Disney High (SENDO REESCRITA) escrita por Tha Duarte


Capítulo 2
Capítulo 2 - Estrada de Tijolos Amarelos REESCRITO


Notas iniciais do capítulo

Siiim, queridas, aqui está o novo capítulo reescrito. O grupinho do Cheshire está sumido, sei que vocês sentem falta, mas faz parte das adaptações necessárias para a história andar como quero.



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Alice

Alice sabia que tinha que ir pra aula.

Infelizmente, não estava nem um pouco afim de ir. Ouvir mais um professor chato dar aqueles discursos de horas sobre como o novo ano letivo vai ser, perguntando nome dos alunos novos, etc, era cansativo demais.

Estava em seu primeiro ano mas apesar de todos os calouros a essa hora estarem socializando e criando seus grupinhos, Alice resolveu ficar longe. Não era muito do tipo de socializar. Todos em sua antiga escola a excluíram por dizer que ela era 'sonhadora' demais.

Claro que esse era o jeito legal como eles a chamavam. A grande maioria só girava o dedo ao redor da orelha quando ela virava de costas. Eles achavam que ela não desconfiava que todos a chamavam de louca mas ela sabia. Só não tinha razões para brigar com ninguém por isso.

Nem mesmo a família a levava a sério, e isso era o pior de tudo. Quando costurou um colete para seu coelho de estimação, anos atrás, a irmã mais velha disse que isso era ridículo, coelhos não usam coletes. O pai disse para ela parar com essas besteiras e levar seus estudos mais a sério. E a mãe ficou calada no seu canto, como sempre.

Então quando o sinal do fim da primeira aula bateu, Alice rapidamente foi a procura de um lugar para se esconder. Os banheiros eram previsíveis e tinham atividade demais. O pátio era muito a mostra. As salas inutilizadas eram trancadas. O ginásio estava tendo aula dos segundanistas. Por fim, quando o segundo sinal bateu, ela encontrou o lugar perfeito.

Uma grande árvore, atrás do ginásio, com galhos baixos o suficiente para ela conseguir escalar (era boa de escalar, mas era baixinha demais para alcançar os galhos altos) e grandes o suficiente para ela se sentar. Tinha uma folhagem espessa então não seria vista. Subiu sem grandes dificuldades e quando chegou ao topo teve uma vista linda da cidade inteira de Chicago. A escola ficava no topo de um grande morro e de alguns pontos mais altos dava pra ver o outro lado do lago, no estado do Michigan.

Alice amava achar bons lugares com vistas bonitas, mas hoje estava tão cansada que acabou dormindo no galho da árvore. Acordou quando ouviu gritos desesperados de uma voz masculina.

“Ai meu Deus, estou atrasado! Muito, muito atrasado!” Um garoto que devia ter uns 22-23 anos de cabelos loiros, quase brancos, passou correndo embaixo da árvore de Alice. Ela coçou os olhos com as costas das mãos para ver melhor. Os olhos vermelhos do garoto eram chamativos, mas mais ainda era o colete xadrez vermelho e o relógio de bolso enorme que carregava.

“Ei! Ei, você!” Tentou chamar a atenção do garoto mas falhou. Franzindo a testa, desceu da árvore e foi atrás dele. Ele não parava e acabou saindo da escola, correndo apesar das chaves de seu carro estarem tilintando no bolso da calça jeans. Alice parou nos portões e pensou em voz alta como sempre fazia.

“Será que deveria segui-lo? Ah, mas se meu pai descobrir que matei aula ele vai ficar uma fera... Mas talvez eu nunca mais veja aquele cara e ele parece tão estranho...” Ela falava e falava consigo mesma, discutindo os prós e contras de ir atrás do loiro. Ainda tinha-o na visão, o morro era bem grande e ele não era muito rápido mesmo correndo.

“Que fazes aqui menininha?” Uma voz súbita atrás de Alice a fez pular e quase cair, assustada. Olhando para quem havia falado, ela viu um cara (ao menos ela achava que era) com cabelo cor-de-rosa com mechas roxas, orelhas de gato rosa falsas e uma cauda presa na parte de trás da calça.

“Que porra você tá vestindo?” Ela perguntou, nem um pouco gentil, olhando para ele como se fosse uma aberração. E talvez ele fosse. Ele fez um biquinho, mas isso não serviu para disfarçar os caninos anormalmente grandes que tinha.

“Ué, minhas roupas. É um país livre, eu posso me vestir como a rainha da Inglaterra se eu quiser” Ele riu da própria piada abrindo um sorriso enorme que chegou a assustar Alice. “Enfim, responda-me” Ele falou em uma voz formal e empertigada com uma risada mal disfarçada “Que fazes aqui menininha?” Ele repetiu sua pergunta.

“Vim tentar seguir um garoto estranho. Ele não parava de gritar que estava atrasado mas não pegou seu carro. Queria saber onde ele comprou o relógio de bolso dele, o aniversário do meu pai está chegando” Não foi bem por isso que ela o seguiu, foi por pura curiosidade, mas isso pareceria um motivo bobo até mesmo para ela.

“Ah, tá falando do White? Ele é professor assistente por aqui, mas vive trocando os horários dos trabalhos. Hoje ele deveria ter ido pra universidade local e se ele continuar atrasado assim a diretora Reddington vai cortar a cabeça dele”

“Cortar a cabeça dele?” Alice repetiu, abismada. Como uma mulher poderia fazer isso com um professor assistente só porque chegou atrasado?

“Ah, força de expressão. Quer dizer que vai despedi-lo” Ele deu uma risadinha da cara de Alice, que fez bico de raiva.

“Você gosta de rir, hein?” Ela pergunta, seca.

“E você gosta de pontos de interrogação nas suas frases” Ele sorri com todos os dentes, só aumentando o bico de Alice.

“Hnf, vou voltar pra aula” Ela diz, girando nos calcanhares e voltando para a escola sem olhar novamente para o garoto estranho. O único problema era que não conhecia muito da escola e acabou perdida. “Ah, droga! Porque isso sempre acontece?!?” Ela gritou para si mesma quando se deparou com o prédio errado mais uma vez.

“Perdida?” A voz familiar lhe roçou o ouvido.

“Nem um pouco. Só resolvi tomar um pouco de ar fresco” Ela falou, arrogante, apesar de estar completamente insegura por dentro. Ela mordeu o lábio, nervosa. “Tá bem, estou perdida. Me ajude, por favor!” Ela pediu, mas sem encontrar os olhos violeta do menino, de tanta vergonha que tinha. Parecia que todos tinham olhos de cores estranhas por aqui. Ele riu novamente da cara de Alice, mas dessa vez ela não se importou. Não reclamaria se isso fosse o preço para achar seu caminho de volta.

“Okay, menininha, eu te ajudo” Ele disse.

“Alice”

“Hm?”

“Meu nome é Alice. Não menininha. Me chame assim” Ela encontrou os olhos violeta e viu divertimento neles. O sorriso continuava estampado em seu rosto, nada parecia tirá-lo do lugar, mas parecia menos agressivo.

“Okay, Alice. Qual seu ano?”

“Primeiro”

“Oooh, uma caloura. Que divertido, não conheço muitos da sua espécie” Ela bufa, soprando sua franja pra cima.

“Não sou parte de uma espécie a parte da sua, seu doido de pedra. Sou humana que nem você, meu ano não tem nada a ver com isso”

“Charles”

“Oi?”

“É Charles, não doido de pedra” Ele piscou. “Charles Cheshire, mas me chame como preferir”

“Okay, Charles” Ela falou com um meio sorriso entretido. “Pode me ajudar a achar meu prédio?” Ele riu do tom de garotinha perdida que ela colocou na voz.

“Mas é claro, Dorothy. Mas primeiro precisa de sapatos novos” Ele falou com uma vozinha afeminada, tentando imitar a bruxa boa do Sul do filme do Mágico de Oz. Alice riu, não dava pra aguentar não rir daquela cara que ele fez.

“Pois bem, Glinda, para onde devo ir?” Ela resolveu participar da brincadeira.

“Siga a estrada de tijolos amarelos” Ele disse, pegando o braço da novata no dele e arrastando-a para o lado oposto em que estavam. Juntos, cantarolaram a musiquinha do filme juntos, saltitando o caminho como se fossem a trupe indo à Cidade de Esmeralda.


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Notas finais do capítulo

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