Sol. Um dia iluminado, todos pensavam. Então por que para ele tinha que ser diferente? Caminhou um pouco, e ouviu os gritos extasiados de pessoas felizes. É. Parece que um monstro do mar apareceu novamente, e hoje teriamos mais um banquete. Mas era incrível como, mesmo com todo aquele barulho, o Palácio continuava quieto.

Saiu. Não ia ficar num lugar com um silêncio estranho, não, iria dar uma volta. Foi então que encontrou, várias e várias crianças. Corriam e dançavam em volta de si, chamando por seu nome. Agachou para ficar na altura delas, e colocou uma em seu colo enquanto bagunçava o cabelo das outras.

– Rei Sinbad, Rei Sinbad!

–Ora, ora! Vejo que hoje está muito animado!

–Sim sim, - a menina em seu colo falou - apareceu um monstro e o moço de armadura acabou com ele! Assim ó, assim ! - gesticulou a luta e fez os barulhos dos ataques, provocando risos do maior - Hoje teremos um novo banquete!

– Ah sim! Que bom, hoje vou participar também!

– Rei Sinbad! - uma outra menina , timidamente se aproximou - V-V-Você dançaria com-comigo hoje?

– Heh?

Sinbad sorriu e tirou a menina que estava em seu colo, e colocou a no chão. Logo virou para a menina tímida que estava cabisbaixa, e estendeu a mão fazendo uma pose bem cavalheira e bem principesco.

– Seria uma honra dançar com a senhorita esta noite. Poderia eu saber seu nome?

– E-Emmanuele.

– Que lindo este nome, espero a senhorita hoje a noite.

–H -Hai!

Então, o maior despediu-se e voltou a fazer sua caminhada. Sorria e acenava para alguns. Era incrível como o país que tinha feito era completamente civilizado. Mesmo Sinbad sendo rei, as pessoas não o julgam nem correm para pedir "autógrafos" a ele. São simplesmente civilizados. Começou a pensar: Quantas pessoas já salvou das ruas? Quantas pessoas moravam em casas dadas pela realeza? Quantas?

Sinbad queria acabar com as anomalias do mundo, mas existiam muitas pessoas morando em ruas. Pessoas tendo que sacrificar seu próprio corpo para sustento...Sofrendo maus tratos... Crianças sofrendo. E então, de súbito, teve uma ideia: "Se não posso salvar todas as crianças do mundo, então as trarei aqui!".

–JA'FAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR!

O albino ouviu o grito e largou tudo o que estava fazendo. Com ajuda de sua arma subiu nos telhados das casas e procurou Sinbad correndo em alta velocidade. Só assim soube que ele estava no meio de Sindria e quando chegou ficou mais preocupado do que já estava. Pois Sinbad estava usando aquele sorriso. Aquele sorriso de quem apronta algo.

–Sin! O que aconteceu?

–Eu.vou.ser.PAI.

–Heh?

–Isso aí.

–Comassim? Vocêsimplesmentenãopodeterdeitadocomummontedemuievagabundajunto!Comassimvocê!Vocêsedeitouproibidamentecomasmulheresdaquidenovo?

–Ja'far... RESPIRE! Eu não entendi metade do que você falou!

–Heh? - suspirou Ja'far - Sin, o que você fez?

–Nada, uai. Ainda vou fazer!

–Então você não fez uma mulher ficar grávida?

–Você acha realmente que eu seria capaz disso?

–E você dúvida?

Sinbad foi para o lugar mais isolado dali e se encolheu. Sua aura mudou e isso fez com que Ja'far sentisse algo que sempre sente quando Sinbad faz isso.

–Nossa... Essa doeu... Doeu lá dentro Ja'far...

–Pff... Sin... - as bochechas de Ja'far coraram e ele se agachou para ficar na altura de Sinbad - D-Desculpe...

–Não! Você acha que eu sou um mentiroso, salafrário e canalha! Só vou acreditar em você se você disser que isso tudo era mentira. - olhou para Ja'far com os olhinhos brilhando e falsamente tristes

–E-Era mentira...

–Ja'far, - Sinbad levantou e afagou os cabelos do albino - obrigado.

E Ja'far mais uma vez corou. Corou fortemente. Odiava quando isso acontecia. Sinbad dava seu ataque infantil e sobrava para ele ficar corado! Isso era injusto! Muito muito injusto!

–A-Aliás - Ja'far levantou também escondendo o rosto - o que você quer?

–Prepare tudo, vamos viajar depois desta noite!

–Para onde?

–Para Balbadd.