Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 7
Com quantas Louise se foge de uma cadeia?


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas linda do meu heart *u*
Eu resolvi postar esse capítulo um pouco mais cedo, porque seus comentários lindos me incentivaram bastante, mas não tenho certeza se vai ser sempre assim, sabem com é, tem provas, viagens, etc... eu vou tentar sempre postar o mais cedo possível.
E para aqueles que conhecem 'Instrumentos Mortais' e 'Peças Infernais' : eu fiz um cosplay da Tessa Gray que ficou MUITO D-I-V-O!! A IsaPokeShugo tpa de prova! ;P
Beijos
P.S.: Eu excluí e repostei esse capítulo porque tava dando erro, okay?



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O derradeiro dia estava chegando, após seis meses como presidiária e após dias de esquemas e planejamentos, eu estava pronta. Bem, mais ou menos. Eu ainda não havia decidido qual plano usaria. Todos pareciam... incompletos. Eu estava frustrada, como alguém tão inteligente como eu não conseguia fazer uma não-tão-simples escolha?

Comecei a caminhar de um lado a outro da pequena cela, peguei algo do chão que parecia um graveto, mas a pouca luminosidade não me permitia ver direito. Enquanto caminhava, batia com o graveto nas grades, fazendo um barulho agudo e pouco suportável. Pareciam galinhas sendo esganadas. Não que eu já tenha esganado uma, imagina.

O guarda que vigiava a minha cela apareceu com sua cara de sempre, emburrada e cansada, a barba por ser feita, olheiras abaixo dos olhos.

–Pare com esse barulho. – Ele resmungou e se virou de costas, indo embora.

Uma pessoa normal pararia com o barulho imediatamente. Mas eu não. Continuei batendo o graveto, desta vez com mais força e mais rápido. Para minha infelicidade, o graveto acabou se partindo ao meio e eu o joguei de lado.

–Fraco. – Disse para ninguém em especial, mas me referindo ao graveto.

O barulho do graveto tinha me dado uma ideia, então comecei a colocá-la em prática. Peguei a mochila que Isac tinha trago há alguns meses atrás, pouco depois de sua primeira visita. Dentro havia diversos tipos de equipamentos. Eu estava orgulhosa, ele conseguira driblar a segurança da CAD e trazer tudo aquilo.

Tirei o que eu precisava e fui para um canto da cela, com uma lanterna, e iniciei meu trabalho.

* * *

Dois dias depois, lá estava eu, a mochila cheia de aparelhos nas costas, um cinto de armas sob o macacão laranja que ficava muito grande em mim. Só esperando a hora para atacar.

–Guardinha! Ei, você! Tiozinho! – Chamei o guarda, que andou até a grade com um suspiro. Me apoiei na grade enquanto ele se aproximava e tentei aparentar que estava doente.

–O que foi? – ele já devia saber, porque pegou as chaves para abrir a cela e me levar para a enfermaria.

–Eu... – Forcei minha garganta e consegui vomitar o líquido parecido com sangue que eu fizera mais cedo.

Ele se afastou, com nojo, e abriu a cela rapidamente, puxando-me para fora, sem perceber a mochila em minhas costas.

Enquanto ele me guiava, eu ia reconhecendo os corredores e, quando achei que já estávamos perto o bastante do pátio, me virei para ele e pressionei um pano com sonífero sobre seu nariz. Ele não teve tempo de raciocinar, logo desmaiou.

Do bolso, tirei o aparelho que tinha criado aquele dia na cela, era apenas como um pequeno e quadrado celular. Ele mandava ondas magnéticas, como um som, que se propagavam e anulavam o funcionamento de câmeras, alarmes, walkie-talkies e outros aparelhos eletrônicos há, pelo menos, 250 metros de distância.

Peguei as chaves de seu cinto e uma pistola, só para o caso de ser necessária.

Corri para o pátio o mais rápido que podia. Cheguei a um dos portões enormes e coloquei uma mini-bomba nele, me afastei para que não me machucasse, me escondendo na saliência da parede e depois passei pelo portão destruído.

Fui até uma das paredes do pátio e peguei duas facas do cinto. Peguei um maçarico que estava na mochila e o acendi, fazendo o fogo correr pelas lâminas das facas. Quando as mesmas ficaram vermelhas, eu enfiei na parede devagar, fazendo as facas afundarem. Repeti o processo, um pouco mais alto na parede, e assim fui subindo a parede, afundando a faca, impulsionando o corpo pra cima, enquanto afundava a outra faca.

Quando cheguei ao topo eu estava suando e sangrando, minhas mãos ardendo, impeli meu corpo para cima de uma vez e sentei sobre a parede.

Parei um pouco para respirar e observar o quanto eu ainda teria que andar e escalar e correr para sair daquele lugar desprezível.

A CAD era enorme, com torres imponentes cercando-a, o pátio ficava bem no centro de tudo. Havia vários balcões, todos com os mesmos padrões: altos, quadrados e fechados. Um deles estava bem do lado de uma das torres. Era exatamente pra lá que eu deveria ir.

Corri até a beira da construção que eu estava e pulei. Caí em outra construção, um pouco mais baixa e continuei correndo, o problema era que, quando cheguei na beira dessa construção percebi que não daria para pular, porque ela estava muito afastada do outro balcão e a queda era muito grande, peguei um aparelho que parecia com uma arma e atirei na parede da outra construção, um gancho com uma corda saiu da arma e se prendeu no parapeito do outro balcão, pulei, enquanto apertava o gatilho, fazendo uma curva no ar ao mesmo tempo que era puxada para cima, bati com um pouco a mais de força que o esperado na outra construção e senti parte do ar escapulir de meus pulmões, subi o parapeito e continuei correndo.

Assim se sucedeu por todo o percurso, às vezes eu pulava, às vezes era necessário a corda e eu continuava correndo.

Eu não tinha certeza se os outros guardas já tinham reparado a minha falta e se os alarmes já estavam ligados por toda a CAD, mas acreditava que ainda não, pois a movimentação abaixo das construções não havia mudado, não haviam guardas correndo e gritando para todos os lados, então eu imaginava que ainda não perceberam que eu fugi.

Eu já estava ofegante quando finalmente cheguei à última construção, que estava ao lado da torre. Tive que ter mais cuidado enquanto atravessava o teto dessa construção, porque a torre que estava ao seu lado emitia enormes focos de luz que rastreavam tudo à volta.

Cheguei à base da torre e, como eu esperava, havia uma porta de emergência ali. Encontrei na mochila as chaves que eu tinha furtado do policial, eram realmente muitas, um chumaço de chaves. Suspirei.

–Por que tantas chaves, senhor? – Me perguntei, mesmo sabendo a resposta.

Testei diversas chaves até que uma de aspecto particularmente estranho deu certo e eu entrei na torre. As luzes se acenderam logo que eu entrei, provavelmente deviam ter sensor de movimento.

Eu me encontrava em uma escada que subia em enormes espirais e era vazada no meio, uma daquelas que parecia não acabar nunca. Fui subindo os degraus devagar, sem fazer barulho. No final havia uma porta, eu abri com cuidado uma pequena fresta e entrei. A sala era escura, apenas iluminada pela enorme quantidade de computadores espalhados pelas paredes e, na frente de alguns deles havia várias pessoas com uniformes, mas, por sorte, todas estavam de costas e não me viram.

Acionei o aparelho que eu criara (o que anula os efeitos de eletrônicos) e, imediatamente, todos os computadores se desligaram e a sala ficou completamente escura. Ouvi a confusão das pessoas e o barulho de objetos caindo no chão e coloquei meus óculos de visão noturna. Peguei a arma com dardos tranquilizantes da bolsa e, com a ajuda dos óculos noturnos, mirei e atirei nas pessoas. Um a um, todos desabaram inconscientes no chão, dali a algumas horas, eles acordariam atordoados e nem lembrariam do que aconteceu, apesar de não haver muito do que lembrar.

Ainda com os óculos, localizei, no canto da sala, uma escada vertical que ia até o teto. Eu a subi e abri uma aba que dava direto ao lado de fora. Saí da sala e fechei a aba.

Observei à minha volta, eu estava sobre uma das torres, agora eu só tinha que passar a enorme cerca que circundava o local e ir para a estrada, encontrar com Isac e Damien, onde tínhamos combinado. Só que. A cerca era eletrizada e, caminhando ao longo dela, havia cães e policiais muito sérios.

Olhei para além da cerca e também para além da estrada que saia da cadeia, tinha uma enorme torre de transmissão, logo ao lado da estrada, eu só tinha que atirar o gancho lá e...

Mas antes peguei meu walkie-talkie e liguei para o de Isac, que não devia estar longe, porque, caso o contrário, não funcionaria.

–Alô? – A voz ansiosa de Damien atendeu.

–Ah, oi, eu gostaria de pedir uma pizza grande, metade quatro queijos e metade de anchovas e uma Coca para acompanhar. - Eu falei, de brincadeira.

Ouvi Damien suspirar do outro lado da linha.

–Oi, Louise. Já conseguiu sair?

–Bem, sim. Mais ou menos. Só preciso que vocês tragam seu lindo carro aqui perto da torre de transmissão. – Respondi, um pouco desapontada por ele ter me reconhecido.

Do outro lado da linha, Damien deu ordens a Isac e alguns segundos depois, havia um carro estacionado bem ao lado da torre.

–Aqui está bom? – Damien perguntou.

–Hã... um pouco mais pra frente. – Disse, calculando. – Pare! Aí está bom! Agora abra o teto.

O teto do carro se abriu, só o suficiente para que uma pessoa não-muito-gorda conseguisse passar.

Desliguei o walkie-talkie e peguei a arma com gancho. Mirei em um dos milhares de buracos da torre de transmissão e atirei. Era uma distância considerável, mas eu não errei o alvo, o gancho se fixou em um buraco, fazendo com que a corda ligasse a torre de transmissão com a torre onde eu estava. Prendi a arma no teto o melhor que pude e peguei um pedaço de aço dobrável, o modelei de forma que ficasse como um U de cabeça para baixo e o coloquei sobre a corda, para fazer como em uma tirolesa. Me aproximei bem da borda do teto e me joguei.

O pedaço de aço escorregava pela corda enquanto eu segurava firmemente. Passei voando por cima da cerca, me aproximando mais e mais da torre de transmissão. Quando estava prestes a colidir com a torre, soltei o pedaço de aço e caí direto dentro do carro, com um impacto tão forte que me deixou tonta. Ouvi Isac dar a partida no carro e começar a dirigir.

–Wow, Lou, essa devia ganhar um Oscar! – Exclamou Damien, no banco da frente.

–Como sempre fantástica, Louise. – Disse Isac.

–Eu sei que fui incrível, mas agora eu preciso de comida. – Digamos apenas que a comida da cadeia não era muito boa.

Damien entregou para mim um sanduíche. Me sentei direito no banco e percebi que April estava ao meu lado, sorrindo.

–Você adora isso, não é? – Ela disse, pegando um pedaço do meu sanduíche.

–O quê? Fugir da cadeia? É a parte mais legal de ser uma vilã, não sei porque vocês nunca tentam. – Admiti, mantendo o resto do sanduíche longe das garras de April. Ela fingiu ficar magoada com isso e tentou pegar outro pedaço do sanduíche, enquanto eu a mantinha longe.

–Você sabe muito bem porque não fazemos isso. – Disse Isac, rindo da briga pelo sanduíche. - E, afinal, eu não sou uma vilã.

–Olha, Isac, eu tenho minhas dúvidas sobre isso. - Disse Damien, fazendo com que April e eu ríssemos. Isac lançou um olhar furioso para Damien, mas continuou dirigindo.

–Quero ver você fazer algo assim na final dos Survival Games. – April apostou.

Eu sorri maliciosamente, mesmo estando completamente cansada.

–Eu vou, April, eu vou.

Leiam as notas finais!!! É importante o que eu tenho a dizer!


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Notas finais do capítulo

Então pessoas, já que a Louise conseguiu sair da cadeia, e ela com certeza vai aprontar mais, eu gostaria de saber: vocês querem que o próximo capítulo seja a final April x Louise, dos Survival Games?? Comentem, porque eu preciso saber, okay?
Mas, enfim, gostaram desse cap.??
Beijoooos :*