Ainda me carregando no colo, Izadora, sem que ninguém percebesse saltou para o telhado, e ajudando-me a descer, me pôs contra o mesmo, para que eu não caísse. Esperamos lá aproximadamente uma hora até que a festa acabasse, e alguns homens se reunissem, na sala logo abaixo de nós. Izadora não permitiu que entrássemos, e após alguns minutos, eu e ela vimos uma sombra atravessando a janela. Era Sebastian.

– Você demorou. – Escutamos Ciel falando.

– Sim, mas pelo menos pegamos o culpado. – Era a voz de Sebastian, como sempre estava calma, e acho que ele se referia ao Conde.

– Você veio me resgatar? – Ciel perguntou.

– Sim, é que essa sua posição está tão patética, que eu quero apreciar um pouco mais, o show foi lindo.

– Não me faça rir. – Ciel parecia impotente, embora tenha sido resgatado por Sebastian, eu queria tanto interferir, mas Izadora não me permitiria. – Você só terá esse direito quando cumprirmos com nosso acordo.

– Tem razão jovem mestre. – Disse ele soltando Ciel, e o pegando pelo colo, como Izadora fizera comigo. Com um sorriso malicioso, Sebastian, pegou Freminsteu e o levou até a base da janela, de onde o mostrou o chão e perguntou:

– Cadeia ou isso aqui? – Ele estava com Ciel na outra mão, mas tampava seus olhos para que não visse tal cena, ele estava certo. No momento que o Conde escolheu a janela, Sebastian o lançou, e Izadora também cobriu meus olhos. Ambos disseram ao mesmo tempo:

– Esta alma não valia nada mesmo.

– Sebastian, como sabia que eu estava aqui?

– Nosso acordo está visível, nossa ligação forte. Eu sempre te protegerei, mas você nunca poderá escapar de mim.

– Está certo, certo... Já entendi.

– Isso valia também para mim e Izadora, jamais iríamos nos separar... De um jeito ou de outro, mas quem fez o acordo não fui eu... Tudo era tão vago para mim, mas eu não me importava, não mesmo.

– Vamos para casa. – Disse para Izadora, que ainda cobria meus olhos.

– Sim jovem mestra. – Minha marca ardia em minhas costas, e ela me pegando no colo, fez uma viajem silenciosa até nossa casa. Antes de dormir, diferente do normal, eu perguntei para ela:

– Izadora, o que acontecerá com você se eu retornar para o presente, não tenho a mesma alma que está Lucy Willian. - Eu apontava para mim, mas sem querer dizer eu.

– Nunca iremos nos separar, você sabe disso. – Ela sorria.

– Está bem. – Ela não parecia ter entendido o que eu pensava, eu tinha que voltar para o meu tempo, e cada segundo que passava longe de minha casa, demonstrava que eu tinha que voltar. Como eu faria isso é que era o problema. E Ciel? O que farei sobre ele?

Eu deitei na cama, e ainda pensando sobre como poderia voltar, tentei dormir. Novamente aqueles sonhos com eu e Ciel quando criança assombraram-me mas, quando acordei sabia o que teria que fazer. Meu sonho me revelara muitas coisas. Eu jamais imaginaria que tudo poderia ser tão esclarecedor.