Premonição: Caçada Insana escrita por PeehWill


Capítulo 9
Luz na Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo saindo, rs.
Este capítulo foi mais curto que os demais, admito. Mas do que adianta você atingir a meta de palavras de um capítulo, se esta palavras adicionais foram só pra "encher linguiça", como diz meu amigo Lerdog!
Então, só isso por enquanto. E ah! Estamos na reta final, ein?
Aproveitem!



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Miranda girou a maçaneta pausadamente, revelando um ambiente triste e vago. Sua casa estava silenciosa, assim como sua mente. A jovem estava se sentindo impotente e um completo fracasso. Não conseguira salvar as pessoas que acharia que salvaria: Violet e Luther. Ela só queria esquecer tudo, esquecer que um dia teve uma visão, esquecer que seus amigos foram morrendo, um a um... Sua cabeça estava cheia com aquilo. Seu coração não pulsava mais como antes, parecia estar envelhecido.

Loren tocou seu ombro, esperando que Miranda tirasse aquilo da cabeça, mas a outra se jogou no sofá, colocando o travesseiro contra o rosto e chorando muito.

— Não é possível que eu seja tão imprestável assim! — Gritava, mas seu grito saia abafado. Ainda sim, dava-se para entender o que ela dizia.

Loren sentou-se ao seu lado, tocando seu cabelo.

— Não se culpe por isso ter acontecido, Miranda. Você salvou sua irmã. Não salvou? — Tentava falar palavras de consolo, mas não conseguia.

— Só ela! — Ainda chorava.

— Não é o bastante?

— O que você está dizendo? Você também não se sentiu culpada pela sua mãe? Por ela ter morrido? — Olhou-a com surpresa.

— Claro que sim, Miranda. Eu sinto muito por isso, até hoje. Mas agora ela está em um lugar melhor, isso eu sei. Mas eu não posso ficar me lamentando por ela estar morta. Eu tenho que seguir em frente, sem olhar para trás. O que aconteceu foi uma tragédia, mas permaneceu no passado! — Loren sentiu seu tom de voz mudar, então silenciou corada.

Miranda apenas a olhou, e viu seu celular ali próximo. Ela pegou-o, lembrando que Drew havia mandado uma mensagem. Miranda olhou no visor e leu:

Mi. Fui ver o Dave. Não irei demorar, beijo.

As duas se entreolharam. A jovem de olhos acinzentados logo indagou:

— Como assim? A Drew foi uma hora dessas no cemitério?




x-x-x





Miranda havia acabado de sair do banheiro. A água quente evitou que ela sentisse mais calafrios desagradáveis. Loren a esperava impaciente, trocando os canais da televisão.

— Está melhor? — Loren nem sequer olhou-a, pois seus olhos estavam vidrados na tevê.

— Um pouco. É difícil tentar esquecer tudo que aconteceu hoje. Foi tudo tão rápido. — Ela conseguiu disfarçar uma lágrima que cairia de seus olhos.

Miranda esfregava a toalha no cabelo, para enxugá-lo mais rapidamente.

— Você não teve mais nenhum sinal irônico de como será sua morte? — Desta vez Loren desligou a tevê e colocou o controle remoto ao seu lado.

— Não. — Houve uma longa pausa. Miranda sentou a lado da garotas de cabelos negros. — Eu estou preocupada é com a Drew, e não comigo. Ela já devia ter chegado. Além disso, ela não pode estar no cemitério, ele fecha a esta hora. — E colocou a toalha sobre o ombro.

— O que a mensagem realmente dizia?

— Ela disse que encontraria o Dave... — Miranda suspirou. — Só.

— Será que...

— Será o que Loren? Desembucha!

— Será que ela foi até a parede de pedra na saída da cidade? Foi lá onde o Dave morreu! — Loren pensava que aquilo era precipitado, e quase impossível.

— Ela não seria tão louca ao ponto de ir até lá sozinha. — Miranda concluiu.

— Você tem certeza de que ela está sozinha?

Miranda pensou em alguns instantes, então resolveu ligar novamente para ela. Chegou até a estranhar sua irmã não ter vindo assim que soubera da notícia da morte de Violet. Pegou o celular e discou seu número, crente de que sua irmã atenderia de imediato. Felizmente ela atendeu.

— Alô? Drew?

Oi Mi. Você está bem? — Não se sentia tom de preocupação na voz da jovem.

— Onde você está? Seja sincera comigo, por favor!

Você leu a mensagem?

— Sim. E não quero acreditar que você foi até este lugar, tão longe daqui!

Não precisa se preocupar está bem? Eu não estou sozinha, Cady está comigo. Vamos voltar logo. — E desligaria se não fosse a fala seguinte da irmã.

— Eu sou a próxima, Drew! Vem, por favor! Estou precisando de você aqui comigo! — Miranda choramingou ao pé do telefone, enquanto Drew engolia em seco.

Miranda não escutou mais nada. Drew desligou.

Loren olhou a morena e cruzou os braços, vendo-a tirar o celular da orelha.

— O que ela disse?

— Ao contrário, ela não disse nada. Nem confirmou se estava lá, nem esboçou nenhuma reação ao me ouvir dizer que eu era a próxima. — O choro de Miranda já era visível.

— Algo está acontecendo com sua irmã, Miranda. Precisamos saber o que é!

— Mas como iremos chegar até lá? — Miranda enxugou as lágrimas que caiam sobre seu rosto.

— Eu já sei! Vem comigo! — Loren não queria passar desesperança para Miranda. Enquanto sua irmã não estava ali, era ela quem passaria confiança para a outra.





x-x-x

Drew se despediu de Dave e fechou os olhos mais uma vez, sentindo a brisa tocar sua pele macia. Pensou estar vivendo um mero pesadelo, mas assim que abriu os olhos, despertou de seu pensamento e se viu novamente na escuridão.

— Vamos Drew? Está ficando tarde, e parece que vai cair um daqueles temporais. Temos que pegar a estrada antes disso acontecer! — Alertou Cady, sentindo mais frio do que antes, apesar do casaco que vestia.

— Eu já estou indo! — Drew virou-se por um segundo, olhando de volta à pedreira. Jamais me esquecerei, Dave. E deu um último suspiro, antes de virar-se novamente para ir de volta ao carro.

Quando as duas estavam dentro do carro, Drew olhou para fora, em direção à floresta. Assustou-se ao perceber os primeiros indícios do temporal que chegaria. Chegou. As primeiras gotas bombardeavam os vidros do carro, enquanto Cady tentava ligá-lo. Uma, duas, três vezes ela tentou. O carro não respondeu. Tentando a quarta vez, ela sentiu-se aliviada quando escutou o barulho do motor.

— Graças a Deus! — E mostrou um largo sorriso para Drew, que devolveu um riso breve.

Ela deu a ré por alguns metros, até o carro parar aos poucos. Olhou para trás, na intenção de avistar o problema, mas ele não estava ao alcance de seus olhos. Do lado de fora o temporal só aumentava, e Drew sentia os pingos da chuva explodir ferozmente nos vidros do carro.

— O que está acontecendo com seu carro? — Drew perguntou preocupada.

— Eu não sei. Gasolina não é, pois enchemos o tanque... Droga! Logo agora que o carro veio dar problema! Sou uma péssima mecânica! — Cady bateu os punhos contra o volante, e um deles, involuntariamente bateu na buzina, soando-a como um trovão.

— Vamos ver o que aconteceu! — Drew abriu a porta do carro, vendo sua amiga fazer o mesmo.

Assim que olhou para baixo, Drew avistou de cara o problema. Uma grande parte da terra dali transformara-se em lama, e isso fizera o carro atolar.

— Mais que... Merda! — Cady resmungou, chutando um dos pneus traseiros do carro.

— Fica calma, Dyd. — Drew tentara acalmar a amiga, pelo seu apelido carinhoso.

— Como vamos ficar calmas uma hora dessas? Um dos piores temporais do ano, com o carro atolado, em um lugar afastado de toda a civilização! — Cady ainda tinha mais coisas a falar. Porém, se sentia mal ao dizer tudo aquilo. Ela prometera trazer Drew, isso deveria fazê-la bem. Trazer até ela uma grande paz interior, mas Cady sabia que não estava dando certo.

Cady abriu a porta do carro novamente, e pegou seu celular. Tentou discar o número da mãe, mas o celular estava com a bateria descarregada. Ainda dentro do carro, falou:

— Drew! Dá pra me emprestar seu celular? — Olhou-a, recebendo vários pingos de chuva em seu rosto.

— Droga!

— O que foi?

Drew retirou aos poucos o celular do bolso traseiro de sua calça. Ele estava encharcado. Drew por si só, já estava completamente tomada pela água da chuva. Suas roupas já estavam muito pesadas, e ela não sabia mais o que fazer. Com raiva, jogou o celular no chão, que se partiu ao bater em uma pedra. A jovem observou o aparelho se despedaçar ali. Neste momento, ao ouvir o estalo do aparelho se partindo, ela vê uma faísca, e esta faísca tinha a forma de um raio. Ela piscou, mas nada tinha ali, a não ser, a carcaça de seu celular.

— Vamos andando até a estrada. Quem sabe a gente encontre alguma ajuda lá. — Cady ergueu-se do banco do carro, fechando a porta. Ela achava que o carro estava seguro ali, então o deixou.

— Vamos. — Assentiu Drew.





x-x-x

Loren já estava bastante incomodada com a chuva torrencial que atrapalhava sua visão da estrada. Tudo que ela via eram as sinalizações coloridas que demarcavam o asfalto, agora úmido. Então, olhou para o lado e viu Miranda quieta. Parecia ouvir a si própria, por alguns instantes. Até despertar de sua mente.

— Ainda vai demorar muito? Ainda não estou conseguindo contato com a Drew... — Miranda tremia. Além de temer que algo ruim pudesse acontecer para a irmã.

Loren respondeu:

— Não. Já estamos próximas de lá. Além disso, se não fosse este carro que o meu vizinho nos emprestou, talvez nem estivéssemos aqui. Sorte a nossa encontrarmos ele em casa, e sóbrio, pra variar. — Loren quis rir da piada, mas percebeu o clima pesado ali. Então preferiu não fazer aquilo.

Por mais que Miranda quisesse pensar mais em sua irmã do que em si própria, não conseguia lutar contra a própria realidade. Decerto ela era a próxima da lista, e mil coisas passavam pela sua cabeça agora: como irá morrer? A morte avisará quando sua hora chegar? Ela irá conseguir impedir que sua morte aconteça? Se ela for pulada, o ciclo volta novamente para Loren? Tudo que ela queria eram as respostas para aquilo. As teorias de Loren não bastavam para que ela pudesse sentir-se confiante. Algo ainda faltava. Coragem e determinação.

— Eu acho que não estou preparada. — Soltou depois de um silêncio mortal.

— Preparada? Como assim? — Loren lutava para não tirar os olhos da estrada, mesmo que quisesse olhar para Miranda.

— Não estou preparada para encarar isso de frente. Sabe? — Sentiu um remorso imenso dentro de si, pela morte de todos.

— E você estava preparada quando teve a visão? — Houve uma pausa. — Estava preparada pra saber tudo sobre a lista? — Desta vez Miranda tremeu. — Também estava preparada para saber que todos ao seu redor, inclusive você, tinham a chance de morrer mais cedo do que achavam que morreriam? — O olhar de Loren mudou repentinamente.

— Não. — Miranda respondeu, se acanhando no banco, sentindo-se vencida pelo que Loren falou. — Mas eu poderia ter salvado eles, se eu tivesse... — Não agüentou e chorou.

— Ninguém está preparado para nada na vida, Miranda. Entenda isso. Sempre iremos nos surpreender com alguma coisa. — Loren arrumava as palavras certas de consolo para a outra. De súbito, lembrou-se de sua mãe, e de que perdera de uma forma tão trágica. Maldito circo!

De repente algo apareceu no meio da neblina e de toda a escuridão da estrada. Um corpo banhado por sangue, que pareceu atravessar o pára-brisa em direção a elas. Miranda soltou um grito abafado pela mão, enquanto Loren arregalava os olhos, espantada. O carro freou e um silêncio impermeável tomou conta do lugar. A garota de cabelos negros olhou para trás, mas não viu nada.

— O que foi isso? — Miranda perguntou, enxugando as lágrimas, que antes teimavam em descer pelo seu rosto.

— Deve ter sido só nossa imaginação. — Disse Loren, tentando transmitir segurança. — Vamos continuar!




x-x-x

Drew não conseguia enxergar nada, além da chuva cair sobre a vegetação, e a total escuridão da floresta. Já respirava ofegante, e viu Cady cansada. Ao passar por uma árvore ela tem a sensação de déjà vu, então conclui que já haviam passado por ali antes.

— Cady, eu acho que estamos andando em círculos. — Disse Drew com desapontamento.

— Não pode ser. Eu juro que achei que viemos por aqui. — O tom de desapontamento em Cady também era perceptível.

— Vem, vamos por ali! — E Drew afastou alguns arbustos, seguindo pela direção contrária à que estavam indo.

Depois de passarem por um lago, se aproximaram do que parecia uma torre de rádio. A torre era enorme e nela havia várias antenas de conexão, além de vários fios. A chuva continuava caindo ferozmente sobre suas cabeças, e não tinham mais nada a fazer sobre aquilo. Só deveriam esperar por uma ajuda, já que estavam completamente encharcadas e perdidas.




x-x-x

— Que bom que você trouxe o guarda-chuva. — Sorriu Miranda aliviada.

— Era previsível este temporal! — Loren respondeu, subindo uma inclinação de terra.

As duas acabaram de entrar na mata, estava à procura de Drew. Miranda sabia que ela estava ali, pelo que ela havia dito na mensagem. E provavelmente não havia saído dali, já que a chuva poderia ter a pego de surpresa. Elas continuaram subindo, até sentirem a chuva aumentar. Suas roupas já estavam parcialmente molhadas, o guarda-chuva não havia ajudado tanto. A ventania aumentou, levando o guarda-chuva consigo, o quebrando. Loren fez uma careta ao olhar para cima e sentir vários pingos de chuva atingir seus olhos.

De repente, afastando vários arbustos e outras folhagens, se viram diante de um imenso lago, o único obstáculo antes da pedreira. A chuva continuava torrencial sobre suas cabeças, então elas se aproximaram rapidamente do lago, avistando uma canoa na margem. Miranda, assim que se aproximou, tratou de agarrar a canoa e com a ajuda de Loren, empurrá-la para dentro do lago.

A morena foi a primeira a subir, seguida da garota de cabelos negros. A canoa começou a flutuar sobre a superfície da água. Nada era visto através dela, se não fosse a escuridão que ela transmitia. Tudo que se via ao redor do lago eram vegetações escuras e que as impossibilitavam de ver algo. Não havia luz da lua, nenhuma outra luz que pudesse as guiar, além da neblina que ali existia. A Drew tem que estar lá. Pensou Miranda, passando uma confiança inexistente para si. Ela ainda pensava na forma de morrer, e concluiu que ali mesmo, onde estava, seria um local apto para a morte decidir matá-la.

Então, ela se afastou um pouco de Loren e inclinou o rosto para o lado, vendo seu reflexo distorcido na água. De repente um forte vento passou pelas duas, empurrando-a em direção às águas. Ela soltou um gritinho abafado, e se não fosse Loren tê-la segurado, àquela altura ela estava afundando. O remo que havia ali escorregou até a beirada, virando em direção ao lago. Miranda tentou agarrá-lo, mas sua mão escorregou da beirada da canoa, e então ela caiu no lago junta do remo.

— Loren! — Gritou, deixando que bastante água entrasse em sua boca, quase se engasgando com ela.

Loren foi até a ponta, esticando o seu braço ao máximo, estendendo sua mão. Miranda já estava longe da canoa, que com o sentido das pequeninas ondas, lhe levava na direção contrária. A morena se debatia na água, enquanto mais água entrava em suas vias respiratórias. Ela tossiu, tentando despejar o líquido, mas quanto mais ela fazia aquilo, mais sufocada ela se sentia. Miranda não sabia nadar, e se debater estava retardando o processo de seu afogamento.

Então, Loren colocou a mão na água e começou a movimentá-la de forma que levasse a canoa, até onde Miranda estava. Ela estava muito nervosa, cada membro seu tremia, enquanto ela tentava ser forte para salvá-la, antes que a morte conseguisse levá-la.

No meio da pouca neblina, Loren viu algo grande mexer próximo da morena, que ainda se debatia, nas tentativas frustrantes de não se afogar.

— Loren! — Por uma última vez conseguiu gritar o nome dela.

Loren seguiu o vulto na água e rapidamente aproximou a canoa de Miranda. Quando deu por si, viu as presas enormes do bicho que saltou da água. Um enorme crocodilo abriu suas mandíbulas, pronto para dar o bote em Miranda. Mas Loren foi mais rápida, e mesmo com todo o peso dela, conseguiu puxá-la para dentro da canoa. A morena abaixou-se para não ser abocanhada, enquanto a outra pegava o remo que agora flutuava, para retirá-las dali.

Chegando à margem, com Miranda ainda respirando ofegante e suspirando, se recuperando de sua quase morte, Loren a abraçou. As duas ficaram alguns segundos se abraçando, até sentirem que a chuva só aumentava sobre elas. A floresta continuava escura atrás delas, então decidiram mais do que nunca, subir aquela inclinação de terra. Logo depois daquelas vegetações, se encontrava o paredão de pedras. Era lá que Drew estava.





x-x-x

Drew sentou, estava muito cansada. Sua respiração disputava com o barulho da chuva. Elas não haviam achado nenhum abrigo sequer desde que começaram a procurar a estrada. Com toda a neblina e a escuridão, estava difícil encontrar a estrada. Cady já não sabia onde exatamente era o paredão de pedras. Aquela floresta estava mais parecida com um labirinto.

— Boa hora pro seu celular pifar, não é? — Resmungou Drew, se conformando com as ferozes gotas de chuva que caiam sobre ela.

— Nós vamos sair daqui, Drew. Só precisamos descansar para voltarmos a caminhar.

De repente, Drew olhou para cima, ao escutar um estrondoso barulho de um trovão. O trovão clareou todo o lugar, inclusive suas expressões de medo. Ela estava apavorada, mas com uma ponta de confiança. Drew havia acabado de ter uma idéia.

— Será que subindo nesta torre, dará para ver a estrada? — Poderia ser loucura por parte dela, mas ela queria tentar.

— Isso é loucura, Drew. — Cady arfou.

— Se tentarmos, pode ser que dê certo! — Drew estava muito mais confiante que antes.

— É melhor não. — Mal Cady acabou de falar e já viu Drew escalando a torre.

Enquanto ela subia, se assustava com os vários trovões, que clareavam o lugar. Por duas vezes, ela quase escorregou na subida, mas se recuperou e continuou subindo, até parar em certo ponto. O que seus olhos viam era só verde, mas um verde coberto pela escuridão da noite. Nada de estrada, pois as copas das árvores não deixavam vê-las. Drew começou a achar toda aquela situação bem irônica, e uma pergunta começou a rodear sua cabeça: Por quê? Então ela começou a descer, com a mesma cautela que usara para subir, as barras estavam escorregadias e ela poderia facilmente despencar dali. Bastava uma queda para que ela usasse cadeira de rodas.

Então, segurando mais firme do que antes, ela conseguiu descer e sorriu sem graça para sua amiga, que cruzou os braços, convicta de que Drew deveria tê-la escutado.

— Por que você é tão teimosa assim?

— Eu queria tentar! — Continuou parada ali, ao lado da torre. Foi quando virou-se e começou a olhar através de uma cerca, a paisagem que estava abaixo dela.

A chuva atingia as árvores e Drew fechou os olhos, ouvindo cada explodir de cada gota em cada folha, de cada árvore. Ela adorava o som da chuva, apesar de ouvi-la poucas vezes. Então, segurou na cerca se inclinando, e erguendo o rosto levemente para cima, deixando que a chuva escorregasse pelo seu rosto serenamente. A jovem saiu do transe quando escutou alguém gritar seu nome.

— Drew! — O grito familiar disputava com o barulho do temporal.

Drew virou, esperando encontrar outra pessoa, mas deu de cara com Miranda e Loren. Ela ficou estóica, não esperava ver Miranda ali.

— Ma-mas, o que você está fazendo aqui?

Drew viu a irmã caçula se aproximar rapidamente e segurar em seu braço.

— Vamos sair daqui!

A outra não estava prestando atenção nas indagações da irmã, apenas queria que a irmã respondesse as suas perguntas.

— Primeiro você me conta como chegou até aqui!

— Isso não importa agora, vamos! — Miranda puxou seu braço, mas correu, e ao perceber que não levara Drew consigo, parou e olhou-a. — Você não vem?

A jovem continuou parada, não sabia o porquê daquilo. Só não queria entender nada. Queria despejar tudo, jogar tudo fora, sem saber da reciclagem de problemas.

De repente houve um forte trovão. O clarão iluminou mais uma vez aquela área. E Miranda olhou para o chão, como forma de defender seus olhos daquele brilho. Neste momento, ela viu a sombra de algo caindo, quando voltou a olhar para sua irmã e Loren, paradas lado a lado, teve um estalo na consciência. Olhando para cima ligeiramente ela viu duas enormes antenas da torre de rádio. Em um piscar de olhos um raio atingiu a torre e fez as duas antenas se desprenderem.

Cady soltou um grito.

Miranda ganhou impulso e correu, sem se importar se as antenas a atingiriam ou não. O que importava naquele momento eram as vidas de Drew e Loren.

— Cuidado! — Loren gritou, ao olhar para cima. Ela foi rápida e desviou da primeira antena, que quase a esmagou.

A primeira antena fez um grande barulho ao chocar-se na terra. Jogando uma grande onda de areia sobre a jovem de cabelos negros.

Drew não teve a mesma agilidade e fechou os olhos, não agüentaria ver a antena vinda em sua direção. Assim como fez com o Senhor dos Ventos, ela não quis enxergar seu fim. Quando abriu os olhos, sentiu algo ser pressionado com força sobre seu corpo. Ela tinha certeza de que aquele era seu fim, e provavelmente a antena havia esmagado parte do mesmo. Mas quando abriu os olhos e viu a antena caída próxima a ela, respirou fundo e viu Miranda chorando ao seu lado, repetindo várias vezes:

— Eu consegui te salvar de novo! — E a abraçou forte, desejando que aquele abraço durasse toda a eternidade.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Então, comentem! XD
O último capítulo sai em breve, garanto!



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