Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 8
Mergulhando para a morte, voando em um bote.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa, desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,
desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,
desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,
desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa,desculpa.
Eu sei que demorei pra postar, mas eu tava sem tempo e eu queria deixar vocês curiosos *-*
E eu também estou lendo um livro que só tem de pequeno a letra (que aliás, é minúscula) e ele tem mais ou menos a grossura do meu braço - também conhecido como 'Guerra Dos Tronos'
Então, como prometido, essa é a final dos Survival Games Louise X April
Espero que gostem!!!!
Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291440/chapter/8

Ao voltar para a Academia no dia seguinte, fui recebida por gritos, aplausos e tapinhas nas costas. Sempre que alguém conseguia fugir de um presídio ou hospício, ou quando alguém concluía uma missão, toda a Academia festejava. Sim, deve parecer bizarro para pessoas comuns, mas nós não somos, de maneira alguma, pessoas comuns.

Antes de seguir para qualquer aula, queria ir falar com Cooper, mas não consegui encontrá-lo em lugar algum, eu dei pelo menos umas cem voltas pela Academia até que o vi em uma das salas de simulação, treinando uma turma de iniciantes do setor 2, fugas e esconderijos.

A aula que ele está dando provavelmente é importante, mas eu sou mais importante do que qualquer coisa, então interrompi a aula, entrando na sala de simulação. Cooper sorriu pra mim e eu corri para abraçá-lo, a turma dele me encarava. Cooper me soltou.

–Você voltou. – Sua voz não demonstrava muita surpresa. – Bem a tempo.

–Como assim? – Fitei-o, confusa.

–Os Survival Games, Louise. Estavam quase escolhendo alguém para te substituir nas finais. Será hoje à noite. – Ele comentou. Algum dos alunos devia ter ouvido sobre mim, porque soltou um arquejo de exclamação, me senti extremamente famosa. Expiro profundamente.

–Ah, estou tão feliz por ter voltado, uma final sem Louise não é uma final. - Eu disse animada. Estava feliz por ele ter me informado sobre os Jogos. Estava sem treino há seis meses, precisarei trabalhar muito hoje para poder não fracassar nos Jogos. – Bem, tenho que ir agora, se eu quiser ganhar hoje.

–Certo, boa... –Cooper começou a falar enquanto eu saia da sala, mas eu virei rapidamente para ele, lançando-lhe um olhar de advertência.

–Não diga isso. Nunca me deseje sorte, você sabe que não acredito nisso. – Estava prestes a me virar de novo quando vi o sorriso malicioso de Cooper enquanto ele dizia:

–Eu só estava desejando uma boa tarde. – Eu ri, balançando a cabeça, porque não passavam nem das 10 da manhã. Saí da sala e segui direto para o último andar, onde ficam as salas de treino.

Entrei no elevador e me deparei com Jane, aquela coordenadora da Academia que me odeia. Ela me olhou com aversão e orgulho, que misturados com sua cara de velha, fica algo estranho, parecido com uma careta.

–Parabéns, Louise. –Ela disse sem humor na voz.

Só porque estávamos em um elevador e eu sabia que ela não podia fazer nada comigo, decidi irritá-la, só um pouquinho.

–Não finja que não está feliz pela minha volta. – Disse com um sorrisinho. – Sei que sentiu a falta de mim. Afinal, quem que levou os novatos para os tours enquanto eu estava fora?

Ela suspirou exasperada.

–Isac. – Ela admitiu. Pobre Isac, interiormente fiquei triste por ele, mas no momento só consegui rir.

O elevador parou, Jane saiu e fiquei sozinha. Ele chegou ao último andar e eu saí. Ao chegar nas salas de treino, vi Collin atirando adagas nos alvos, peguei uma lança e me juntei a ele. Ele não tirou o olhar do alvo, mas percebi que abriu um pequeno sorriso.

–Parece que você voltou para me atormentar. – Ele disse, ao jogar outra adaga.

–É, parece que sim. – Atirei a lança, que atingiu um ponto ao lado do centro do alvo. Ele jogou outra adaga, esperei que atingisse o alvo para que eu pudesse pegar a lança novamente.

–A Academia ficou muito monótona sem sua presença. – Ele disse, com um sorriso de lado.

–É claro que ficou, Collin, eu sou a alma desse lugar. –Rebati animadamente. Collin riu e lançou outra adaga. – Não deve ter acontecido nada de tão interessante enquanto estive fora.

–Ah, você nem imagina, Louise. – Ele falou – April colocou fogo em um banco, mas foi pega pelas câmeras. Ela disse que vai pintar o cabelo de novo.

O passatempo favorito de April era se disfarçar quando era pega, ela gastava horas com isso. Meninas normais passam maquiagem para ir à festas, April passa maquiagem para não ser reconhecida pela polícia.

–De que cor ela vai pintar desta vez? – Perguntei. Ela na verdade era loira, mas tinha pintado o cabelo de ruivo porque foi vista assaltando uma loja do shopping. Lembro quando ela pintou o cabelo de preto, as pessoas diziam que parecíamos irmãs.

–Ela disse que vai cortar até a altura do ombro e pintar de castanho com mechas loiras. – Ele disse, dando de ombros, Collin não sabe nada de cabelo, devia estar apenas repetindo o que ela falou. Estremeci, a ideia de cabelos curtos não me agrada, mesmo que seja em outra pessoa, mas April fica bonita de qualquer maneira, então não me importei muito.

–Okay, então, tenho que ir, Collin, ainda tenho muito treino pela frente. – Coloquei a lança de volta em seu lugar e acenei para Collin.

–Espero que você quebre a cara. – Ele disse. Eu sorri. Era assim que ele desejava “boa sorte”, porque, como disse anteriormente, eu não acredito em sorte.

Treinei com o saco de pancadas mais ou menos até a hora do almoço e depois continuei treinando outras coisas, como os circuitos no setor de Armadilhas, tiro, arco-e-flecha, entre outros. Quando ainda faltava algum tempo para os Jogos, fui para o dormitório tomar um banho e depois segui direto parar a arena.

Entrei na sala designada para meu setor, peguei as roupas que eu deveria usar que estavam penduradas em um cabide e as vesti. Estranhei um pouco, me perguntando qual cenário seria usado hoje. A roupa era um enorme macacão cinza, com mangas que iam até os pulsos, por baixo uma blusa azul escura, quase preta. Atravessando horizontalmente o macacão, havia uma faixa de um laranja brilhante, como aquelas nas boias salva-vidas, que podem ser vistas no escuro. As botas tinham cano alto e eram pretas, com cadarços. Por último, coloquei o cinto de armas.

Fui para a seção de armamentos, coloquei uma espada de ferro negro no cinto e peguei uma bela adaga prateada. A voz dos altos falantes mandou nos apresentarmos na arena e me encaminhei até o portão de entrada.

Como acontece em todas as finais, os finalistas entram ao mesmo tempo na arena, enquanto a voz anuncia o início do Jogo.

Como sempre, a arena ainda não tinha mudado quando entramos, então parecia apenas uma gigantesca sala branca. April sorriu e acenou para mim, de longe. Ela juntou as mãos em concha em volta da boca e gritou.

–Vou te matar lenta e dolorosamente – Ela sorriu maldosamente. Fiz o mesmo e gritei de volta.

–Tentador, mas você só pode me matar se conseguir me alcançar! – As pessoas que assistiam tudo do refeitório provavelmente não estariam ouvindo, porque nossas vozes estavam sendo abafadas pelo alto falante.

A contagem regressiva começou do 60 e a arena começou a mudar, fui erguida e em segundos estava sobre uma enorme plataforma de metal, cercada por containers, máquinas e guindastes, eu podia ouvir o som de ondas se chocarem contra algo pesado. Compreendi imediatamente qual era o cenário: um navio cargueiro. Já não via mais a April, minha visão estava obstruída pelos containers. A arena escureceu, o céu se encheu de nuvens e estrelas, estava de noite.

A contagem chegou ao 0 e eu saí correndo entre os contentores, sem saber ao certo aonde ia, subi em um dos containers e olhei em volta, mas não consegui localizar April, fui pulando de um container a outro, indo em direção ao convés principal, onde havia um torre com pelo menos três andares, e de lá eu esperava ter uma visão melhor do navio. Eu estava tão concentrada no convés que acabei pulando na hora errada e caí com uma força exagerada e uma dor alucinante repercutiu do meu tornozelo e quase me fez cair, mas continuei correndo.

A poucos metros do convés acabava a fila de containers e havia uma pequena plataforma que eu teria que correr, mas eu ficaria muito exposta e haveria o perigo de ser vista por April, mas decidir assumir o risco e pulei para a plataforma. Na base da torre havia uma porta, mas estava trancada, percorri o contorno da torre, mas não vi nenhuma outra porta. Olhei para cima e percebi que havia uma escada que serpenteava de dentro para fora da torre, contornando-a, mas ela não estava a meu alcance. Lembrei das aulas de estratégia, o professor dizia que você pode usar qualquer coisa a seu favor, como por exemplo, se você não tivesse uma espada, poderia arrancar um cano de aço e usá-lo contra o seu inimigo. Observei ao redor, observando o que eu poderia usar. Um pouco acima do chão, grudada na parede, havia uma daquelas luzes de emergência, eu poderia pular até ela e usar para dar impulso até a escada.

Saltei o mais alto que podia até a lâmpada de emergência e me equilibrei sobre um pé, sobre ela, tentei não olhar para baixo para não escorregar. Dobrei os joelhos e saltei novamente, o tempo pareceu desacelerar, minhas mãos agarraram uma barra do corrimão, mas uma escorregou e fiquei pendurada pela outra mão. Agarrei a barra com a outra mão e me impulsionei para cima, sentando no degrau e passando por debaixo do corrimão. Soltei o ar vagarosamente e me levantei, andando pela escada de dois em dois degraus.

Parei e olhei para baixo e vi algo brilhante em meio à escuridão. A faixa laranja da blusa de April brilhava como olhos de gato. Então era para isso que servia aquela faixa, pensei. April estava correndo pela lateral do navio e se aproximava da torre onde eu estava. Terminei de subir a torre e encontrei uma porta, que, ainda bem, estava aberta. Entrei e esperei meus olhos se acostumarem à escuridão. Era uma sala de controles e no canto havia uma escoltinha aberta, por ela descia uma escada vertical que parecia não acabar nunca. Desci, às vezes eu me soltava por um momento dos degraus e caía por alguns segundos, mas logo depois voltava a me prender a eles, para encurtar a descida.

Cheguei na base e encontrei a porta que eu tentara abrir antes, destranquei a porta e saí para o ar frio da noite. Com o canto do olho, vi April se aproximar, com uma faca empunhada em mãos. Só tive tempo para tirar a adaga do cinto e me defender do ataque.

April não baixava a guarda então eu não conseguia atacá-la, a cada golpe eu dava um pequeno passa para trás. Ela tentou me atingir na barriga e eu devolvi um golpe no ombro, que ela desviou.

Materializei o navio na minha mente, nas laterais do navio havia um bote para emergência, e eu estava indo de costas em direção à ele. Continuei recuando.

April já sorria vitoriosamente.

–Ah, vamos, Lou, nós duas sabemos que você pode fazer melhor que isso. – Ela disse, enquanto atacava. A faca dela rasgou a manga do meu antebraço e ele começou a arder, senti o sangue escorrer até meu cotovelo.

–April, nós duas sabemos que eu sempre tenho um plano. – Eu sorri maldosamente, mas a ardência no braço fez minha voz falhar um pouco. Ela cerrou os olhos.

–Você está blefando. – Ela cortou meu ombro e fiz uma careta de dor. – Admita, eu já ganhei, só estamos adiando a minha vitória.

Eu senti que estava perigosamente perto da borda do barco, mas dei outro passo para trás. April percebeu isso também e riu, colocou faca sob o meu pescoço.

–Espero que você não fique ressentida com isso. – Ela se aproximou e eu pulei para o bote. – Bem, agora você não tem mais para onde fugir. Acabou, Louise. – Ela se aproximou da borda para me dar o golpe final.

–Você tem razão. – Eu disse e foi a minha vez de sorrir. – Acabou, April.

Em um movimento rápido, cortei as cordas que prendiam o bote ao navio e vi April dar um passo para trás, com os olhos arregalados, mas ela se desequilibrou e acabou caindo da borda do barco, mergulhado para o oceano, para a morte, enquanto eu também caía, junto ao bote.

A última coisa de que me lembro é de ver o corpo de April se chocar com a água e, alguns segundos depois, o bote também se chocou, eu fiquei sem ar por causa do impacto e perdi a consciência, mas o que importava? Eu já tinha vencido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Hein? Hein? Hein?
Tá, podem me xingar, dizer que ficou horrível, não tem problema! Apenas comentem, por favor *-*
Eu não sei se vou postar o próx. capítulo logo, porque eu vou passar o feriado todo fazendo trabalho e dever :///////
Mas eu vejo se dá pra escrever
Beijos