Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 20
O que fazer num dia vago


Notas iniciais do capítulo

Hellou marshmallows ^-^
Eu sei que demorei (de novo), mas nem precisam ameaçar me matar, podem deixar que eu mesma faço isso, porque eu odeio quando fico tanto tempo sem postar, porque vocês são leitores tão maravilhosos e...
Alguém aí pode me emprestar um pouco de tempo? Porque eu realmente estou precisando...
Espero que vocês possam se contentar com esse capítulo por enquanto.
Okay? Okay.



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Eu adoro missões, adoro completar missões, mas eu realmente amo a folga que vem depois delas. Pode me chamar de preguiçosa o quanto quiser, ou de qualquer outro nome ofensivo relacionado a isso, afinal, eu sou preguiçosa demais para me importar.

De qualquer jeito, depois de esfregar na cara do Sr. Putóvane que eu tinha completado a missão com sucesso (o que valeu o meu dia) o mesmo nos deu um dia livre de aulas, treinamentos e coisas do tipo, para minha alegria.

A questão é: como utilizar sabiamente meu dia livre? Resposta: não faço a mínima ideia. E, por não saber o que fazer, acabei indo procurar respostas no meu reflexo no espelho.

Encarei meu reflexo, que me encarou de volta com as sobrancelhas erguidas, como se exigisse algo. Só então pude reparar que meu disfarce de Devynn estava se desgastando: a raiz dos meus cabelos estava completamente escura, pois meus antigos (e lindos) cabelos pretos estavam crescendo de novo, se sobrepondo aos poucos ao cabelo pintado de castanho claro.

Por falta de tempo, eu já não colocava mais as lentes verdes, fazendo com que meus olhos cinza ficassem à mostra. O argumento que eu usava para explicar isso para os outros era que a cor da íris mudava com o meu humor, e eles, mentecaptos, simplesmente aceitavam isso.

O leve bronze artificial de Devynn também estava se esvaindo novamente para a cor pálida de Louise, e eu estava me sentindo uma borboleta se transformando novamente numa lagarta (embora a lagarta seja muito bonita). Percebi que meu tempo como Devynn já estava acabando e que logo, logo, eu teria que dizer adeus ao Instituto.

Olhei para meu reflexo e quase me bati por estar sendo tão melancólica. Eu não iria sentir falta do Instituto, muito menos do Sr. Padóvane ou da Gwen ou do Roy ou de todas as outras pessoas deploráveis que aqui vivem, mas, com certeza, iria me lembrar de gente como o Sean, a Isabela, Gabryella, Miki, Harvey, Kate, Ayesha e Bianca.

Estava ficando cada vez mais difícil esconder deles quem eu realmente era, uma hora ou outra eu sabia que teria que revelar minha identidade.

Percebi que eu estava com saudades do povo da Academia e sorri ao me lembrar deles. Decidi, então, o que eu iria fazer no meu dia livre. Que ia começar com uma ligação para o Isac.

~(*-*~)_____(~*-*)~

O telefone tocou três vezes até que alguém atendesse. Eu esperava ouvir a voz de Isac, mas acabei me deparando com a voz feminina de April.

–Lou, criatura, há quanto tempo! – Ela disse animadamente. Sua voz parecia um pouco arrastada, como se ela estivesse bêbada ou coisa assim.

–Ei, April. – Respondi, com um sorriso que ela, claramente, não estava vendo. – Você bebeu?

Ahn? – pausa – Não, só tomei umas garrafas de... conhaque, eu acho. – Ela soltou uma risada.

Tive que prender o riso, April sempre foi muito fraca quando o assunto era álcool, mas ela gosta muito de beber então não há nada que eu possa fazer contra.

–E onde foi que você arranjou conhaque? – Perguntei, divertida, enquanto analisava minhas unhas.

–Na dispensa da sua casa. – Ela respondeu como se fosse óbvio. Respirei fundo, tentando não pensar em maneiras para matá-la. Eu não gostava realmente de conhaque, mas o que ela disse indicava que ela ainda estava em posse da minha bela casa.

–April, quando eu voltar para casa você vai ser uma pessoa morta. – Eu disse lentamente, para que ela entendesse a mensagem. Eu não tinha certeza se ela lembraria a ameaça, mas pelo menos eu avisei.

–Tá bom. – Ela falou com bom humor. – Mas mate o Isac primeiro.

Franzi o cenho.

–Por que causa, motivo ou razão, eu faria isso? – Falei, confusa. Do outro lado da linha, ouvi ela rir.

–Porque ele e a senhorita vidente estão tendo um caso e ele não te contou ainda. – Ela respondeu, agora com a voz um pouco menos arrastada.

Eu devo ter ficado uns bons vinte segundos processando o que ela tinha dito. Minha primeira reação foi gritar um “O quê?” consternado para o telefone, a segunda foi praguejar e insultar Isac até a morte e a terceira e última reação foi dizer:

–Eu sabia! – Soltei uma risada maldosa – Eu disse que Isac e Emily formavam um casal perfeito, mas ninguém me escuta! Quando é o casamento?

Ouvi April rir do outro lado da linha.

–Estou esperando você voltar para começarmos a planejar essa parte. – Ela brincou, embora houvesse um pouco de verdade em sua fala. – Por falar nisso, quando você volta?

–Em breve, espero. Acabei de ter uma ideia e quero colocá-la em ação o quanto antes possível, não aguento ficar mais aqui. – Desabafei, suspirando pesadamente enquanto ouvia a respiração calma de April.

–Odeio as suas ideias malucas, mas, pelo menos dessa vez não estou envolvida. – Ouvi uma exclamação de alívio do outro lado da linha. Revirei os olhos.

–Minhas ideias são geniais, não malucas. – Protestei e, antes que April retrucasse, a interrompi: - De qualquer maneira, avise pro Isac me encontrar às três na praça principal da cidade.

–Você quer se encontrar só com o Isac? – Ela falou, manhosa, e murmurei em concordância. – Mas e eu, como fico?

–De ressaca, minha cara April. – Retorqui sarcasticamente. – E sugiro que você não saia da cama hoje, para seu próprio bem.

Ouvi-a resmungar algumas palavras incompreensíveis, como se só agora tivesse se dado conta de que tinha bebido muito e que estava começando a ficar com dor de cabeça.

Tá bom. – Ela disse a contra gosto. – Eu aviso ele. Até mais.

–Tchau. – Disse, com um sorriso divertido, e encerrei a chamada.

Como ainda eram apenas 12 horas, decidi ir encontrar as meninas, que provavelmente tinham horário vago agora.

Prendi meus cabelos revoltos em um rabo de cavalo frouxo, coloquei a primeira roupa que encontrei e fui procurá-las pelo Instituto.

Acabei encontrando Bianca, Gabryella, Isabela e Harvey sentados no gramado próximo à sala de treinos, eles pareciam estar imersos em uma discussão muito interessante, porque só perceberam que eu me aproximava quando já estava bem ao lado deles.

–Devynnia! – Harvey saudou alegremente, enquanto eu me sentava ao seu lado. Bufei, desaprovando, como sempre, meu apelido.

Bianca engatinhou até ficar sentada de frente para mim, com um sorriso divertido nos lábios.

–Vocês ainda não me contaram como foi a missão. – Ela falou, curiosa para saber de todos os detalhes.

Comecei a narrar como tinha ocorrido a noite, desde que desligamos as câmeras, da troca da joia, e até mesmo do vigia patético chamado Benson. Harvey interviu diversas vezes no meu discurso, falando sobre detalhes não tão importantes ou fazendo comentários bobos que nos faziam rir. Falei sobre nossa invasão à praça de alimentação, com Miki na Spolleto e tudo o mais. Isabela pareceu se divertir muito com a história, assim como Gabryella, que se segurava para não rir.

–Da próxima vez eu quero participar também! – Bianca falou, fingindo estar emburrada.

–Pois é. – Concordou Gabryella. – Vocês ficaram com toda a diversão, enquanto a gente teve que ficar aqui correndo de um lado para o outro que nem umas idiotas no caça à bandeira.

–Por falar nisso, minhas panturrilhas estão completamente doloridas, de tanto correr. – Comentou Isabela fazendo uma careta. Harvey, que estava ao lado dela, aproveitou para apertar suas bochechas, fazendo a careta da mesma se acentuar. Gabryella e eu rimos e Isabela encarou Harvey com um olhar mortal, que ele retribui com um beijo na bochecha dela. Isabela corou violentamente e eu apertei meus lábios um no outro, tentando reprimir um “Awn”.

Bianca, percebendo o desconforto de Isabela e tentando desviar a atenção da cena fofa que tinha acabado de ocorrer, mudou de assunto, perguntando sobre nossos planos para o dia.

Dei de ombros, como se não tivesse ideia do que eu faria e Harvey começou a listar uma série de coisas que ele tinha planejado, que na verdade se resumiam em comer e dormir. E eu que achava que era preguiçosa.

Então, do nada, os quatro começaram uma empolgante discussão sobre o cabelo ser parte do corpo ou não.

–É claro que é. – Gabryella disse sarcasticamente. – Senão ele não estaria grudado ao corpo.

–Mas, se vocês pararem para pensar, – defendeu Bianca, gesticulando enfaticamente – o cabelo é composto de células mortas, enquanto o corpo é formado de células vivas.

Era um bom argumento, para falar a verdade, e, além do mais, era divertido observar essas discussões meio científicas, meio estúpidas que tínhamos às vezes.

–Se você for por esse caminho – Disse Harvey, se fingindo de intelectual. – Saiba que tanto o cabelo quanto qualquer outra parte do corpo possui DNA, o que faz do mesmo uma parte do corpo.

Eu tive que sorrir com aquilo, se existe algo que nunca perde a graça, esse algo é quando as coisas que o Harvey diz fazem sentido.

Porém, enquanto eu sorria, Bianca encarava Harvey como se fosse matá-lo.

–Vamos por outro caminho então. – Ela respondeu, seu rosto estava começando a ficar da cor de seu cabelo ruivo. – Me diga, Sr. Gênio, o que acontece quando se corta uma parte do corpo?

–Dói? – Respondi por Harvey, franzindo o cenho, sem ideia alguma de onde ela queria chegar com aquilo.

–Sim, e também sangra, não é? – Ela falava pausadamente, como se fossemos crianças. – Pois bem, mas o mesmo não acontece com o cabelo. Sabem por quê? PORQUE ELE NÃO É PARTE DO CORPO! – Ela exclamou, agora com o rosto completamente vermelho, fazendo todos nós arregalarmos os olhos. Harvey realmente conseguia tirar Bianca do sério de uma maneira impressionante.

Um sinal tocou ao longe antes que Harvey pudesse retrucar com algum argumento raivoso, indicando que as meninas deveriam voltar ao treino, ou às aulas, o que quer que elas tenham agora. “Salva pelo gongo” pensei ironicamente, enquanto via Gabryella e Isabela quase arrastarem uma Bianca espumando para dentro do Instituto.

–Estressadinha. –Harvey debochou depois que elas desapareceram de nossa vista. Balancei a cabeça negativamente, com um sorriso de lado no lábio.

–Você também adora provocar. – Respondi, dando um soco de brincadeira em seu braço.

–Falando em provocar... – Harvey apontou para algo atrás de mim e eu me virei, me arrependendo instantaneamente. Vindo em nossa direção com as mãos nos bolsos e os olhos maliciosos estava Sean. Praguejei baixo enquanto ele se aproximava.

–Sentiram saudades? – Sean falou em tom de brincadeira, piscando para mim e deitando o tronco ao meu lado com as pernas dobradas e os braços cruzados atrás de sua cabeça, como se estivesse prestes a fazer alguns abdominais.

–Nem um pouco. – Respondi, me afastando. Sean fez um muxoxo e Harvey riu baixo, apenas observando.

–Não minta para mim, docinho. – Ele disse, se aproximando à medida que eu me afastava.

–Não me chame de docinho. – Respondi, desistindo, enfim, de tentar ir para longe dele.

–Me obrigue, docinho. – Ele disse, como sempre transpirando malícia pelos poros e me olhando de um jeito nada puritano.

–Me obrigue a te obrigar. – Retruquei, encarando-o. Ele não respondeu, apenas sorriu de lado e ergueu as sobrancelhas. Seu sorriso de lado me fazia lembrar Isac, o que acabou me lembrando que eu tinha marcado de encontrar com ele e já estava quase na hora.

Arregalei os olhos, já me levantando rapidamente e, por consequência, assustando tanto Sean quanto Harvey.

–O que você...? – Harvey murmurou confuso.

–Eu marquei de encontrar meu amigo daqui a pouco. Desculpa, mas tenho que ir. – Eu expliquei. Sean não pareceu ficar muito contente ao ouvir as palavras “encontro com um amigo”, mas ele que interprete do jeito que quiser. De qualquer forma, ele logo voltou ao seu jeito brincalhão e malicioso de ser.

Acenei para os dois e virei na direção do prédio dos dormitórios.

–Não se vá... – Ouvi Sean cantarolar, fazendo Harvey rir. Revirei os olhos e continuei andando.

~(*-*~) _____ (~*-*)~

Vi Isac antes que ele percebesse minha presença. Ele estava sentado de maneira folgada em um banco da praça, olhando para alguma coisa ao seu lado. Ele não parecia ter mudado nada: nem os cabelos cor de areia lisos, nem sua altura que me deixava com inveja e muito menos seus olhos castanhos comuns.

Andei devagar, esperando que ele me notasse. Assim que ele o fez, se levantou imediatamente, sorrindo. O sorriso de lado, sua marca registrada. Sorri de volta e apressei o passo. Quando estava a menos de um metro dele, pulei em seu pescoço, ao passo de que ele envolveu minha cintura com os braços, me levantando do chão como sempre fazia.

Pode-se dizer que eu e Isac temos laços mais fortes do que os de sangue. Possuímos, um pelo outro, um amor incondicional de irmãos. Ou até maior do que o de irmãos.

Isac me soltou, sentando-se novamente no banco. Sentei ao seu lado.

–Vejo que ainda se lembra de mim. – Ele disse, com seu típico jeito meio exagerado. Revirei os olhos.

–Não, não tenho ideia de quem você seja. – Eu disse, com escárnio, recebendo uma careta de Isac.

–Você não mudou nada, Louise. – Ele retorquiu. Não sabia se era um elogio ou uma ofensa, mas decidi ficar com o primeiro.

Nesse momento passou um carrinho de pipoca bem próximo a nós. Levantei-me em um pulo, indo em direção ao mesmo e comprando uma pipoca grande. Isac veio atrás de mim e decidimos andar pelo parque ao invés de voltar para o banco.

–Você não mudou nada mesmo. – Ele falou, depois de um tempo, enfatizando a última palavra. Bufei.

–Mas parece que você mudou. – Rebati com um sorriso presunçoso, virando-me para ele, que me encarou confuso. Apontei para suas roupas. – Quem as escolheu? Emily?

Isac suspirou, parando de andar.

–Deixe-me adivinhar. April te contou. – Ele perguntou, ergui as sobrancelhas e dei um sorriso do tipo “Não é óbvio?” em resposta. Ele apenas pressionou as têmporas, provavelmente contando até dez internamente. Eu ri baixo.

–Não somos nós que escolhemos nossos amigos, não é? – Cutuquei suas costelas com o cotovelo.

–Eu que o diga. – Isac e eu voltamos a andar. Ele olhou para mim significativamente.

–Mas então... – O olho de maneira sapeca. – Só não te mato se você me contar tudo! – Agarrei um de seus braços e comecei a pular como uma criancinha pedindo sorvete.

Isac corou violentamente.

–Eu não sei como falar sobre isso. – Disse ele. Suspiro. “Homens” penso, mas não o profiro em voz alta.

–Tudo bem. – Dei de ombros. – Depois eu pergunto para a Emi.

–É melhor mesmo. – Um peso pareceu sair de seu ombro. Ele mudou de assunto. – E você?

–Eu o quê? – Me fiz de desentendida, chutando algumas pedrinhas.

–Você sabe. Como vai a “missão” Gwen? – Ele perguntou.

Por um momento sinto um alívio enorme, embora não demonstre isso de maneira alguma a Isac. Pensei que ele estivesse falando sobre Sean, mas, graças a Deus, parece que ele não sabe de nada. Não que tenha alguma coisa, é claro.

–A missão Gwen está perto de acabar, espero. – Falei. – Eu tenho uma ideia.

–Ah, não. – Isac disse, com um a cara meio assustada, como se estivesse prevendo um mau agouro. Dei língua para ele. Por que ninguém nunca gosta das minhas ideias? Tá, talvez porque elas sejam meio suicidas, mas...

–Não adianta fazer essa cara Isac. – Falei, séria, e ele logo desfez a careta. Contei a ele minha ideia talvez-não-tão-brilhante-assim. Ele ouviu atentamente, sem me interromper.

–Bem. –Ele disse quando terminei. – Na verdade não é uma das piores ideias que você já teve.

Lancei-lhe um olhar ameaçador. Ele ergueu os braços em rendição.

–Mas você tem certeza, Louise? – Ele perguntou, apreensivo.

Sorri maldosamente.

–Isac, você não me conhece? É claro que não tenho certeza. Mas isso não vai me impedir.


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Notas finais do capítulo

Vou fangirlizar um pouco aqui porque as notas são minhas e a fic também então eu posso fazer o que eu quiser u.u
ISAAAAAAC LIMDO MARAVILHOSO!! Só eu que senti saudades dele gente? Espero que não. Ele é meu bb *u* Isac e Emily juntos = casal mais fofo
Agora vou fangirlizar sobre The 39 Clues porque sim
é perfeito demais xjasdfhakdjweuiadsdjo eu li Resgate Impossível esses dias e eu tô morrendo é perfeito demais socorro.
Okay, okay, okay, vou deixar meu lado fangirl de lado por um momento.
Então, sobre o capítulo, o que acham que é essa ideia da Lou? Saibam que logo logo ela vai voltar para a Academia... eu estou com tantas saudades dela *-*
E o capítulo que vem vai ser o burday da Louise! Uhuu party hard!

Adios marshmallows lindos do meu heart