Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 2
Capítulo 2 - Fazendo As Malas


Notas iniciais do capítulo

Até agora está mais para uma apresentação da personagem, logo começa a ficar mais interessante, hahaha, aguardem.



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Chego em casa exausta, depois de  ter perdido o ônibus e andado por três quarteirões. Largo minha bolsa em cima do pequeno balcão logo na entrada da minha casa, tiro meus tênis, e após abocanhar um sanduíche como almoço, pego um copo de suco de maçã e subo para o meu quarto. Lá em cima está um caos. Roupas jogadas por todo o lado, duas malas grandes e uma nécessaire em cima de minha cama king size, todos os meus produtos de cabelo e maquiagem sobre o balcão, livros, uns cinco tipos de protetor solar... Eu imediatamente adivinho o que está acontecendo ali. Minha mãe. Chamo-a, e como eu já esperava, ela responde, sua voz ecoando de dentro do meu closet.

-Mãe, o que diabos você está fazendo aí? – Pergunto, confusa com toda aquela bagunça.

-Estou arrumando suas malas. Eu tenho que ter certeza de que nada está faltando, é sua primeira viagem para fora do nosso estado. –Ela responde, com a voz preocupada.

-Eu consigo me virar, mãe. Não sou mais uma criança!

-Consegue?

Ela sai lá de dentro com um lenço listrado prendendo os fios de cabelos cor de mel, como os meus, e um avental todo preto. Arregala os olhos verdes e me olha, inquisitiva. Eu rio internamente diante daquela cena, imaginando que provavelmente ela havia visto aquilo em algum filme americano e resolvido imitar, como de costume.  Eu confirmo com a cabeça, e ela relaxa os ombros.

-Ah, isso é ótimo, porque eu realmente tenho que me arrumar para ir trabalhar... De noite nós conferimos tudo, ok?

-Ok, mãe. Sem problemas!

Ela saiu de forma apressada, já puxando o avental pela cabeça e retirando o lenço. Jogo-me na cama, empurrando para o lado os lençóis brancos e assistindo o teto cheio de estrelinhas, que eu havia passado várias horas tentando colar quando tinha cerca de sete anos, mas acabei tendo de pedir a ajuda do meu pai. Sinto saudades daquela época, e quase começo a viajar nas lembranças, mas decido não me demorar muito por ali, já que há muita coisa a fazer. Levanto-me em um pulo, e me aproximo do balcão.

Começo colocando todos os produtos de beleza no nécessaire listrado, que eu havia ganhado de aniversário de uma colega minha, todo decorado com pequenas cerejas. Organizo-os da melhor forma possível, apesar de saber que em menos de uma hora na praia, tudo estaria uma bagunça novamente... Bom, não custa tentar parecer cuidadosa. Sigo dobrando todas as roupas que minha mãe havia selecionado. Regatas de diversas cores, blusas soltas, shorts claros e escuros, meus jeans favoritos, e um vestido todo branco, para o ano novo, julgo eu.  Completo com meus dois vestidos floridos favoritos, uma jaqueta (para caso fizesse frio), e dois dos meus pijamas. Tento fechar o zíper, mas ele não cede facilmente. Cuidadosamente empurro a mala, que por fim, acaba se dando por vencida.

A outra mala, eu suponho, é para guardar minhas coisas favoritas. Começo por livros. Coloco alguns títulos dos meus escritores favoritos, e coloco também alguns que comprei ontem, depois da escola, quando passei pela minha livraria favorita, o único lugar em que consigo me sentir totalmente confortável fora da minha casa. Tem algo nas paredes de madeira, prateleiras cheias de livros e no aroma de café no ar que me deixa totalmente tranquila, então eu acabo passando lá todos os dias, para dar uma olhada nos lançamentos ou simplesmente para conversar com a dona, Sra. Esther, que é uma das pessoas mais amáveis e inteligentes que conheço. Ela é uma das únicas mulheres que, mesmo estando na terceira idade, ainda acredita em contos de fadas e tem uma relação perfeita com o marido... Ela me dá esperança. Para essa viagem, acabei comprando cerca de quatro ou cinco livros, romances.

Meu sonho é escrever uma história de amor... Mas uma história real. Uma história que aconteça comigo, e que eu possa guardar para algum dia me lembrar de cada detalhe, cada sentimento e cada faísca. Uma história que eu possa ler e entender imediatamente o porquê de todas as outras terem dado errado. Aguardo ansiosamente por poder começar a escrevê-la.

Sigo para meu notebook, com o objetivo de trocar as músicas que estão atualmente no meu mp5. Escolho, na maioria, músicas felizes e animadas, sobre verão, festas, diversão, mas acabo também adicionando algumas que falam de sentimentos... Nunca se sabe quando elas serão necessárias. Não que eu pretenda realmente me envolver com alguém nesse verão, mas... Ah, esqueça! Aguardo a barrinha verde chegar ao fim e retiro o cabo do celular, o colocando na bolsa que eu levaria dentro do avião comigo, num compartimento mais interno. Coloco lá também meus fones turquesa, que comprei no shopping semana passada, e uma escova de cabelos pequenina, para quando eu estivesse quase chegando, além de um kit de maquiagem bem básico, de uma loja perto da minha casa.

Então, ao olhar para minha caixa de joias que se encontra do lado esquerdo do balcão, lembro que tenho de pegar alguns acessórios. Coloco na mala meus óculos de sol favoritos, lenços coloridos, colares, pares de brincos, e no fundo, acabo encontrando uma caixinha azul... Dentro, um anel simples, de prata, com um pequeno símbolo do infinito, ou então um oito. Fico parada, olhando para aquela joia tão pequena, mas com um significado muito grande para mim. Suspirando, o coloco no dedo, e meus olhos marejam ao lembrar aquele dia... Sento na cadeira giratória encostada na parede do meu quarto, e então, o flashback vem com tudo.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!