Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 24
Um fantasma do passado volta a me assombrar


Notas iniciais do capítulo

Hellow evribári
Como prometido, ou quase prometido, aqui está o capítulo 24, em duas semanas! Por isso que eu acho que competir comigo mesma quando eu quero muito alguma coisa é a melhor maneira de se conseguir essa coisa.
Eu não tô fazendo muito sentido hoje, então peço desculpa se ficarem confusos com alguma coisa. Às vezes eu esqueço que as pessoas não estão na minha mente então elas não tê ideia do que eu to pensando, mas é... vou parar de tagarelar.
Espero que gostem!
P.S.: Esse capítulo tem uma surpresinha pra vocês hehe



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291440/chapter/24

Despedi-me das meninas mais uma vez. Miki, escandalosa como é, parecia prestes a chorar, mesmo sabendo que voltaríamos a nos ver em breve.

Estávamos na porta do Instituto, esperando o táxi que me levaria de volta à Academia. Eu estava ansiosa para voltar para lá, mas também sabia que ficaria com saudade do Instituto, afinal, eu passei um bom tempo ali e fiz algumas amizades significativas.

Logo depois que Gwen foi levada pela polícia e minha missão acabou, disse a eles que voltaria para a Academia, eles ficaram um pouco tristes, é claro, mas, depois de algumas chantagens emocionais e de ser amarrada ao pé da cama por um dia inteiro, prometi visitá-los a cada duas semanas.

De volta à realidade, dei um tapinha amigável nas costas de Harvey como despedida e ele, como era de se esperar, fez uma piada idiota.

Senti me abraçarem por trás e soube imediatamente que era Sean.

–Ai, me larga, seu carrapato. - Falei em tom de brincadeira enquanto estapeava seus braços que estavam ao redor da minha barriga. - Você vai comigo pra Francis hoje, não precisa se despedir. - Completei, desistindo de me desvencilhar dele.

–Mas eu ainda posso te abraçar. - Ele retrucou, me apertando um pouco mais e me deixando quase sem ar. Revirei os olhos. Sean pareceu pensar no que eu tinha dito e afrouxou o aperto à minha volta, enquanto perguntava: - O que é Francis?

–É a minha casa! - Me fiz de indignada e ele me soltou, rindo.

–Quem em sã consciência põe nome na própria casa?- Perguntou Isabela, se intrometendo na conversa.

–Eu! - Bianca ergueu a mão, animada. Todos a encaramos antes de começarmos a rir.

–Respondendo à sua pergunta, - Falei quando consegui controlar o riso. - Eu tinha apostado com Isac que ele não conseguiria dizer uma coisa ridícula e improvável em apenas uma palavra. Ele ficou pensando e depois apontou para a minha casa e disse "Francis", então, como ele ganhou a aposta, ele decidiu que o prêmio seria que, a partir dali, a gente teria que chamar a casa de Francis.

Um coro de compreensão percorreu o grupo. Ayesha olhou para mim confusa e perguntou:

– Quem é Isac?

Abanei o ar com descaso.

– Um amigo da Academia.

Sean virou os olhos cerrados em minha direção.

–Amigo? - Ele perguntou com desconfiança, fazendo com que eu sorrisse maliciosamente.

–É. - Foi a única coisa que eu respondi. Era divertido provocar o Sean quando ele ficava com ciúmes, tipo agora.

–Tudo bem, casal estrelinha - Interrompeu Gabryella sarcasticamente, percebendo o clima que havia se instalado. - nada de brigas hoje, okay? Resolvam suas coisas quando chegarem na Francis.

Era estranho ouvir aquilo, mas continuei com meu sorriso no rosto. Sean revirou os olhos e acho que essa foi a primeira vez que o vi fazendo isso. Normalmente quem revirava os olhos era eu.

–Casal estrelinha? - Franzi as sobrancelhas, olhando divertida para Gabryella que, por sua vez, deu de ombros.

–Pode deixar, Louise, eu vou escolher um nome melhor do que esse pra você dois. - Miki sorriu, lançando um olhar feio para Gabryella.

Notei que Miki tinha me chamado de Louise, não Devynn, mas deixei isso de lado. Ainda era estranho voltar a ser a Lou depois de tanto tempo como Devie.

Ouvi um chamado e logo uma Kate ofegante, desarrumada e desesperada apareceu correndo.

–Eu já estava me perguntando se não estava faltando alguém. - Harvey ironizou.

–Ha, ha. - Ela respondeu enquanto tentava recobrar o fôlego, depois se virou para mim - Estava quase achando que não chegaria a tempo de dizer tchau.

–Tchau. - Respondi, sorrindo, e ela veio me abraçar, repetindo o que eu disse.

–Mas olha só - Se intrometeu Isabela, com um tom de aviso na voz - Você sabe o que vai acontecer se daqui a 14 dias você não estiver aqui.

–Pois é. Nós sabemos onde você mora. - Gabryella ameaçou sem ser ameaçadora.

–Tá bem, já entendi. - Ergui os braços como se para mostrar que eu não estava armada, dando uma risadinha ao mesmo tempo.

–Eu soube que a Gwendolyn foi encaminhada para uma prisão de segurança máxima. – Comentou Bianca, mudando de assunto bruscamente.

Alguma coisa dentro de mim se aliviou instantaneamente. Eu não tinha me sentido muito segura quando pensara na possibilidade de Gwen ir para a prisão normal, pois, mesmo que fosse muito difícil escapar, continuava sendo possível (digo isso por experiência própria), mas, em uma prisão de segurança máxima, bem, as chances de escapar são zero ou um número tão próximo de zero que é considerado insignificante.

Portanto saber daquilo deixou meu coração e minha mente mais leve.

–Graças a Deus! – Exclamou Miki – Não vou ver aquela bruxa nunca mais!

Tive que rir de Miki.

–Mas prisão de segurança máxima não significa que é pra vida eterna. – Advertiu Isabela. – Você sabe por quanto tempo é a pena?

A pergunta foi direcionada para Bianca, que assentiu de leve, checando alguma coisa no seu celular antes, e respondeu:

–Parece que vai ser por uns bons 4 anos, porque eles acharam um histórico de crimes dela bem, digamos, comprometedor. – Falou Bianca, com um sorrisinho no rosto.

–Até lá, a pena pode aumentar. – Ayesha murmurou inocentemente, acrescentando um sorriso não tão inocente ao final da frase. – Conheço algumas maneiras de persuadir pessoas a fazerem isso.

Tremi só de imaginar o que ela poderia estar sugerindo e decidi não pensar muito no assunto. Ayesha podia parecer estranha ou fofinha, às vezes, mas ela era bem perturbada também.

E, antes que alguém dissesse algo, o táxi apareceu à distância na rua e foi desacelerando à medida em que se aproximava, até parar de frente ao Instituto.

–Adeus! - Falei, pela última vez, entrando no banco traseiro do carro e indicando as coordenadas ao taxista grisalho.

Para minha surpresa, Sean entrou também no banco traseiro, em vez de no banco do carona. Dei de ombros e retribuí os acenos de Miki, Harvey, Isabela, Ayesha, Bianca e Gabryella.

O carro deu a partida e eu me aproximei de Sean, descansando minha cabeça em seu peito enquanto o mesmo me abraçava e apoiava seu queixo sobre minha cabeça.


P.O.V Sean

–Louise. - Cutuquei sua cabeça, que estava apoiada em mim.

–Ahn? - Ela resmungou preguiçosamente. Não sei como, mas Louise tinha conseguido dormir durante todo o caminho, apesar dos sacolejos do carro e do barulho das buzinas e dos caminhões que passavam pela estrada.

–Chegamos. - Disse com a voz suave, vendo ela se afastar lentamente e analisar o interior do táxi com os olhos semiabertos. Na verdade, ainda não tínhamos chegado, mas o velho taxita me avisara que faltavam uns poucos minutos de viagem, e resolvi acordá-la. Já estava anoitecendo.

–Ah. - Ela falou, ainda sem animação na voz. Se espreguiçou um pouco e não pude evitar um sorriso de lado ao ver seu cabelo todo bagunçado.

O táxi entro na cidade e, depois de circular pelo labirinto de ruas, passou por uma rua pacata.

–Pode nos deixar aqui, por favor. – Louise disse, suas palavras tinham um tom de ordem. O carro parou e entreguei o dinheiro ao velho taxista, assustado com o preço caro. Mas tinha sido uma longa viagem, pensei, saindo do carro.

Louise estava sonolenta ainda e parecia prestes a desabar na calçada. Sorri, passando um braço por suas costas e segurando-a, enquanto carregava a mala dela com o outro braço.

–Aqui. - Ela apontou para uma casa que parecia nova e bem cuidada. Estranhei, porque me lembrava de ela ter descrito sua casa como "assombrada", mas a segui.
Fomos pela lateral do terreno, um caminho estreito entre a casa e a cerca que delimitava sua área. Quando chegamos ao quintal, Louise indicou uma casa com a parte de trás voltada para nós, os quintais de ambas as casas sendo separados por uma cerca. Joguei a mala por cima da cerca primeiro, depois a ajudei a pular a mesma, indo em seguida.

Essa casa, por sua vez, parecia velha e estava bastante mal cuidada, realmente como uma casa de algum filme de terror.

Louise atravessou o matagal do quintal meio grogue e empurrou a porta dos fundos, que cedeu com um rangido. Ela não acendeu a luz, só seguiu em frente, adentrando a Francis.

Um pouco desnorteado por causa da relativa penumbra ali de dentro, bati sem querer em alguns móveis, tentando tomar o máximo de cuidado possível para não esbarrar a mala em nada.

Louise me guiou até o andar de cima.

–Onde é o seu quarto? - Perguntei, quebrando o silêncio sepulcral, querendo me livrar logo daquela mala.

Em vez de responder, ela apenas pegou minha mão livre e me levou até uma suíte bem grande. Não consegui captar muitos detalhes por causa da falta de luz, mas me impressionei mesmo assim.

–Belo quarto. - Comentei, deixando a mala dela no chão.

–Valeu. - Sua voz estava rouca e ainda carregava um resquício de sono. - O seu quarto é o do lado.

–Ah, Lou, achei que você ia me deixar ficar aqui também. - Disse com tom pervertido e um pouco decepcionado, sabendo que isso iria irritá-la.

Ela se jogou na cama com uma risada fraca.

–Não mesmo, seu abusado. Você já me obrigou a trazê-lo pra Francis, mas dormir no meu quarto já é demais. - Ela usou o tom que sempre usava quando ficava estressada.

Me atirei em sua cama também.

–Mas eu não disse que quero ficar aqui para dormir. - Sussurrei, minha voz impregnada de malícia. – A gente pode fazer outras coisa também...

–Sai, seu pervertido! - Louise se afastou, rindo um pouco. Sorri, mesmo sabendo que ela provavelmente não conseguia ver o gesto por causa da escuridão.

–Vem, vou te mostrar o porão. - Ela se apressou a sair logo do quarto. Fui atrás dela, balançando a cabeça de leve e rindo baixo.

Ela abriu uma porta e desceu a escada do porão ainda na escuridão.

–Como você consegue viver assim, no escuro? - Perguntei a ela, tateando e descendo devagar os degraus de madeira para não cair.

–Estou acostumada. - Ela falou simplesmente, mas logo depois uma luz foi acesa.

Imediatamente um monte de gente pulou de seus esconderijos e gritou, como em uma festa surpresa ou coisa assim.

–Bem-vinda de volta! - Uma voz feminina se sobressaiu às outras. Vi Louise sorrir, meio encabulada, e ir na direção daquelas pessoas que eu não conhecia.
Louise abraçou uma menina ruiva com cabelos meio curtos, que olhou pra mim sobre o ombro dela.

–Ei, quem é esse seu amigo bonitinho? - Ouvi a ruiva falar para Louise, que riu, se desencilhando dela e se virando para mim. Eu sorri de lado para a ruiva e estendi a mão.

–Sean, e você é...?- Ergui uma sobrancelha enquanto ela apertava a minha mão.

–April. - Ela respondeu, sorridente, olhando de Louise para mim com malícia. -Prazer em conhecê-lo.

–O prazer é todo meu. - Pisquei para ela, que riu e foi embora, dando a desculpa que ia pegar uma bebida.

Vi Louise revirar os olhos e dei um beijo estalado em sua bochecha, de brincadeira.

–Estou começando a achar que revirar os olhos é seu charme. - Falei, sorrindo para ela.

–Demorou tanto assim para perceber? - Ela comentou sarcasticamente, me empurrando com o ombro e indo falar com outra pessoa.

Senti me cutucarem nas costas e virei, me deparando com uma garota de cabelos loiros cacheados e cara de criança.

–Oi, Sean. - Ela disse, sorridente.

–A gente se conhece?- Franzi o cenho com um pouco de humor na voz.

–Agora sim. - Ela rebateu, rindo como se tivesse uma piada interna.

–E qual seria o seu nome? - Perguntei, ainda um pouco confuso.

–Emily. - Alguém a chamou, de certa forma respondendo por ela. Era um cara alto com cabelos da cor de areia, ele não usava óculos, mas alguma coisa me dizia que ele era um daqueles intelectuais (para não dizer nerd). Ele emendou, virando-se para a menina: - Você está confundindo ele, não está? -E virando de volta para mim. - Desculpa, é que a Em é vidente e ela adora confundir pessoas que acabam de conhecê-la.

–Ah. - Assenti. - Eu sempre achei que essa coisa de vidência não existia.

Antes que Emily respondesse, ouvi Louise exclamar, atrás de mim.

–Isac! - Ela passou por mim e abraçou o garoto alto com cara de nerd. Lembrei-me da conversa/discussão que tivemos mais cedo e de ela ter mencionado que Isac era seu amigo.

Ela se soltou dele e nos apresentou, enfatizando o nome de Isac, pois provavelmente também se lembrara da conversa.

Louise me apresentou a um garoto com cabelos castanhos meio ruivos chamado Damien, que me pareceu gente boa, e um homem que ela disse ser seu treinador, chamado Cooper. Cooper era jovem, na verdade, e ele era muito engraçado.

Algum tempo depois, ouvimos a campainha tocar. Louise trocou um olhar estranho com Isac e April. Emily se adiantou e foi atender a porta. Ouvi uma voz feminina responder Emily, mas não consegui distinguir as palavras. Houve uma pausa e logo depois a porta do porão foi aberta e Emily desceu as escadas, sendo seguida por uma outra garota que parecia ser mais nova.

–Louise, tem alguém aqui para te ver. - Emi anunciou, com um olhar cúmplice.
Vi Lou franzir o cenho, confusa.

A menina enfim desceu o último degrau e andou até a Louise. Ela tinha uma pele rosada e cabelos castanhos claros e lisos, e olhos de um cinza familiar.
Louise examinou a menina da cabeça aos pés, logo sua confusão se transformou em incredulidade e depois seu rosto ficou inexpressivo.

A menina encarava Louise com um pequeno sorriso e decidiu quebrar o silêncio:

–Por que essa cara, Louise?- Ela disse, sua voz era baixa e calma. – Não se lembra mais da sua irmã?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

TAN TAN TAAAAAAAAAAN
Então, gente, alguma sugestão de nome para a irmã da Louise? Eu estou meio indecisa, o que quer dizer que eu não faço a mínima ideia de que nome dar pra ela. Se vocês puderem ajudar, por favor... Todas as sugestões são importantes ^-^
Aliás... quem aí gostou do POV Sean?
Eu não sei se vou conseguir postar o próximo em menos tempo do que eu postei esse aqui, mesmo estando de férias.. sabem como é, livros pra ler, séries para assistir, coisas idiotas para fazer, comidas para comer, etc...
Outra coisa: Já que agora nossa querida Louise voltou (amém sem or) vamos ter que inventar um novo nome pro ship dela e do Sean, mas, se quiserem, podem ficar com Devan, okay? Acho que vou ficar com Devan mesmo, eu gosto de Devan...
Ah, e um obrigada especial à Esa, que resolveu ir falar comigo por MP (ai lóvi iú gurl)
Então marshmallows, acho que é isso.
Hasta La Vista
P.S.: Venham falar comigo sobre livros, séries, músicas, animais, comidas, estrelas, hobbies, sei lá, qualquer coisa! Eu só quero conhecer mais vocês, marshmallows.
P.S.2: AMOOOOO P.S.s ME JULGUEM