Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Primeira Ilusão


Notas iniciais do capítulo

Gostei muito de escrever esse capítulo em especial...Espero que vocês gostem também!



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-Você está linda, sabia? – Ele diz, e eu instantaneamente coro.

Era dia 8 de junho. Eu havia conhecido Mark há alguns meses, mas em pouco tempo, acabamos nos tornando realmente amigos. Conversávamos todos os dias, trocávamos ideias sobre todo o tipo de assunto... E eu acabei me apaixonando por ele. Suspeitava de que talvez ele pudesse sentir o mesmo, devido ao número de indiretas que ele me dava... Ou pelo menos, que parecia dar.

-Sério? – Eu pergunto, parecendo não acreditar muito nele.

-Claro que sim. Na verdade, você é linda. –Eu coro novamente, torcendo para que ele não possa perceber o rubor em minhas bochechas. Ele ri.

-Eu trouxe um presente pra você, viu?  – Ele me encara sorrindo, e meu coração se derrete.

-Ué, como assim? Não precisava de nada!

-Claro que precisava. – Ele diz, puxando uma pequena caixinha verde esmeralda do bolso. – Eu não te dei nada no seu aniversário!

Eu me desmancho em um sorriso idiota e o agradeço com um grande abraço. Abro a caixinha devagar, e minha boca se abre com espanto, ao descobrir o conteúdo dela. Um pequeno anel com o número oito, cuidadosamente desenhado em prata. Era realmente lindo, mas eu tinha uma dúvida.

-Por que o número? – Pergunto, envergonhada e confusa.

-Porque é o dia do nosso primeiro encontro... e se você virá-lo, ele vira o símbolo do infinito.

-Encontro? Não sabia que isso era um encontro. – Eu sorrio, e ele confirma com a cabeça. – E então, por que o símbolo do infinito?

-Porque, se você me deixar, eu vou te amar para sempre. –Ele dá um meio sorrisinho arrogante, aquele que eu tanto amo.

Mesmo sem minha resposta, ele foi se aproximando de mim. Meu coração estava pulando, e eu podia praticamente sentir nossa respiração se unindo quando fomos interrompidos. Uma garota alta, com aproximadamente 1,75 m, olhos castanhos e cabelo preto o olha com fúria e desapontamento.

-Lisa! Eu, eu posso explicar! – Ele grita, me deixando sem entender nada.

-Não quero nenhuma explicação! – Ela responde e sai correndo.

-Quem é essa? – Eu pergunto, com uma raiva imediata surgindo dentro de mim.

-Bem Alice, eu te apresento minha namorada. – Ele responde, com um tom irônico.

-Sua o quê? – Me apavoro.

-Minha namorada. – Ele repete, como se eu soubesse disso o tempo todo, e não tivesse sido feita de idiota.

-Você tem uma namorada? Mas nós estávamos quase nos beijando! – Eu grito para ele, incrédula.

-Ah, não se iluda, né Alice. Você é só minha amiga, nada a mais, e é isso que vai continuar sendo. Eu amo a Lisa, e nunca nem pensei em ficar com você, está louca?

-É, eu devo estar louca mesmo. – Falo com a voz embargada, recolhendo a caixinha que ele me dera e a colocando na bolsa. – Tchau.

Volto para casa com meu coração em pedaços, nem presto atenção ao abrir a porta e vou direto para o telefone. Ligo para Becky, que atende ao primeiro toque, assustando-se com meu tom choroso.

-O que aconteceu, Alice? Ai meu Deus, o que aquele idiota fez? – Ela adivinha o problema de cara.

-Ele tinha uma namorada! Eu não consigo acreditar nisso, como eu fui ser tão estúpida? – Falo para o telefone, entre lágrimas.

-É melhor você se perguntar como ELE foi ser tão estúpido. Escuta aqui, esse garoto não merece nem a sua respiração, e eu não vou te deixar ficar mal por causa dele de jeito nenhum. Eu sabia desde o início que ele simplesmente não era pra você!

-É, eu sei, eu deveria ter te escutado, mas você sabe como eu sou... Eu sou uma idiota, isso sim. – Meu choro vai ficando cada vez mais alto e engasgado.

- Calma, Alice, você não... – Interrompo a chamada, jogando o telefone no gancho. Subo chorando para meu quarto, amaldiçoando o dia em que o conheci, todas as nossas conversas, ele e aquela namoradinha dele. Abafo um grito no travesseiro, ignorando o telefone (provavelmente Becky) e deixo as lágrimas rolarem até dormir, jurando para mim mesma que nunca mais vou acreditar em alguém. Nunca.

Meu cérebro volta para meu quarto, e ao olhar para a pequena joia em minha mão, acabo por tirá-la, jogando-a contra a parede, efeito de uma raiva que ainda estava lá, dentro de mim, em algum cantinho que nunca se apagaria. Não falo com Mark com a mesma frequência, porque tanto ele quanto eu sabemos que ele realmente estava prestes a trair a namorada naquele dia. Não sei se ele chegou a gostar de mim de verdade ou se apenas tinha prazer pelo proibido, mas decidi que debater aquilo dentro de mim seria apenas a perda de muito tempo valioso, que eu poderia usar para encontrar uma pessoa que me fizesse bem... Pena que ela ainda não apareceu. Recolho o anel do chão me arrependendo, com medo do que aconteceria se eu o tivesse quebrado. Devolvo-o na caixinha junto com meus sentimentos, esperando que eles nunca voltem a me perturbar.



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