Mama escrita por Half Fallen


Capítulo 2
Indo para Balbadd


Notas iniciais do capítulo

EAÍ ESTÁ O SEGUNDO! Aproveitem sem moderação!~



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Num piscar de olhos, a noite havia chegado. O nervosismo e ansiedade formavam uma onda que mexia no estômago de Sinbad. Não que fosse por causa do festival, mas queria - o mais rápido possível - conhecer seus "filhos".

Então começou a pensar, enquanto arrumava a roupa perfeita. Desde quando tinha esse desejo sedento de ser pai? Sinbad poderia muito bem esperar para ter uma mulher, mas não para ter filhos? E pensou: "Será que, estou indo nesta jornada não para ser pai e sim para encontrar uma Rainha para mim?".

Agora nem importava. Iria, e iria com um sorriso no rosto.

–Sin.

Ouviu a voz mansa e ainda sim mais perigosa que qualquer Djinn existente nesse mundo. Adentrou então um albino, com as mesmas roupas de sempre, mas desta vez não ostentava seu chapéu e deixava as mangas da túnica caírem um pouco de seus ombros, revelando a camisa que usava por baixo. Ficava assim só quando sua mente implorava por descanso, já que este vivia trabalhando.

–Diga Ja'far.

E Sinbad virou e deparou-se com aquela visão deslumbrante. Ja'far nunca havia ficado assim na frente de Sinbad, e isso, de certo modo, deixava o mais velho surpreso. Os cabelos albinos esvoaçavam com o vento e sua roupa também. Sinbad perdeu as palavras, tentando decifrar o que estava acontecendo e o que iria acontecer.

–Vou te perguntar quantas vezes forem precisas, pra quê uma roupa tão "posuda" e pra quê iremos a Balbadd? - colocou as mãos na cabeça

–Primeiro: Vou estar com o meu povo, e preciso sempre estar "posudo" para eles. Segundo: Fiz uma promessa. - suspirou, e abriu um sorriso malicioso - Terceiro: Iremos fazer uma visita.

E Ja'far calou-se. Aquela resposta já era mais que suficiente. Pois ele entendia, entendia que iriam a Balbadd a negócios. E se isso não fosse verdade, Sinbad faria uma, uma grande merda.

~xx~

–... E TODOS HOJE AQUI PRESENTES, SE DIVIRTAM! - enfim terminou seu discurso habitual.

Suspirou. Estava ansioso demais, e depois que terminou seu gole de vinho, levantou-se e foi para o meio da plebe. Algumas meninas fantasiadas queriam dançar com ele, mas não seria possível. Ele buscava apenas uma pessoa.

E ela estava na frente dele, com um sorriso encantador:

–Rei Sinbad!

–Olá Emmanuelle! - disse ele sorrindo

A menina parecia, realmente feliz. Estava fantasiada assim como todas as outras mulheres só que com vestido branco rodado e uma máscara em mãos. Estava um pouco maquiada e os cabelos com cachos feitos por cabeleireiros, o fazendo pensar como deve ser os conflitos da mente feminina. Estar - quase - completamente produzida para uma festa.

E ela gentilmente estava linda, simples e bem produzida. Mais bela que todas as mulheres ali, era uma menina, menor que elas todas.

Foi então que decidiu queria ter uma filha menina.

–Heh?

Ela ouviu a música tocar e o sorriso ficou tímido. Deixou a máscara cair e agarrou seu vestido com uma força muito grande para ela mesma. O rosto estava vermelho, e ela não sabia para onde olhar até quando viu uma mão estendida a sua frente e deparou-se com seu Rei ajoelhado para si, e os olhos fixantes nos dela enquanto a pequena menina decidia se iria, ou não, segurar a mão dele. Como uma princesa. Como num conto de fadas.

–Então deseja dançar comigo?

–S-Sim!

Ela respondeu com entusiasmo, e Sinbad pegou em seu colo a menina de aparentes quinze anos e começou a dançar animadamente com ela. Num canto, uma certa pessoa sorria amigavelmente e docilmente, enquanto alimentava um de seus amigos Fanalis.

–Ele realmente... se dá bem com crianças.

~xx~

A festa acabou e mulheres, crianças e idosos se dirigiam a suas casas. Ficavam os homens que ainda apostavam, jogavam, brincavam. Enquanto isso, Sinbad novamente estava viajando. Estava cansado e provavelmente irritado por não ter participado das "apostas" finais. Mas era uma boa causa. Então, dentro daquela carruagem, Sinbad estava sentado ao lado de Ja'far e coordenando a carruagem estava Masrur.

–Sin... Você realmente se dá bem com crianças. - admitiu Ja'far

–Sério? - Sinbad perguntou surpreso

–Sempre foi... Essa é uma qualidade notável.

Ok. Elogiar o Rei era algo que todo subordinado tinha que fazer, mas do jeito que Ja'far estava fazendo? O que estava acontecendo com o albino naquele dia? Não tinha bebido, não tinha comido ou bebido nada estranho. O ENVENENARAM! SÓ PODE!

–Hum... - Sinbad parou para pensar - Como assim? - isso foi pura provocação e talvez o ego falando mais alto

–B-Bom... Quando era jovem você trazia as crianças que antes éramos para esse palácio, crianças que você nunca viu na vida e mais perigosas do que pareciam.. - suspirou - E mesmo assim as acolheu, e as mudou. - Ja'far não falava mais de seus companheiros Generais, falava de si mesmo.

–Acho que não as mudei completamente. - e Sinbad compreendia de quem estavam falando - Elas usam alguma coisa que as protegem das pessoas que são. Mas não me entenda errado, todos nós temos nossos segredos e são por esses motivos que gosto de ter vocês na minha companhia.

E mesmo usando o plural, Ja'far sabia que aquelas palavras eram para ele. E isso só se confirmou quando ele sentiu o toque em seus cabelos albinos. A bochecha corou violentamente e ele sentiu vontade de chorar, mas não iria. Pelo menos ele iria tentar.

– Por isso, obrigado Ja'far. Obrigado por estar sempre do meu lado.

E Ja'far não aguentou. Deixou as lágrimas rolarem pelo rosto rubro e rapidamente começou a soluçar. Ja'far era um homem forte, sim ele era, mas arrependia-se de seu passado. Arrependia-se de quase ter matado o homem que hoje o salvou. Arrependia-se de muita coisa, mas agradecia também por elas. Porque se não fosse por elas, ele nunca teria a chance de recomeçar. Nunca teria conhecido as pessoas que conhece hoje. Talvez nem estivesse vivo.

Talvez nunca conhecesse Sinbad.

– Ei, não chora não! - disse rindo

– D-Desculpe.

– Nah, tem problema não. Além disso queria te pedir uma coisa: descansa um pouco, ok? Vai demorar um pouco pra chegar em Balbadd.

–Não, eu estou bem.

Após uns cinco minutos da fala de Ja'far ele acabou por cair em sono. Continuava do jeito desleixado que se encontrava no inicio da noite. Encostava a cabeça na parede da carruagem e dali dormia pesadamente. Sinbad pegou o manto com qual deveria usar - caso quisesse - e colocou em cima de Ja'far, mas , sua mão fora agarrada fortemente pelo mesmo albino.

–Heh.. Você não baixa a guarda nem morto né?

Aos poucos Ja'far foi cedendo, mas não largou o pulso de Sinbad e num movimento só agarrou o braço do mesmo trazendo-o mais para perto. Ja'far segurava o braço dele como se fosse um travesseiro e sua cabeça fora parar no ombro de Sinbad. O albino era realmente uma pessoa curiosa.

– Boa noite.

E no fundo, no fundo, Ja'far sorriu.

~xx~

Balbadd. Antes do amanhecer eles haviam chegado. Pelo sono, Masrur carregou Ja'far até seu quarto e Sinbad fora dormir. Quando acordou estava sendo chamado pelo albino, que usava os trajes de sempre. Eram umas duas horas da tarde e Sinbad ainda se sentia cansado, mas estava animado com certeza. Levantou de súbito e foi tomar banho.

O albino não entendeu, nem perguntou. Esperaria ele sair para perguntar suas intenções reais, que ele já duvidava a muito que seriam negócios. E quando o mesmo saiu com um sorriso animado e suspeito, ele já estava arrumado desta vez com suas roupas normais.

–Oe, Sin. Responde: o que viemos fazer aqui?

–Pegar meus filhos.

–Filhos?

–Sim.

–Ah sim... COMO É QUE É?

–É.

–Você não veio aqui tratar de negócios?

–Pra quê?

–M-M-Mas!

–Sem mas, vamos a procura deles.


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Notas finais do capítulo

desculpem se ficou pequeno! Eu gostei desse cáp! E bom, esperem o próximo! Beijos, Yuu~