Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 6
"Centro de Apoio para Delinquentes"


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas ~le acena~
calma, eu não morri, e por favor não me matem!!!
Mas, sabem como é... escola voltou e as provas também .-.
Aliás, sabem o que acontece quando os planetas se alinham? NADA (desculpa, estou muito influenciada pela aula de Astronomia)
Espero que gostem...



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Como eu disse antes, a Academia tem muito dinheiro e eu não faço ideia de onde eles tiram toda essa grana. Mas devo agradecê-los por diminuírem minha pena e me mudarem para uma cela melhor. Ela não é grande, obviamente, mas a cama também não é dura feito pedra, é dura feito madeira. O que eu considero um pouco mais confortável.

Já faz mais três meses que estou no “Centro de Apoio para Delinquentes” ou CAD, mas também chamado de Cadeia. Não é exatamente um presídio. Eles deixam os “delinquentes” terem acesso a computadores com internet uma vez no dia, por no máximo uma hora. É basicamente o que me mantém viva.

E todo dia temos que fazer alguma atividade física expostos ao sol. Essa é a parte mais divertida, quando eles liberam diversos adolescentes marginais no pátio e, ao invés de praticarem esportes, começam a lutar por todos os lados.

É claro que eu não fico de fora. Mas poucos até agora se aventuraram a encostar um dedo em mim. Primeiro porque eles sempre acabam perdendo. Segundo, porque eles têm medo de mim pelo que aconteceu mês passado.

O que aconteceu? Bem...

Estávamos novamente no pátio. Essa rotina estava começando a ficar chata. Acordar, comer, fazer exercícios, internet, dormir. Mas eu estava apostando que o dia ficaria interessante, porque eu tinha arranjado um estoque pequeno de pólvora e álcool no dia anterior e um cigarro e eles agora estavam guardados no bolso de meu macacão laranja.

Foi fácil arranjar a pólvora, eu simplesmente peguei de uma das armas do guarda que vigiava a minha cela, ele nem percebeu. Do mesmo jeito eu peguei o cigarro, que estava no bolso da camisa do policial.

O álcool foi um pouco mais difícil, eu tive que me fingir de doente para ser levada até a enfermaria, onde eu peguei um pote e coloquei o líquido enquanto a enfermeira atendia outras pessoas.

Mas, enfim, aqui estava eu, com pedaços de pólvora embebedados em álcool, prestes a entrar em um pátio fechado, com milhares de adolescentes furiosos e sedentos de briga me cercando. Sim, o dia ia mesmo ficar interessante.

Os guardas nos dirigiram ao pátio, que era uma construção ampla, cercada por altas paredes de aço, mas sem teto algum. Havia grandes portões espalhados por toda a construção e por eles entravam diversos adolescentes. Logo que todos entraram, os portões foram fechados, privando-nos de qualquer saída.

O ar estava quente e abafado e as pessoas se juntavam em grupinhos para conversar ou torturar uns aos outros. Fui para o único canto do pátio que possuía uma sombra, e que eu tinha marcado especialmente para isso, e comecei a tirar a pólvora com álcool do bolso.

Localizei, no canto, um pequeno montinho de terra e o escavei, até encontrar um pequeno objeto: uma lupa. Perfeito. Andei mais ou menos até o meio do pátio e me agachei, escondendo ao máximo os objetos.

Rapidamente, montei os pedaços de pólvora juntos e coloquei o cigarro bem no meio, cortei metade dele, para que queimasse mais rápido.

Com o canto do olho, pude ver Jade e suas fieis seguidoras se aproximando. Jade era a menina mais encrenqueira de toda a CAD, apesar de não ter a aparência de valentona. Alta, olhos azuis escuros, cabelos negros curtos. Os outros delinquentes dizem que ela mexia com drogas. De qualquer jeito, eu a odiava.

-E então Louise – Ela disse meu nome com desprezo, enfatizando o “OU”– O que está fazendo?

-Plantando batata. – Respondi com ironia, já estava terminando de armar a pólvora.

Levantei os olhos para vê-la. Percebi que ela estava fazendo sombra no montinho de pólvora. Ela forçou uma risada.

-Muito engraçadinha. Agora diga o que realmente está fazendo. – ela endureceu a voz.

-Oh, vocês me pegaram. Eu estou plantando feijões, na verdade. Não me denunciem! – Me fiz de inocente. Jade avançou para perto de mim. A olhei com desafio.

-Mostre os feijões para nós. – Ela entrou na brincadeira, correspondendo ao meu olhar.

-Para isso preciso que você vá um pouco para trás, por favor. – Pedi, ela o fez, com raiva. Sua sombra não cobria mais o montinho. Peguei a lupa e apontei para o monte, direcionando o foco da luz. Uma pequena fumaça subiu e uma chama miúda nasceu no canto do cigarro. Estava na hora de me afastar.

Me levantei, Jade e as seguidoras davam total atenção a mim e não estavam perto o suficiente para ver o montinho. Dei um passo para trás, devagar. E depois outro, e mais outro. Jade estava ficando aborrecida e começara a vir em minha direção. Olhei para o monte, metade do cigarro já havia se queimado e estava se espalhando para a pólvora.

Me virei e comecei a correr. Olhei para trás e vi que Jade estava paralisada, mas logo começou a correr também. Eu já estava longe quando ouvi uma série de estouros como os de uma arma e o grito de Jade. Parei e me virei novamente.

O montinho tinha pegado fogo, e em volta dele também, onde eu tinha espalhado álcool. As chamas subiam a meio metro de altura. Jade estava perigosamente perto do fogo e suas seguidoras a puxavam para longe.

-FOI ELA!! ELA ARMOU ISSO! – Gritava Jade, apontando para mim. Sorri maliciosamente, de braços cruzados. Todos olhavam para mim. Um policial entrou correndo no pátio e me escoltou de volta para minha cela.

Um dia depois, me transferiram para uma nova cela, onde eu ficava sozinha, mas graças a burrice humana, eles ainda permitiam que eu tivesse a cesso à internet. Deixar os presos terem acesso à Internet é algo extremamente idiota, porque é somente por causa disso que estou conseguindo arquitetar um plano para sair da Cadeia.

No momento que me disseram que eu tinha visitas, eu estava deitada no chão da sela, analisando o teto. Isac entrou na sela e Damien provavelmente estava logo atrás.

-O que está fazendo? – Ele se sentou na cama precária e olhou por cima, para mim, esparramada no chão.

-Pergunta errada, Isac. – O repreendi. – Você sabe o que estou fazendo.

-Hum, não sei não. – Ele respondeu confuso. Levantei um pouco a cabeça para olhá-lo, ele só podia estar de brincadeira com a minha cara. Suspirei e apontei para o teto em um gesto quase imperceptível. Isac observou e assentiu com a cabeça, a expressão confusa se dissipou.

-Estou meditando, é claro. E agora percebo o quão errado foi o que eu fiz. Pobres policiais, um deles tinha uma filha chamada Luiza, sabia?- Disse, acrescentando uma nota dramática à voz.

 Isac fazia esforço para não rir, até eu tentava não rir de mim mesma. É extremamente incomum eu sentir pena de alguém.

-Certo, mas você acha que eles vão te liberar logo? – Esse era nosso código para “você acha que vai conseguir fugir logo?”.

-Não sei. O céu está ficando nublado. – E era assim que eu respondia que o plano já estava quase pronto.

Isac odeia falar em códigos, então se deitou ao meu lado e sussurrou.

-Já tem alguma ideia de como sair daqui?

Ainda olhando para o teto, eu sorrio maldosamente.

-Já fiz pelo menos 15 planos, cada um com pelo menos 6 planos reserva. Falta só completar o último.

-Certo, e posso apostar que um deles irá envolver a minha pessoa. – ele disse, já esperando o pior.

-É claro. – Respondi e ele suspirou derrotado, murmurando um “Droga” baixinho. Ele se senta.

-Quando estiver pronta, contate-nos. – Ele disse se referindo a ele mesmo e a Damien.

Ele já está saindo da sela quando o chamo novamente, fazendo-o se virar.

-Ah, e... Traga a April, temos alguns assuntos importantes a conversar.


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Notas finais do capítulo

Eu quis aumentar o suspense, para matar vocês de curiosidade, porque sou muito má MWAHAHAHA (não tanto quanto a Lou, mas quase isso)
Deixem um comentário por favor, eu quero saber o que acharam.
E, novamente, não me matem, ou não saberão se a Louise vai ou não sair da cadeia e como vai fazer isso.
Anyway, Beijos suas lindas :*