Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 12
Quem tem medo de morrer?


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas!!
Então eu estou sendo muito boazinha com vocês e decidi postar logo este capítulo (MENTIRA TUDO FOI CHANTAGEM DA ISAPOKESHUGO, ENTÃO SE O CAPÍTULO ESTIVER UMA MERDA BRIGUEM COM ELA, OKAY?)
Desculpe pelo estresse, mas eu acabei de ter uma crise de autismo, não foi nada, já passou, eu tô bem. Okay? Okay
Beijos



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Gwendolyn entrou na sala de treino como se fosse dona de tudo aquilo, internamente revirei os olhos. Ela era seguida por duas garotas: uma tinha uma aparência um tanto peculiar, as íris dos olhos dela eram vermelhos (sim, vermelhos) e os cabelos eram de um ruivo bem escuro, que me lembrou sangue coagulado, e sua pele era parda. Do outro lado de Gwen havia uma menina baixinha, seus olhos verde-claros e sardas faziam-na parecer com Gwen, mas o cabelo liso causava o efeito oposto e a expressão dessa menina era bem mais amigável, não arrogante como Gwen.

Por falar no diabo... Minha inimiga observou a sala, que estava mergulhada em completo silêncio, e seus olhos se fixaram em mim, cerrados. Ela se aproximou.

-Quem é você? - Seu rosto não demonstrava nenhuma emoção a não ser desprezo. Suspirei.

-Se me dessem um real para cada vez que eu ouvisse essa pergunta desde que cheguei eu estaria rica. - Retruquei. Gwendolyn rangeu os dentes, devia estar acostumada às pessoas sempre responderem suas perguntas imediatamente.

-Você não me respondeu. 

-Eu devo? - Respondi. Percebi que todos na sala seguravam a respiração e alguns tentavam não rir. Gwen ficou vermelha de irritação.

-Deve. - Ela falou, os nós dos seus dedos estavam brancos de tanto ela apertar as mãos em punho.

-Oh, você é realmente boa em adivinhações não é? Mas não é assim que se fala o meu nome. É Devynn, não Deve.- Respondi e sorri ironicamente. Agora todos na sala seguravam o riso, principalmente Sean, ao meu lado. Dei uma cotovelada em sua barriga. Gwen pecebeu e fitou Sean.

-Quem é ela? - perguntou, séria. Ele sorriu.

-Devynn. - Ele disse, e foi a minha vez de segurar o riso. Gwen ruborizou mais ainda.

-Certo, Devynn, só quero que saiba de que está brincando com fogo. E você vai se queimar. - Ela tentou parecer ameaçadora.

-Mas eu sou um dragão, e dragões não se queimam. - Retruquei e tive o prazer de ver Gwendolyn sair irritada, com as outras duas meninas atrás dela. E então, instantaneamente, todos na sala voltaram a seus treinos. Era como se todos eles fossem robozinhos.

Miki apareceu inesperadamente do meu lado e eu quase pulei de susto. Ela sorria de orelha a orelha.

-Você sabe que está ferrada, não sabe? - Ela falou animadamente. Sorri também, mas meu sorriso era mais frio e sarcástico.

-Sei. - Respondi apenas. 

-Então é por isso que você teria que me matar se dissesse quem era? Por que você é um dragão? - Sean brincou, lembrando de quando me conheceu. Revirei os olhos.

-É, é por isso mesmo, Sean. - Bati de leve na cabeça dele, que coçou a nuca com um sorriso imbecil. - De qualquer maneira, meu treino acabou por hoje. Vejo vocês no jantar.

-Bem, até mais. - Disse Gabryella animadamente - Tente não se matar.
Miki sorriu e acenou enlouquecidamente, como se não houvesse amanhã. Bianca estava muito ocupada mexendo no celular, mas também acenou. Sean apenas anuiu a cabeça em despedida.

Fui correndo de volta ao prédio do dormitório. Entrei na ala B, com quartos que iam do 200 ao 300, eu estava passando pelo 210 quando uma voz familiar me fez parar. Encostei meu ouvido na porta entreaberta e prestei atenção.

-Ah, Gwendolyn, você sabe que não é tão burra como os outros falam, as vezes você chega a ser pior. - Uma voz sarcástica e feminina disse.

-Cale a boca, Kate!- Ouvi Gwen bufar e atirar algo na parede. - Você não é ninguém para falar do meu Q.I. Ayesha, agora é uma boa hora para defenestrar alguém, a janela está aberta.

Está me pedindo para te atirar? - Uma outra voz, baixa e perigosamente melodiosa, soou de dentro do quarto.

-Não! Estou pedindo para atirar a Kate! - Eu já a imaginava agarrando os cabelos castanhos e andando de um lado a outro. Tentei não rir.

-Qual é? Você não consegue acabar comigo sozinha? Tem que pedir que outra pessoa te defenda, não é? É por isso que a última missão deu errado! Se você tivesse seguido o meu plano... 

-Foi você que estragou o plano todo! - Gwen a interrompeu bruscamente- Se vocês duas tivessem ao menos tentado ajudar eu não teria perdido para a Louisey!

-Certo, então agora eu também sou culpada. Eu acho devo acrescentar isso à minha lista de falsos títulos. - A menina que eu suspeitava ser Ayesha disse, com ironia na voz. Gwen suspirou exasperada.

-Se vocês não são as culpadas eu devo ser a Oprah. 

-Mas a Oprah é legal e inteligente, e você, bem... - Kate disse com indiferença, mas pude notar um tom de escárnio.

Gwen agora devia estar completamente vermelha. 

-Vá para o inferno, Kate. 

-Aqui estou eu. - Ela retrucou. - E é praticamente a mesma coisa. 
Ayesha começou a rir, uma risada baixa e sinistra, como de uma seriall killer. 

-Está rindo do quê, imbecil? - A voz de Gwendolyn estava drasticamente alterada. 

-Isso me lembra de um história divertida sobre o assassinato de um ministro chinês. - A sinistra garota disse - Ele estava em reunião, discutindo com um dos seus sócias, tão ocupado que nem percebeu que um de seus subordinados estava carregando uma arma e... - Ela deixou a frase pairar no ar. Percebi que Gwen estremeceu, mas isso não diminuiu sua raiva.

-O que está insinuando? - Sua voz se tornou cuidadosa. 

-Que ela vai te matar. - Kate respondeu.

-Cale a boca, sua macaca! Por que você não volta pra floresta de onde veio? 

- E por que você não volta pra Índia? Só lá vacas como você são consideradas sagradas! (Corte rápido, Tramontina) - A voz de Kate se elevou. Gwendolyn se calou, por não ter resposta à altura. Decidi que eu não precisava escutar mais e segui para o meu quarto. 

Quando cheguei no 390, havia uma menina deitada em uma das camas. Ela me olhou assim que eu entrei. Seus olhos de cores diferentes - um azul e outro verde- me encararam. Ela abriu a boca para falar uma coisa, mas eu a interrompi.

-Antes que pergunte, meu nome é Devynn; tenho 14 ou 15 anos, não tenho certeza; nasci em Massachusetts; sou órfã de mãe e meu pai é policial;  sou solteira, não que isso tenha alguma coisa a ver com você; não bebo, embora não consiga resistir à um coquetel; não fumo também, nem me drogo; já matei algumas pessoas e roubei vários bancos; minha cor preferida é azul e eu realmente não gosto de vermelho, ou gatos, ou gatos vermelhos. - Quando terminei de falar ela apenas sorriu.

-Eu ia só dizer que gostei da blusa. - Olhei para baixo, para ver o que eu vestia, e não passava de uma simples camiseta preta com o símbolo do yin e yang cercado de palavras brancas.

Dei de ombros.

-E qual o seu nome? - Perguntei indo até minha cama e sentando-me nela.

-Isabela, mas pode me chamar de Isa, ou Bela. - Ela falou, se espreguiçando - Parece que vamos ser companheiras de quarto.

-Parece que sim. - Sorri. Percebi que ainda havia outra cama. - Quem dorme aí? - Apontei para a cama.

-Uma tal de Kate, mas ela passa a maior parte do tempo fora. - Ela rolou até ficar de cabeça para baixo, com a cabeça pendendo da lateral da cama.

Lembrei da Kate que estava conversando com Gwen. Provavelmente era ela. Isso tornava as coisas bem mais... Interessantes. De repente a porta foi escancarada por um garoto moreno, de olhos claros e cabelos marrons.

-Bela, tem uma novata que chegou hoje e enfrentou a Gwen, você tinha que ver e... - Ele estava dizendo enquanto adentrava o quarto, quando me notou e parou. - A novata é ela. - Apontou para mim. Acenei.

-O nome dela é Denvynn, e ela não gosta de gatos vermelhos. - Isabela me apresentou animadamente, depois se virou para mim. - Bem, esse é o Harvey, Devie.

-Olá. -Estendi minha mão, que ele apertou.

-Hã... Oi. - Ele se sentou ao lado de Isabela.

-Quer dizer que eu sou famosa?- Brinquei.

Ele riu.

-É, tipo isso. - Ele falou - Não sei dizer se você foi corajosa ou completamente maluca.

Isa, que estava de cabeça para baixo, mudou a posição e cutucou a barriga de Harvey com o cotovelo.

-Não fale isso, não está vendo que inflou o ego da pobre Devie? - Ela piscou e eu dei língua.

-A loucura e a coragem são primas, não sabia, Isa? - Devolvi, Harvey ergueu as mãos em gesto de rendição.

-Ui, essa aí tem a língua afiada. - Isa olhou incrédula para ele, sem esconder um sorriso.

-Então por que você não prova dela? - Ela provocou, com um sorriso malicioso.
Harvey olhou para mim como quem pede desculpas e falou:

-Hm, não, valeu, essa eu passo.

Tive de rir com aquilo, mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma voz começou a soar pelo quarto, como que vinda de um alto-falante escondido.

-Caros vilões, apresentem-se no prédio principal se quiserem se inscrever para o Circuito de Fogo.

Olhei para Isa com a testa franzida.

-O que é isso? - Gritei, fazendo com que minha voz superasse o volume do alto falante.

-É como um labirinto. - Ela gritou de volta. Harvey a olhou assustado.

-Um labirinto da morte, você quer dizer. - Ele abaixou a voz, já que os avisos tinham acabado.

Eu sorri, um sorriso malicioso e frio. Isabela olhou para mim com medo e Harvey arregalou os olhos.

-Você é realmente maluca! - Ele exclamou enquanto eu saía do quarto e eles vinham atrás de mim.

-Ou realmente corajosa. - Isa lembrou-o. Chegamos ao prédio principal, havia uma multidão aglomerada no pavilhão ao lado de fora. Me aproximei e vi Gabryella em meio à confusão.

-Você também vai participar? - Ela lutou para chegar até mim.

-Claro. - Disse, como se fosse óbvio. Gaby olhou para mim com um sorriso zombeteiro.

-Você realmente não tem medo de morrer. 

Sorri para ela.

- E por que teria? - Esse era praticamente meu lema de vida.

Gabryella olhou por cima do meu ombro e acenou.

-E aí, Harvey?

-Ei, Gaby! - Ele sorriu. - Você vai participar?

-Sim ou claro? - Ela se virou para mim.

-Com certeza. - Respondi, e trocamos um sorriso sarcástico.

Consegui chegar à mesa onde se faziam as inscrições e a fiz, logo depois de Gabryella. Não pude deixar de ver o nome "Sean" na lista de participantes. 
Saímos da muvuca e fomos para uma mesa de piquenique no gramado.

-Por que você vai participar? Gosta tanto assim de adrenalina? - Gabryella perguntou.

-Não há droga melhor do que adrenalina nas veias.- Respondi, o que era verdade. Adrenalina é simplesmente uma das coisas mais viciantes que existem e ela, pelo menos, não tinha efeitos prejudiciais como outras drogas.

-Mas você disse que não se drogava. - Isabela interrompeu meus pensamentos, os olhos desconcertantes me encarando.

-Não acredite em tudo que eu digo. - Eu estava rindo da ironia internamente, mas por fora permaneci impassível. 

-Quer dizer que você gosta de gatos vermelhos então? - Ela se fez de desentendida.

-Não, eu não gosto de gatos vermelhos. - Simulei falsa indignação - Foi só isso que você entendeu de tudo o que eu disse? 

Ela riu.

-Não, eu não sou burra, sabia?

-Sobre isso eu tenho minhas dúvidas. - Gabryella retrucou sarcástica. Isabela mostrou-lhe a língua.

Enquanto ríamos, vi Bianca e Miki vindo em nossa direção.

-O que é isso? Estão fazendo a reunião anual do clube anti-Miki e nem me chamaram? - Bianca se sentou a minha frente, e ao seu lado se sentou Miki, que lhe deu uma cotovelada.

-É impressão minha ou seu nome está na lista de concorrentes pro Circuito? - Bianca levantou a sobrancelha. Sorri maliciosamente em resposta.

-Você é doida, Devie? - Miki quase berrou. Olhei-a com divertimento. - Você vai morrer! E você acabou de chegar!

Harvey bufou.

-Foi isso o que eu disse! Mas ninguém aqui me escuta, depois morrem e não sabem porquê. 

Gabryella revirou os olhos, como se ele dissesse isso sempre e ela já estivesse tão acostumada a esse discurso que só lhe restava ignorar.

-Harv, entenda, se a gente morrer, nós não vamos ficar nos perguntando o motivo. -Disse Miki serenamente, antes de acrescentar:- PORQUE AFINAL NÓS ESTARÍAMOS MORTOS!

Harvey fez um muxoxo.

-Credo, parece que tá todo mundo de TPM hoje. Tô indo embora, não quero que vocês passem esse estresse para mim. - E com isso ele se foi, voltando do prédio principal.

Um silêncio tomou conta de nós e, repentinamente, começamos a rir.

-Ele é sempre assim? - perguntei quando consegui parar.

Gabryella apenas deu de ombros, ainda com um meio sorriso no rosto. 
Isabela se levantou da mesa.

-Bem, acho melhor eu ir falar com ele. Tchau pessoas. - E ela desapareceu dentro do prédio principal.

Restaram apenas eu, Gabryella, Bianca e Miki, sendo que as duas últimas riam escandalosamente.  Quando elas finalmente pararam, estavam extremamente vermelhas, ou seja, Bianca estava da cor do cabelo. Eu sinceramente não sabia diferenciar o rosto e do couro cabeludo dela naquele momento.

Me levantei da mesa de piquenique e me despedi. Eu estava voltando ao meu quarto para terminar de arrumar as minhas coisas até a hora do jantar, mas bati em algo grande e robusto, que descobrir ser uma pessoa, e essa pessoa agora olhava furiosamente para mim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Bem, eu desisto de tentar consertar a porcaria dos parágrafos, okay? EU DESISTO! Então vai ficar esse troço aí mesmo.
Tenho que ir pessoas, meu pai tá gritando comigo, ele tá puto, socorro.
Beijooooos