as forças que ainda lhes restavam para salvar Meriadoc e Peregrin.
***
Em Isengard, empoleirado em sua torre negra, estava um mago Branco das ordem dos Istari, chefe de sua ordem e um membro antigo do conselho branco.

Aquele parecia o lugar propício para o comandante de um exército de Orcs em formação, ficava ao sul das Montanhas Sombrias e próximo do rio Isen, Sarumam tinha uma visão privilegiada de tudo o que ocorria do topo de sua fortaleza.

Marianne ainda não sabia, mas não fora a única a ter uma visão do que ocorria durante a batalha contra os Uruk-hai.

Consultando seu precioso Palantír, o mago branco soubera sobre a vinda de uma chama de esperança, que prometia, alentar o coração dos descrentes e salvar os desenganados, mas ele tampouco acreditava que aquilo seria possível.

- Apenas mais uma vida que terá de ser tirada para a ascensão de meu mestre - murmurava para si mesmo olhando para o horizonte

Pensava no quanto Gandalf havia sido estúpido em negar-se a aceitar a vontade e os poderes de Sauron, Senhor do Escuro, mas aquele mago ridículo sempre tivera dom para mártir.

Havia também Radagast O Castanho, mago maluco que insistia em viver próximo das fronteiras da Floresta das Trevas para cuidar de seus frágeis e debilitados animaizinhos.

Sendo membro veterano do conselho e agora braço direito do único que a Terra Média poderia temer, Saruman sentia-se capaz de fazer qualquer coisa, ainda mais sabendo que o mago cinzento havia perecido nas sombras de Moria por meio de um Balrong.

Saruman não sabia o quanto estava errado...
***

Os quatro solitários viajantes não haviam parado para descansar um minuto sequer desde que comprometeram-se a achar seus pobres amigos, sequestrados por uruk-hais, este fato já ocorrera há cinco dias.

Corriam por entre escarpas e montes, seguindo o curso de um pequeno regato, não mais largo do que uma lança, mas segundo Aragorn fundo o bastante para que pudessem banhar-se.

Os pés doíam e Mary já dava sinais de cansaço, mas não iria demonstrar fraqueza, também não queria decepcionar seus amigos ou desistir cedo demais.

Deram uma pausa, também não pregaram os olhos durante os cinco dias, por medo de perderem o rastro deixado pelos seguidores de Sauron, mas a devastação que deixavam pelo caminho não os deixaria escapar.

- Não estamos mais do que dois dias atrás - falava Gimli sentando-se e escorando a cabeça em uma parede de pedra

- Pararemos um pouco, mas vamos dividir a vigília em turnos - pediu Aragorn sendo zeloso

- Posso ficar com o primeiro turno - voluntariou-se Legolas - vocês precisam descansar.

- Seria seguro tomar um banho naquele regato? - perguntou Marianne ao Dunedáin

- Seria, mas não sei se seria apropriado, a senhorita... - ele desviou o olhar constrangido

- Ah, tudo bem, eu tenho uma roupa de banho aqui - ela pegou a mochila e caminhou até uma parte do terreno onde a vegetação era mais alta

Trocou de roupa, colocando o biquíni que usara naquele banho de cachoeira que a trouxera até aquele lugar, aquilo tudo parecia tão distante...

Caminhou até onde os amigos estavam enrolada na toalha que também trouxera, nenhum dos três a olhava e ela tampouco queria que o fizessem.

Foi a passos lentos até a beirada da água, de pés descalços podia ver os calos e bolhas formados pelos dias de caminhada.

A marca da batalha contra o Uruk-hai havia sumido e o corte em seu braço cicatrizara, entrou devagar na água soltando a toalha à margem, a água estava fria o que serviu-lhe para relaxar os músculos.

Mergulhou devagar, sentindo cada parte de corpo submergir a medida que sumia das vistas do três companheiros, que agora pareciam mais a vontade.

Voltou a tona inesperadamente, saindo da água e pegando a toalha, o elfo observou-a cobrir o corpo com o tecido macia, os músculos bem definidos, o abdome esculpido e as pernas bem torneadas.

Desviou os olhos quando viu que Mary havia enrubescido e desviado o olhar para o chão.

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Notas finais do capítulo

E aí reviews? KKKK
Vou tentar postar mais rápido da próxima, é que meus primos estão aqui na minha casa e fica meio difícil tá?
Bjoss