I Am Seeing You Until Die Forever escrita por Krieger


Capítulo 3
Eu irei me aproximar se você se afastar mais.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora D: Estou meio ocupada ultimamente.
Bem... Boa leitura! Espero que gostem! Qualquer erro, se quiserem, me avisem. Comentários sempre me fazem feliz, ainda mais porque essa é minha primeira fanfic (:



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Acordei com o barulho do despertador em meu ouvido. Lancei meu braço até o despertador, o desligando. Levantei rapidamente, tacando a coberta da cama no chão, com raiva. Olhei para trás e vi o sol se expondo aos poucos no céu através das nuvens. A única coisa que eu gostava quando eu acordava era sempre ver o céu diante da minha janela. Suspirei e sorri, olhando o relógio e vendo que não estava atrasada.

Depois de poucos minutos eu já estava arrumada e com uma expressão bem disposta. Antes de pegar minha mochila, peguei meu MP3 e segurei firme em minha mão, por fim pondo a mochila em minhas costas. Desci as escadas rapidamente e fiquei aliviada ao ver a sala vazia, não precisava me preocupar com ninguém me atormentando logo de manhã.  Puis meus fones de ouvido e sai de casa, caminhando lentamente pela calçada.

Quantos anos se passaram mesmo? Ah, sim, foram dez anos. Tenho quinze agora. Sou Mille, apenas uma garota órfã. Depois do incidente, fui a um orfanato e logo meus tios paternos apareceram e me adotaram. Não, eles não são minha família, nem passam perto. Só os ajudo em uma ou outra coisa na casa, eu evito o máximo eles, odeio falar com eles. Sim, eu não mudei nada. Sozinha, sempre. E Laine... Não gosto de lembrar. Acho que fiquei louca, ela não existe, como culpo uma coisa que não existe? E mesmo eu forçando meus pensamentos para revê-la, eu nunca consegui. O importante é que apenas julgaram minha mãe e minha vó morta pelo incêndio e meu pai morto pelo acidente. Eu nunca comentei sobre nada, e nunca irei comentar.

Depois de caminhar mais um pouco eu finalmente cheguei à escola. Algumas pessoas já me encaravam, como sempre. Consegui ouvir alguns cochichos das pessoas que passavam ao meu lado como, “Tadinha, apenas uma orfã. Ela é tão inocente, que inofensiva. Hahaha, nem parece que ela existe, que idiota.” Retirei meus fones e apenas os ignorei, fazendo o caminho até minha sala de aula. Acho que tive sorte, meu lugar era bem no fundo da sala, e no canto. Era ótimo, eu podia ver o céu entre a janela todo o dia. Em dias chuvosos era ainda mais agradável. O professor chegou e a aula começou, apenas mais um dia entediante como todos os outros. Era essa minha rotina.

Passaram-se alguns minutos e o sinal do recreio tocou. Eu permaneci em meu lugar, apenas ligando meu MP3 e pondo meus fones de ouvido. Uma garota se aproximou de mim, atrás dela vinha duas outras.

- Mih! O que tem para nós hoje? –ela sorriu e colocou a mão no meu ombro esquerdo.

Encarei-a com um olhar frio. Ela entendeu muito bem, retirando a mão do meu ombro e rindo.

- Outro dia e você fica o recreio inteiro ai nesse canto, hm? Que tipo de amiga é você que nem lanche trás para a gente? –a risada dela foi acompanhada pelos risos das outras duas garotas.

- Amiga? Que diabos você está falando? Suma da minha frente, vocês me dão nojo. –revirei os olhos, desviando o olhar delas.

- Ah, é? Cuidado com suas palavras, Mille. E eu estou louca para usar as minhas palavras contra você. –ela colocou a mão em meu pescoço.

Apenas a ignorei. Antes que elas pudessem dizer mais alguma coisa, o sinal tocou. Ela havia dito outra ameaça, mas não consegui ouvir direito por causa da música. Quando elas finalmente se afastaram tirei o fone de ouvido e guardei meu MP3. Mais algumas horas de aula, logo poderia sair desse lugar.

Na maior parte do tempo fiquei olhando pela janela, algumas folhas das árvores mais próximas caíram. Alguns pássaros passavam e estava a maioria em grupo. Livres... Eles são livres? Quando o sinal tocou fui a primeira a sair da sala. Eu não era apressada, todos ficavam conversando com os outros quando dava o sinal. Eu nunca falava com ninguém.

Eu estava um pouco longe da escola quando uma mão segurou meu ombro.

- Ei, nem vai se despedir? –me virei para trás e vi aquela vadia de novo.

- Vá pro inferno. –lancei um olhar frio para ela.

Ela riu e de repente o silencio ficou entre nós. Ela rapidamente levantou sua mão e me deu um tapa no rosto, me derrubando.

- Você é fraca, Mille. É um alvo fácil. E o pior é que você não tem ninguém. –ela chutou meu rosto quando viu que estava quase levantando.

Ela pisava em meu rosto e ria. Logo percebi que as outras duas garotas não estavam junto com ela. Eu não demonstrava nenhuma expressão de dor e nem implorava, apenas ficava quieta a encarando.

- O que é? É masoquista agora? –ela riu e se afastou de mim.

- Não irei gastar palavras com você. E pra que sentir dor diante de uma pessoa nojenta que nem você? Por favor... Seja mais esperta, você não passa de um pedaço de merda, vadia. –suspirei, dando umas batidas em minha roupa para limpa-lá.

Ela me olhou nervosa, segurando meu pescoço e apertando-o.

- Pois fique sabendo de que agora em diante irá ser pior, você pode começar a implorar por sua vida. Você pode pedir socorro, ninguém irá te ouvir. –ela me tacou no chão com força.

Ela se despediu como se nada tivesse acontecido, com um grande sorriso no rosto. Levantei-me novamente, dando meia volta e continuando a andar. “Apenas... Morra.” Disse em voz baixa.

Voltei para casa, passando rapidamente pela sala, despercebida. Ninguém me chamou e nem chamou minha atenção. Fechei a porta do meu quarto e me taquei na cama, chorando. Olhei para minha janela, o sol continuava entre as nuvens.

- A sua cor... É tão viva... Mas, você sabe, toda a cor pode um dia perder seu brilho e se tornar preta. Tantas cores brilhantes, tantas cores vivas, todas assim... Mesmo sofrendo... –falei para mim mesma, escondendo o rosto entre os cobertores.

Eu não entendo porque eu choro, eu não entendo porque eu nunca consigo sorrir. Por que os outros me julgam e falam mal de mim se nem me conhecem? Não estou chorando por causa de medo, mas... Eu choro por não ter ninguém. Eu sei que nunca vou ter ninguém para secar minhas lágrimas, nunca vou ter ninguém para poder abraçar e me sentir segura em seus braços, nunca vou ter ninguém para compartilhar minhas idéias e minhas risadas. Quando eu era criança, eu achava que eu estava cercada de gente boa, mas, e agora? Quem se lembra de mim? Para mim amizade não existe, é tudo passageiro... Só quero que minha tristeza seja o mesmo. Às vezes eu nem sei mais quem eu sou, eu só sinto um grande peso em minha consciência, mas, por quê? Por que às vezes minha cabeça dói tanto?

Alguns minutos depois, eu adormeci.

Acordei com o barulho de alguém batendo em minha porta. Meu quarto estava escuro, já havia anoitecido. Levantei lentamente e abri a porta, sonolenta.

- Vá por o lixo pra fora. –minha tia disse e se retirou de lá.

Que desgraçada, ela só sabe me dar ordens. Bem, ela me ofereceu apenas moradia e não amor. Estou feliz com isso. Passei pela sala carregando o pesado lixo, aonde meus tios e primos riam enfrente da TV, todos juntos. Ninguém olhou para mim. Suspirei e abri a porta, levando o lixo para fora com um pouco de dificuldade. Minhas pernas doíam e eu estava muito ofegante.  Quando coloquei o lixo na calçada, percebi algumas marcas de liquido vermelho. Espera... Isso seria... Sangue? Impossível, o que havia acontecido?

Segui as marcas de sangue pela calçada. Em algumas partes ela sumira, eu apenas seguia enfrente, acertando o caminho. Depois de andar mais um pouco, cheguei a um beco escuro e sem saída que havia em minha rua. Algo estava pingando, só conseguia ouvir o barulho. O final da trilha de sangue terminava ali. Dei alguns passos para frente e arregalei os olhos. Em minha frente estava à garota da escola, a mesma que me torturava, enforcada. O sangue pingava de seu pescoço direto para o chão, aonde já se formara uma poça de sangue. Ela estava de boca aberta e babava, com um de seus olhos virados para cima e o outro com um grande furo. O sangue o cobria, não dava para saber se ainda estava lá ou se foi retirado. Ela estava sem o braço direito e logo o encontrei no chão. Olhei bem, ele estava inteiro aberto e sangrava muito, seus ossos e tendões estavam visíveis.

Um pouco ao lado do braço decepado, estava uma mensagem escrita com sangue:

“Eu irei me aproximar se você se afastar mais.”

Fiquei sem palavras, apenas sai correndo daquele local, desesperada. Muitas coisas vinham em minha mente, minha cabeça doía muito. O que... O que houve? Estão brincando comigo?


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