I Am Seeing You Until Die Forever escrita por Krieger


Capítulo 2
Eu nunca mais quero te ver.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Espero que gostem! Qualquer erro, se quiserem, me avisem. Comentários sempre me fazem feliz, ainda mais porque essa é minha primeira fanfic (:



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Meus pais tinham ido viajar para trabalho de novo e, como sempre, eu estava no meu quarto com Laine, desenhando algumas coisas com giz. Era divertido. Toda vez que eu não estava com ela eu ficava sozinha, algumas pessoas até podiam vir falar comigo, mas minha expressão era sempre a mesma, era sempre desanimada. Era entediante falar com eles, pareciam tão falsos aqueles sorrisos para mim. Laine sorria sempre de um jeito que eu gostasse, aliás, eu criei o jeito dela, era o melhor.

– Estou com fome... – puis uma mão na barriga.

– O que? Não almoçou hoje? – Laine parou de desenhar e olhou para mim.

– Não... – balancei a cabeça negativamente.

– Vou pensar em algo pra fazer... Não quero ver você desse jeito. – ela sorriu.

– Acho melhor pedir para a vovó. Está com fome também, Laine?

– Sim... Um pouco...

– Então tá, irei trazer alguma coisa para você comer também. – me levantei e sorri para ela.

Quando passei ao lado dela e ela segurou minha mão.

– Não posso ir junto? – ela levantou a cabeça e olhou para mim.

– Pra que? Irei voltar rapidinho. – dei um sorriso confiante.

– Tudo bem...

A deixei no quarto e desci as escadas rumo à sala. Não tinha percebido, mas, já estava de noite. A sala estava completamente escura, apenas a luz da TV iluminava um pouco. Consegui ver minha vó sentada de frente para ela e, ao seu lado em uma pequena mesa, estava uma garrafa. Não sabia que minha vó bebia... Era por isso que era tão antipática?

Caminhei lentamente até ela e fiquei em sua frente, tampando a vista para a TV.

– Ei, vovó... – sorri.

– O que foi criança? – ela disse e inclinando um pouco para o lado, tentando ver a imagem da TV.

– Eu estou com fome...

– E não tem comida? – o bafo dela era de fumo, também era surpresa saber que ela fumava. Era uma verdadeira vagabunda.

– A senhora não fez almoço hoje e, por isso, estou com fome... E não, não tem comida, por isso vim perguntar para você se pode fazer algo para mim. – sorri novamente, tentando ser educada.

– Por que eu? Se você quer comer faça comida para você mesma. É inútil que nem sua mãe, meu Deus. – ela suspirou e desistiu de tentar olhar a TV.

– Mas eu ainda sou nova, não consigo mexer com nada...

– Se vire! Quando eu era pequena eu me virava sozinha, a vadia da minha mãe nunca me ajudou em nada. É assim que a gente aprende a viver! – ela já estava nervosa.

– Eu estou desde manhã sem comer... Por favor, vovó, só hoje... –olhei para ela com os olhos cheios de lágrimas.

Ela já estava nervosa, não disse mais nada, apenas ficou me encarando. Vendo que eu não iria sair de frente da TV, ela pegou a garrafa vazia que estava ao seu lado e olhou para mim. Fiquei a encarando com um pouco de medo, no silencio podia ouvir minha barriga roncar às vezes. A velha ficou me encarando mais um pouco até perder completamente a paciência, tacando a garrafa vazia em mim e acertando em minha testa. Gritei e cai para trás, começando a chorar loucamente. Puis uma mão na testa e percebi que havia sangue escorrendo da minha cabeça.

– Que isso sirva de lição! Agora saia daqui e me deixe em paz! Já estou fazendo um grande favor para a vagabunda da sua mãe, cuidando de você! – ela pegou um cigarro e o acendeu.

Levantei-me e sai correndo, subindo as escadas desesperadamente e abrindo a porta do meu quarto, tropeçando e caindo no chão logo que entrei. Laine estava pintando alguns desenhos com giz e se assustou quando eu entrei, correndo até mim logo que me viu caída no chão. Ela me deitou em seu colo.

– Mille! O que aconteceu? Você está bem? – ela, colocou a mão em minha testa, percebendo que estava sangrando, ela limpou o sangue que escorria.

– A vovó... Não gosta de mim! –encostei minha cabeça na barriga de Laine e segurei sua blusa, chorando.

– O que ela fez?! –ela segurava minha mão.

– Ela me acertou com uma garrafa... Não adianta, ninguém vai me ajudar. Desisto! – falava entre soluços.

– Não, Mille... Eu estou aqui, nunca sairei de perto de você... Eu sempre estarei contigo, lembra?

– Sempre?

– Sempre...

Fiquei deitada um tempo no colo de Laine até parar de chorar. Minha testa já não sangrava mais, havia apenas sangue que tinha secado em minha testa, que tampava o corte.

– Eu a odeio... – falei com uma voz mais calma. – Quero mais que ela morra...

– Morrer... Você deseja que ela morra? Esse é seu desejo? – Laine olhou para uma parte vazia do quarto, falando com uma voz um pouco estranha.

– S-Sim... – não sabia ao certo do que ela estava falando.

– Mille, querida... Eu já volto. –ela sorriu e deu um beijo em minha testa, me deitando no chão. – Fique quietinha, não quero que se machuque mais.

Laine sorriu mais uma vez para mim e saiu do quarto, fechando a porta lentamente. Fiquei a olhando enquanto ela saia do quarto, depois deitei minha cabeça no chão e fechei os olhos. Eu queria dormir para esquecer-se disso tudo, eu queria imaginar que estava tudo bem, que eu estava bem. E foi isso que eu fiz, em poucos minutos eu já estava dormindo ali mesmo.

Não dormi muito, alguns minutos depois eu abria os olhos e me levantei rapidamente, ficando sentada no chão. Eu sentia um cheiro de queimado estranho, tudo começou a ficar quente e eu suava um pouco.

– Laine? – olhei em volta, ela não estava lá.

Comecei a ficar desesperada, a única coisa que fiz foi me levantar e abrir a porta. Eu via algo vermelho no andar de baixo, na sala. E uma fumaça também, que vinha até mim e batia no meu rosto, estava quente. Eu só queria correr pela casa e gritar o nome dela até ela vir até mim. Estava curiosa para saber o que acontecia na sala. Desci as escadas correndo e parei quando vi as chamas. Fiquei parada, congelada com a imagem que via.

Na poltrona aonde minha vó sentava estava pegando fogo, tudo ao redor começou a pegar fogo. Andei lentamente até ficar de frente para a poltrona, tomando cuidado para não me queimar no fogo que se espalhava. Arregalei os olhos quando a vi. Minha vó estava inteira queimada e com muitos cortes espalhados pelo corpo, a pele já não era mais visível, só se via a carne dela queimando. Ela estava inteira preta, inteira queimada. A cabeça dela estava deitada para o lado e o pescoço rasgava lentamente, dando sinal que a cabeça ia cair a qualquer hora. Com medo, eu me afastei dela, ficando perto da escada que dava para o segundo andar.

– Ei, Mille... – ouvi uma voz familiar.

Olhei para frente perto da porta que dava para a rua e lá estava Laine, sorrindo para mim. Ela estava com a roupa manchada de sangue e segurava um facão também ensanguentado. O sangue pingava do facão direto para o chão. No chão, perto dela e da poça de sangue, havia um isqueiro.

– Esse era o seu desejo, Mille? – ela sorriu mais uma vez.

Não sabia o que falar, eu estava paralisada. Laine levou tudo aquilo a sério? Ela matou minha aquela velha por mim?

– Se é isso que te deixa feliz, irei realizar. Minha única felicidade é ver você feliz. –ela largou o facão e se aproximou de mim.

– Não! –gritei, fazendo-a olhar surpresa para mim. – Por que fez isso?! Está tudo em chamas!

– Por que foi esse o seu desejo... –ela deu mais alguns passos para se aproximar de mim.

– Não, Laine... Isso é loucura... Loucura! Não se aproxime de mim! –comecei a chorar.

– O que? Não se aproximar de... Você? Mas eu quero sempre estar ao seu lado, Mille...

– Suma daqui! –gritei mais uma vez.

De repente a porta se abriu e lá estava minha mãe, com o rosto todo molhado, ela chorava desesperadamente. Suas mãos estavam inteiras ensanguentadas. Quando ela viu a cena de toda a sala queimando e a cabeça da minha vó caída no chão, que já havia caído e rolado para perto, ela arregalou os olhos.

– Mamãe... –olhei para ela, chorando.

– Maldita! –ela gritou entre lágrimas.

– Mamãe? Socorro...

Minha mãe estava agindo estranho. O papai não estava com ela, eles sempre chegavam juntos, sorridentes. Ela correu até mim e me empurrou, fazendo-me cair. Ela colocou suas mãos ensangüentadas no meu pescoço, o apertando.

– Por quê? Por quê?! –ela me chacoalhava.

– Mamãe, pare! Esta me machucando!

Uma faca passou no peito da minha mãe, fazendo seu sangue pingar em mim. Ela arregalou os olhos e parou de chorar e, lentamente, me soltou e caiu no chão. Levantei e fui até ela, chacoalhando-a

– Mamãe?! O que aconteceu?! - comecei a chorar novamente.

– Ei, Mille... Eu te salvei de novo... –Laine apareceu em minha frente, sorrindo.

– Você... Você... –abaixei a cabeça e comecei a chorar. – Por que tudo isso?! Eu gostava de você! Você era a única pra mim!

– Porque eu queria te ver feliz, Mille...

– Não... Isso não pode estar acontecendo... É impossível! Eu te criei! Você não existe!

– Não diga isso! É claro que eu existo! – ela começou a chorar também.

– Não é real! Você não é real! Suma daqui! Não quero te ver nunca mais! –gritei.

Os bombeiros entraram correndo pela casa. A última imagem que vi foram eles correndo até mim e tentando apagar o fogo da sala para não se espalhar mais. Fechei os olhos lentamente, apenas vendo a imagem de Laine entre as chamas, chorando.

Logo soube que meu pai havia morrido em um acidente de carro enquanto voltava para a casa, minha mãe havia conseguido sobreviver e matou o motorista que havia batido no carro deles. Ela estava louca e, quando viu a cena das chamas, ficou ainda mais. Eu nunca mais vi Laine. Eu nunca mais sorri novamente. Tantas mortes e arrependimentos em um dia só...



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