Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 25
Enfim volto pro lugar ao qual pertenço


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey evribári
Desculpa pela demora, mas eu juro que tenho (bons) motivos: a. eu passei um bom tempo viajando para lugares onde se desconhece a palavra internet. b. quando eu voltei das viagens veio a minha semana de provas. c. preguiça d. falta de criatividade e. eu sou meio malvada e queria deixar vocês curiosas sobre a mana da Louise u.u
Bem, pelo menos o capítulo não tá pequeno e tem Devan pra vocês ;)
Espero que não tenham desistido de mim seus marshmallows lindos!
P.S.: Ah, e obrigada à Miss Marple por dar ideia pro nome da irmãzinha da Lou, foi de grande ajuda haha



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Eu sentia que estava olhando para um espelho. Embora a menina à minha frente tivesse traços um pouco diferentes, eu poderia compará-la com uma foto antiga minha e pareceríamos quase gêmeas. Eu não sabia se podia acreditar nos meus olhos, eu não queria. Uma pergunta se repetia infinitas vezes na minha cabeça: Como?

Ela olhou para mim com um sorriso, me tirando dos meus pensamentos conturbados.

–Por que essa cara, Louise? Não se lembra mais da sua irmã?- Ela falou com uma voz controlada e calma, e sua voz lembrava muito a de nossa mãe.

–Eu me lembro muito bem da minha irmã. - Falei, tentando reprimir o tom hostil da minha voz. - Lembro com clareza que ela morreu, há alguns anos atrás.

Ela ergueu os braços na defensiva e sorriu sarcasticamente.

–Sinto muito se não estou morta, maninha. - Ironizou, olhando no fundo dos meus olhos, como se analisasse minha alma. Um brilho de compreensão iluminou seus olhos. - Ah, você não acredita, não é? Mas quem mais saberia da minha existência, se, ao que me parece, nem seus amigos sabem?

–Não dá pra confiar nas pessoas hoje em dia. - Dei de ombros, sem saber mais o que dizer. Sim, é claro que eu duvidava dela, era impossível não fazê-lo quando anos atrás eu a tinha visto morrer.

Mas ela estava certa. Ninguém, absolutamente ninguém além de mim sabia que eu tive/tinha uma irmã, era uma coisa que eu preferia esconder para mim mesma. Além disso, a semelhança com nossos pais e até comigo era indiscutível.

Ela bufou.

–Vamos lá, precisa que eu te conte algo que só eu saberia?- Ela apelou e, como eu acreditava que esse era o melhor método de apuração de verdades, concordei com a cabeça. Minha suposta irmã fechou os olhos e colocou os dedos nas têmporas, pressionando-as como se estivesse com dor de cabeça, ou como se tentasse lembrar algo.

–Lembra quando achamos aquela aranha enorme e você queria ficar com ela?- Perguntou, ainda de olhos fechados.

Assenti, com um pequeno sorriso no rosto por causa da lembrança.

–O nome que você deu para ela foi Octavian e, apesar do papai não ter permitido que você ficasse com ela, você a escondeu dentro de uma caixa listrada no fundo do armário do banheiro. -Ela abriu os olhos tão parecidos com os meus e me encarou com um pouco de nostalgia, enquanto contava a história. - Mamãe estava arrumando o armário e derrubou a caixa, a aranha fugiu e passamos o dia inteiro procurando ela pela casa, até que ela apareceu no outro dia no meio dos cereais e você ficou sem comê-los por mais de um ano.

Eu ri baixinho. A verdade é que eu não conseguia comer cereal até hoje, mas com certeza só a minha irmã verdadeira lembraria o nome que eu dera para a aranha, porque eu só contei para ela.

Encarei a menina a minha frente, que realmente era minha irmã, e ela sustentou meu olhar. Minha visão começou a ficar turva e senti que eu ia chorar. Então fiz o que qualquer pessoa normal faria: abracei aquele ser à minha frente, pois percebi que eu estava realmente feliz por ela estar viva. Ela não demonstrou reação de primeira, parecia estar surpresa, mas então retribuiu o abraço. Ficamos assim um pouco até eu afastá-la com o cenho franzido.

–Mas você estava morta, Lizzie! Eu sei o que eu vi e não teria como... -Comecei, mas percebi que não queria discutir aquilo ainda.

–Longa história, vamos deixar pra outro dia, okay? Agora eu só preciso dormir, foi uma longa viagem até aqui e amanhã quero ir conhecer a Academia.- Lizzie falou e só então percebi o quão cansada ela parecia, então apenas assenti e indiquei o quarto de hóspedes para ela, que deixou o porão num piscar de olhos. A minha volta todos pareciam atônitos.

–Surpresa. - Falei pra eles, sem emoção, com um meio sorriso.

–Octavian? - Isac comentou sabiamente quando saiu de seu torpor. Revirei os olhos e fiz um gesto de despensa.

–Xô, eu também quero ir dormir, voltem para suas casas, formiguinhas. Até amanhã. Eu explico tudo depois. - Disparei e rebanhei todos para fora da minha casa, o que foi fácil, pois eles estavam muito abalados para contestar. Apenas Sean ficou, porque ele dormiria por ali mesmo.

–Enfim, sós. - Ele falou com seu típico tom malicioso quando fechei a porta dos fundos da cozinha e me virei para ir pro meu quarto.

–Nada disso, temos uma convidada especial e eu estou tão cansada quanto ela. - Desviei-me dele e saí da cozinha, Sean me seguiu.

–Falou a menina que dormiu a viagem toda de táxi até aqui. - Protestou ele, com sarcasmo.

Virei-me e o encarei na penumbra.

–E eu quero dormir mais, não posso? Claro que posso. Se for continuar reclamando te ponho para fora de casa. - Ameacei e voltei a fazer o caminho para o meu quarto.

–Nossa, tudo bem, madame, vou ficar quieto. - Ele respondeu e se calou.

Começamos a subir a escada em silêncio, mas ele logo foi quebrado.

–Sua mãe era maníaca por nomes que começam por L ou algo do tipo? Porque, bem, seu nome é Louise e sua irmã se chama Lizzie, então me pergunto qual seriam os nomes dos seus pais. - Sean divagou um pouco, querendo amenizar a pergunta, para que eu não me irritasse.

–Realmente, minha mãe se chamava Lucy e meu pai era Leo. - Respondi sarcasticamente, revirando os olhos.

–Sério? - Sean provocou.

–Não. Minha mãe se chamava Coraline e o nome de meu pai era Victor e, na verdade, Lizzie é apelido de Elizabeth, ou seja, só meu nome começa com L na minha família. - Expliquei, talvez pisando nos degraus com mais força do que o necessário.

Sean não respondeu, para minha surpresa, e chegamos ao andar superior. Andamos pelo corredor em silêncio e, quando chegamos à porta de seu quarto, ele se apoiou na parede e me puxou pelo pulso, aproximando os nossos corpos. Olhei-o nos olhos e mordi o lábio inferior instintivamente, ele apoiou a testa contra a minha e me encarou de volta.

–Boa noite, Louise. - Ele sussurrou e beijou levemente os meus lábios, e eu até que tentei aprofundar o beijo, mas Sean logo se afastou, sorrindo e entrando no quarto.

–Boa noite. - Murmurei um pouco grogue e fui cambaleante pro meu quarto, troquei de roupa sem ter consciência de meus atos, como se estivesse no modo automático e me joguei na cama em seguida, logo caindo no sono.

Não lembro os sonhos que tive, mas acordei com alguém pulando na minha cama.

–Louise - Uma voz cantarolou meu nome, prolongando o som das vogais, enquanto a dona desta afundava ao meu lado na cama.

–Que é? - Resmunguei, mergulhando o rosto no travesseiro.

–Você tem que me mostrar a Academia! - Lizzie sentou-se na cama e puxou meu travesseiro.

–Não tenho não, a gente pode fazer isso outro dia. - Eu disse cobrindo a cabeça com o cobertor e me encolhendo toda.

–Anda, preguiçosa, eu também quero ir conhecer a Academia. - Uma outra voz se fez presente, parecia mais afastada do que a de Lizzie e era, com certeza, a voz de Sean. Soltei um ruído de frustração quando minha querida irmãzinha puxou meu cobertor e tive que me levantar. Sean me analisou de cima a baixo e sorriu de lado quando encontrou meu olhar.

–Não. Diga. Nada. - Apontei um dedo para ele, pois sabia que ele faria algum comentário sujo e pervertido sobre meu pijama curto. Ele ergueu uma sobrancelha em resposta.

–Você nem sabe o que eu ia dizer. - Ele rebateu.

–Eu tenho uma ideia do que você ia dizer, e não é nada que me agrade. - Falei, me espreguiçando e, consequentemente, fazendo com que o pequeno pijama que eu vestia mostrasse ainda mais da minha pele.

Sean observou tudo com um olhar de deleite, como um gato preguiçoso, e rapidamente abaixei os braços e os cruzei na frente do corpo.

–Você não pode me negar o direito de falar. - Ele continuou a discussão depois de um instante de silêncio- Estamos em um país livre. - Ele abriu os braços para enfatizar o que dizia.

–Diga o que quiser, então. - Bufei, internamente xingando-o por ser tão teimoso ao rebater respostas, coisa que normalmente eu era.

–Você devia usar essa roupa mais vezes. - Ele disse, enfim, com o típico tom malicioso na voz.

–Acho que você já me disse isso. - Falei, revirando os olhos e me lembrando de quando, no Instituto, eu decidi passar o dia de pijama só por teimosia.

–É sempre bom relembrar essas coisas. - Sua voz assumiu um tom divertido. - Além do mais, esse seu cabelo todo bagunçado te dá um ar meio selvagem.

Arregalei os olhos com a última fala e fui correndo para o banheiro, tentando ajeitar o ninho que estava meu cabelo, enquanto Sean apenas ria. Voltei para o quarto depois de prender o cabelo em um coque e peguei algo para vestir, logo voltando ao banheiro e ignorando as duas presenças que continuavam no meu quarto, me observando.

–Vão fazer algo de útil, estrupícios. - Fiz um gesto de dispensa com a mão livre. - Estarei pronta em 10 minutos. - Dito isso, os dois se dispersaram e foram para seus respectivos aposentos e eu entrei em meu banheiro, revirando os olhos. Me arrumei rápido e desci as escadas, encontrando duas criaturas estiradas no sofá da sala.

–Depois eu que sou a preguiçosa. - Resmunguei, puxando-lhes pelas mãos para que ficassem de pé. Os empurrei em direção à saída e entrei no meu carro, que ficava estacionado na rua a alguns metros da casa.

–Wow, belo carro. - Sean pareceu enfim acordar, admirando-o como se nunca tivesse visto um na vida.

–Obrigada, agora entre. - Disse precisamente, já sentando-me no banco do motorista e quase dando a partida.

–Não vai deixar o coleguinha dirigir, não? - Sean me interrompeu, fazendo um biquinho.

–Talvez mais tarde, coleguinha, agora entre no carro ou eu te deixo aí para você ir a pé. - Falei, bufando. Sean entrou rapidamente no banco do carona e fomos para a Academia. Passamos metade do caminho em silêncio, até que eu decidi quebrá-lo.

–Então, Elizabeth, acho que é uma boa hora para você começar a contar como sobreviveu a uma explosão. - Disse eu enquanto olhava para ela pelo retrovisor. Lizzie, que antes estava com a cabeça encostada no vidro e os olhos perdidos na paisagem, agora me encarava de volta pelo retrovisor.

–Bem, eu nunca passei por uma explosão, na verdade. - Ela suspirou, como se as lembranças fossem dolorosas.

–Muito interessante, meninas, mas poderiam começar a história do começo, por favor? - Interviu Sean, que parecia estar completamente confuso, o que era até aceitável.

–Certo, - comecei - logo depois que nossos pais foram assassinados, quando tínhamos uns 2, 3 anos, fomos morar em um apartamento com uma tia nossa. Ela era uma boa pessoa e cuidava de nós como se fôssemos suas filhas, mas um dia, quando eu voltei da minha escolinha e estava prestes a entrar no prédio em que morávamos, houve uma enorme explosão no nosso apartamento, e a nossa tia e Lizzie estavam lá em cima. Quando os bombeiros chegaram eles encontraram o corpo de Lizzie e da nossa tia, mas era tarde demais, elas estavam com queimaduras muito sérias e parte do teto havia desmoronado sobre elas. - Acabei de falar e senti as memórias ainda vívidas na minha mente, quase fazendo com que algumas lágrimas começassem a escorrer pelo meu rosto. Percebi que eu estava apertando o volante com muita força e tentei relaxar para prestar atenção na explicação de Lizzie.

Senti a mão quente de Sean na minha perna, mas não era um toque provocativo, era um toque de ternura, ao qual eu fiquei agradecida, mas no momento só pude demonstrar com um pequeno sorriso de lado.

–Mas eu não estava lá na hora da explosão, Loui. - Lizzie interrompeu. - Eu estava no parque com uma amiga da tia.

–Mas Lizzie, eu vi o seu corpo quase completamente carbonizado! Fui eu que reconheci os corpos! - Protestei, sem querer fazendo um movimento brusco com o volante e desviando o carro de sua pista, mas logo voltando ao normal.

–Sim, Louise, eu sei o que você viu. Mas não era eu. - Liz disse com uma voz doce depois do susto e de um tempo em silêncio.

–Elizabeth, seja mais explícita, por favor. - Exigi, já irritada com aquele suspense.

–Era o corpo da filha dessa amiga da nossa tia que fora encontrado na explosão, não o meu. A amiga da tia, Isabel, me disse que sua filha se parecia muito comigo e acabou me adotando como se eu fosse ela. - Lizzie terminou de falar e se silenciou. Aquele assunto devia ser difícil para ela, pra mim também era. Não quis pensar muito no assunto, então liguei o rádio e em pouco tempo chegamos à Academia.

Sean foi o primeiro a sair do carro quando chegamos ao estacionamento subterrâneo. -Sinceramente? Me sinto em um shopping. - Disse ele analisando o lugar à sua volta.

–Ah, não. Chega de shoppings. - Suspirei exasperadamente e saí também do carro, depois de Lizzie, trancando-o. Sean riu e eu passei à sua frente, indo para o elevador.

–O que há de errado com shoppings? - Minha irmã curiosa perguntou.

–Muitas coisas. - Repliquei, apertando o botão que chama o elevador. Entramos assim que as portas se abriram e eu apertei o botão do segundo andar, onde ficava o refeitório e algumas câmaras de simulação. Não havia espelho no elevador, portanto fui condenada a observar minha imagem refletida nas placas de aço que o revestiam.

Saí do elevador quando este chegou ao destino e parei um momento para respirar fundo e encarar a Academia. Eu me sentia como alguém que volta para casa depois de anos sem visitá-la. Era tão bom estar ali novamente...

–Poxa, você disse que isso era uma academia, eu jurava que ia ter umas esteiras rolantes para eu me exercitar. - Comentou Sean sarcasticamente, acabando com meu momento e me fazendo revirar os olhos.

–Que engraçadinho. - Fiz cara feia para ele quando passou por mim com um sorriso de lado.

–Bem, então podemos começar logo a conhecer este lugar? - Se manifestou Lizzie ansiosamente, tomando minha mão e pedindo para que eu mostrasse o caminho.

–Jerônimo. - Comentei com falsa animação, lembrando-me de quando eu fazia tours pelos corredores da Academia com os vilões novatos.

____________~(•-•~) ~(•-•)~ (~•-•)~_______________

Depois de mostrar a Sean e Lizzie metade dos andares acima do solo e de ter encontrado com vários amigos e conhecidos e lhes apresentado minha irmã, é claro que eu estava exausta. Me arrastei penosamente para o refeitório, onde a maioria estava almoçando, e me sentei vulgo me deixei cair de qualquer jeito em cadeira. Sean sentou ao meu lado e Lizzie à minha frente.

–Liiiiz, fofinha, pode fazer um favor pra sua querida irmã? - Perguntei, talvez exagerando no tom da minha voz.

–Diga. - Lizzie disse de má vontade.

–Vai lá pegar meu almoço? - Fiz carinha de criança carente enquanto proferia essas palavras.

–Claro, querida irmã, tudo por você. - Pude vê-la revirar os olhos, mas ela se levantou e foi lá fazer o que eu pedi.

–Queria um momento a sós comigo, Louisiana? - Sean perguntou com uma sobrancelha erguida em sua típica expressão pervertida.

Louisiana? E eu que achava que já estava ficando com saudades de Devynnia...

–Nós estamos em um refeitório cheio de gente, não é como se desse pra ficarmos a sós. - Retruquei, escorregando um pouco na cadeira.

–É, verdade. - Sean ponderou. - Ainda mais quando metade do povo está olhando pra nós.

Suspirei, também tinha percebido os olhares pouco discretos que estavam sendo dirigidos não apenas a mim hoje. Eu esperava por algo assim com minha volta, mas ter Sean e Lizzie ao meu lado só pareceu piorar as coisas.

–Nunca pensei que teria uma namorada famosa. - Sean falou depois de alguns instantes pensando em silêncio.

– Agora sou sua namorada? - Respondi, divertida.

–Não sei, você é? - Ele retrucou espertamente, com uma feição sapeca iluminando seu rosto.

–Talvez. - Disse e sorri de lado. Nossa conversa foi prontamente interrompida por minha querida irmãzinha que chegara com minha comida e sua própria.

–Ei, casal, lamento interromper, mas nada de pegação na mesa, tá? - Ela avisou me entregando a minha refeição. Só então percebi que eu tinha me aproximado de Sean, tipo, muito. Afastei-me dele e peguei os talheres que minha irmã me ofereceu.

–Vai lá pegar sua comida também, duvido que não esteja com fome. - Incitei Sean e o mesmo se levantou.

–Era exatamente o que eu estava pensando em fazer. - Ele falou, se dirigindo à fila do almoço. Comi em silêncio e logo chegaram Isac e Damien, que se juntaram a mim e à Lizzie na nossa mesa. Expliquei a eles a situação toda e Isac ficou meio irritado comigo por eu não ter lhe contado que tinha uma irmã, mas logo passou. Sean voltou e também comeu sua comida, enquanto eu conversava com meus dois amigos.

–Ah, eu já ia esquecendo...- Falou Damien enquanto ele e Isac me contavam as novidades. - Instalaram uma câmara de simulação antigravidade no terceiro andar.

–O quê? - Meus olhos se arregalaram até ficarem do tamanho do mundo. Meu sonho de consumo era essa câmara de simulação antigravidade. Eu já conhecia quase todos os cenários possíveis das câmaras de simulação comuns e eu queria desafios novos.

–Fazia um tempo que eu estava ajudando o pessoal no desenvolvimento dessa câmara. - Isac disse, pensativo. - Eu até ia te falar antes, mas eu sempre esqueço.

Bem típico do Isac esquecer coisas desse jeito. A pouca memória fotográfica que ele tem muitas vezes não o ajuda com esse tipo de coisa.

–Acho então que devo agradecer ao Damien por lembrar disso. - Eu disse, rindo depois da cara de magoado que Isac fez.

–De qualquer jeito, está em fase de teste agora, e me perguntaram se eu conhecia alguém que podia ser cobaia ou alguma coisa assim. - Isac falou na maior simplicidade e eu sei que meus olhos brilharam quando ele disse aquilo.

–Eu vou!- Exclamei, talvez um pouco alto demais, chamando atenção de algumas pessoas.

–Claro que vai. - April, que já tinha ouvido um pouco da conversa enquanto se aproximava, sentou-se na nossa mesa. - Eu pedi para testar a câmara também, mas o Damien não deixou.

–Já temos uma suicida aqui, - Damien se defendeu, apontou para mim - não precisamos de mais uma. Me fingi de ofendida e me voltei para Sean.

–Eu sou suicida?

–Quer que eu diga a verdade? - Ele ergueu a sobrancelha sarcasticamente. Suspirei e olhei inquiridoramente para minha irmã.

–Nem pergunta. - Ela ergueu os braços em rendição.

–Tá, eu vou fazer isso de qualquer jeito mesmo. - Dei de ombros. Nesse momento Emily apareceu perto de nós e se sentou ao lado de Isac.

–Você vai cair feio em um dos testes. - Ela avisou como tom de voz indiferente das videntes quando falam do futuro.

–Não tem problema, aposto que o Sean vai estar lá pra me segurar, né, Seanzinho? - Falei meio sarcasticamente, com um sorriso torto em sua direção.

–Claro, Louisiana. Mas se eu não conseguir te segurar eu ainda assim vou estar lá pra rir de você. - Ele rebateu e eu fiz biquinho, recebendo um beijo na cabeça em resposta.

–Awn. - Comentou April, sorrindo abobalhadamente. Revirei os olhos e me levantei da mesa, chamando Lizzie e Sean para fazerem o mesmo.

–Vamos, ainda tem muito o que mostrar pra vocês.


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Notas finais do capítulo

Acho que tá explicada agora essa história de irmã da Louise *-*
Pros marshmallows curiosos: a diferença de idade entre as duas é de 1 ano e pouco.
Eu não sei se a história vai de encontro às outras coisas que eu escrevi, mas, se tiver algum erro, me avisem, por favor.
E o que vocês acham de mais 10 capítulos pro fim da fic? Pouco? 15 então? É, parece que tá acabando, mas ainda tem muito pela frente, okay? Não se desesperem.
Espero que tenham gostado do cap. *u*
Au revoir marshmallows