Recomeços escrita por Lady Salvatore, Mereço Um Castelo, CarolineForbesM


Capítulo 6
Capítulo 6 - Superando o luto


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Bom, sem grandes ideias para essa nota inicial. Então, para os que não me odeiam pelo que aconteceu no último capítulo, aí está um fresquinho!



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2 ANOS DEPOIS

Após o enterro de Kol, Elisa levou Melanie para morar em sua casa, assim poderia cuidar da nora e do neto e ainda ter alguém para ajudá-la e confortá-la em seu luto. Elas se tornaram muito próximas, quase como mãe e filha.

Cerca de 6 meses e meio depois do acidente, nasceu o pequeno Nathaniel Salvatore Mikaelson, pesando 3,350 kg e medindo 50 cm. Era um bebê lindo, com sedosos cabelos castanhos e furinho no queixo.

Melanie não conseguiu voltar a ser aquela garota alegre e cheia de vida, havia sempre uma sombra de tristeza em seus olhos. O único que lhe fazia sorrir verdadeiramente, daqueles sorrisos que alcançam os olhos, era o pequeno Nate, com suas gracinhas e conquistas de bebê. Era ele o motivo pelo qual ela levantava todas as manhãs.

Elisa se preocupava muito com a garota, e muitas vezes tentou convencê-la a voltar pra faculdade, fazer novos amigos, encontrar motivos pra sorrir. Mel sempre desconversava, dizendo que pensaria no assunto, mas sem se dar tais oportunidades.

Numa manhã, enquanto observava Melanie e Nathaniel brincando no jardim, uma ideia surgiu na mente de Elisa. Pegou o telefone e discou o número tão conhecido. Após alguns toques, Elijah atendeu.

- Olá mãe!

- Preciso de sua ajuda filho. – diz ela – É sobre Melanie.

- Aconteceu alguma coisa? – pergunta ele, preocupado.

- Não aconteceu nada, esse é o problema.

- Mãe, nós já tentamos, conversamos com ela, e Mel não quer, ou não consegue continuar. Sei que se preocupa com ela, mas não podemos forçá-la a nada.

- Filho, você é o único que pode alcançá-la. – suplica Elisa – Sei que ela não deixa que se aproximem muito dela, mas você precisa tentar. Ela vai acabar ouvindo você.

- Se eu prometer tentar, a senhora vai ficar mais tranquila? – pergunta Elijah.

- Claro!

- Então está bem. – responde ele, vencido – Estarei aí à noite, ok?

- Obrigada querido. – diz Elisa, finalizando a ligação.

Voltou para a varanda e continuou observando a nora e o neto brincando. O garotinho gargalhava divertido, e quando a avistou, correu para ela com os bracinhos abertos.

- Vovó! – grita Nate, jogando-se nos braços de Elisa.

- Olá, meu bem! – diz ela, aninhando o neto em seus braços.

Nathaniel era a cópia exata de Kol: os mesmos cabelos rebeldes, os mesmos olhos curiosos e sapecas, o formato do rosto, o furinho no queixo e o sorriso. Aquele era o sorriso de seu filho. Elisa só percebeu que estava chorando quando Nate lhe perguntou o por que dela estar triste.

- Sinto saudades do seu papai. – diz ela – Você é muito parecido com ele, sabia?

- Mamãe sempre me diz isso. – diz ele, com um sorriso – Você sente saudade igual à mamãe?

- Sim, meu bem. Como sua mãe. – responde Elisa, afagando o rostinho do neto – Agora faça um favor pra vovó e chame sua mãe pra mim?

- Tudo bem. – diz Nate, correndo até a mãe.

Após beijar as bochechas rosadas do filho, Melanie foi ao encontro de Elisa. Sentou-se em um dos sofás de vime e esperou que ela começasse a falar.

- Mel, sabe que tenho você como uma filha, não é? – pergunta Elisa, segurando nas mãos da garota – E toda mãe odeia ver seus filhos sofrerem.

- Aonde quer chegar? – pergunta Mel, sem olhá-la.

- Você precisa superar o luto, querida. Você tem sofrido tanto nesses últimos tempos, e isso não é justo, nem com você, muito menos com o Nate.

- Você parece o Stefan, falando desse jeito.

- Isso se deve ao fato de amarmos você e te desejarmos o melhor, Melanie.

- Eu sei. E realmente agradeço por isso. Mas...

- Mas nada! – diz Elisa, interrompendo Mel – Sabe, liguei pro Elijah agora há pouco, e ele estará aqui à noite. Vocês vão sair e conversar, se divertir um pouco.

- Você o quê? – pergunta Melanie.

- Relaxe querida, é apenas um passeio. – responde ela, levantando-se e voltando a entrar em casa.

Como prometido, Elijah chegou na casa da mãe à noite. Entrou e deu de cara com o sobrinho brincando na sala.

- Titio!! – grita o menininho, correndo e pulando nos braços de Elijah.

- Olá garotão!  - responde ele, dando um beijo estalado na bochecha de Nate – Onde estão a vovó e a mamãe?

- Vovó tá lá em cima, torturando minha mamãe. Tá fazendo ela colocá um vestido.

- Eu não torturei ninguém, mocinho! – diz Elisa, descendo as escadas – Olá filho!

- Oi! – responde Elijah – O que você está aprontando?

- Apenas tentando trazer Melanie de volta. – responde ela, simplesmente – Ela já vai descer.

Instantes depois, Melanie apareceu nas escadas, descendo os degraus lentamente. Como Nate já havia dito, ela estava vestindo um vestido. Era um tomara-que-caia verde esmeralda cheio de babados. Estava linda! Elisa sorria vitoriosa ao pé da escada, enquanto Elijah apenas admirava-a em silêncio.

- Bom, estou aqui. – diz Mel, emburrada – Podemos acabar logo com isso?

- Meu bem, não seja teimosa. – diz Elisa, sorrindo – É pro seu próprio bem.

- Não sei o que o vestido tem haver com o meu bem estar, já que estaria mais feliz usando um jeans e uma camiseta.

- Tem haver com você recomeçar, meu bem. – responde Elisa – Agora, vão vocês dois. Eu e Nate temos muito que fazer, não é campeão? – diz ela, estendendo os braços na direção do neto e pegando-o no colo.

- A gente pode assisti Shrek 3? – pergunta o garotinho, animado.

- Claro querido. – responde ela, subindo as escadas – E comportem-se crianças!

- Então... quer ir pra onde? – pergunta Elijah.

- Qualquer lugar. – responde Mel – E saiba que vou fazer você pagar por isso.

- “Por isso” o quê?

- Por esse complô contra mim.

- Eu não tive muita escolha. D. Elisa me intimou. – defende-se ele.

- Isso não diminui sua culpa. – responde ela, com um sorriso.

- Você sorriu! Quer dizer que estamos no caminho certo.

- Cale a boca e vamos logo, antes que eu desista!

Fizeram o caminho até um parque próximo dali em completo silêncio. Ao chegarem, Elijah pediu 2 sorvetes, entregando um para Melanie e convidando-a a caminhar pelas trilhas.

- Então... – começa ela – Como vai ser essa nossa sessão de terapia?

- Não faço ideia. – responde ele, sincero.

- Então por que estamos aqui?

- Minha mãe acha que posso trazer a antiga Mel de volta.

- Elijah... sem querer ser chata, mas já sendo, nós já conversamos sobre voltar à faculdade e etc várias vezes. E não é que eu não queira me interessar por essas coisas, eu simplesmente não consigo.

- Ok, entendi. Mas... você lembra do que me falou no dia em que lhe mostrei a confissão da Elena?

- Eu falei muitas coisas naquele dia, foram tantas sensações e emoções juntas, e já faz tanto tempo!

- Você disse que tinha se permitido viver. Que não voltaríamos porque você continuou sua vida depois que terminamos, se permitiu seguir em frente.

- E era verdade.  – responde Mel, sem coragem para olhá-lo.

- Eu sei. Por mais que me doa admitir, eu sei que é verdade. – diz Elijah, erguendo o rosto dela e fazendo-a olhar em seus olhos – E por que não se permitir viver agora?

- Porque... é minha culpa, Elijah. – responde ela, voltando a olhar pra baixo.

- O quê?

- Kol morreu por minha culpa. Se eu não tivesse caído no sono dentro do carro, ele não teria parado naquele motel, e consequentemente, não teríamos encontrado aquele caminhão na estrada. – diz Mel, em meio ao choro – E ele estaria aqui agora, vendo Nate crescer, iria se formar na faculdade, teríamos casado, estaríamos juntos.

- Ei, ei! Olha pra mim, Honey. – pede ele, tocando o rosto dela – Não é sua culpa.

- Por que insiste em me chamar assim?

- Velhos hábitos nunca morrem. – responde Elijah. Mas ao notar o choque no rosto de Melanie, se desculpa rapidamente – Jogo de palavras errado. Me desculpe.

- Se não é minha culpa, por que me sinto assim, culpada por ter sobrevivido?

- Porque você o amava. Quer dizer, ainda ama, pois o anel de noivado ainda está em sua mão. -responde ele – Mas precisa entender que não é sua culpa. Ele fez o que fez porque se preocupava com você, ele te amava.

- Mas não muda o fato de Kol não estar aqui.

- Eu sei, e todos nós sentimos muito. Ele é meu irmão, é como se uma parte de mim tivesse morrido também. – diz Elijah – Sabe quantas vezes eu me perguntei por que não eu ao invés dele? Ele tinha você, o filho de vocês, e eu não tinha nada. Ele merecia muito mais do que eu. Mas com o tempo a gente aceita que certas coisas não dependem do nosso querer. Elas acontecem. Precisamos sofrer, aceitar e depois seguir em frente da melhor maneira possível. Você precisa aceitar que não foi culpa sua, foi uma fatalidade. Precisa se permitir voltar a viver.

- E você se permitiu Elijah? – pergunta ela – Deu uma nova chance a você mesmo depois que terminamos?

- Eu tentei. – admite ele – Depois de toda a minha busca pela verdade, e de levar outro fora seu, eu tentei. Até saí com umas 2 ou 3 garotas, mas nenhuma delas parecia ser a certa. E então veio o acidente, e eu precisei ser forte por você e por minha mãe. E desde então, não voltei a tentar.

- Então você está tão perdido quanto eu. – diz Melanie.

- Seu caso é pior. – responde ele, com um sorriso fraco – Eu continuei minha vida, de um jeito ou de outro. Faculdade, amigos, família... Só o plano amoroso anda um pouco esquecido.

- Ok, entendi! Eu sou o caso perdido.

- É sim! – confirma Elijah – Você está resumida a ser a mãe do Nate, e a nora–quase–filha da minha mãe. Você se distanciou até mesmo do Stefan, e ele só quer te ver bem.

- Stefan... Há tempos não falo com ele. – confessa ela, mais para si mesma do que para Elijah.

- Você recebeu o convite para a festa de formatura do curso de Jornalismo? A festa de Stefan e Larissa?

- Recebi, mas já avisei que não vou. – responde Mel.

- Pois eu digo que você vai sim. Pode ir me acompanhando, se quiser.

- Elijah, não sei se é uma boa ideia.

- Escute. – pede ele, envolvendo o rosto dela com suas mãos – Sei que não vai ser fácil pra você rever todo aquele ambiente, as pessoas, mas você precisa ao menos tentar. Se não se sentir bem, vamos embora. O que me diz?

- Que você é um chato por me obrigar a isso, mas tudo bem. Eu topo. – responde ela, com um sorriso – Até porque se eu disser que não, sua mãe vai acabar me torturando até que eu mude de ideia.

- Ótimo! Agora, - diz Elijah, tirando o celular do bolso do jeans e entregando para Melanie – ligue pro seu primo.

- O quê? Mas agora? É quase meia-noite Elijah!

- Ele não vai se importar, eu garanto. – responde ele, incentivando-a.

- Tudo bem, já que você insiste!

Melanie discou o número do primo, e depois esperou que ele atendesse. Foram necessários 6 toques para que pudesse ouvir a voz tão familiar de Stefan do outro lado da linha.

- Alô!

- Oi Stefan.

- Melanie? É você mesma? Aconteceu alguma coisa com você ou com o Nate? – pergunta ele, preocupado.

- Não aconteceu nada, Stef. Estou apenas ligando pra dizer um oi.

- Só isso?

- E para informar que estarei presente na sua festa de formatura.

- Sério mesmo? – pergunta ele, surpreso – E o que te fez mudar de ideia?

- Fui torturada por Elijah e Elisa. Não tive muita escolha. – diz ela, sorrindo.

- Sabe, é bom poder ouvir o sorriso em sua voz novamente. – diz ele – Lembre-me de agradecê-los depois por terem torturado você, ok? – completa Stefan, divertido.

Ao ouvir isso, Melanie imediatamente lembrou-se do dia em que uma frase parecida saiu dos lábios de Kol, e sentiu o coração afundar mais uma vez em seu peito.

- Ok. Tenho que desligar agora. – diz Mel, com o semblante fechado – Tchau Stefan.

Melanie nem deu tempo para Stef dizer mais nada, encerrou a ligação e devolveu o celular para Elijah, virando-lhe as costas e voltando pela trilha em direção ao carro. Estranhando a súbita mudança de comportamento da garota, Elijah foi atrás dela e a parou.

- O que houve?

- Eu não posso fazer isso. – responde ela, com a voz embargada.

- Está chorando?

- Ele disse as mesmas palavras Elijah. E sinto como se elas fossem punhais atravessando meu coração.

- Mas do que você está falando? – pergunta ele, confuso.

- “Lembre-me de agradecê-los.” As mesmas palavras que Kol me disse um dia. E ouvi-las de Stefan foi tão... doloroso. Faz o vazio deixado por Kol parecer muito mais palpável.

- Não fica assim, Honey. – diz Elijah, puxando-a para um abraço – Com o tempo vai se tornar mais fácil, eu prometo. Só não desista, está bem?

- Por que está fazendo isso Elijah? Tentando me trazer de volta? – pergunta Melanie – Eu nem mesmo tenho sido uma pessoa legal com você nos últimos tempos.

- Porque é doloroso pra mim ver você sofrer. – responde ele – Porque apesar de ter se passado todo esse tempo, eu não deixei de amar você.

A garota ficou sem reação com a resposta de Elijah, afinal, não esperava esse tipo de declaração. Desvencilhou-se dos braços dele devagar, e timidamente, entrelaçou sua mão a mão dele.

- Desculpe se não posso dizer o mesmo. – diz ela, sem coragem de olhar em seus olhos – Quer dizer, não é que eu não goste de você, é só que... não é da maneira que você merece.

- Olha pra mim. – pede ele, erguendo o rosto dela delicadamente – Eu não disse isso com a intenção de ouvir você dizer o mesmo. É apenas algo que faz parte de mim, de quem eu sou. É algo que está entranhado em meu ser, e mesmo que eu tente arrancar, não consigo. É impossível.

- Eu... nem sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada Melanie. – diz ele, afagando o rosto dela – Bom, que tal irmos pra casa? Está um bocado tarde.

- Ótima ideia.

O caminho de volta para casa foi silencioso, mas desta vez, foi um pouco menos constrangedor. Elijah já podia sentir uma leve mudança no olhar e na expressão de Mel, parecia haver um pouco de esperança brotando ali.

Ao chegarem em casa, Melanie despediu-se com um “boa noite” e foi logo para o quarto, enquanto Elijah largou-se no sofá da sala. Minutos depois, pode ouvir leves passos descendo as escadas, e ao virar-se para ver a quem pertenciam, viu Elisa aproximando-se dele.

- Olá filho! – diz ela, sentando-se ao lado dele.

- Oi.

- Como foi? – pergunta ela, curiosa – Conseguiu por algum juízo na cabecinha dela?

- Mãe... você sabia que ela se culpa pela morte dele?

- Não. – responde ela, surpresa – Ela nunca comentou nada comigo.

- É por isso que ela acha que não merece ser feliz. – diz ele – Levei um bom tempo tentando convencê-la de que ela não tem culpa nenhuma.

- Mas conseguiu, não é? Isso é o que importa. – diz ela, acariciando o rosto de Elijah.

- Sim, consegui. Até a convenci a ir à festa de formatura do Stefan, e a ligar pra ele pra contar a novidade. Mas algo que ele disse quase pôs tudo a perder. Fez  ela lembrar do Kol e ela quase entregou os pontos. Ela está machucada mãe, e não vai se curar de um dia para o outro. Mas ela se comprometeu a tentar, então acho que estamos no caminho certo.

- Isso é muito bom. – diz Elisa, levantando-se do sofá e dirigindo-se de volta às escadas – Obrigada filho.

- Ah... mãe?

- Sim querido.

- Eu... Eu disse a ela que ainda a amo. – diz Elijah, sem olhar para a mãe.

- Você o quê? – pergunta Elisa – Eu pedi pra você ajudá-la, e não confundi-la ainda mais.

- Eu sei, mas... foi inevitável. Ela me perguntou o porquê de eu ajudá-la e só respondi a verdade.

- Bom, talvez tenha sido melhor assim. – diz ela, encerrando o assunto.


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Notas finais do capítulo

Estamos chegando na reta final da fic. O próximo capítulo já é o último! O.O
E aí, mereço comentários?
xoxo