Pov. Rosalina Stull

– Olá. – Levantei os olhos e encarei uma garota muito bonita. Ela tinha longos cabelos dourados e olhos azuis bem claros. Aparentava ter minha idade.

– Oi. – Estreitei os olhos, enquanto ela sentava na minha frente. Eu vi quando essa garota subira no vagão. Era tributa do Distrito 1.

Olhando assim, parecendo tão frágil e delicada, é difícil acreditar que tenha sido escolhida pela própria população.

– Meu nome é Meera. – Ela sorriu, mostrando dentes perfeitamente alinhados, por trás de lábios rosados.

– Meu nome é Rose. – Respondi, desconfiada. É claro que ela está querendo fazer alguma aliança.

– Distrito 2? – Ela perguntou, olhando para trás de meus ombros, onde um grande número 2 estava costurado no estofado do trem.

– Sim. – Respondi, despedaçando um pão. Olhei para onde os tributos do Distrito 1 geralmente ficam, no banco deles, e vi um garoto com a cabeça recostada no vidro da janela. Ele era alto, muito alto, e tinha a pele morena, diferente da maioria das pessoas de seu Distrito. Tinha os olhos fechados e os cabelos negros arrepiados.

– Aquele é Timothy Folks. – Ela disse, olhando para a mesma direção que eu. – É meu companheiro de Distrito. Bem bonitinho, não acha?

– Tanto faz. – Dei de ombros, pegando outro pedaço para começar a esmigalhar.

– Rose. – Ela me chamou e eu levantei os olhos para encontrar os dela. – Você realmente acha que os Carreiristas não devem ficar juntos?

– Não falei nada. – Levantei uma sobrancelha.

– Mas não está muito empolgada com minha tentativa de amizade. – Ela retrucou, levantando a dela também.

– Só não estou feliz em ir para a morte certa. – Suspirei, encostando no estofado. – Mas então, você quer uma aliança, Meera?

– Sim. – Ela assentiu. – Acho que é esperta o bastante para se unir à mim e ao Timothy, embora eu não leve muita fé nele. – Ela fez uma careta na direção do garoto dormente e então olhou novamente para mim. – O que acha? – Ela perguntou, estendendo a mão para mim.

– Por mim tudo bem. – Apertei-a, mas então a puxei para mais perto, olhando no fundo de seus olhos. – Mas não quero que se esqueça que, assim que for possível, serei a primeira à te atacar.

Meera sorriu de escárnio, deixando seu rosto ainda mais belo, mas de um jeito assustador.

– Te digo o mesmo, Rose.