Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 21
Happy Burday to me!


Notas iniciais do capítulo

Hellow povo!
Pois é, atrasei de novo, sorry marshmallows :(
O problema é que alguém roubou minha inspiração e eu demorei um pouco para recuperá-la...
Mas aqui está o capítulo, espero que gostem!
Haha e eu consegui postar bem a tempo para o feriado ^-^
E aqui está o aniversário da nossa querida Louise.
P.S.: Eu falo burday mesmo u.u porque Burday é mais legal que Birthday e, além do mais, parece com Birdy, que é meu nome *-*



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A primeira e única festa de aniversário que tive foi a de 3 anos, eu acho, e já nem me lembro mais dela. Eu nunca esperei ter nenhuma outra festa, e não tive. Quer dizer, até hoje.

Começou com minha volta ao Instituto, depois que eu saí para comprar alguns equipamentos na cidade. Eu percebi que as meninas, Sean e Harvey estavam agindo estranhamente, mas optei por não comentar. Tudo ocorreu normalmente, até a hora de ir dormir. Kate e Isabela normalmente são as primeiras a chegar no quarto e se jogarem em suas respectivas camas, seguidas por mim, é claro, que sempre sou a última. Desta vez aconteceu exatamente o contrário.

Eu estava sentindo minha mente anuviada e meus olhos estavam muito pesados e eu sentia que estava exausta, o que não é típico da minha pessoa. Chegando no quarto, eu me atirei no colchão mais próximo, esperando que fosse o meu. Não dormi imediatamente. Quando Kate e Isabela chegaram, eu ainda estava meio acordada, mas minha mente estava lerda e eu quase não entendia o que elas estavam falando.

–Mas não tem aqueles dispositivos que detectam fumaça nos quartos? – Isabela perguntou. Imaginei se elas não estariam planejando colocar fogo na cama da Gwen.

–Acho que não. De qualquer jeito a vela... – foi o que eu ouvi Kate responder, porque depois perdi a consciência por alguns segundos. -... parece que vai ser à meia noite... – Ela continuou, mas notei que eu estava cedendo ao sono, embora eu lutasse para continuar acordada. Suas palavras se embaralharam e senti que estava mergulhando no mar profundo dos sonhos. E então apaguei.

Fui acordada por dois pares de braços me sacudindo. Parecia que eu estava em meio a um terremoto, mas eram apenas Kate e Isabela. Elas deviam estar chamando meu nome pela nonagésima terceira vez quando decidi finalmente abrir meus olhos e me levantar, ainda que meio grogue.

–Senhor. – Exclamei, bufando, então percebi que o quarto estava escuro, mesmo com a janela aberta. – Que horas são?

Kate fez uma cara de inocente.

–Meia-noite.

Arregalei os olhos, virando bruscamente para onde ela estava, me segurando para não atacar o pescoço dela. Como elas ousam em pensar em me acordar a essa hora? Antes que eu fizesse alguma coisa estúpida e imprudente, Isabela se apressou e segurou meus pulsos.

– Ainda não podemos falar o que é, então apenas coloque uma roupa e nos siga. – Ela explicou, o que só serviu para aumentar minhas suspeitas, mas decidi fazer o que me disse.

Coloquei uma roupa bem comum, só um short e uma camiseta, e notei que Isa e Kate já estavam vestidas. Eu só esperava que elas não estivessem me arrastando para alguma seita satânica ou coisa do tipo.

Saímos do quarto em silêncio. Kate foi à minha frente, como guia, e Isabela seguiu atrás de mim, acho que para se certificar de que eu não desviaria ou sairia do caminho. Elas me obrigaram a permanecer quieta e fomos andando quase que na ponta dos pés até a outra ala de dormitórios. Até ali eu ainda não fazia ideia do que me aguardava.

Chegamos a uma porta qualquer, com o número 148, e Kate bateu na mesma, utilizando um código para se identificar. Uma fresta se abriu e ela entrou. Eu estava prestes a segui-la, mas Isabela entrou na minha frente. Dei de ombros e penetrei na escuridão do quarto.

Logo que fechei a porta atrás de mim, ouvi um silvo cortar o ar, e fiquei paralisada, de costas para a porta, ao mesmo tempo em que senti algo passar raspando pela minha orelha esquerda para depois se fincar na porta. Continuei estática, enquanto só minha mão se movia, procurando o interruptor e acendendo as luzes. Assim que o fiz, olhei para o lado em que o objeto tinha se encravado e me deparei com uma flecha, que estava presa na madeira da porta e, na sua haste, tinha um pequeno cartaz escrito “Surpresa, docinho”.

Enquanto me dava conta do que estava acontecendo (o que durou alguns milésimos de segundo), ouvi vários risos familiares e me voltei lentamente para o interior do quarto, lançando olhares mortíferos aos meus tão queridos amigos, que gargalhavam deliberadamente de mim, jogados pelos cantos do quarto.

–Vocês querem me matar? – Perguntei acusadoramente, pondo a mão sobre o coração, que batia como uma bateria em um show de rock.

Sean, que estava sentado em um sofá, me encarou com aquele olhar malicioso e o típico sorriso de lado.

–Talvez, docinho. – Ele respondeu, se levantando e fazendo com que os outros parassem de rir. – Ou talvez a gente só queira...

–Te desejar feliz aniversário! – Todos exclamaram, completando a frase e depois jogando pedacinhos de papel repicado (típico de festas) no ar.

Eu tive que rir. Aproxime-me deles, sentando no chão de maneira folgada também.

–Como vocês sabem? – Perguntei a ninguém em especial. Harvey, que estava sentado no chão próximo a mim, apontou “discretamente” para Bianca.

Encarei Bianca com outro olhar ameaçador, desta vez de brincadeira, e balancei a cabeça em reprovação. Ela ergueu as mãos e sorriu, tímida, como se dissesse que não era culpa dela.

–Eles iriam me torturar se eu não dissesse. – Ela acrescentou, piscando os olhos ingenuamente.

–Aposto que iriam. – Retorqui sarcasticamente, com um meio sorriso nos lábios.

Uma música baixa, mas animada, começou a tocar de algum lugar no quarto. O som vinha de um aparelho, talvez um celular, ligado a um pequeno amplificador. A música era bem divertida e agradável, mas logo foi abafada pela bagunça no quarto.

–Okay, gente, mas o que tem para comer? – Gabryella deu sinal de vida, rolando preguiçosamente por uma das camas e, por consequência, caindo da mesma e arrancando várias risadas nossas.

–Sua gulosa. – Acusou Kate, recebendo um resmungo de Gabryella como resposta.

– Ayesha já está vindo com a comida. - Isabela interrompeu, antes que as duas meninas começassem a brigar.

Aquelas palavras me pegaram de surpresa, mas fiquei feliz de ouvi-las. Kate e Ayesha, ultimamente, tinham desenvolvido uma grande amizade pelo nosso grupo, o que me deixava com a impressão de que tinha cumprido meu dever, pois eu as tinha livrado das garras da Gwen.

Pouco depois que Isabela disse aquilo, ouvimos uma batida na porta, usando o mesmo código de identificação que Kate usara, e Ayesha entrou, quase esmagando contra a parede a flecha que ainda estava presa à porta.

Imediatamente, todos, repito, todos, partiram para cima de Ayesha tentando pegar uma caixa de salgados, doces, bebidas, etc. Enquanto isso, a pobre da Ayesha tentava contê-los, segurando o carrinho de comidas à suas costas. Eu apenas fiquei sentada observando, com muita preguiça de me levantar e enfrentar aquela bagunça.

–Chega! – Ela berrou, enfim. – Eu vou atirar todos vocês pela janela se não pararem com isso!

Como se algum dispositivo dentro deles tivesse desligado, todos pararam e ficaram em silêncio, enquanto eu segurava uma risada. O único som que se ouvia era a música que estava tocando.

–Melhor. – Ayesha sorriu para si mesma. – Agora, como pessoas civilizadas.

Eles se afastaram e deixaram-na passar e colocar o carrinho no meio do quarto. Houve um momento de silêncio em que ninguém se mexeu, para, em seguida, todos partirem para cima do carrinho, que agora servia de mesa.

–Saiam, saiam! – Falei, em tom de brincadeira. – A aniversariante também quer um salgadinho.

Harvey riu e me entregou algo que ele me disse se chamar coxinha. Não me julguem, mas eu não tenho ideia de nenhuma destas coisas de festas, mas tenho uma certeza: aquela tal coxinha era realmente boa.

Nos sentamos ao redor do carrinho, em uma rodinha. Gabryella começou a contar casos divertidos e, em pouco tempo, todos já estavam falando de suas próprias vidas bizarras. De vez em quando, alguém começava a cantar alguma música que estava tocando. E era tão divertido ver Isabela batendo em Harvey e ficando vermelha com as besteiras que ele falava; ou ver Miki e Bianca rindo escandalosamente e se olhando cúmplices; ou então ouvir Gabryella ironizando sobre tudo enquanto o Sean maliciava; e Ayesha e Kate imitando a Gwen debochadamente; e eu deixei me levar, sem notar que as conversas estavam se tornando íntimas e perigosas, pois estava ficando difícil esconder a verdade sobre mim.

E então Miki teve uma brilhante ideia que quase me fez cuspir todo o refrigerante que eu estava tomando.

–Devynn, já que é seu aniversário, por que você não conta sua história? – Ela falou. Quase respondi “Porque senão eu teria que te matar”, mas consegui ficar quieta, enquanto todos me encaravam. – Sabe, é uma tradição nossa.

Miki me encarou com uma expressão de cachorrinho pidão. Eu, nem que quisesse, conseguiria recusar alguma coisa a alguém que fizesse aquela cara. Troquei um olhar rápido com Bianca, já que ela era a única que sabia. Ela deu de ombros levemente, como se pedisse desculpas.

Abaixei o copo de refrigerante que eu tinha levado à boca e assumi o ar mais sério que poderia. Ao fundo, tocava “Secrets” do The Pierces, o que eu achei muito apropriado para o momento.

–Você tem certeza? – Perguntei, esperando que Miki mudasse de ideia, mas ela só assentiu. – Tudo bem, então. Mas o que eu disser aqui não deve sair daqui, ou... – Fiz um gesto com o indicador, como se cortasse minha garganta com ele. – E não é uma brincadeira.

Senti imediatamente uma tensão se acumular no ar, me obriguei a encará-los um por um, e percebi que suas expressões haviam se tornado assustadas.

Suspirei.

–Para começar, meus pais foram assassinados quando eu tinha 5 anos. Logo depois fui adotada por uma família que queria apenas o dinheiro do seguro de vida dos meus pais, que era dado a eles até que eu atingisse a maioridade. Fugi aos 10 anos e desde então moro sozinha em uma casa abandonada. Foi mais ou menos nessa idade que comecei minha vida criminal.

Até ali, tudo bem. Nada muito diferente do que qualquer vilão passaria.

–E então, - continuei - alguns anos depois, fui recrutada para a Academia Para Vilões. – Todos seguraram a respiração quando eu disse isso.

–Mas então o que você está fazendo aqui? – Perguntou Sean, curioso.

–Bem, digamos que estou em uma missão. E minha missão tem a ver com a Gwen – Respondi. – Meu passado com ela é complicado, eu já a fiz ir para a cadeia e, como ela diz, eu “destruí a vida dela”, de várias maneiras.

–E como ela não te reconheceu? Quer dizer, ela te vê todo dia, praticamente. – Me interrompeu Kate, com o cenho franzido. Eu tive que sorrir com esse comentário.

–Já ouviu falar em tinta de cabelo e lente que muda a cor do olho? – Perguntei retoricamente. – A Gwen não é esperta o suficiente para me reconhecer assim. – Apontei para mim mesma. -Mas, continuando, minha missão aqui é basicamente arruinar a vida dela de novo, agora que ela voltou. Ah, e também me “refugiar” aqui, pois esse é o último lugar em que ela procuraria por mim. – Sorri docemente e tombei a cabeça para um lado, inocentemente.

Sean sorriu de volta maliciosamente.

–Muito bem planejado. – Ele ergueu as sobrancelhas como se estivesse impressionado.

–Você não é o único que é bom em criar planos por aqui. – Retruquei, com um sorriso convencido.

–Mas então você é a... – Ayesha se intrometeu, acordando de seus pensamentos, nos quais estava mergulhada a um bom tempo. – Louise? – Ela indagou, com brilho nos olhos.

–Yep. – Sorri abertamente e fiz uma pequena reverência. – Louise D’Evil, a seu dispor.

Ayesha me encarou com a boca aberta em surpresa. “Então é mais ou menos desse jeito que uma pessoa reage quando conhece seu ídolo.” pensei, sorrindo comigo mesma.

Kate me encarou também, abismada.

–Ah. Meu. Lorde. – Ela falou devagar. – A Gwendolyn vive falando mal de você, mas eu te admiro muito!

–Eu sei. – Pisquei, jogando meus cabelos para trás teatralmente.

O resto do grupo também se animou, já que eles provavelmente já tinham ouvido falar das minhas façanhas. Era tão bom ser reconhecida. E, agora que eu havia contado a verdade para eles, um peso enorme tinha saído das minhas costas.

–Tudo bem, não fiquem tão animadinhos, porque isso vai ficar apenas entre nós. – Completei, fazendo ar de séria. Bianca fez um biquinho, cruzou os braços e fez um “Humpf” e a reação dos outros foi bem parecida. -Mas – interrompi seus burburinhos – eu tenho uma proposta para vocês.

Isso foi suficiente para fazer com que meus caros amigos se animassem novamente, pode-se dizer que suas emoções estavam passando por uma montanha-russa, porque ora eles se animavam, ora reclamavam, ora riam, ora praguejavam; aquilo parecia mais uma convenção de bipolares do que uma festa de aniversário.

–Tá, mas o que é essa proposta? – Perguntou Miki, parecendo curiosa e um tanto afobada.

–Bem, eu espero que tenham ouvido falar que as autoridades descobriram que aquele colar que roubamos foi substituído por uma falsificação, e agora eles estão procurando quem foi o responsável pelo desaparecimento do verdadeiro item. – Comecei a explicar, olhando indiferentemente para minhas unhas. – E, sabe, seria uma pena para Gwen se, por algum acaso, o verdadeiro colar caísse de sua bolsa enquanto ela passa por alguns policiais que estão procurando o mesmo.

Terminei de falar, sorrindo inocentemente, e olhei para meus parceiros criminais. Eles devolveram olhares maliciosos e perversos.

–Eu não perderia isso por nada. – Kate foi a primeira a se manifestar, com um enorme sorriso.

–Nem eu. – Concordaram Harvey e Isabela, em uníssono, batendo suas mãos no ar.

–E vocês com certeza não vão me deixar de fora. – Gabryella completou, animada.

Ayesha deu de ombros, com os cantos de sua boca puxados para cima em uma expressão cruel. Miki assentiu avidamente com a cabeça, e por um momento pensei que essa iria se desprender de seu pescoço.

–Eu topo! – Bianca exclamou, eufórica, socando o ar.

Olhei para Sean, que era o único que ainda não tinha dito nada. Ele, que estava ao meu lado, se inclinou e sussurrou no meu ouvido, com sua voz rouca.

–Eu posso até te ajudar, mas isso vai ter um preço. – Me lançou um olhar pervertido.

–Ah, é? – Retruquei, sustentando seu olhar. – Não tem problema, pois estou disposta a pagar.

O sorriso dele se alargou. Em um movimento rápido ele envolveu minha cintura, aproximando-me, e colou nossos lábios. Passei minhas mãos por seus braços até chegarem em seus ombros e arranhei de leve sua nuca, provocando-o. Ele mordeu meu lábio inferior em resposta, aprofundando o beijo, que começara lento, mas agora tinha se tornado mais ‘selvagem’, como diria April. Ouvi as meninas comemorarem e Harvey jogou papel picado em nós, me fazendo sorrir e eu pude, enfim, me separar de Sean.

Nos encaramos por alguns segundos, arfantes e com sorrisos cúmplices no rosto, enquanto Miki e Bianca faziam uma algazarra, discutindo sobre quem seria a madrinha de nossos “futuros filhos”.

–Acho que o preço está pago. – Sean piscou para mim, retrocedendo no assunto em que falávamos.

–Bom mesmo. – Rebati em tom brincalhão, erguendo o queixo. Ele riu, apenas, e pegou algo de dentro do carrinho, mas não dei muita importância, porque Isabela estava chamando minha atenção enquanto contava um caso muito engraçado.

Então, quando me virei novamente para Sean, percebi que ele estendia para mim um cupcake vermelho com chocolate por cima. Enterrada no cupcake estava uma vela simples, com uma chama brilhando na ponta.

Imediatamente alguém apagou as luzes e todos começaram a cantar parabéns de maneiras diversas. Eles cantaram em inglês, cantaram em espanhol, eu acho, cantaram em tom agudo, cantaram engrossando a voz, cantaram como se fosse ópera. O que eu fiz? Primeiro eu ri, depois me juntei a eles na cantoria, até que a vela se extinguiu.

Sean me entregou o cupcake, dizendo que o nome era red velvet ou alguma coisa assim. Agradeci e logo ataquei o pequeno bolo.

A luz permaneceu apagada, mas Harvey conseguiu achar uma lanterna, para iluminar pelo menos parcialmente o quarto.

–E agora... – Ele segurou a lanterna sob seu rosto, apontando-a direto para o mesmo, dando um aspecto divertidamente macabro. – Histórias de terror!

Ouvi Bianca e Miki resmungarem sobre não gostarem dessas histórias, mas elas logo ficaram quietas.

– Que tal essa: - Começou Ayesha. Harvey passou a lanterna para ela, que a apontou para seu próprio rosto, como ele havia feito. Um silêncio pairou no ar enquanto ela fazia suspense. – Gwendolyn. – Ela falou em tom obscuro.

Todos se sobressaltaram, fingindo estarem apavorados, e imitaram barulhos de pessoas amedrontadas. Eu, na verdade, tive que comprimir um riso.

–Ai, meu Deus, essa foi demais para mim. - Isabela disse, de brincadeira, e caiu teatralmente para o lado, ou seja, para cima de Harvey, que levou um susto.

Ayesha riu e, sem querer, deixou a lanterna cair, fazendo com que um botão se acionasse e a lanterna começasse a piscar de maneira estroboscópica. Instantaneamente, Gabryela pegou a lanterna e a segurou no alto, apontando para baixo.

–É como em uma balada! – Ela riu. – Vamos lá, gente, aumentem o volume da música e levantem suas bundas gordas do chão, porque isso é, oficialmente, uma festa.

Isabela, sem questionar, avançou para o amplificador, fazendo o que Gabryella dissera. A música, que parecia já estar acabando, estava agora tão alta que poderia acordar pessoas da outra ala do dormitório.

–Vocês querem acordar o povo todo? – Exclamei, acima da música, enquanto os outros se levantavam e começavam a dançar loucamente.

–As paredes tem isolamento acústico. –Respondeu Sean, sorrindo, me convidando a me juntar a eles. Eu recusei de primeira, mas quando começou a tocar “Where Did The Party Go” de Fall Out Boy, minha banda favorita, eu mudei de ideia e pulei em cima de uma das camas, cantando junto com a música.

Alguém amarrou a lanterna no teto, junto à lâmpada apagada. Harvey encontrou mais lanternas e as espalhou pelo quarto, colocando algumas no chão, outras no criado-mudo, outras sobre as camas.

Cada lanterna piscava em intervalos diferentes, e então o interior quarto tinha se tornado um show de luzes. Bianca e Miki pulavam em uma cama, quase derrubando uma a outra, ao som de “Sorry For Party Rocking” do LMFAO.

–Vocês vão quebrar essa cama! - Kate reclamou, contudo logo se juntou as mesmas, quando elas a puxaram pelos braços.

Sean pulou em mim, fazendo-me cair meio sentada na cama, com ele por cima.

–Seu pervertido. – Repreendi, antes de empurrá-lo para o chão, enquanto ele ria.

Harvey começou a fazer uma coreografia ridícula. E eu parei por um segundo, para recobrar fôlego e para observá-lo fazer passos bizarros.

E então alguém atirou um travesseiro em mim. Agarrei o travesseiro e procurei a pessoa que tinha ousado fazer aquilo, e encontrei Ayesha sorrindo, como se me desafiasse, seus olhos vermelhos brilhando no escuro.

Fuzilei-a com um olhar e joguei o travesseiro de volta e, como eu não treino atirar travesseiros frequentemente, eu errei a mira e acabei acertando Bianca, que me encarou com os olhos cerrados e se preparou para arremessar de volta, e atingiu Isabela, que depois jogou em outra pessoa e assim por diante.

Foi assim que começou uma guerra de travesseiros, a qual Harvey ganhou, por ter conseguido desviar dos travesseiros voadores.

Quando a guerrinha acabou, todos estávamos cansados e cada um simplesmente se jogou em um canto e adormeceu. Eu fiz o mesmo, mas fui esperta e consegui ficar com o sofá, pelo menos.

Não sei muito sobre festas, mas, para mim, aquela foi a melhor.


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Notas finais do capítulo

Fiz um capítulo grandinho pra vocês, seus marshmallows lindões kkk
E os shippadores de Devan, gostaram? ¬u¬
Sinto muito para quem não shippa Devan (Devynn e Sean), mas eles são meus bebês e vou fazer com que eles fiquem juntos, por favor, não me odeiem por isso... ^-^
Marshmallows, eu acabei de assistir Doctor Who e também lá acabei de assistir Sherlock e eles vão demorar muito para voltar O QUE EU FAÇO DA MINHA VIDA AGORA? Estou em depressão :'(
Tudo bem, podem ignorar isso.
Amo vocês, marshmallows!
Arrivederci *u*