Ensinando A Amar escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 22
Saia justa outra vez.


Notas iniciais do capítulo

Eu vou correr daqui antes que vcs me matem ok?!



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Alunos corriam como loucos. Professores gritavam aos quatro cantos de cada corredor. Coordenadores atarefados passavam ignorando a bagunça generalizada. Havia chegado o grande dia. A abertura do projeto anual seria dali a algumas horas e a escola, mesmo estando ainda no turno da manhã já se encontrava em perfeito caos.

– Miguel, ajude Gabriel com os balões. – Juliana gritou para o Sant’Anna mais novo, que agora sem o gesso na perna era muito mais útil.

– Mas professora ele está apenas prendendo algumas faixas. – Miguel disse rindo da distração da moça e ela o encarou pensativa.

– Vá com ele prender algumas outras faixas então. – Ela ordenou em tom de desafio o rapaz riu ainda mais balançando a cabeça em negação.

– Eu vou, mas só por que eu sou seu fã. – Ele falou passando por ela rindo galanteador. Juliana deu um “golpe” no braço do rapaz com a pequena toalha que segurava em mãos o fazendo rir ainda mais abertamente.

– João Marcos e Lucas, tratem de deixar as meninas terminarem o trabalho delas e vão logo caçar algo pra fazer. – Ela gritou assustando os rapazes e as garotas que lançavam sorrisinhos contentes com a atenção que estavam ganhando dos belos rapazes.

– Sim senhora. – Os dois se levantaram e rapidamente se colocaram em posição de sentindo batendo uma continência desajeitada e correndo para longe da ira de Juliana em seguida. Por ia, podemos entender uma bolinha mal feita, usando o pano que ela tinha em mão, voando na direção dos rapazes.

– E nem pensem em se esconder no refeitório. – Ela avisou e ouviu a risada alta dos dois rapazes. Eram bons garotos. A convivência com eles e Gabriel havia mostrado a Juliana que eles não eram nem de longe meninos ruins. Eram apenas garotos, fazendo juz a sua idade. O pensamento fazia Juliana tremer um pouco já que eles tinham basicamente a mesma idade de Gabriel. Mas o rapaz era parecia mais maduro. Nada pra ele havia sido fácil. Desde sempre ele teve dificuldades de aprendizagem na escola, o que levava a algumas dificuldades de relacionamento e convívio social. Foi o tempo quem trouxe novas armas para Gabriel. Em meio a uma sociedade que exclui o diferente, e que humilha o “mais fraco” a beleza de Gabriel e sua aura de bondade e certa “inocência” o deram vantagem na conquista das pessoas. Das garotas em especial, já que João e Lucas, os dois melhores amigos do rapaz se compravam quase que no mesmo patamar que ele no quesito beleza e simpatia. Miguel também era um bom garoto. Gostava do irmão e era um menino bastante popular. Juliana já o havia visto defender Gabriel em sala. Quando a suposta força dele estava longe, os colegas da escola sempre caçoavam de sua “falta de capacidade intelectual”. Mal sabiam eles, que Gabriel era mesmo diferente, mas para Juliana, a pessoa incapacitada era aquela que tinha a coragem de dizer algo dessa maneira em relação ao rapaz. Ele não era somente diferente ou especial. Ele era único. Ele era essencial. Não só na vida de Juliana, mas na vida de todos aqueles que mesmo com todas as suas qualidades especiais, Gabriel havia conquistado.

– Pensando em mim professora? – Gabriel sussurrou a uma distância segura de Juliana e ela ouviu a risada baixa dele quando ela deu um pequeno pulo com o susto causado pela voz dele.

– Que tipo de pergunta é essa moleque? – A voz do professor de artes, Alberto Montarez, se fez ouvir e Gabriel sentiu o sangue lhe abandonar as faces. Juliana mais uma vez pulou de susto ao reconhecer uma nova voz. A cada dia eles pareciam em maior perigo. Não daria para manter uma situação como aquelas em segredo por muito mais tempo. Agora Juliana tinha certeza.

– Ele só me fez uma pergunta professor, não vejo motivos para a forma rude de tratar o garoto. – Juliana se virou na direção dos dois e disse buscando toda a firmeza profissional de sua voz.

– Agora você permite os alunos a falarem gracinhas com você e ainda me desautoriza na frente deles? Onde está seu profissionalismo Juliana. – O homem falou com todo o seu veneno habitual e Juliana sentiu toda a sua defesa se lançar contra o detestável professor à sua frente. A sorte de Alberto Montarez é que a fúria de Juliana veio antes da de Gabriel.

– Não vejo motivos para me tratar dessa forma professor e se tem alguém aqui me faltando com o respeito esse alguém é única e exclusivamente você. – Juliana disparou enfatizando bem a palavra você. Sua idade era algo que fazia com que os professores mais velhos a tratassem como uma criança. – Gabriel apenas queria saber como se diz “pensando em mim” em inglês. Até onde me recordo Eu sou a professora de inglês aqui e se o senhor não se importa eu vou responder ao meu aluno.

– A senhorita devia rever a quem deve mais consideração por aqui. – O homem falou e ela riu.

– Com toda certeza não é a alguém que se acha no direito de interferir no trabalho de outros profissionais e nem de uma pessoa que se acha no direito de usar de sua função para desmerecer os outros. – Ela terminou e viu Gabriel a encarar boquiaberta. – Se me da licença. – Ela falou se virando na direção oposta dos dois e parando alguns passos depois ela voltou a se virar. – Você vem comigo Gabriel.

No instante seguinte Gabriel se colocou a caminha o lado dela e assim que se viram a uma distancia segura, mas não a ponto de levantar suspeitas ela o encarou com sua melhor expressão serena dizendo as palavras que iam completamente contra o que seu rosto demonstrava.

– Se sua intenção era me matar de susto, você quase conseguiu. – Ela falou mantendo uma expressão natural e ele quase riu.

– Me desculpe, por favor. – Ele pediu fazendo menção de se aproximar, mas se deteve assim que viu o olhar de repreensão dela. – Eu não vi que ele estava por perto. Na verdade aquele maníaco saiu sabe Deus de onde, por que eu realmente não sei. – Ele resmungou fazendo careta e Juliana teve vontade de beijar aquele biquinho que ele fazia quando estava aborrecido com algo. Mas ela estava brava com ele, e se manteria firme.

– Não adianta fazer essa cara. – Ela falou e ele riu discretamente.

– Que cara?

– Essa sua cara de cachorrinho abandonado.

– Eu não estou fazendo isso.

– Está sim.

– Se eu concordar você me perdoa.

– Eu perdoaria de qualquer forma.

– Eu amo você. – Ele falou sorrindo largamente e ela riu também antes de responder.

– Eu sei.

Dizendo isso Juliana deu as costas a Gabriel e não se virou para confirmar sua teoria da cara de indignado que ele estaria fazendo.

Juliana sabia. Era inevitável. Aquela situação era perigosa demais e estava chegando momento de tudo vir a tona. Ela sabia o que estava por vir ela só esperava estar preparada para passar por tudo o que viria. E ela esperava também, que ele também estivesse.




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não queiram me esfolar pela demora!
Eu tinha colocado gif, mas não apareceu! Sem graça o Nyah ta hj comigo :(
Ml e dois beijos e fiquem com Deus!
Eu amo vcs e Ele também ama!
FELIZ DIA DOS NAMORADOS PRA QUEM NÃO É UMA VELHA FOREVER ALONE COMO EU EPARA QUEM É TAMBÉM! FELICIDADES PARA TODO MUNDO, POR QUE TODO MUNDO PODE SER FELIZ :) LOL