A Life Time escrita por Lu Falleiros


Capítulo 3
Alguma lembrança?




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Parei de caminha com dores nos pés, olhei para o matagal que se estendia a minha frente, ao meu lado, ao meu redor. Apesar de querer estar sozinha, não gostava de insetos. Olhei de um lado para o outro, agora nervosa e ignorando a dor nos pés, sem ninguém por perto, corri desesperadamente tentando desviar de todas as árvores, galhos e pedras.

Como uma louca, larguei aquele leque em algum canto e comecei a chorar. Juntei ambas as mãos sobre o rosto para que ninguém visse. O que seria de minha vida naquele instante? Por que aquilo aconteceu logo comigo? Como posso fazer para voltar? São tantas perguntas. Mas devo me controlar, afinal, ninguém deve ver uma “senhorita” chorar. Pensei enquanto secava as lágrimas. Mas o que farei? Não sei onde moro... Não há celular. Como vou retornar?

Precisava de algumas respostas, e apesar de tudo, comecei a perceber que só o tempo às traria para mim, eu deveria me conformar.

Levantei-me da árvore onde havia agachado para chorar. Bati nas costas de meu vestido várias vezes tentando tirar qualquer coisa que houvesse prendido. Aquilo era realmente irritante.

Já estava em um lugar mais povoado do parque, e passei a observar se conseguia reconhecer de onde havia vindo, e quem sabe retornar. Claro que não consegui. Tudo era tão diferente. Embora fosse a mesma cidade.

Qual será a minha relação com essa pessoa? Por que vim parar aqui? Como será que é a vida dessa pessoa? Estou tão curiosa! Pensei, já tentando ver o lado divertido da coisa.

Retirei meus sapatos, eles machucavam os pés, desta vez, uma mancha de sangue se estendia em um dos meus calcanhares. Ótimo, tudo que eu queria... Agora sei por que no séc. XIX as mulheres mal andavam, espartilhos e sapatos duros, não é coisa fácil... Ri um pouco, antes de me lembrar do que estava tentando fazer. – Certo! Relembrar... – Gritei para o vazio, deveria estar parecendo um pouco louca pois algumas senhoras que passaram por mim começaram a cochichar.

Um banco seria perfeito... Suspiro e devolvo o sapato em seu respectivo lugar, meu pé. Novamente na parte movimentada do imenso parque, procuro um banco para sentar, não encontrava, estavam todos ocupados por casais.

– Vou sentar no chão mesmo. – Concluo, já me abaixando para sentar, não era muito confortável, mas era melhor do que ficar de pé. Agora poderia me concentrar em lembrar o que houve nos últimos três dias. – Bom eu desmaiei, e acordei no hospital, estava com o pé torto e precisariam colocar no lugar, não era uma cirurgia bruta. E foi nesse instante que eu observei as horas. Um amigo meu, foi me visitar, e deixou flores, elas eram violetas e amarelas. Deram-me a anestesia. E só... – Suspiro chateada com o bloqueio repentino.

Não me lembro de mais nada! Como é que acordei nessa época?? Será que tem motivo?? E ainda mais, sou uma pessoa importante. Embora meu nome e história sejam muito semelhantes com o meu novo “eu”, eu não sei por que estou aqui!! Quando percebi que pensar não adiantaria muita coisa, decidi evitar fazê-lo, depois resolveria esse enigma. Iria descobrir as coisas conforme o tempo passasse.

Tentei me levantar, e vi que não havia sido uma boa ideia sentar no chão com um vestido daqueles, não era muito fácil se levantar. Quando finalmente consegui ficar ereta, ouvi alguns murmúrios próximos dos arbustos onde eu estava, curioso, parece uma discussão. O que será que estava acontecendo? Decidi me aproximar, e reconheci meu amigo! Alois!! Era ele mesmo!! Mas estava conversando com alguém que desconheço, e ele estava diferente, mais alto, e havia um mordomo ao seu lado. Espera ai! Quem é a pessoa com quem ele estava conversando, um jovem de aproximadamente 16 anos, com olhos azuis como os mares, e cabelos escuros como uma penumbra, cheguei ainda mais perto e senti que queria conhecê-lo, quem sabe o “Alois” daqui também me conhece. Apertei os olhos, fitando o jovem, que ainda não havia me notado. Espera, eu já o conheço, mas... De onde?

Quando comecei a atravessar a pequena campina para ir ao encontro deles, vi que próximo do jovem, que estava conversando com Alois, havia um homem, de aproximados 25 anos, vestido como um mordomo, e ao seu lado Isadora, que estava chorando com um leque na mão. Um leque? Será possível ser o que larguei por ai? Ao ver isso corri e indaguei:

– O que houve Isadora? – Perguntei o mais alto e abrupto que consegui, foi ai que percebi que uma “senhorita” daquela época não falaria assim. Mas já era tarde demais. Todos me encaravam.


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Notas finais do capítulo

Conhecendo os personagens:
— Nome: Alois Torrancy
— Idade: 15 anos
— Altura: 1,85 metros.
— Função: Um dos Grandes Jovens, trabalha para a rainha da Grã-Bretanha resolvendo casos que ocorrem no exterior, viaja muito, também um empreendedor de novos projetos como a Galeria, embora não se interesse muito pelo assunto.
— Mordomo (a)?: Sim, Claude.
— Informações extras:
Embora finja ser amigo de todos, pode apunhalar qualquer um que entrar em seu caminho. Possessivo, não consegue esconder seus sentimentos de ninguém, e adora as cores roxas e amarelas.



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