Ensinando A Amar escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 23
Espelhos e reflexos


Notas iniciais do capítulo

Genteeee, capitulo grande de mais. Me desculpe por isso e pela demora tbm. Mas acho que vai valer a pena!
Espero que gostem!
Ouçam alguma coisa nesse capitulo, sei lá...Talvez. essa musica aqui ajude. Eu escrevi o final com ela.
http://www.kboing.com.br/onerepublic/1-47294/
MAs para começar, essa aqui é melhor eu acho...Nada a ver, mas lega...rs'
http://www.kboing.com.br/joe-brooks/1-1085987/
Eu comecei a escrever ouvindo ela e umas outras. Me inspiraram bastante!rs



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E o dia finalmente havia chegado. O dia onde tudo mudaria. O dia onde Juliana poderia provar para todos que era capaz, e o quão incapaz ela poderia ser mesmo assim. A garota de estatura mediana se encarava no espelho do quarto. O vestido simples, a maquiagem bem marcada, as sapatilhas de boneca e o cabelo naturalmente emaranhado em fios disformes. Sua imagem refletia o mascara que ela era. A garota razoavelmente bem sucedida profissionalmente. Bonita, de maneira quase comum. A filha perfeita. O exemplo a ser seguido. A Juliana Bonfim. Ou seria ela na verdade a senhorita tampinha que escondia de todos aquilo que era de verdade. A garota que tinha a vida pré moldada e o dom de fazer as pessoas acreditarem nos eu sorriso. A garota criada para ser exemplo, e que ao se olhar no espelho via apenas o reflexo de alguém que nem ela mesma conhecia. Era professora as vinte e pouquíssimos anos e já construía uma carreira. Essa que poderia ser, de fato, brilhante, caso ela não estivesse disposta a abrir mão de tudo pelo seu garoto.

Gabriel Sant’Anna havia sido um dos poucos a conhecer a verdadeira face de Juliana Bonfim. Aquela face que a todo custo ela tentava camuflar diante de todos. Gabriel havia tirado de seu coração peso de anos de esconderijo e escuridão. Ele a fazia sentir de forma que ela sabia que mesmo que ele desistisse dela alguma hora, ela sempre teria a certeza de que tudo havia valido à pena. Ele a fazia sentir viva outra vez. Como nunca antes talvez.

-Filha, você vai se atrasar. – A voz de sua mãe a tirou de seus devaneios. – Juliana, você está linda. – A mulher disse arrancando um sorriso da filha que a encarava como se já sentisse o que estava por vir.

- Mamãe... – Ela disse sentindo estranhamente os olhos embaçados.

- Você está bem filha? – A mulher perguntou estranhando o comportamento estranho da filha. Ela era uma menina calda na maior parte do tempo, mas a mulher podia sentir que algo estava acontecendo de errado.

- Mamãe, eu... – Ela começou a dizer tentando se manter calma. Com um desespero que não sabia de onde mais se apossava a cada palavra dita mais e mais de si. – Eu fiz tudo o que pude mãe. Eu tentei, mas não deu pra ser perfeita. – Ela falou como em um suspiro e o olhar preocupado de sua mãe estava cada vez mais pesando sobre si.

- Juliana, você está me assuntado. – Joana Bonfim encarava a filha a olhos atentos. – Aconteceu alguma coisa filha?

- Por favor, eu só quero que você tenha certeza de que eu tentei dar o melhor de mim. – Ela disse sorrindo triste e encarando os olhos atentos da mulher a sua frente. – Não se preocupe. Eu preciso ir agora. Deseje-me sorte. – Ela pediu tentando parecer calma outra vez e conseguindo apenas um novo olhar de preocupação da mãe.

Com um ultimo aceno preocupado Juliana deixou sua casa, indo em direção à praça onde ocorreria a apresentação do projeto da escola onde ela trabalhava.

O caminho foi tranqüilo. O som do carro tocava musicas aleatórias. O coração mantinha batidas ritmadas. O pensamento vagando até o garoto de olhos azuis que era dono do seu coração. Não demorou muito para que estivesse de frente a bonita praça, ornamentada milimetricamente por seus alunos. Sorriu. Ela havia feito um bom trabalho até ali.

Na casa dos Sant’Anna dois belos rapazes perambulavam pelos cômodos. Roupas alinhadas de garotos vistosos. Eram bonitos até nos trajes mais simples, mas naquele dia em especial Marieta observava como seus filhos estavam lindos. Gabriel havia acabado de subir de volta ao quarto, para procurar as chaves do carro, enquanto Miguel aguardava impaciente o irmão. A mulher havia feito questão de registrar o momento tirando uma foto dos dois irmãos. Eram seu orgulho. Seu marido sorria ao encarar a todos. Eram sua família.

 No andar de cima Gabriel encarou uma ultima vez seu reflexo no espelho. Ele se perguntava uma vez mais o que tinha de especial para ter chamado a atenção de Juliana. O rapaz sabia que estava agindo de forma errada. Juliana era mais velha e era também uma pessoa incrível. Ele tinha medo de que ela não o quisesse mais depois de um tempo. Que cansasse de sua pequena aventura. Mas ele sabia, que mesmo que isso viesse a acontecer, ele teria lembranças boas. Ficaria sem parte de seu coração, mas teria sempre a certeza de ter vivido um amor. Uma paixão capaz de ir contra a tudo e mesmo assim, ser bem sucedida. Era sua aventura. Era a história de amor deles. Incorreta e vacilante, mas real.

- Vamos logo Miguel. Temos muito o que fazer hoje. – Ele gritou do topo das escadas assim que disse adeus ao seu reflexo no espelho. O reflexo que mostrava as imperfeições e as qualidades. O reflexo físico de tudo o que ele era, e que escondia tudo o que ele sentia.

- Até que enfim. – Miguel suspirou e seguiu o irmão até a porta, sob um último e intenso olhar de sua mãe.

Eles seguiram rápido, como sempre Gabriel dirigia. A praça logo pode ser vista. Os alunos encaravam seu próprio trabalho enquanto aguardavam o ato de abertura. Alguns corriam por entre os propensos expectadores e outros apenas esperavam para assistir.

Juliana estava próxima ao palco observando de perto a bonita decoração. As luzes e o ambiente forjado a cada pedacinho para parecer jovial e aconchegante. Estava lindo. E ela se sentia feliz por ter feito parte daquilo.

- Bonito trabalho professora. – Uma voz suave falou próxima de si e ela por um instante estar alucinando. Se virou e encontrou o olhar brincalhão de Gabriel se aproximando, mas a voz não havia vindo dele. Havia vindo de Herbert Gonçalvez, o jovem alguns anos mais velho que ela e que tinha ao seu lado uma aparentemente adorável jovem. Era sem duvidas nenhuma, seu ex namorado, e a garota com quem ele a havia traído.

- Agradeço. – Juliana disse educada e estava pronta para se virar e se afastar dali quando a voz dele voltou a chamar a atenção dela.

- Devo presumir que está fugindo de mim? – Ele perguntou com ar risonho e Juliana evitou a todo custo um revirar de olhos categórico. – Achei que tudo estivesse sido esclarecido e ficado bem entre nós.

- Eu nunca disse o contrario. – Ela respondeu visivelmente tentando se esquivar e viu um sorriso maldoso se formar nos lábios dele.

- Então diga-me, velha miga, como anda sua vida? Apaixonada por alguém? – Ele perguntou e Juliana questionou a sim mesma a capacidade da outra moça de se manter impassível diante de tal constrangimento. – Eu sei que você vai me responder. Em nome dos velhos tempos. Se lembra que éramos amigos antes de tudo isso não é? – Ele perguntou sorrindo e ela sentiu seu estomago embrulhar.

- Juliana, eu acho que precisamos de sua ajuda lá atrás. – Uma outra vez soou e essa Juliana teve certeza de quem era e também do quão próximo de si o dono dela estava. – Acredito que seu amigo possa esperar,estou certo? – Gabriel soou rude até para si mesmo, tocando devagar nos ombros da professora.

- Vejo que é verdade então. – Herbert riu e Juliana teve vontade de socá-lo. – Está mesmo namorando.

- Esse é Gabriel. – Ela falou simplesmente e o rapaz encarou o homem a sua frente. – Gabriel, esse é Herbert, um antigo conhecido...

- E ex noivo dela. – Ele mesmo completou a frase e pode ver claramente o brilho de puro descontentamento passar pelos olhos do jovem rapaz. – Devo crer que você é o atual? Confere com a descrição...

- Do que é que você está falando? – Juliana soou áspera e o homem riu mais.

- Esse deve ser o garoto com quem você se envolve sem poder. Seu aluno autista. – Ele respondeu em tom de confidencia e Juliana sentiu todo o sangue lhe abandonar a face.

- Ele não é altista e eu não sei do que você está falando. – Ela respondeu firme e ele arqueou as sombracelhas.  Nesse momento alguém mais se aproximou deles.

- Devo te apresentar minha sobrinha Angélica, Juliana? – Herbert disse e Juliana entendeu de onde vinha o veneno nas palavras do ex. Ela havia contado tudo a ele.

- Eu preciso ir. – Juliana disse e Gabriel continuou próximo a ela. Como um segurança.

- E vai me deixar aqui falando sozinho? – Ele perguntou enquanto ela se afastava. – Devo acreditar então que você e Gabriel Sant’Anna são mesmo amantes? – Herbert falou alto aponto de fazer os alunos próximos, assim como alguns professores e convidados pararem o que estavam fazendo.  Juliana sentiu o chão se esvair de debaixo de seus pés. Era como se alguém a tivesse acertado seu estomago com um tronco de arvore, ou simplesmente sugado todo o ar de sua volta. Ela sentiu seu corpo amolecer e seu mundo girar por completo. Ela teria caído se não tivesse sentido braços fortes a envolverem pela cintura. Gabriel a segurava em seus braços a dando sustento para se manter de pé. Ela ouvia as vozes ao seu lado a perguntando se estava tudo bem. Ela não podia acreditar nisso. Era irreal e insano. Estava perdida. Estava tudo perdido.

- Eu acho que isso confirma muita coisa. – Herbert disse bem próximo de si e no instante seguinte tudo se passou muito rápido. Miguel apareceu quando Gabriel a largou e logo o Sant’Anna mais velho se lançou contra Herbert o derrubando com um único soco.

João e Lucas chegaram apavorados segurando Gabriel pelos braços e evitando que o rapaz desferisse mais golpes sobre o outro. Ela se levantou. As lágrimas embaçavam seus olhos. Os olhares eram todos direcionados a si, sendo alternados por segundos entre ela e Gabriel. Miguel a mantinha próxima de si e assim que ela se deu conta seu s pés já a impulsionavam para fora dali. Negar seria perda de tempo. Ela não tinha mais a capacidade de pensar. Ela viu Miguel tentar conte-la. Angélica sorrir. João e Lucas tentavam ajudar Gabriel a se livrar de alguns guardas que chegavam. E então ela correu. Como se sua vida dependesse daquilo. Sua mente estava a mil, mas não focava em pensamento algum. E ela entrou no carro, acelerando para longe em seguida. Pena que o longe nunca chegaria. Ouvindo o grito surdo de Gabriel do outro lado da rua, e vendo até mesmo o sorriso de escárnio de Angélica sumiu, ela se virou para frente uma ultima vez. E então o branco invadiu seus olhos. Estava acabado. Sua mente finalmente encontrou paz. E tudo se apagou.


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Notas finais do capítulo

E então?
Não me odeiem por favor. Eu senti que devia fazer isso assim!!rs'
Gostaram, odiaram, querem mais? Alguma reação?!
Preciso saber por favor :)
Amo vcs e fiquem com Deus!
Prometo postar logo se vcs comentarem bastante e recomendarem talvez!
Reta final, com certeza
PS: INDIQUEM MUSICAS PARA MIM. EU VOU OUVR NA HORA DE ESCREVER O PROXIMO CAPITULO, ENTÃO, VCS PODEM MANIPULAR MINHAS EMOÇOES ATRAVES DELAS OK?! QUE TAL? QUEM TOPA?RS' ~não me deixem no vacuo, please ~