A Life Time escrita por Lu Falleiros


Capítulo 20
A primeira parte do jantar, com outra visão.


Notas iniciais do capítulo

Essa parte da história é a segunda visão do jantar, ou seja, contada por Ciel! Eu espero que todos gostem, e que deixem muitas reviews para mim! Beijinhos... Estou trabalhando muito, e espero que me perdoem pela demora em adicionar novos capítulos... u.u



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Faltava apenas uma hora para o jantar, e eu não estava pronto. Gritei:

- Sebastian? – Eu estava na banheira, esperando que ele viesse me tirar daquele inferno. Eu sempre detestei o banho, ele me faz me sentir velho pelas rugas que forma em minhas mãos. Minha mãe por outro lado. Ora, como era ingênua.

- Sim jovem mestre? – Ele assentiu entrando no gigantesco banheiro em que eu estava.

- Está tudo pronto? Eu irei me atrasar. – Afirmei para ele, enquanto ele me vestia.

- Sim e sim jovem mestre. Você não deveria ter dormido. – Ele assentiu negativamente para mim, parecendo desapontado. Como era irritante, quem era ele para ter tal pensamento.

- Háhá. Está bem. – Assenti esbravejando. – Cuide disso, está bem? – Disse ajeitando novamente minha gravata. Ele sorriu e concordou com a cabeça. – Mas antes, - eu continuei antes que ele saísse do banheiro. – conte-me, quem é aquela senhorita, que não a verdadeira senhora Willian... – Raciocinei tentando falar claramente, enquanto pensava naquele estranho sorriso, tão peculiar e ao mesmo tempo atraente que eu havia visto naquela mesma tarde.

- Ela é a senhorita Willian jovem mestre. – Assentiu Sebastian calmamente. – Ela só está no tempo errado. – Ele sorria ao falar tais palavras.

- O que quer dizer? – Perguntei um tanto em dúvida. – Viajem no tempo? Isso existe? – Perguntei relutante, tentando negar a mim mesmo o que ouvira.

- Sabe que jamais mentirei para você jovem mestre. – Ele ainda sorria, acho que vendo o choque nos meus olhos. Tentei permanecer imparcial, e nesse momento seu sorriso diminuiu, um pouco. – Não seja tão leigo, isso existe. E a garota que tomou o lugar de senhorita Willian é muito peculiar e atraente, não? – Perguntou Sebastian tentando me dobrar, resisti em concordar, embora, eu estivesse muito curioso sobre ela, como era viajar no tempo? Como ela conseguira se manter tão centrada?

- Não me faça rir com coisas tão triviais. – Respondi para ele, saindo do banheiro. Ele riu por um momento, sozinho no recinto. E logo caminhou novamente para suas tarefas, quais quer que fossem. – Tudo bem Ciel, você consegue, mantenha-se centrado. - Repedi para mim algumas vezes, enquanto sentava na poltrona, de frente para a mesa de trabalho e acompanhava minha proposta da compra do meu pedaço da galeria, embora eu conseguisse focar por alguns instantes, logo meus pensamentos retornavam para aquele sorriso tão peculiar, o que havia neles que... Ah! Eu não entendia.

Após alguns minutos sentado na cadeira, sem conseguir fazer absolutamente nada, eu escutei alguns relinchos de cavalos, e sabia que era ela. Eu deveria perguntar tudo que desejava naquela noite, mas como? Ela sabia que eu sabia que ela viajara no tempo? Que ela não era quem dizia ser?

Eu escutei Sebastian caminhando com elas pelo jardim, e guiando-as até as portas, quando entraram, passei por um dos espelhos, e chequei a gravata. Eu me sentia tão irritado usando-a quanto quando estou sem ela. Era estranho.

Cheguei às escadas enquanto Sebastian murmurava algo para elas, não me interessava saber o que era, provavelmente algo inútil. Eu sorri desafiadoramente para ela, e permaneci observando senhorita Willian enquanto caminhava pela escada, ela estava belíssima, com um lindo vestido azul. Realmente ela não parecia nada com sua parenta distante. O vestido era escuro, quase da cor de meu casaco. Assustadoramente semelhante. Como aquilo era possível? Antes que pudesse perceber, eu havia chegado aos pés da escada, encontrei o buquê que havia comprado, exatamente ao lado da escada que descera que sorte, pensei comigo mesmo. Eu estava um tanto distraído naquela noite. Eu nem me lembrara do presente, pegando-o tentando disfarçar a demora, caminhei até ela com o mesmo sorriso e disse:

- Senhorita Willian, este modesto presente é para você. Espero que goste. – Será que ela conhecia tal flor? E de onde ela provinha? Aquele era parte de meu desafio, ela originalmente detestava tais flores, pelo seu significado. Mas ela sorria enquanto pegava-as, realmente, esta não é a antiga Lucy, esta é uma mais interessante, pensei esboçando um sorriso, proposital. Ela respondeu ao presente seriamente, embora ao tocá-los, tenha parecido surpresa, será que ela gostara? Espera, por que eu estaria preocupado?

- Sabe o significado dessa flor? – Disse para ela ainda sorrindo, ela concordou respondendo:

- Árvores altas. São difíceis de domar. – Ela concordou enquanto falava. - Mas não impossíveis. – Completou sorrindo, eu choquei, como ela pensara no mesmo que eu? Tentei diminuir a surpresa, instintivamente, com um sorriso, não sei se funcionara, ao menos eu tentara. Ela então entregou para mim, um presente, parecendo um tanto acanhada enquanto o fazia. Era algo grande, e bem mais caro do que o que eu dera a ela. Que vexame, pensei, enquanto ela assentiu:

- Este é o meu presente para você, deve ser diferente dos anteriores... – Ela completou, deixando as últimas palavras fluírem, como quem quisesse que eu entendesse que ela não era a “ela” que eu pensava ser. Sorri por compreender o que ela dissera, e por querer aconchegá-la por tentar me falar algo de tal magnitude, não sei por que, mas naquele dia parecia que eu não conseguiria vencer dela, eu estava tão distraído. – Espero que goste. – Completou com o mesmo sorriso de antes. Abri rapidamente a caixa, tentando terminar logo com as formalidades. E ao ver a bela bengala de pinho que eu tentara comprar um pouco antes naquele mesmo dia me surpreendi, então fora ela que comprara antes de mim. Dessa vez, nem eu e nem mesmo Sebastian conseguimos esconder a surpresa. Ela era realmente intrigante. Quem é ela? Eu permanecia me perguntando, enquanto falava, tentando não parecer tão surpreso:

- Pinho? Escolha interessante. – Eu a encarava, com um sorriso ainda desafiador, mas admirado pelo pensamento que ela tivera. Ela em resposta novamente, cerrou os olhos, suspeitei que talvez ela pensasse o mesmo. Eu sentia como uma ligação que mantinha nossos pensamentos juntos, aquilo era possível? Nós realmente éramos tão parecidos? Esperava qual outra surpresa poderia vir de sua resposta.

- Sim, forte, escura, e é claro, difícil de esculpir. – Ela sorria, fazendo exatamente o que eu desejava, jogando o meu jogo. – Mas não impossível.

Eu ri de uma forma, que há tempos não vira, era calma e real, sem ser de maneira alguma, forçada. Aquilo era tão estranho. O que era aquilo que eu sentia? Fazia muito tempo que não me sentia desse jeito. Disso eu tinha certeza. Sebastian, porém interrompeu o lindo momento perguntando:

- O jantar está pronto gostariam de seguir para ele? – Sebastian nos lembrou do verdadeiro motivo de ela estar lá. Sorri porém o ignorando, e dirigindo-me para aquela que me fizera sentir tão diferente, perguntei:

- Gostaria de tentar outro jogo senhorita Willian? Podemos discutir um pouco do projeto por lá, e depois partir para o jantar. – Eu sorria, enquanto pegava sua mão, e a guiava até as escadas, como sempre meu mordomo e também o dela, nos seguiam como sombras. Bem, bem no fundo, todos nós sabíamos que odiávamos uns aos outros, acho que Lucy também tinha tal relação com sua mordomo, afinal, ela era como Sebastian. Não?

- Qual jogo? – Lucy perguntou interrompendo minha linha de raciocínio.

- Gostaria de escolher? –Peguntei, tentando surpreendê-la. Acho que funcionou, mas ela já possuía uma resposta rápida, e sorrindo, disse:

 - Esgrima.

- Então vamos. – Completei guiando-a pelo resto das escadas e pelo corredor, até chegarmos à sala do palanque onde havia um espaço para esgrimirmos. Pegando o sabre, olhamos um para o outro. Aquilo seria muito interessante. E com um sorriso, perguntamos juntos:

- Preparado? – Sorrimos novamente e começamos a luta.


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