White Lies escrita por Factory Girl


Capítulo 4
More Alone


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse é o quarto! Espero que gostem :)
More Alone - Jason Walker



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Katerina’s POV

Recebi muitos cumprimentos no caminho, e dentro da sala, mas eu não tinha um rosto para cada um deles. Eu apenas agradecia e respondia qualquer coisa que fosse relevante enquanto meus olhos voavam para todos os cantos em busca de qualquer um dos cinco rostos familiares e reconfortantes aos quais eu estava acostumada á ter francês. O mais próximo que cheguei disso foi Sarah, sentada sozinha no quinto andar de bancadas. Não era familiar, muito menos reconfortante, mas pelo menos era alguém novo para conversar. Melhor do que Aaron, sentado dois degraus á baixo, para quem dei um sorriso amarelo ao passar.

Aaron e eu tínhamos uma rixa que vinha durando desde a sétima série, quando ele falou algo que, honestamente, não me lembrava, e eu me chateei. E desde então implicávamos um com o outro. Ele, com flertes estúpidos, como na festa da noite anterior, e eu, com pequenos insultos toda vez que sua presença me era imposta.

Se fosse qualquer outra garota no meu lugar, e qualquer outro cara no lugar da Aaron, isso se tornaria uma história de amor, mais cedo ou mais tarde e, apesar de ele acreditar nisso, eu sabia que nunca aconteceria. Ele era simplesmente idiota de mais para que eu sentisse algo mais que camaradagem por ele, mas na maioria das vezes era só repulsa e antipatia mesmo. E apesar de todas as insinuações e brincadeira irritantemente persistentes, eu tinha certeza que ele sentia exatamente o mesmo.

- Oi, Sarah! – falei, sorrindo abertamente para ela enquanto me sentava na cadeira acolchoada azul ao lado da sua.

- Oi! – respondeu, sorrindo também. Eu podia ver o alívio por não ser mais a única que não conversava com ninguém em seus olhos, e fiquei feliz por ser a responsável por isso. Tinha algo no rosto de Sarah, que me fazia gostar dela. Ou talvez fosse o jeito como ela conversou comigo na festa, e como me fez sentir tranquila e confortável com seu próprio desconforto, mas algo me dizia que seríamos amigas, como Britt e eu.

- É o seu primeiro dia! Isso é importante! – falei, e ela riu comigo, colocando o cabelo atrás da orelha, um pouco envergonhada por ter se tornado o foco do nossa conversa.

- É, acho que sim! Hum... como terminou a noite de ontem? – perguntou relutante, tentando sair do foco dos holofotes, querendo continuar a conversar, mas sem saber o que dizer. Eu precisava dar os créditos. Apesar de ter achado um ultraje o comentário de Keira sobre Sarah vindo de uma escola pública, eu sabia que era verdade, e que não seria fácil para ela aqui. Eram dois mundos completamente diferentes, o qual ela estava acostumada, e no qual todos aqui viviam, e ela estava realmente se esforçando.

- Ah, eu estava cansada, dormi como uma pedra! E você? – perguntei, tentando manter o assunto rolando entre nós.

- Kate e eu voltamos para o dormitório... Nada de mais. – respondeu simplesmente.

- Eu gostaria de viver aqui. Mas não seria uma boa ideia... – falei, me inclinando para mais perto dela, colocando um das mãos em concha, como se escondesse o que dizia do restante da sala. – Keira me mataria na primeira oportunidade. – murmurei, lançando um olhar para Keira, que me fuzilava com os olhos da porta.

Keira era mais uma na curta lista de pessoas com quem eu não me dava bem. Na verdade, acho que a lista só incluía ela e Aaron. Eu costumava me dar bem com as pessoas, se elas se colocassem em seu devido lugar e não metessem o bedelho na minha vida. Vai ver era por isso que meu relacionamento com Susie, Meg e Mary dava tão certo. Tínhamos como regra máxima que, o que quiséssemos que ficasse em segredo, permaneceria em segredo, sem que as outras atormentassem a pessoa em questão, que na grande maioria das vezes, era eu.

Ambas rimos, e passamos o restante da aula comparando nossos horário, itinerários e matérias. Eu dizia a ela com que professores podia brincar, e com quais tinha verdadeiro azar por ter aulas, sem que nenhuma das duas prestasse muita atenção ao monólogo do Sr. Stanley sobre os polígonos e suas medidas.Nos separamos no fim daquela aula, e nos encontramos novamente na ultima antes do almoço, mas eu estava inquieta.

O primeiro e segundo tempos se passaram tranquilamente, sem que eu encontrasse com qualquer um dos garotos em nenhuma das aulas. Em uma escola com menos de 600 estudantes, quais as possibilidades de, nas oito aulas nas quais eles podiam estar, se tirarmos as duas de treino, não estarem em nenhuma?! Tinha alguma coisa errada, eu podia sentir.

- Kath! E... garota nova que eu não conheço. – disse Mary, correndo até mim o mais rápido que suas pep-toes permitiam. Eu sabia o que ela ia dizer: o que eu estava pensando? Andar com novatas não era permitido, eu mesma estipulara isso. Mas Sarah era diferente. Eu gostava de ficar com ela, e não dava a mínima para o que iam dizer.

- Essa é Sarah, a nova colega de quarto da Brittany... – comecei, mas me interrompi, me segurando para não revirar os olhos ao ver a expressão de nojo em seu rosto assim que toquei no nome de Britt.

Brittany e eu nos tornamos grandes amigas depois que ela começou a namorar Pogue, e posso dizer que continuaríamos a ser amigas tranquilamente se algum dia eles terminassem. O único problema era que nem Megan, nem Susan, e muito menos Mary, que tinha uma rixa com Kate desde o primeiro dia de aula quando ela derrubou café na sua Michel Kors nova, gostavam dela.

- Ta, ta, ta, tanto faz! Agora vamos, Meg e Susie já devem estar nos esperando! – falou, assumindo sua posição habitual ao meu lado direito, passando seu braço pelo meu enquanto Sarah apenas continuava a andar do outro lado.

- Ah, Britt está ali! Nos vemos depois Kath. – disse, soando aliviada e desesperada ao mesmo tempo, assim que passamos pelas portas duplas de madeira escura e lustrosa que davam para o refeitório da Spencer.

Acenei, com um sorriso, enquanto Mary me puxava para a direção contrária á mesa perto das janelas onde todas já estavam sentadas. Precisei de um instante para perceber que estávamos indo até o balcão, pegar nossos almoços, tão avoada que estava.

- Não precisava ter sido tão seca! – repreendi, usando meu tom autoritário, e sabia que ela sabia que eu falava de seu comportamento em relação á Sarah.

- O que queria que eu fizesse? A convidasse para se sentar com a gente?! Não seja ridícula! Nós temos um código, lembra?! Ninguém de fora...

-... Pode entrar á não ser que seja de comum acordo! Eu sei, as regras foram ideia minha, lembra?! – completei, revirando os olhos para ela. – Eu vou querer ravióli á quatro queijos, por favor. E suco. – falei para a cozinheira atrás do balcão, que montou meu prato com a comida na parte de trás, onde não podíamos ver e colocou uma caixinha de suco natural de laranja na bandeja, o canudo ao lado dos talheres. Mary olhou espantada para mim e eu ri. O pavor dela por carboidratos era patético, mas eu nunca dizia nada. Ela olhou o cardápio do dia na mão por alguns instantes, mas não prestei atenção no que ela pediu. Estava olhando em volta com um nervosismo anormal, procurando... E finalmente, lá estavam eles. Caleb, Pogue, Tyler e Reid, sentados em uma das mesas circulares, conversando e rindo. Eles estavam se divertindo enquanto eu estava aqui, quase morrendo de preocupação! Idiotas.

Segui para nossa mesa de sempre no modo automático, mas eu não queria me sentar... Queria continuar a andar até aqueles quatro bocós sorridentes no canto do cômodo e me sentar . Queria explicações sobre esse sumiço repentino sobre o qual eu não tinha sido avisada, e queria poder brigar com eles por terem me dado um susto tão grade sem ter que medir minhas palavras, como aconteceria se encontrasse qualquer um deles acompanhada pelos corredores.

No refeitório, e isolados do jeito que estavam, se eu não gritasse, a possibilidade de me ouvirem no turbilhão de vozes e conversas entrecortas, era quase nula.

- Kath, o que foi? – perguntou Meg quando eu parei ao lado da minha cadeira, mas não me sentei, como Mary fez.

- Hum... Eu já volto. Preciso falar com os garotos. – disse, sorrindo um sorriso que só levantou os cantos dos lábios e saindo, sem me importar em esperar por uma resposta. Não faria diferença alguma, tinha certeza disso.

- Onde diabos vocês estavam, será que eu posso saber?! – perguntei rudemente, me sentando na cadeira branca com encosto duro e assento acolchoado marrom, que estava sempre ali. Sempre disponível... Aquela cadeira era minha, antes de eu me mudar para outra mesa, com as garotas e algumas outras pessoas selecionadas ocasionalmente. Eles diziam que quando eu me cansasse de viver em um seriado adolescente eu sempre podia vir e me sentar naquela cadeira. Acontecia que, eu nunca me cansava daquilo. Na verdade, o que me cansava era a minha vida de verdade, e eu só via a escola como um refúgio, onde eu podia descansar e esquecer toda aquela loucura. Ali eu era, não só normal, como querida, e adorava cada segundo. Mas de vez em quando eu voltava para ali, na maioria das vezes apenas para resolver assuntos que insistiam em me perseguir no meu refugio e que não podiam ser adiados, mas, para minha felicidade, esses momentos era bem, bem raros.

- Hum... aqui. Cada um em suas respectivas aulas, por que? – disse Reid, com uma falsa expressão de inocência que não me enganava nem um pouquinho. Eu o ensinara a fazer essa cara quando tinha que enganar os pais ou alguma garota, não era possível que ele duvidasse tanto assim da minha inteligência á ponto de tentar usar isso comigo! Era quase um insulto.

- Por que eu chequei com a secretaria e vocês só pegaram os horários agora á pouco. – respondi, sorrindo de modo cínico para eles. Eu não tinha realmente feito isso, e tinha que admitir que estava sendo paranoica e que havia uma grande possibilidade de dizerem que estava louca, mas o suspiro de Caleb me dizia que eu não estava. Ele se inclinou para frente e massageou a têmpora enquanto eu tirava meus talheres do guardanapo e garfava um ravióli.

- Sou toda ouvidos. – falei antes de colocá-lo dentro da boca, mastigando devagar e mantendo meus olhos passeando por todos os quatro, mas eles tinham os olhos completamente grudados em Caleb, então fiz o mesmo, encarando-o em silêncio.

- Alguém morreu, Kath... – disse baixinho, apoiando os cotovelos na mesa e finalmente olhando diretamente para mim.

- O que você quer dizer? Quem? – perguntei assim que terminei de mastigar, usando um tom um pouco menos conspiratório que o dele, me inclinando um pouco para o centro da mesa como todos faziam, as vozes baixas e calmas.

- Um garoto, eu não sei o nome dele, mas não faz diferença. – respondeu Caleb, mas isso me confundiu. Se não fazia diferença, então por que isso interessava á mim?

- Pessoas morrem, Caleb. É o processo natural da vida, alguns demoram mais, outras menos, mas todos morrem. O que eu tenho á ver com isso? – questionei-o, tentando entender por que isso os faria se atrasar para a escola, sem sucesso algum.

- Ele não morreu naturalmente, Kathy! Alguém o matou...

-... E vocês acham que usaram o Poder. – deduzi, completando a sentença de Pogue. Quando ele falava desse jeito, era óbvio onde todos queriam chegar. Mas para mim ainda não fazia sentido algum. – O que é completamente ridículo por que, os únicos que tem o Poder somos nós, e nenhum de nós faria isso!

- Bom...

- MAS QUE DROGA, EU JÁ DISSE QUE NÃO FUI EU! – explodiu Reid, o rosto transfigurado de raiva, se colocando de pé violentamente, saindo em seguida, acompanhado pelos olhares curiosos que havia atraído em suas costas e que, depois de ele passar pela porta, recaíram sobre a nossa mesa.

- Estão achando que Reid faria isso?! Ele não poderia...! – sussurrei, percebendo que havia muito mais atenção voltada para nós agora do que antes, e que por isso teria que tomar muito mais cuidado com o tom e palavras que escolhesse usar.

- Nós não sabemos! Ele pode estar fora de controle, assim como... – Tyler deixou a frase inacabada, mas, entendendo o que ele queria dizer, senti a necessidade de completa-la por ele.

- Assim como eu. Vocês acham que ele pode estar viciado, mas ele não está! O fato de ele ter me ajudado com o Aaron, e a Sarah com o carro e ainda ter podido fazer aquilo no precipício ontem não quer dizer que ele não saiba se controlar! – protestei, minha voz baixa e urgente, praticamente exigindo que eles me entendessem e percebessem que eu tinha razão. Minha comida esfriava, apenas dois raviólis faltando no prato, mas eu não tinha mais fome.

- Talvez ele só esconda bem, não temos como saber! – retrucou Caleb.

- Não é assim que funciona! Vocês não entendem...! Não é algo que se esconda quando somos tão próximos...! Vocês sabiam, não sabiam? Quando eu perdi o controle, mesmo estando longe, vocês sabiam!

- É, mas com ele...

- Espera, por que me deixaram de fora? – soltei sem pensar. Isso só havia me ocorrido agora, e eu não queria mais saber das suposições estúpidas deles, eu queria saber por que tinham me excluído daquele jeito.

- O que? – perguntou Caleb, confuso com a mudança repentina da direção que nossa conversa levava.

- Vocês passaram a manhã discutindo sobre o garoto morto. Até acusaram Reid... Por que me deixaram de fora? – Os três desviaram os olhares para o teto ou o chão e, Caleb suspirou mais uma vez antes de voltar a me olhar.

- Pensamos que você precisava de um tempo. Precisa descansar, não pode se envolver com nada que envolva o Poder agora... – começou, mas mesmo querendo ver até onde ele iria com aquela desculpa, o interrompi.

- Eu estou bem! Não podem se reunir assim e me deixar de fora! Somos um circulo, lembram? Confiamos uns nos outros, compartilhamos informações! É assim que sempre foi... Quando é que começamos a esconder coisas uns dos outros?! – protestei, sentindo minha voz, apesar de ainda baixa, cortante. Me levantei rudemente e caminhei em passos largos e rápidos em direção á outra porta, uma das quatro que davam para a parte do jardim que ficava entre quatro paredes. Abri-a em um rompante, sem me importar com o barulho todo que eu sem dúvida causara, descendo as escadas sem me importar com o frio no jardim de inverno.

Apesar de dizermos que era um jardim entre quatro paredes, não era bem verdade por que, havia apenas três paredes, cada uma com uma porta e inúmeras janelas que iam do chão até o teto, proporcionando uma perfeita visão de quem estava do lado de dentro quando as cortinas eram abertas, o que não era o caso. A quarta parede, na verdade era um corredor, com arcos de ambos os lados, que ligava ás alas Leste é Oeste.

Pelos arcos, era possível ver o gramado, os canteiros e as árvores, se estendendo até as árvores ficarem mais densas e tornarem o horizonte negro.

Havia algumas pessoas andando apressadamente por ali, algumas indo em direção á porta que levava á biblioteca, outras em direção ao refeitório, indo para a porta de onde eu havia acabado de sair, e algumas seguiam pelo corredor dos arcos, indo da ala Leste para a Oeste, mas não liguei para elas, e caminhei em seu ritmo para um dos bancos de concreto de dois lugares em baixo dos carvalhos alaranjados que cresciam tanto que eu tinha certeza que algum dia não caberiam mais naquele quadrado limitado.

Sentei em cima das folhas de tons diferentes de marrom, apoiando meus cotovelos nos joelhos, assumindo a mesma posição da noite anterior, pensando.

Tudo bem, talvez eu não estivesse mesmo em condições de lidar com algo assim. Mas era meu direito saber quando coisas desse tipo aconteciam! Eles deviam ter me contado! Por que não contaram?!

- Posso me sentar aqui? – A voz desconhecida me assustou, e levantei a cabeça, procurando por alguém e rapidamente localizando um garoto de uniforme bem na minha frente. Como eu não o vi se aproximar?

- Claro, sem problemas... – falei, assentindo, sem me ajeitar no banco, permanecendo inclinada para a frente, mas agora com os antebraços apoiados nas pernas, desviando minha atenção para as copas das árvores, que balançavam com o vento.

- Kath, certo? – perguntou, e me virei novamente para encara-lo, surpresa por sua coragem. Obviamente ele era um novato. Todos aqui sabiam que não era seguro falar comigo quando eu estava de mau humor por que, eu explodia com muita facilidade. O menor “oi” em um dia de mal humor podia provocar toda  a minha ira, e ela não era pouca.

- E você é? – inquiri, sem me importar em ser educada com ele. Eu não o chamara para se sentar ali, ele veio por que quis, então agora que aguentasse.

- Chase Collins. Eu... falei com você e seus amigos ontem á noite. Evitei a briga...

- Entre Caleb e Aron, sim. Uma pena... teria sido divertido. – falei, levantando as sobrancelhas e finalmente me atirando contra o encosto do banco, cruzando meus braços contra o peito.

- Eu vi como você saiu do refeitório... Quer contar o que aconteceu? – perguntou, me fazendo rir.

- E por que diabos eu faria isso Chase Collins?! Eu nem sei seu nome do meio! O que o faz pensar que eu contaria algo á você? – Será que ele não estava percebendo meu estado de espírito? Ele não era só um novato, ele também era extremamente burro, percebi.

- Eu não tenho nome do meio e... eu não sei! Talvez você só precise de alguém para conversar. Só quis ser educado e oferecer um ombro amigo. – respondeu, dando de ombros e sorrindo sedutoramente para mim.

- Claro... Claro, me desculpe, isso não foi legal. Eu só estou um pouco estressada, é só. – Sorri, me desculpando. Não, eu não estava sendo completamente sincera, mas estava admitindo que não tinha sido legal com ele, o que, já era um avanço.

- Tudo bem. Você e os garotos são bem amigos né?

- Somos. Independente de qualquer coisa, eu morreria por aqueles idiotas.

- E por que brigaram? – inquiriu, insistindo naquilo.

- Nada de mais. Eles se recusaram e me dizer algumas coisas e eu, é claro, não gostei. Mas tenho que admitir que sou um pouco dramática de vez em quando. – expliquei, rindo um pouco ao pensar no quão dramática minha saída tinha sido. Eu não só era uma Drama Queen, também era boa nisso.

- Bom, talvez eles tenham seus motivos...

- Tem razão... Eles tem, e eu sei que estão certos. Mas e então, mudando de assunto, de onde você veio? – desviei, sem querer entrar de mais naquele assunto. Não dava pra conversar com ninguém sendo completamente sincera se isso envolvesse minha ligação com os garotos, e eu queria ser sincera, então era melhor manter aquele tópico em especial bem longe da nossa conversa.

- Nova Jersey, meus pais morreram e meu tutor decidiu me mandar pra cá. – disse simplesmente, dando de ombros.

- Espero que esteja gostando. – falei, colocando uma mecha solta de meu cabelo atrás da orelha.

- Agora, um pouco... – disse, sorrido para mim. Retribuí o sorriso, não muito surpresa que ele estivesse flertando comigo. Ele era previsível, como todos os homens, de Nova Jersey á Malásia, mas isso não queria dizer que não podia ser divertido.

- Que bom. – falei, com um sorriso sedutor, sendo seguida pelo sinal estridente que indicava o final do almoço. – Te vejo depois então, Chase-sem-nome-do-meio-Collins. – Acenei enquanto me levantava, sorrindo para ele e deixando o jardim para trás enquanto voltava para o interior do colégio, me dirigindo para a sala de álgebra.

Era cedo de mais para dizer que eu gostava dele, mas eu sentia algo em seu jeito despojado de interagir comigo que fazia de nossa conversa confortável, mais ou menos como Sarah, só que diferente... Eu não sei por que, mas algo no modo em que ele sorria para mim, me fazia querer contar o que estava acontecendo. Não uma resposta vaga, como a que eu tinha dado, a resposta completa. A história toda.

Mas o que eu estava pensando?! Nos conhecíamos há o que, dez? Vinte minutos no máximo?! Talvez eu estivesse carente de mais depois de passar dois meses trancafiada em casa. Ou talvez não. Não fazia diferença, eu não diria nada ao estranho até que ele deixasse de ser um estranho! Não importava se ele era charmoso...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) Deixem review hein!



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