A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 23
Onde Há Fumaça Há Fogo


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo especial para as minhas leitoras fofas, que moram no meu coração!
Momento quente entre Legolas e Mary, além de muito mais emoções!



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POV LEGOLAS

Ofereci-me para fazer o primeiro turno da vigília, pois acima de tudo necessitava de um tempo para pôr os pensamentos no lugar correto.

As estrelas brilhavam num ceu tão límpido que aparentava ser uma benção do próprio Illúvatar para iluminar nossa jornada.

Marianne mexia-se inquieta na relva, os cabelos escuros espalhados encima de sua mochila, os lábios cerrados com força, as mãos abraçavam o peito.

Sua imagem saindo daquele fio dágua, usando roupas que lhe cobriam somente o necessário, gotas cristalinas escorriam lhe pelo corpo bronzeado, por que aquilo não me saía da cabeça eu não fazia ideia.

Afastei os olhos para uma fumaça que chamou-me a atenção, vinha de perto das fronteiras da floresta de Fangorn, levantei-me de salto tentando enxergar mais ao longe, mas a fumaça atrapalhou-me.

- Está vindo do acampamento dos Uruk, eu acho -
Mary apareceu a meu lado, olhando na mesma direção a qual eu olhava

- Torceremos para que seja - voltei a sentar-me escorando a cabeça numa pedra

Marianne hesitou antes de ajeitar-se a meu lado, começou a arrancar tufos de grama pela raiz parecendo nervosa.

- Algo lhe perturba? - perguntei

- Hã... Não - ela deixou que o cabelo cobri-se sua face

- Pode parecer que não, mas conheço-te o suficiente para saber quando há algo errado - afastei-lhe os cabelos do
rosto

Não tinha a intenção de puxar seu rosto mais para perto, porém algo mais forte de que eu, fez com que aproximasse o rosto da jovem do meu.

- Legolas... - sussurrou ela, o hálito quente em minha face

Houve um leve roçar de lábios, que foi o suficiente para me fazer desejar Marianne Greyhood como nunca desejei nenhuma outra e então...

Aragorn pigarreou aproximando-se de nós com a cabeça baixa.

- Troca de turno - murmurou num misto de risada e compreensão

- Eu...hã, tudo bem - falei constrangido

A garota, tentava conter o rubor que subia-lhe pela face, deitou-se novamente na grama e desta vez quem se aproximou fui eu.

- Aragorn estragou - disse-me fazendo cara de pidona
Eu ri, pondo as mãos atrás da cabeça.

- Teremos outras oportunidades, eu garanto - ela deitou-se em meu peito e adormecemos abraçados na primeira noite de várias outras que viriam a seguir
***

Levantaram-se antes do nascer do sol, Gimli roncava feito um porco e foi realmente difícil fazê-lo despertar.

- Por que raios tem de me acordar tão cedo - resmungou ele

- Vamos Gimli - a garota riu

O sol começara a dar o ar da graça, mas o ceu tinha uma tonalidade incomum, um vermelho vivo surgia por detrás das poucas nuvens que enfeitavam o céu.

- O ceu vermelho no horizonte, sangue foi derramado esta noite - disse Legolas com olhar distante

- Não devemos estar longe - Aragorn incentivou-os - vamos.

Estavam em campo aberto e seriam alvo fácil para qualquer ataque aéreo, mas não se importavam, estavam mais preocupados com a situação de seus amigos.

- Aquela fumaça lá adiante... - sinalizou Gimli

- A vimos ontem - aquiesceu Mary - pensamos que fosse um acampamento ou algo do tipo.

- Vá olhar - pediu Aragorn - creio que algo se aproxima.

- Também escuto, cavalos, cinquenta deles talvez... - concordou Legolas

- Estamos nas terras dos Rohirrim, é normal terem cavalos por aqui - falou Mary dando de ombros e alçando voo

A Fênix voou devagar com medo de chamar a atenção dos cavaleiros logo abaixo, planou direcionando o prumo para o local de onde a fumaça vinha.

Deparou-se com uma enorme pilha de corpos deformados pelo fogo, algumas árvores derrubadas, mas nenhum corpo que lhe lembrasse Merry ou Pippin.

Voltou até onde deixara os amigos, que agora encontravam-se rodeados por guerreiros com lanças apontadas para seus corpos, Legolas tinha o arco em riste e apontado para a cabeça de Éomer.
***

- Se sua cabeça não estivesse tão próxima do chão, anão, eu a arrancaria com um só golpe - dissera o comandante dos cavaleiros descendo de seu cavalo

- Acertaria-o antes que descesse o braço - Legolas apontava o arco para a cabeça de Éomer em desafio

Aragorn interpôs-se, pois os homens de Rohan traziam as lanças apontadas para as cabeças dos três.

O elfo foi inflexível, permanecendo na mesma posição até que uma chama em espiral desceu em sua direção.

Marianne aterrissou com graciosidade com uma das mãos pousada no arco que o filho de Thranduil ainda empunhava.

- Não vão nos fazer mal - disse a moça fuzilando Éomer com o olhar

- E esta deve ser a Guardiã - o irmão de Éowyn deu um passo na direção da jovem e analisou-a - estão em tão má situação que precisam de uma moça para defende-los?

- Ora, deixe-me mostrar a ele quem ficará em má situação se eu acertá-lo eu sou capaz... - falava Gimli

- Não precisam, pois são ótimos guerreiros, eu lhe garanto - Mary não baixou o tom - pelo menos não estão acompanhados de uma escolta como a que o senhor trás, caro Rohirrim.

- Gosto desta menina - sussurrou o anão para Aragorn que deu um meio sorriso

- O que encontrou Marianne? - perguntou o Dunedáin

- Uma pira funerária de um metro e meio de altura, corpos de Uruk-hais, mas nada dos nossos amigos - disse em tom sombrio

- Matamos os Uruks na noite passada, mas de que amigos falam exatamente? - perguntou o cavaleiro

- Dois hobbits, ou pequenos como vocês os chamam - continuou Aragorn

- Não vimos nada, mas se lhes pudermos ser uteis, temos estes dois cavalos a lhe oferecer.

Deu-os dois animais, um corcel branco e outro de pelo castanho.

- Obrigado - murmurou Legolas

- Espero que encontrem o que procuram - o homem montou em seu cavalo e rumou com seu exército na direção oposta a que o grupo seguiria

- Tem certeza de que não viu nada?

- Tenho, - confirmou Mary - mas não custa darmos outra olhada.

Legolas pegara o corcel branco e já encontrava-se encima do animal, oferecendo ajuda para que Mary subisse no lombo da montaria.

- Anões não andam a cavalo - resmungou Gimli

- Escolha entre andar a cavalo ou correr por mais duzentos metros meu caro amigo anão - brincou Legolas

- Sendo assim, acho melhor irmos - concordou o filho de Glóin

Cavalgaram em silêncio, não saberia dizer ao certo quem era o mais apreensivo, porém seu medo não se comparava ao que os hobbits sentiram.

Sentiram primeiro o cheiro fétido da carne que ainda crepitava nas brasas para depois verem a pilha de corpos espalhadas no meio do campo.

Desceram cuidadosamente e começaram uma busca angustiante por algum sinal dos amigos desaparecidos até que Gimli encontrou algo.

- O cinto de Pippin - ele o entregou a Aragorn

- Não pode ser - Mary olhou o objeto mais de perto apenas para constatar que se tratava de um dos cintos dados por Galadriel

Aragorn chutou o capacete de um dos Uruk-hai caindo de joelhos no chão com um urro de raiva, escondeu a face entre as mãos.

- Nai yaryuvalyë estë sambassë Mandosto (que tenham paz na morte) - murmurava Legolas com uma das mãos no peito

Aragorn então passou as mãos pela grama, que agora jazia ressequida e amarelada.

- Um hobbit esteve aqui - murmurou ele - e outro aqui, eles se arrastaram...as mãos estavam amarradas - o Dunedáin caminhou na direção da orla da floresta - as amarras foram cortadas, correram para cá, mas foram seguidos...correram para longe da batalha.

Os outros três companheiros seguiram o homem, reconhecendo sua perícia como rastreador.

- E fugiram para a floresta de Fangorn - finalizou ele

- Fangorn? Que loucura os teria levado até aqui? - perguntou Gimli

- Talvez ainda estivessem sendo seguidos - cogitou Marianne

- Passaremos a noite aqui, porém peço que não cortem nenhuma árvore - advertiu Aragorn

- O primeiro turno é meu desta vez - pediu o anão

E assim arrumaram-se para mais uma noite conturbada, com um pouco mais de paz no coração.

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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Mais uma vez obrigada pelos comentários das minhas fiéis leitoras! Sem vocês a história não teria futuro e eu não teria inspiração!
BEIJOSSSS