Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 5
Um encontro com o juiz


Notas iniciais do capítulo

Então pessoas,
desculpa ter demorado a escrever esse capítulo
mas eu fiquei desapontada, quase ninguém manda reviews :'(
Anyway, hoje me senti inspirada.. minha casa tá em obras no primeiro andar e eu tô morando no escritório, daí hj faltou luz e eu cheguei da sexta aula e fiquei sozinha em casa... no escuro... casa em obras... cenário bem Slender.



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Acordei com a luz do sol incidindo diretamente em meus olhos. Eu não queria me levantar, então permaneci deitada, olhando pro teto. O despertador tocou, eu não o impedi, até que lembrei que eu tinha feito uma armadilha para mim mesma, e então o desliguei apressadamente. Tarde demais, a armadilha já tinha sido acionada, eu podia ouvir as roldanas e engrenagens girando. Tentei sair da cama, mas o cobertor me prendia. O feitiço estava virando contra o feiticeiro.

Vi que no meu criado-mudo tinha uma tesoura. Tentei alcançá-la, mas tudo o que consegui foi empurrar o criado-mudo para mais longe de mim. Fui empurrando o corpo para fora das colchas devagar. Quando já estava sentada na cama, com as pernas ainda debaixo das colchas, ouvi um click e dois litros de água gelada caíram sobre a minha cabeça.

–Já acordei! – gritei, frustrada, e terminei de tirar as pernas da colcha.

Fui para o banheiro e me observei no espelho, meus olhos cinza estavam cercados de olheiras, meu cabelo estava molhado em algumas partes, e eu continuava parecendo um monstro.

–Bom dia, medusa. – zombei do meu reflexo. Tomei banho e coloquei a roupa mais formal que eu tinha, que nesse caso seria a minha calça jeans mais nova e uma blusa de seda com mangas, nem me importei em tomar café e sai correndo pela porta dos fundos.

Escalei a cerca do vizinho, como sempre fazia, e corri para a rua. Fui para a Academia o mais rápido possível. Chegando lá, encontrei Damien e Isac no refeitório, discutindo alguma coisa, provavelmente Isac estava explicando que eu ia ser julgada e por que.

–O carro está em que nível da garagem? – perguntei a Isac.

–Bom dia para você também, Louise. – Ironizou Damien.

–Estou prestes a ir para a cadeia, Damien, definitivamente, não é um bom dia. – respondi.

–Por falar nisso, quantas vezes você foi presa? – perguntou Isac.

–Já fui condenada 7 vezes, mas só fui presa umas 3 vezes. – respondi, ele me entregou as chaves do carro com hesitação.

–O carro está no 2-B. – Ele disse.

–Bem, então está vai ser a quarta vez que você vai para a cadeia. – disse Damien.

–Pare de rogar praga, filho da mãe. – retruquei irritada. Peguei as chaves e fui para o elevador, sem esperar que eles me seguissem. Cheguei à garagem e encontrei o Lexus preto. Isac e Damien me alcançaram. Abri o carro e sentei no banco do motorista.

–Você quer mesmo dirigir? – Isac olhou para mim com aflição.

–Sim. Entre logo. – dei a partida no carro. Isac se sentou no banco do carona e Damien foi atrás.

–Mas você não tem idade para dirigir. – Argumentou Damien, do banco de trás.

–E você também não. – Retruquei.

–Mas...

–É melhor colocar o cinto- disse Isac. Damien fez o que ele disse.

Acelerei o carro e saí da Academia, pegando a rodovia para chegar à cidade.

Digamos que a Academia fica no meio do nada e para chegar na cidade eu preciso pegar a rodovia 25, que dá em outra rodovia, que chega na avenida principal e aí sim entramos na cidade. E eu normalmente ando a pé esse caminho todo. Andava. Então eu resolvi “pegar emprestado” esse maravilhoso carro chamado Lexus. Não sei como o dono ainda não deu falta...

–Louise, dá pra ir mais devagar? – Isac perguntou, se segurando no banco.

Olhei o painel de controle, estávamos a 140 por hora.

Mais devagar?- exclamei.

–Eu ainda não entendi direito essa história do seu julgamento. – Isac disse, olhando para a estrada. – O que você fez dessa vez?

–Ah, eu sem querer matei alguns policiais, nada demais. – respondeu Louise, com indiferença.

Fez se silêncio dentro do carro enquanto Louise acelerava. Como de costume, liguei o rádio do carro. Estava tocando uma música que eu adorava, então aumentei o volume e comecei a cantarolar baixinho, junto com a música.

Isac me olhou como se dissesse “Sério, Lou?”. Eu apenas sorri para ele com o canto da boca.

Saímos da I-25 e pegamos a rodovia 70, que era um pouco estreita. Na nossa frente havia um carro muito velho, que acredito ser um rabecão, um daqueles clássicos de colecionador que provavelmente tem a idade do dono. E há um pequeno problema com carros velhos: eles não passam de 100 km/h. Meti o pé no freio para diminuir a velocidade e fui recompensada com um arquejo de espanto de Isac e Damien.

Sabe o que eu disse sobre carros velhos não passarem de 100 km/h? Pois é, preciso rever a minha teoria, porque aquele que estava na nossa frente não passava nem de 30 por hora.

Buzinei e coloquei a cabeça para for da janela.

–Sai da frente, imbecil! – gritei para o carro da frente.

–Passa por cima! – a voz de um adulto mal-humorado respondeu.

Sorri maliciosamente e comecei a dar ré. Isac me olhou com os olhos arregalados.

–Foi você quem pediu. – respondi.

–Não, você não vai fazer isso... – ele começou, mas foi interrompido quando freei, devíamos estar a uns 300 metros de distância do rabecão. Fiz um rápido cálculo mental e comecei a acelerar, mas com o outro pé no freio. O carro parecia estar tendo espasmos e era um pouco difícil controlá-lo.

Tirei o pé do freio. O carro começou a acelerar com toda a velocidade. Senti as rodas dianteiras saindo do chão enquanto nos aproximávamos do carro da frente. Damien e Isac se seguravam com toda a força nos bancos.

A distância entre os carros diminuiu e agora eu estava colada no outro, ainda com o carro empinado. Bati na traseira do outro carro e meu carro deu um pulinho, passando por cima do teto do rabecão, que ficou um pouco amassado. Impeli o carro para frente e acabei de passar por cima do rabecão, as rodas do lexus tocando o chão novamente.

–Louise, você é louca! – Damien explodiu. – Sabia que você podia apenas ultrapassado o outro carro, não sabia?

–Sabia. Mas que graça teria? Ele pediu para passar por cima e foi isso que eu fiz. – respondi.

Isac ainda estava se agarrando ao banco de couro como se dependesse daquilo para viver. Dei uma guinada para a direita e entrei em uma estrada secundária.

–Para onde está indo, agora? A cidade é para o outro lado. – Isac parecia ter saído do transe.

Apontei uma placa onde estava escrito “Starbucks”

–Não tomei café-da-manhã hoje. – eu disse parando na fila do drive-thru.

Damien suspirou, exasperado, enquanto esperávamos na fila. Nossa vez de pedir chegou e paramos ao lado da janela da atendente. Ela me olhou confusa, talvez pensando que eu era muito nova para dirigir, o que não era uma mentira.

–Qual é o seu pedido? – ela finalmente disse.

–Um café maltine com chantilly e canela. – disse, engrossando um pouco a voz para parecer mais adulta. Olhei para Isac e Damien. – E vocês?

–Nada. – Os dois responderam em uníssono.

A atendente anotou o pedido e foi atender o próximo. Chegando à outra janelinha, uma outra mulher me entregou o café e eu paguei. Saí de lá e voltei para a rodovia 70. Dirigindo com uma mão e bebendo o café com a outra.

–Ah, agora você diminuiu a velocidade. – disse Damien, sarcasticamente.

–Cale a boca, Damien. – eu disse, terminando com o café maltine. Ele riu e Isac o acompanhou, eu apenas revirei os olhos.

Tínhamos acabado de chegar à cidade. Contornei algumas ruas até chegar a uma grande construção antiga, onde estava escrito “Tribunal e Corte de Julgamento”

Estacionei o mais longe possível e entramos na construção. Era bem iluminada, cheia de seguranças e corredores e parecia como qualquer tribunal normal, daqueles de filmes, só que um pouco menor. Estávamos andando por um corredor quando vi uma pessoa familiar, vestida com as roupas de juiz. Era Byron, que, claramente, era o juiz da cidade.

Cutuquei seu ombro e ele se virou. Eu sorri.

–Há quanto tempo, Byron! – eu disse, animadamente. Ele suspirou.

–Nem tanto quanto eu queria, Louise. – ele disse – você adora se meter em encrencas, não é?

–Pode ter certeza disso. – Damien se manifestou.

Byron deu um sorriso cansado e se virou novamente.

–Tenho que ir, te vejo na sala de julgamento. – E foi embora.

Acenei enquanto ele se afastava. Me dirigi para a sala de julgamento, com Damien e Isac atrás de mim.

Não tinha ninguém na sala, e provavelmente continuaria assim, já que meus julgamentos eram privados e eu não tinha nenhum parente vivo. Apenas o júri, o juiz, Damien e Isac e talvez alguns seguranças assistiriam.

Me sentei em uma das mesas da frente, enquanto Damien e Isac se sentavam nas cadeiras atrás. Um ou outro representante da Academia também estaria presente, para poder diminuir minha pena. Aos poucos, foram chegando o pessoal do júri e, pelo contrário do que eu imaginei, havia um pequeno público nas cadeiras atrás de mim.

Na mesa ao lado, havia um advogado de terno e um acusador.

De repente as portas se abriram, achei que era Byron, então me levantei. Mas quando olhei a figura que entrava na sala, me controlei para não gritar.

Collin veio andando tranquilamente e se sentou ao meu lado na mesa. Olhei para ele com raiva.

–O. Que. Você. Está. Fazendo. Aqui? – Ressaltei cada palavra.

–Vim ser seu advogado. – Ele mexeu na gravata e sorriu para mim.

–Mas eu disse que não precisava! – Sussurrei.

–É, eu sei. – ele respondeu, com um sorriso entretido.

Soltei um suspiro exasperado e bati a cabeça na mesa algumas vezes, enquanto Collin apenas olhava para mim, com uma diversão no olhar.

–Você sabe que eu vou te matar. – Parei de bater a cabeça e arrumei o cabelo.

–Não se você for para a cadeia. – ele rebateu.

Olhei para ele da forma mais ameaçadora possível. Ele ergueu a mão e empurrou minha cabeça para o outro lado, fiz de tudo para não dar um soco nele. Então dei um chute em sua canela. Ele conteve um grito de dor, foi a minha vez de sorrir.

Nesse momento, Byron entrou na sala e todos os ruídos se extinguiram. As poucas pessoas presentes observavam atentamente enquanto ele se sentava na cadeira do juiz e começava o julgamento.

Eu simplesmente ignorei metade das coisas que ele disse, ele estava falando sobre as mortes, o que eu fiz e etc... Finalmente, quando ele me chamou para a cadeira de testemunhas que eu me levantei e me dirigi à cadeira que fica ao lado direito do assento do juiz.

Me encostei na cadeira e coloquei os pés sobre o encosto de madeira à frente. Byron olhou para mim com um certo aborrecimento, mas prosseguiu.

–Louise é acusada de matar... blá blá blá pelos direitos legais de blá blá blá. – Ele disse. Bem, não exatamente nessas palavras, mas foi o que eu entendi. – O que diz em sua defesa?

Fiquei séria e tirei as pernas de cima do encosto, sentando ereta.

–Posso afirmar a vossa excelência que minha senhoria não cometeu tal ato pelo qual está sendo acusada. – eu disse. Damien e Isac me olharam espantados, enquanto o juiz apenas erguia a sobrancelha. Coloquei as pernas em cima do encosto de madeira de novo enquanto ria. – Não tenho nada a dizer em minha defesa, excelência.

–Eu devia saber... – resmungou Byron baixinho. – Então, está afirmando que é culpada de matar os cinco policiais da polícia civil? – ele completou em voz alta.

–Obviamente. – respondi, brincando com meu colar.

Byron olhou para o pessoal do júri, que anotava alguma coisa. Uma mulher acenou com a cabeça.

–Qual é o veredicto? – Ele perguntou.

–Culpada. Ela ficará sob pena de 6 anos na cadeia a não ser que pague uma fiança de $450.000,00 dólares. – disse a mesma mulher do júri.

Byron olhou para mim.

–Louise... –Não deixei que ele terminasse a sentença.

–Culpada. – disse, com um sorriso sarcástico.

–Bem, está decidido. – Byron bateu o martelinho na mesa.

Dois seguranças se aproximaram e eu saí da cadeira das testemunhas, sendo seguida/escoltada por eles até a saída. Quando passei por Collin, dei língua para ele, que apenas retribuiu o gesto.

E saímos do tribunal, direto para a delegacia, para depois irmos para o presídio.





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Notas finais do capítulo

Então né.. agora que a MINHA casa tá assombrada... eu vou ver se assombro a de vocês também, pra ver se me mandam algum review.
Sério gente... eu tô com fome, mas morro de medo de ir lá embaixo buscar comida...
Eu acho que ouvi algum barulho...
AAAAAAAAHHHH SOCORR alguém me ajuda!!!!!
Beijos da Louise
P.S.: Ah, e obrigada por favoritarem, Dreamer e Isa Poke Shugo, suas lindjas!!! Amo vcs demais ♥