Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 19
Fazemos uma festa particular no shopping


Notas iniciais do capítulo

Birdy diz hallow pessoas
Birdy pede desculpas pela demora para postar o capítulo, Birdy estava muito, muito, muito ocupada mesmo.
Birdy ama todos os marshmallows por serem tão pacientes com ela *u*
Birdy espera que gostem do capítulo
P.S.: Birdy sabe que é estranho falar assim mas Birdy gosta de falar desse jeito.



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Fui me arrumar assim que o Sr. Padóvane nos liberou. Um pijama não é muito apropriado para a missão, de acordo com ele. Eu não dava à mínima, mas estava com muita preguiça para discutir com o mentecapto.

Coloquei uma camiseta cinza escura e uma jaqueta preta por cima. Me enfiei na primeira calça preta que encontrei, que não chegava a ser jeans, pois o seu tecido era menos áspero e mais colado à pele. Por cima da calça amarrei uma daquelas botas estilo militar (que vai até metade da panturrilha, tem cadarços e a sola é de borracha). Prendi o cabelo em um rabo e fui para onde a van nos esperava.

Chegando lá encontrei todos os outros, que estavam vestindo roupas escuras, assim como eu. Acenei para Harvey, que se aproximou.

–Pronta? – Perguntou ele, sorrindo e me entregando um cinto com vários compartimentos. Sorri de volta e afivelei-o em minha cintura.

–Ainda não. Onde estão as armas? – Eu perguntei. Ele apontou para a van em um gesto vago.

–Achamos melhor pegá-las quando chegarmos lá. – Ele comentou e eu assenti, observando Ayesha se aproximar com seu jeito mortalmente doce.

–Vocês pretendem ficar aí? A van já está partindo. – Ela disse, me encarando com seus estranhos olhos vermelhos.

Assenti para ela e a mesma deu as costas, indo para o carro. Ao meu lado, Harvey estremeceu.

–Ela me dá medo. – Ele resmungou, também se dirigindo ao carro, sendo seguido por mim, que ri baixinho de seu comentário.

Nos sentamos nos primeiros bancos da parte traseira, ao lado de Miki, que parecia estar tendo um ataque de nervos, ela não parava quieta e tinha um sorriso enorme nos lábios, parecia que ela estava em sua primeira missão.

–Hey, calma aí, pipoquinha! - Harvey disse de um jeito meio afetado, fazendo-me rir.

Miki fechou a cara quando ele disse o apelido, mas logo voltou ao seu estado eufórico. Eu tinha que admitir que aquela animação toda era até contagiante. O motorista deu a partida e, assim, nos dirigimos para o Shopping Belmore.

–Em quanto tempo estaremos lá? – Miki perguntou, agitada. Dei de ombros. A cidade ficava a quarenta minutos do Instituto e o Shopping estava um pouco antes da cidade, então calculei que demoraríamos, pelo menos, meia hora.

–Não muito – Respondeu Kate, do banco de trás. – mas sugiro que você pare de pular no banco, porque está sacudindo o carro todo.

Isso fez Miki ficar mais quieta na cadeira, mas não por muito tempo, afinal logo que se passaram uns dez segundos ela repetiu a pergunta, que foi respondida por um suspiro exasperado de Kate.

Virei-me para o banco de trás, ajoelhando no que eu estava, e ficando cara a cara com Ayesha.

–Qual é o plano? – Perguntei sem muitos rodeios. Ela, por sua vez, deu de ombros e apontou para o Sean, que estava ao seu lado.

–Ele é quem normalmente planeja as coisas por aqui. – Disse. Olhei para ele com as sobrancelhas arqueadas e com uma expressão incrédula. Sean retribuiu o olhar com um sorriso sacana.

–Sério? – Me dirigi a Ayesha, mas mantive o olhar fixo em Sean. Ela apenas acenou com a cabeça em resposta, com um sorrisinho de canto que eu não entendi. -Então... – Desta vez me dirigi a Sean. – Qual é o plano?

Ele sorriu ainda mais e começou a explicar as etapas do que íamos fazer.

–Primeiro temos que cuidar das câmeras de segurança, não vamos desligá-las totalmente, vamos colocar para passar um vídeo gravado por elas alguns dias atrás, para parecer que nada aconteceu, como se fosse apenas outra noite qualquer, sem roubos. Afinal se desligarmos completamente as câmeras fica um pouco óbvio que alguém levou alguma coisa e esse não é nosso objetivo. – Ele explicou calmamente. Todos estavam prestando atenção ao que ele dizia em silêncio. Até Miki havia sossegado.

Eu gostava da forma de raciocínio de Sean. Uma coisa melhor do que apenas roubar algo valioso é roubar algo valioso e substituir por uma falsificação, o que era mais ou menos o que faríamos com a joia do Shopping. E, para isso, não podemos simplesmente desligar todas as câmeras, porque pode levantar suspeitas. Então iremos pegar um dos vídeos que as câmeras gravaram em uma outra noite e colocaremos para passar de novo enquanto estivermos por lá. Esse é um plano muito bom, Sean agora tem o meu respeito.

–Bem, depois disso – Sean prosseguiu – é só ir atrás da joia, pegá-la, substituí-la pela falsificação e voltar pro Instituto.

–Okay. – Falei, quebrando o silêncio que se instalou pouco depois da fala de Sean. – Temos walkie-talkies?

Kate, que estava ao lado de Sean, olhou para mim como se estivesse ofendida.

–É claro que temos walkie-talkies! Isso é o básico para os vilões. – Ela resmungou, indignada, e fez um biquinho, fazendo-me sorrir.

–Não fique assim, estamos quase chegando. – Disse. – Só falta, tipo, uns 20 minutos. – Essa última fala pareceu despertar Miki, pois ela voltou a bater os pés inquietamente.

Suspirei e voltei a sentar corretamente no banco. O resto da viagem passou bem rápido, com Sean atrás de mim me cutucando sem parar, Harvey fazendo piadas ridículas, Miki perguntando as horas a cada cinco segundos, Kate e Ayesha contando casos divertidos e eu rindo delas e de Harvey.

Chegamos no Shopping Belmore às 20:30 h mais ou menos, saímos da van e pegamos nossos equipamentos e armas que estavam no último banco, decidimos verificar todas as saídas em caso de emergência e planejar a melhor maneira de entrar.

Fomos até a escada de incêndio que ficava do lado de fora e subimos silenciosamente. Paramos no terceiro andar, onde havia uma daquelas portas grandes, pesadas e vermelhas que eles chamam de “corta-fogo”. Ela só pode ser trancada e destrancada por dentro, afinal aquilo nem maçaneta tem.

Enfim, empurramos a porta que, por sorte, estava destrancada. Havia um lance de escadas de cimento que tivemos que descer para podermos encontrar outra porta, essa, pelo menos, tinha um painel com números onde devíamos escrever uma senha. Harvey se adiantou e colocou um pequeno aparelho do lado do painel, na tela dele apareciam várias combinações de números em questão de segundos. Finalmente, a tela parou no número 49032 e a porta se abriu vagarosamente.

–É assim que se faz, Harvey! – Kate comemorou enquanto Harvey e Sean faziam um “toca aqui”. Sorri discretamente e liderei o grupo para fora das escadas.

As luzes do Shopping não se encontravam completamente apagadas, mas, mesmo assim, eu quase não conseguia enxergar ninguém, o que era relativamente bom porque assim seria mais fácil nos escondermos se um guarda noturno aparecesse.

–Ayesha, onde fica a sala de controle? - Perguntei, com a voz baixa, enquanto ela abria um pequeno mapa e ligava uma lanterna para ver o que estava escrito. Ela olhou para frente para se localizar e voltou a olhar para o mapa. Depois disso, desligou a lanterna e apontou um dos corredores de loja.

–Depois da Macy’s tem uma entrada, lá devemos virar à esquerda e subir uma escadinha. – Ela respondeu, desligando a lanterna e colocando o mapa no bolso.

Kate grunhiu com a ideia de subir mais escadas.

–Cuidado, tem uma câmera bem ali. – Apontei para o canto de uma parede, onde tinha um pontinho de luz vermelha. – Temos que descobrir um ponto cego.

Imediatamente, todos começaram a analisar o lugar por onde devíamos passar.

–Na verdade a gente pode usar isso. – Miki segurou um cilindro pequeno de metal que logo reconheci como um laser (do tipo não nocivo). – Ele faz com que a câmera dê uma espécie de curto circuito e desligue por uns poucos segundos.

–Miki – Sean falou, indo até ela e abraçando-a. – Obrigado por existir.

Revirei os olhos, vendo Miki se soltar de Sean e rir.

–De nada. – Ela começou a andar, fazendo gestos para que a acompanhássemos. – Vamos logo!

Corremos atrás dela, que ergueu o braço, apontando o laser para a lente da câmera. Depois ela se virou e correu, dizendo para irmos mais rápido. Ninguém olhou para trás, nós apenas corremos.

Passamos pelo letreiro apagado da Macy’s e viramos na entrada que Ayesha tinha indicado anteriormente, diminuindo o passo. Paramos por um segundo para recuperar fôlego e prosseguimos calmamente, com Ayesha mostrando o caminho.

Subimos os degraus, com Kate resmungando algo sobre as escadas serem as únicas coisas que impediam a evolução e que o humano devia ter inventado um mecanismo de flutuação. Balancei a cabeça, segurando minha risada.

A porta da sala de controle estava trancada, mas tinha uma tranca simples. Peguei um grampo e, na ponta dele, modelei um pouco de cera derretida, depois coloquei a chave improvisada na tranca e girei. Ouvi um “clic” e girei a maçaneta, abrindo a porta devagar e silenciosamente.

Havia um homem na sala, ele estava de costas para nós e sentando em frente a vários monitores e um teclado cheio de botões com etiquetas numeradas e com siglas. O homem já demonstrava sinais de calvície na parte de trás do cabelo escuro, ele tinha um aspecto rude, como um homem das cavernas, e aposto que ouviu a porta sendo aberta, mas não se virou.

–Benson, a câmera H48 falhou, ela deve estar com uma má recepção, preciso que você vá até lá consertá-la. – Ele ordenou com a voz grave.

Tirei uma seringa de um dos bolsos do meu cinto discretamente, sem fazer barulho. O homem pareceu estranhar o silêncio e estava prestes a se virar, mas fui mais rápida e, num piscar de olhos, finquei a seringa em seu pescoço. O homem ficou estático e depois amoleceu na cadeira, o sonífero que estava na seringa tem uma duração mínima de umas 6 horas, o que era tempo suficiente.

Os outro entraram, então, na sala. Imediatamente Harvey começou a mexer nos botões numerados que desligariam parcialmente as câmeras e outros itens de segurança e Miki o ajudou. Observei fascinada seus dedos percorrerem números e siglas que eu não fazia ideia do que significavam.

–Bem, é aqui que nos separamos. – Sean me tirou do meu torpor e me recompus rapidamente. – Harvey, você e Miki ficam aqui para monitorar tudo e para assegurar que o cara não vai acordar.

Os dois designados para a tarefa assentiram. Miki estendeu a mão e Kate colocou um dos walkie-talkies nela.

–Agora, vamos nos dividir em duplas. – Sean completou, lançando um olhar significativo para mim.

–Eu vou com a Ayesha. – Me adiantei a ele, eu não queria passar a noite inteira ouvindo os comentários maliciosos e pervertidos de Sean como se estivesse ouvindo uma rádio da Playboy. Ele, por sua vez, fez um biquinho emburrado e me entregou um walkie-talkie.

–Você e Ayesha vão arrombar a loja, enquanto eu e Kate entramos, pegamos a joia e trocamos pela falsificação, vocês devem ficar de cobertura enquanto isso, e depois vamos nos encontrar aqui na sala novamente. – Sean ordenou. Eu odiava receber ordens, mas tinha que admitir que Sean ficava bem sexy quando assumia essa pose autoritária, por isso, não discuti.

–Fiquem atentos porque aquele cara que o homem chamou, o Benson, ainda está por aí, okay? – Avisei. Os outros concordaram com a cabeça e cada dupla foi para um direção, apesar de nosso destino ser o mesmo.

Eu e Ayesha fomos silenciosamente lado a lado. Não foi necessário usar a lanterna, pois, a essa altura, nossos olhos já tinham se acostumado com aquela penumbra. Agradeci internamente pela enorme claraboia no teto, porque isso não permitia que o Shopping ficasse completamente mergulhado na escuridão e também era bem legal ver os raios da lua refletidos no chão, fazendo desenhos rebuscados no piso.

–Então... – tentei puxar assunto. – Como é ser uma seguidora da Gwen?

A menina apenas deu de ombros.

–Não é muito divertido. Pelo menos não agora que ela anda obcecada com essa história da missão Louise ter falhado. Ela culpa a tudo e a todos, embora a única culpada seja ela. – Ayesha foi bastante honesta, o que me surpreendeu.

–‘Missão Louise’? – Isso, em especial, chamou minha atenção. Escondi um meio sorriso.

–É. Isso foi pouco antes de você chegar. A Louise é tipo a inimiga mortal da Gwendolyn. – Ela disse distraidamente. “Louise” pensei “Há quanto tempo não ouço esse nome. Estou até esquecendo de como é ser ela.”

–Ah, é? - Fingi um interesse genuíno. – Você a conhece?

–Não. Mas ouvi muito falar dela e, pelo que ouvi, acho que eu preferiria ser seguidora dela e não da Gwendolyn. – Ela disse. Pude ver um pouco de admiração na voz de Ayesha e eu quase tive um surto, essa declaração me pegou desprevenida, não era todo dia que as pessoas diziam coisas boas assim de mim.

Não pude responder nada, porque tínhamos chegado à porta da bijuteria onde a joia estava sendo exibida. A porta era, na verdade, um grande buraco quadrado fechado por grades e por uma porta de vidro.

As grades se abriam para o lado, como uma sanfona, mas estavam trancadas por um cadeado moderno que não aceitava chaves comuns, o que dificultou um pouco o nosso trabalho, mas logo esse problema foi resolvido. Ayesha tirou um vidrinho do cinto e pingou o conteúdo dele dentro da fechadura até que ela estivesse completamente cheia. Colocou um espécie de pino em meio ao líquido e aguardou. O líquido que estava dentro da fechadura endureceu e, quando Ayesha o pegou, ele tinha tomado a forma de uma chave bem, bem estranha.

–Uau. – Eu disse, baixo. Observei-a empurrar aquela chave estranha novamente para a fechadura, pressionando com força e forçando a entrada da chave. Ouvi um estalido e o cadeado se abriu. Empurramos a grade pro lado e agora precisávamos abrir a porta de vidro, que, para minha sorte, era aberta com um código simples de quatro dígitos. Adivinhem? A senha era 0987, que surpresa! /ironia/. Não precisei de muitas tentativas para descobrir a senha, e a porta de vidro deslizou para o lado, se abrindo.

–Hey, conseguiram? – Ouvi a voz de Sean pelo walkie-talkie. Apertei o botar de “falar” do meu.

–Sim, vamos fazer uma ronda agora, sejam rápidos. – Respondi.

–Tá, já estamos chegando. Kate teve que parar para abater um guardinha que estava no nosso caminho.

–Era o Benson? – Perguntei. Era melhor me certificar que esse tal de Benson não estragaria nosso plano.

–Não, o nome dele é Rick, pelo que diz o crachá.

–De qualquer jeito, a bijuteria está aberta para vocês. Não estaremos aqui quando chegarem.

–Beleza. Câmbio, desligo.

Revirei os olhos com essa última frase. E chamei Ayesha com um gesto, que logo compreendeu o recado e fomos, juntas, fazer a ronda.

As câmeras estavam desligadas, mas, mesmo assim, andávamos pelas sombras. Eu sentia os olhos de Ayesha me fitando como olhos de gato, o que era um tanto desconcertante. Já havíamos rodado quase um andar inteiro quando ouvi um barulho. Parei para prestar atenção, era o som de roncos.

Fomos andando de fininho, seguindo o som, e acabamos encontrando um garoto jovem com roupa de vigia dormindo em uma cadeira de plástico. Me aproximei e pus a seringa com sonífero em seu pescoço, só para garantir que ele não acordaria tão cedo. Seu crachá dizia “Benson” e ele estava babando. Patético, realmente patético. Decidimos voltar para a sala de controle, onde tínhamos marcado de nos encontramos.

Chegando lá, encontrei Miki e Harvey rindo e girando em duas cadeiras de rodinhas como se fossem crianças. O corpo do homem que vigiava os vídeos de segurança está jogado no chão, inerte.

Coloquei as mãos na cintura, encarando-os com uma expressão brava. Os dois, percebendo a nossa presença foram parando aos poucos de rodar e me encararam de volta, com olhares angustiados.

–Desculpa, mas aqui estava ficando chato. – Miki se justificou.

–O que está esperando, Harvey? Levanta logo dessa cadeira! – Falei, fingindo indignação. Harvey logo fez o que eu pedi e, antes que qualquer um pudesse entender o que estava acontecendo, me joguei na cadeira da qual ele tinha acabado de se levantar, girando nela como ele estava fazendo poucos segundos antes.

Surpreso, Harvey, partiu para cima de mim, tentando recuperar a cadeira. Isso acabou se tornando uma enorme confusão, porque Ayesha também decidiu entrar na brincadeira. Mal conseguimos escutar quando Sean falou, pelo walkie-talkie, que eles tinham conseguido trocar a joia e que já estavam vindo.

Finalmente, Kate e Sean apareceram no vão da porta. Sean abriu um sorriso sapeca e partiu imediatamente para cima de nós, tentando roubar minha cadeira. Kate revirou os olhos e suspirou exasperada.

–Crianças. – murmurou. Harvey foi em sua direção e a pegou pelo pulso, puxando-a para aquela confusão.

Em meio a tudo aquilo, Sean acabou caindo sentado no meu colo, enquanto eu girava na cadeira. Tentei tirá-lo a força, mas ele era extremamente pesado. Era quase como tentar empurrar um urso.

–Sai, seu folgado! – Falei, cutucando-o. Ele apenas riu e apoiou suas costas em mim. Comecei a estapeá-lo, porque ele estava me sufocando, o que, é claro, não adiantou. Já que bater não estava funcionando, eu o mordi bem nas costas. Sean imediatamente saiu de cima de mim, me fazendo sorrir, vitoriosa.

Levantei-me então e, para chamar a atenção de todos, coloquei dois dedos na boca e assoviei alto. Como previsto, eles pararam.

–Já terminamos a missão, mas ainda temos, mais ou menos, umas 5 horas e um shopping inteiro a nossa disposição. Então sugiro que levantem esses seus traseiros daí e vamos lá fora fazer nossa festa particular no shopping. – Disse com uma expressão séria. Quando terminei, todos exclamaram vivas e se levantaram, saindo da sala.

–Harvey, você pode ficar aqui? Vamos precisar de alguém para controlar as coisas. – Perguntei a ele, que sorriu e voltou para dentro da sala, se atirando em uma cadeira e colocando os pés em cima da bancada.

–Eu adoraria ficar aqui! Honestamente, esse é o lugar mais divertido. – Ele respondeu. Balancei a cabeça, rindo, e saí, fechando a porta atrás de mim.

–Para a sorveteria, gente! – Kate comandou e seguimos ela sem hesitar. Andamos um pouco até que achamos a praça de alimentação. Aquilo, sim, era o paraíso: Subway, Burger King, Outback, restaurantes com todos os tipos de comida, docerias, pizzarias, tudo.

Nós parecíamos um bando de loucos esfomeados correndo entre as lojas de comida daquele jeito. Miki deu um jeito de arrombar a despensa da Spolleto e ela fingia ser uma chefe, preparando todos os tipos de massas possíveis para nós.

Ayesha conseguiu vários potes de sorvete para nós e também alguns sprays de chantilly, que nós ficávamos atirando uns nos outros. Depois Kate conseguiu assaltar uma loja de cupcakes e, depois de comermos alguns, ficamos todos cheios de comida e nos jogamos de qualquer maneira no chão e ficamos apenas falando besteiras.

Depois, é claro, veio a parte mais divertida: a limpeza. Fizemos um concurso de quem limpa mais rápido, em que eu era a juíza, e terminamos de arrumar tudo em um piscar de olhos. Parecia que nós nem tínhamos passado por ali.

Voltamos a passear pelo shopping escuro e, quando eu vi a escada rolante, saí correndo na direção dela.

–Ei, Harvey! – falei pro walkie-talkie em minha mão.

–Olá madame Devynnia. –Ele respondeu sarcasticamente.

–Você pode ligar as escadas rolantes 2 e 3? – Perguntei. Harvey não respondeu, mas um minuto depois as ditas escadas já estavam funcionando. Sorri e chamei os outros.

–O que você está fazendo, criatura? – Perguntou Miki quando me sentei no corrimão rolante das escadas, colocando uma perna de cada lado.

–Passeio de trenzinho! – Respondi, rindo, enquanto o corrimão subia lentamente, me levando junto. Logo, eles se também subiram no corrimão. E, quando todos já estávamos no segundo andar, eu comecei a descer pelas escadas que subiam. Pode parecer patético, mas, acreditem, é muito divertido.

Sean também começou a descer as escadas que subiam e nós apostamos corrida para ver quem chegava embaixo primeiro. Ele ganhou, infelizmente.

–O que eu recebo por ter ganhado? Um beijo?– Ele perguntou com a típica malícia na voz.

–Você recebe um belo tapa. – Respondi, revirando os olhos.

–Ah, não. – Ele disse indignado. – Dessa vez eu mereço pelo menos um beijinho.

Eu iria recusar, mas Sean estava fazendo uma carinha tão fofa que foi difícil resistir. Eu não sou de ferro, okay? Por isso me aproximei dele e passei meus braços em volta de seus ombros, em um abraço de lado, e colei rapidamente meus lábios na sua bochecha, me afastando logo em seguida. Sean sorriu marotamente e chamou as outras meninas.

–Tem um fliperama aqui em baixo, gente, vamos? – Ele anunciou, já virando as costas e se dirigindo ao local, sem ao menos esperar a gente. Ayesha, Kate e Miki se entreolharam e saíram correndo atrás dele. Ri baixo e os segui.

O resto da noite/madrugada percorreu da mesma maneira. Visitamos metade do shopping enquanto Harvey colocava músicas idiotas para tocarem pelos alto-falantes. Isso me fez lembrar de todas as minhas antigas missões. Bons tempos.

Harvey avisou que nosso tempo tinha acabado lá pelas 3 horas da matina e todos fomos para a van, que nos levou novamente para o Instituto. Acho que acabei adormecendo no carro, com a cabeça apoiada no ombro de Sean, mas não me importei, porque aquela missão tinha sido uma das melhores.


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Notas finais do capítulo

Vou falar normal agora
Então marshmallows, acho que esse capítulo compensou o anterior né?
(Até porque né... 3 mil e poucas palavras, socorro)
Espero que tenham gostado. ^-^
Se um dia forem assaltar um shopping ou um supermercado, me chamem.
Gente minhas pernas estão doendo demais por causa do balé, acho que vou ter que amputar T-T
Au revoir marshmallows