Premonição: Caçada Insana escrita por PeehWill


Capítulo 8
Armadilha


Notas iniciais do capítulo

O antepenúltimo capítulo deste livro. Nele também tem muita ação. Então, espero mesmo que gostem! E não posso esquecer de dizer que o próximo capítulo sai em breve ;D
Aproveitem!



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A morena resolveu voltar até a sala. Mas nada encontrou além da mesma vazia. Onde será que Violet poderia estar? Era isso que Miranda queria mais que tudo saber, naquele momento. Ela achava que Violet estava se escondendo, com vergonha depois de ter falado tudo aquilo para ela. De momento, não acreditou que sua melhor amiga pudesse estar apaixonada por ela, mas depois que conseguiu rever tudo em sua mente, como se rebobinasse uma fita, conseguiu enxergar perfeitamente o que decerto passava na mente da ruiva. Eu te entendo Violet, mas não pode ser assim. Não quero te magoar. A busca continuou, e ela correu, apressando seus passos, subindo até o andar de cima pelas inacabáveis escadas.




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A aranha venenosa estava mais próxima de Violet. Ela começou a se debater, apavorada, mas os movimentos eram poucos, já que suas duas mãos estavam presas à prateleira. Ela puxava, em tentativas frustrantes, retirar a cola das mãos, para que pudesse sair dali, antes de ser o jantar daquele ser. A aranha era aparentemente inofensiva, mas assim que Violet pôs os olhos nela sentiu a morte penetrar cada parte de seu corpo, como se quisesse possuí-la. Seus olhos estavam com uma fina superfície de cola, e ela ainda se debatia freneticamente, gritando para que alguém pudesse ouvi-la. Em vão.

De repente, Violet começa a criar forças para abrir a boca, mesmo que seus lábios estivessem bem grudados. Ela gemeu de dor, enquanto sentia seus lábios se separarem. Pressionou os olhos, sentindo sua boca abrir e se encher de feridas ao mesmo tempo. A aranha se aproximava, e ela já estava com a boca parcialmente aberta. Quando os lábios estavam totalmente separados, ela sentiu o sabor de seu próprio sangue. As feridas eram várias ao redor de seus lábios. Tentar abri-los fora de longe, o pior erro que pudera cometer.

A ruiva começou a gritar por Miranda, vendo que a aranha havia sumido. Ela se esticou, ainda com as mãos grudadas na prateleira, e começou a chutar a porta, dando alguns “coices” na mesma.

No andar de cima, Miranda procurava sua melhor amiga em todos os cantos. Já havia ido aos dois banheiros e nos dois quartos que havia lá, mas nada encontrou. Chegou a voltar no quarto de Violet, mas também acabou se certificando de que lá, ela não estava. Ela passou a mão no cabelo, o assanhando, mas logo ele voltou ao normal. Então, ela começou a escutar algumas batidas, que começaram leves, mas logo se tornaram bem audíveis. As batidas foram seguidas de gritos escandalosos vindos do andar de baixo. Porra! Miranda deu meia-volta e correu de volta ao mesmo lugar de onde estava.

Desceu as escadas às pressas, quase deslizando no tapete que ia do primeiro ao último degrau. Por sorte ela havia segurado no corrimão, e isso impediu de sua queda ser a mais feia possível. Só ela, àquela altura, ajudaria Violet.

— Eu estou indo! — Gritou, enquanto tentava localizar de onde vinham os gritos.

No quartinho, Violet grita ainda mais, chutando com toda a força que tinha a porta que dava acesso ao lugar. Sua hora parecia chegar, já que Miranda não dava nenhum sinal de que estava realmente ali. Ela abriu a boca para soltar um último grito, e quando assim o fez, viu a aranha saltar em seu rosto. Ela sacudiu a cabeça por várias vezes. Estava enlouquecida e apavorada. Sentia o formigamento no rosto, enquanto gritava para que sua amiga chegasse o mais rápido possível.

De repente, enquanto se via gritando desesperada, Violet sentiu quando a aranha picou seu rosto. A dor não fora sentida de momento, mas quando chegou, foi pra valer. A ruiva gritava de dor, e no meio desta gritaria, ela sentiu um alívio, escutando Miranda chamar pelo seu nome.

— Aqui! — Sua voz era entrecortada por um choro desesperador.

Miranda abriu a porta rapidamente. Entretanto, ao fazer isto, Violet sentiu algo entrar em sua boca, subindo primeiramente em sua língua. Logo percebeu que a aranha estava dentro de sua boca, entrando em sua garganta. Tentou tossir, totalmente sufocada, mas já era tarde demais.

A jovem que acabara de abrir a porta, agora desgrudava as mãos da amiga da prateleira. Sentia-se aliviada por ter chegado a tempo. Pelo menos era o que ela pensava. Então, abraçou a ruiva e sentiu seu corpo amolecido. Ela balançou os braços da amiga, e não teve nenhuma resposta. Olhou para seu rosto: fechava os olhos pausadamente, como se houvesse encontrado o paraíso. Quase com os olhos completamente fechados, Violet criou forças e disse:

— Mi, eu te amo. — E despencou sobre a morena, que chorou ao ver a amiga desmaiada.

— Eu vou chamar uma ambulância! Agüenta firme! — Gritou, deixando que suas lágrimas caíssem sobre o rosto dela.

Miranda ouviu um barulhinho de algo caindo no chão. Olhou ao seu lado e viu uma pequena caixa enfeitada no piso, próximo da porta do quartinho. Ela cerrou os cílios e conseguiu ler a pequena mensagem que estava escrita na tampinha da caixa:

Guarde com carinho, Mi. Eu te amo.

Ass: Violet.

Miranda ficou em choque e arrumou um jeito de levar Violet até o lado de fora.




x-x-x




Os passos apressados de Loren ecoavam em todo o saguão bem iluminado do hospital. Ela havia acabado de sair do elevador, seu celular vibrava incansavelmente no bolso de sua calça. Isso, enquanto ela olhava para todos os lados, procurando a sala de espera daquele andar. Repentinamente uma sede bateu e sua garganta logo secou. Um pouco de seu cabelo negro estava em seu rosto e ela tirou, suspirando de cansaço. Ela havia vindo até o hospital andando, já que sua bicicleta estava enguiçada. Ela se inclinou, enquanto pegava o copo de plástico e o enchia até a borda com o líquido incolor.

Depois disso, continuou com seus passos ligeiros, até dobrar a direita e quase bater de frente com uma enfermeira. Se recuperando daquilo, equilibrando a água que ainda estava no copo, acabou percebendo que estava na sala de espera. E enquanto um casal se erguia do sofá acolchoado cinza, ela avistou a jovem de cabelos castanhos e olhar cinzento, apreensiva. Miranda mexia com os cabelos e não deixava as pernas quietas, isso também acontecia com suas mãos. Assim que viu Loren, se ergueu do sofá com uma rapidez, e a abraçou.

— Onde ela está? — Disse Loren sem tirar a cabeça de seu ombro.

— Ela foi levada pelos enfermeiros até o médico. Loren, eu estou com muito medo de que... — Miranda continuaria, mas Loren a interrompeu.

— Shiu! Nada disso! Não vai acontecer nada, te prometo. — E continuaram abraçadas.

O abraço apertado se seguiu até as duas ouvirem a voz branda do doutor. Miranda saltou e parou ao lado da garota de cabelos negros, que ainda segurava o copo d’água.

— Doutor, como ela está? — Miranda se aproximou, quase empurrando o médico.

— Olha. Sinto lhes informar que a paciente ainda resistiu um pouco, mas acabou por falecer.

O mundo de Miranda desabou, e ela ficou paralisada. Ela parecia não querer acreditar naquilo. Então, sem saber o que de fato tinha acontecido à sua melhor amiga, resolveu perguntar:

— Mas, doutor... Eu cheguei lá e a ajudei! Ela estava sem nenhum ferimento! Eu achei que ela só havia desmaiado por causa da pressão baixa, ou sei lá! — Uma lágrima descia em seu rosto, mas seus olhos continuavam pasmos, com uma única expressão de espanto.

— Você não sabia que sua amiga havia sido picada por uma aranha venenosa? Achei que já estava ciente disto.

— Aranha venenosa... — A imagem da van com o emblema de aranha tornou à mente da jovem. O nome viúva-negra pairou ali.

— E qual era a espécie da aranha? — Loren perguntou.

— Viúva-Negra. — Respondeu Miranda, antes mesmo do doutor.

Miranda e Loren trocaram olhares, enquanto o doutor tinha algo mais a falar.

— Bom. A picada não fora o suficiente... A morte da garota também se deu pelo alojamento do bicho dentro de sua traquéia. Sinto muito.

Rapidamente Miranda levou a mão à boca, e a reação de Loren não fora diferente. Vendo o médico sair, a jovem de olhos cinzentos deitou sua cabeça no ombro de Loren e chorou. Chorou o quanto podia, lembrando das últimas palavras da amiga: Mi, eu te amo.




X-x-x



Seus dedos foram até o botão do rádio do carro de Cady. Drew suspirou, enquanto olhou a amiga passar na frente do carro e se dirigir até o lado direito do local. Ela acenou, como se tivesse tudo sob controle, então Drew começou a verificar a freqüência do rádio, mas parecia ter certa interferência, que deixava todas as estações com um chiado irritante. Ela fez uma careta, odiando aquilo, e então recostou a cabeça no banco do carona. Olhou para o outro lado, dando vista para a estrada.

O posto de gasolina em que Cady parou o carro era um daqueles típicos de beira de estrada, e ela não se sentia tão segura ali. Acabou lembrando-se da sua primeira experiência de quase-morte. Foi ai que fechou os olhos, desejando que aquela sensação fosse para longe, foi quando se assustou com o toque de seu celular, que ali estava mais alto. Olhando no visor ela viu o um número desconhecido, ainda hesitou em atender, mas desistiu daquilo e atendeu.

Alô? Drew? — A voz da pessoa do outro lado transmitia certo incômodo para ela, parecia estar muito nervosa.

— Quem é? — Drew perguntou, mas se arrependeu, reconhecendo a voz de choro inconfundível de Miranda. — Aconteceu alguma coisa?

O choro de sua irmã se tornou mais audível do outro lado da linha. Drew tremeu.

A Violet está morta. Ela foi picada por uma aranha venenosa e... — Miranda parou para chorar, mas segurou as lágrimas para perguntar algo mais. — Onde você está?

Drew engoliu em seco. Ela relutava consigo mesma para não dizer o que faria, era noite e sua irmã ficaria ainda mais preocupada, e a última coisa que ela queria era que a irmã tivesse mais problemas.

— Eu tenho uma coisa muito importante para fazer, Mi. Eu ligo quando puder ta? Aquela sua amiga, Loren, está com você? — Drew não queria deixar a irmã daquele estado sozinha, mas também não queria voltar atrás com sua decisão. Graças ao ritual que Cady fazia, ela sentia-se melhor. Ela também queria poder sentir-se melhor.

Sim, está... O celular é dela...

Drew sentiu o desapontamento de Miranda e suspirou.

— Eu chego logo. Fiquem bem. Além disso, deixei uma mensagem no seu celular, mas você está sem ele...

Nós vamos atrás do Luther. O que tudo indica, ele é o próximo, e eu tenho medo de que ele possa tomar decisões precipitadas. — Miranda mudou completamente o tom de voz.

— Tudo bem. Beijo. — Drew desligou, mas continuou com o celular na orelha.

Neste momento, Cady chegou.

— Deu tudo certo. — Ela entrou, sorriu de canto e colocou o cinto. — Ei! O que houve? Por que está com essa cara? — Ligou o carro, que logo soltou o barulho do motor.

— Não, não é nada. — E sorriu de canto.

Cady acelerou e as duas saíram do posto de gasolina em direção à saída da cidade.




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Enquanto saia do hospital, em passos ligeiros, Miranda ligou para Luther e esperou que ele atendesse. Lembrou de ter pegado seu telefone algumas horas antes. Antes de ele ir embora de sua casa, depois da conversa que tiveram.

Loren estava com ela, também estava aflita, afinal, ela sabia do potencial de Luther para aquilo. Ele pode pensar tudo errado, e acabar fazendo algo desagradável por impulso. Ela arrumou a blusa roxa que usava, e esperou ver um táxi ali parado, para entrarem e irem atrás dele.

— Onde você está? — Loren escutou Miranda dizer ao telefone. Luther havia atendido.

O táxi chegou, e as duas entraram. Loren continuou prestando atenção do que eles conversavam. Miranda aproveitou e colocou em viva-voz, para que as duas pudessem escutar bem o que ele tinha a dizer.

Por que você quer saber tanto onde estou? Por acaso chegou minha vez? — Ele perguntou, sem se interessar muito pela resposta, já que já sabia o que deveria fazer.

— Sim. Você é o próximo! — Disse Miranda, esperando que ele ainda respondesse sua pergunta.

E onde está a ruivinha? Ela não era a próxima? — Seu tom de desinteresse pareceu ainda mais perceptível.

— Violet está morta. Mas isso não importa agora... — Ela sentiu-se a pessoa mais fria do mundo ao ouvir aquilo. Mas era preciso esquecer. Isso chegaria a atrapalhar demais em salvar os outros. Talvez, ela se lembraria disto mais tarde e choraria muito. — O que importa de verdade, é saber onde está e poder te salvar! — Ao menos você. Pensou.

Não precisa se preocupar comigo. Eu tenho tudo sob controle. Eu já tenho o meu próprio esquema para deter a morte. Confia em mim, Miranda.

Miranda queria poder confiar nele. Mas ele não estava dando escolhas a ela, a não ser desconfiar de suas palavras. Foi ai que ela começou a escutar um grande barulho que atrapalhava um pouco a fala do rapaz. Ele provavelmente estava em um lugar cheio de pessoas, tipo, uma festa. E foi nisso que Miranda acreditou naquele instante, que ele estava em alguma festa.

Luther desligou sem Miranda perceber. Quando a morena percebeu já era tarde demais. Tentou retornar a ligação, mas o loiro havia desligado o celular. Então, ela trocou alguns olhares desconfiados para Loren, que aparentemente estava pensando a mesma coisa que ela.

— Moço. Existem muitas boates por aqui, por perto? — Miranda tocou o banco do motorista, já que estava do banco do passageiro, e Loren estava sentada no banco do carona.

O homem careca e bigodudo, ao mesmo tempo, gemeu um pouco, pensando nas tais boates. Ele coçou a cabeça careca, como um gesto de que estava pensando, mas isso, sem tirar os olhos da rua. Loren riu, mas logo parou o riso, quando o homem falou:

— Sim. Pelo que sei, porque pego várias corridas em que os passageiros querem ir até boates, neste horário só duas funcionam. — Disse-lhes com um tom confiante na voz.

— Pode nos levar às duas? — Miranda indagou, esperando um “sim”, como resposta.





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Quando o carro parou, as duas garotas desceram dele, sem pestanejar. Elas admiraram o céu, que até alguns minutos atrás estava coberto por estrelas que brilhavam incansavelmente. Entretanto, tudo que elas viam agora era uma abóbada recoberta por uma grossa camada de nuvens tempestuosas. Essas anunciavam um verdadeiro temporal.

— Você tem certeza de que é aqui mesmo, Drew? — Perguntou Cady, um pouco incomodada com algo grudento na sola de sua sandália.

— Não tenho mais dúvidas. É aqui sim. — Drew escorou-se na lateral do carro e pôde ficar o enorme paredão de pedras, o mesmo que matara Dave.

Cady continuava calada ao seu lado, esperando o momento certo para consolá-la, ou convencê-la de fazer o ritual.

— Quer ajuda? — Perguntou.

— Não. Eu consigo me virar. — Retornou o olhar às rochas e suspirou, imaginando toda a cena da morte do namorado.

Drew fechou os olhos e começou a caminhar em direção às rochas. Quanto mais ela caminhava, mais ela sentia uma forte ventania passar por ela. O Senhor dos Ventos veio à sua mente, mas a imagem de Dave sorrindo afastou a lembrança do ventilador que quase a matara, para longe.

Cady continuava escorada no carro com os braços postos de uma forma que a desse calor naquele frio medonho. Ela os moveu-se esquentando, enquanto pegava um casaco no banco de trás do carro. Ela fitava Drew parada, de frente ao último lugar que presenciara seu namorado vivo. Foi ai que se lembrou de seu pai, e também de que seu túmulo não fazia o mesmo papel, mas que ela sabia que seu pai estava lá. Drew sabe que Dave está aqui, por isso ela veio. E sorriu convicta de que ficaria tudo bem com a amiga.

Drew começou a recitar um discurso criado por ela, enquanto estava no carro. O discurso fora criado um pouco antes de chegarem até lá. E entre algumas palavras entrecortadas, ela começou a dizer o que realmente estava sentindo naquele momento.





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O táxi parou e as duas abriram a porta ao mesmo tempo, como se tivessem combinado aquilo. Elas se entreolharam e pediram que o motorista as esperasse. Ele assentiu com a cabeça e as viu quase entrarem na boate, se não fosse um segurança musculoso e com uma cara assustadora.

— Os passes, por favor. — Disse-lhes com sua voz rouca e grave ao mesmo tempo.

Loren pensou em uma maneira de despistá-lo, então falou:

— Nossa amiga está ai dentro, ela está com nossos passes. — Ela sorriu, tentando parecer sincera.

— Desculpem, mas não podem entrar.

— Você poderia chamá-la, ao menos? — Miranda cruzou os braços e fez uma cara feia para o segurança, que sorriu com certa desconfiança. — O nome dela?

As duas garotas se olharam aflitas. Miranda agora tinha de inventar um nome, e tinha de torcer que a dona dele estivesse lá. Loren a olhou como se ela tivesse feito a maior burrada de toda sua vida, mas ela decidiu arriscar.

— Wendy Rotchins. — Soltou, sem pensar muito em um nome comum.

Loren olhou surpresa, simulando um “O quê? Wendy?”. Mas esperou que Miranda soubesse o que estava fazendo.

O segurança entrou por alguns segundos, deixando outro segurança na frente delas. Este era mais bonito e tinha um rosto mais angelical. Miranda sorria para ele, tentando ser um pouco sexy, mas o que recebia era o olhar de repulsa do homem. Ela não era tão boa com aquilo mesmo. Quando o segurança chegou, ele trouxe consigo uma garota, aparentemente bêbada. Ela olhou um pouco para as duas ali paradas. Miranda, mesmo com aquele nome, havia pensado exatamente no nome de uma das garotas que estava naquela festa.

— Encontrei sua amiga. — Então, o segurança mostrou-lhes a tal Wendy, que Miranda havia falado.

A garota tombou, enquanto se segurava no segurança.

Então, ele lhe perguntou:

— São suas amigas? — Sua voz estava mais estrondosa que antes.

— Minhas amigas? — A garota as olhou, com o olhar torto. Ainda sentia-se zonza depois de quase cair na pista de dança, depois de girar muito.

Miranda fez um “sim” com gestos rápidos. Loren tentou ajudá-la. A garota gargalhou muito, e então concordou com as duas, com um aceno.

— Sim, elas são. — A garota não sabia decerto o que falava, mas ela falou.

O segurança então levantou a faixa e as deixou entrarem. Elas viram uma multidão. Alguns jovens dançavam, enquanto outros bebiam muito e até se beijavam nos cantos do lugar. Estava uma barulheira tremenda, e as batidas eletrônicas estouravam praticamente os tímpanos das garotas, que ainda procuravam avistar o loiro naquela multidão.

— Vamos nos separar! — Loren disse.

— Você já parou para pensar que ele pode estar na outra boate? Você ouviu o que o taxista falou...

— Se formos otimistas, podemos ter uma chance de encontrá-lo aqui! — Loren gritava, querendo que sua voz soasse mais alta que as batidas eletrônicas tocadas pelas enormes caixas de som do lugar.

— Ok! Eu vou para os fundos, enquanto você procura por aqui mesmo! — Miranda tentava fazer um plano ali mesmo.

— Nós vamos encontrá-lo! — Loren falou.

Mal Miranda piscou, e já havia perdido Loren de vista. Então correu para os fundos do lugar, na esperança de achar Luther vivo.





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Várias pessoas esbarravam em Loren, enquanto ela tentava sair daquela armadilha humana. Vários dos jovens que se aproximavam estavam suados e bêbados, o que para ela, já era de se esperar. Ela levantava o olhar, tentando o desviar daquela multidão. Procurava Luther e pensava num lugar para ela estar, estava otimista, queria encontrá-lo a qualquer custo. Ela sabia que ele não faria algo bom, depois de escutar o que ela disse pela manhã. Quando chegou à um balcão amplo, de frente à um barman, ela começou a se apoiar no mesmo, erguendo o pescoço até onde conseguia, abrindo mais os olhos... Tudo na tentativa de achar o loiro.

Foi quando, a multidão começou a se separar, e no centro da pista de dança, acontecia algo comum para aqueles jovens: alguns jovens se socavam, por um motivo ainda desconhecido pela garota de cabelos negros, apoiada no balcão. Foi quando ela escutou alguns gritos, xingamentos e vários tipos de ofensas. Conseguintemente tudo parou. Tudo estava novamente normal, e todos os jovens dançavam. Mas ela percebeu que os garotos que brigavam não estavam mais ali. Então, ela saiu do balcão às pressas, sem pensar duas vezes. Aposto que ele estava envolvido. Ela corria esbaforida, empurrando vários casais que se agarravam nos corredores do lugar. Então, ela encontrou os fundos do lugar.

Depois de uma cerca, havia uma ponte, e provavelmente um rio embaixo dela. Então ela se apressou, quando viu duas silhuetas irem naquela direção. Miranda a viu correndo e então gritou.

— Aonde você vai? — Logo perguntou indigesta.

— Eu acho que sei para onde ele foi! — Não estava tão confiante de que seja ele, mas ela tinha uma pontada de intuição.

As duas correram.





x-x-x

O rapaz de cabelos castanhos era empurrado com força contra as barras de proteção, feitas de ferro, da ponte. Ele estava com o rosto vermelho, enquanto a mão áspera do rapaz loiro apertava seu pescoço.

— Me larga! — Dizia o jovem de cabelos castanhos, enquanto apertava o braço de Luther, na intenção de se soltar.

— Me responde uma coisa... — O rapaz loiro prensava ainda mais o jovem contra as barras de proteção. Desta vez metade de seu corpo já estava fora da ponte. — Você acha que vai viver muito?

O garoto, ainda com seu pescoço comprimido, falou:

— Se você continuar... Apertando meu pescoço... Não! — Gritou a última palavra, para que o loiro entendesse de uma vez por todas que aquilo não valia à pena.

— Não me importo se você vai viver muito ou não. A morte está atrás de mim, sabia?

O garoto prensado contra as barras, apenas o olhou com raiva, enquanto seu rosto ficava mais vermelho ainda.

— Sabe o que eu devo fazer para que ela não me perturbe mais? Matar você! — E empurrou ainda mais o corpo do rapaz contra as barras, que agora fazia uma força maior para se soltar. Mas o medo de cair daquela altura contra algumas das pedras que estavam no meio do rio era superior.

O rio corria ferozmente embaixo da ponte. A estrutura dela não era tão segura quanto eles achavam. Mas, mais um pouco de força naquelas barras, e provavelmente os dois cairiam no rio. Luther não estava ciente da armadilha que a morte havia preparado para ele.

Com a cabeça quente, e com a sede de se salvar da lista, ele começou a empurrar ainda mais o corpo do jovem para fora da ponte. Desta vez, o rapaz de apavorou ainda mais, clamando para que o loiro não o jogasse contra o rio.

— Por favor! — O garoto gritou, e foi neste momento que Luther criou sangue frio para empurrá-lo ainda mais, desta vez, seu corpo estava quase completamente fora da ponte.

Luther estava prestes a ganhar uma nova chance com a morte, quando escutou gritos familiares. Os gritos estavam vindos de próximo a ele.

— Luther não faça isso! — A garota de olhos acinzentados se aproximava.

Assim que ela chegou próxima a ele, o olhando de forma assustada, ele devolveu-lhe um olhar de ignorância.

— Por favor... — Disse-lhe Miranda, enquanto estendia a mão.

Loren parou ao seu lado. Ela estava cansada, sua respiração ofegante e seu rosto vermelho diziam tudo.

— Sua teoria. — Voltou o olhar contra Loren, enquanto segurava o garoto pela perna. — Sinto que está certa. Se eu matar este cara, eu ganho sua vida. Não é assim?

— Não. — Loren quis contrariá-lo. — Eu menti!

Miranda olhou-a incrédula. Ela tinha quase certeza de que Luther não acreditaria nela.

— Pare de amolação! — E fez um rosto furioso para ela. — Eu tenho certeza que eu a morte ficaremos quites.

Enquanto os três se olhavam. O garoto gritava. Ele estava de cabeça para baixo, a pressão estava o deixando apavorado, além da altura que era assustadora.

— O solte, Luther! Você está tomando decisões precipitadas. Por favor! Não faça isso! — Loren o aconselhava, mesmo que ela soubesse que aquilo o tiraria da lista.

Luther travou, e conseguintemente se viu colocando o garoto de volta ao chão. A reação dele, reversa ao que ele tinha em mente, o deixou estóico. Onde eu estava com a cabeça? As garotas, ao verem aquilo deram um sorriso e estavam aliviadas por Luther não fazer nenhuma besteira. Mas para a morte, aquilo não foi o bastante.

Uma rajada de vento passou pela nuca de Miranda e ela sentiu que a morte atuaria ali mesmo. Então, ela viu quando o jovem que antes estava sendo prensado por Luther, o empurrou para as barras da lateral da ponte, e por conseqüência, ele rolou sobre as barras. Miranda correu para tentar ajudá-lo, e no último segundo ela conseguiu segurá-lo pela blusa. Entretanto, ela sentia o peso dele ainda mais forte. Loren viu o garoto dos cabelos castanho, correr, e se apressou para ajudar Miranda a puxar o loiro de volta para a parte mais segura da ponte.

Aquela parte da ponte rangeu, e as duas ouviram um barulho maior. Quando perceberam, as barras entortaram, se desprendendo uma da outra. Miranda tentou segurar Luther, mas não deu. A parte da blusa onde a garota segurava rasgou, e o loiro despencou em direção ao rio.

— Luther! — Miranda soltou um último grito, antes de o ver bater seu corpo com força contra uma enorme rocha que estava bem abaixo. Depois de fazer uma enorme poça de sangue ali mesmo, o corpo de seu soldado grego escorregou no próprio sangue, até o ver se misturar à correnteza.



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Notas finais do capítulo

PS: Não esqueçam de comentar! (Informação inútil, XD)
Até o próximo capítulo!



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