A Life Time escrita por Lu Falleiros


Capítulo 18
A primeira parte do jantar.




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Ao entrarmos na carruagem, parei por um minuto relutante, mas não deixei que Izadora percebesse. Entrei, permanecendo quieta, enquanto apreciava a paisagem que se estendia a partir da viagem, estávamos passando por toda a cidade, como quem atravessava a mesma. Ao perceber isso, rompi o silêncio perguntando:

— Ciel mora muito longe? Parece que estamos atravessando Londres. – Já havia passado mais de quarenta minutos de viajem. Agora entendi o por quê de sair cedo.

— Sim senhorita, vocês vivem em lados opostos da cidade. Por um propósito. – Consenti com a cabeça compreendendo. Era meio estranho, embora “eu” e Ciel nos odiássemos, e para evitar encontros, vivêssemos até mesmo de lados opostos da cidade, estávamos fechando um negócio juntos, trabalhávamos “tecnicamente” juntos, nós não suportávamos um ao outro, então porquê? São algumas perguntas que poderia fazer para ele durante o jantar. Quando pensei nisso um sorriso surgiu levemente em meu rosto. Izadora me olhou por um instante e rompeu com o silêncio que se estendera após a conversa.

— No que está pensando? – Ela perguntou curiosa.

— Meus pensamentos não lhe consentem. – Respondi sorrindo maliciosamente.

Ela parou um momento, mas acrescentou tentando vencer a discussão – Puxa senhorita, deveríamos confiar uma na outra. – Ela fez uma carinha de dó, que me deu nojo.

— Muito bem Izadora, deixe-me explica-la. – comecei com o mesmo sorriso de discussão ganha de antes. – Você deve me ajudar, então ficará sabendo meus pensamentos no momento certo, no momento necessário. – Eu continuava sorrindo enquanto explicava. – Por agora, eu prefiro contar meus pensamentos, para aqueles, que sei que poderei manipular e dominar facilmente. – Ela entendeu que estava me referindo ao Phantomhive, e sorriu para mim, eu terminei esta fala juntamente com o relincho dos cavalos que me alertavam que havíamos chegado. Izadora sorriu novamente enquanto abria a porta. Eu comecei a sair, e quando estava ao lado dela descendo da carruagem, completei - É como um jogo de Xadrez é algo que exige estratégia e habilidade, não velocidade, ou pressa. - Eu sorri e desci por completo da carruagem que já me enjoara. Ela com o mesmo sorriso angelical respondeu:

— Sim jovem mestra. – E fechou a porta da carruagem saindo junto comigo.

A carruagem partiu, deixando nós duas sozinhas, deparamo-nos com um portão de prata, com as letras C.P. moldadas de forma que parecessem perfeitas, Sebastian surgiu um segundo após eu apreciar tal obra de arte, pegou minha mão, e curvou-se me cumprimentando, eu e Izadora respondemos igualmente para ele, e ele nos guiou até a entrada. Enquanto atravessávamos o jardim, este se dividia em duas partes por uma passarela de pedra, na qual andávamos. Este jardim dividido em duas partes era belíssimo, ambos os lados com árvores e arbustos formados por diversas imagens eu apreciei aquele jardim até chegarmos a uma porta dupla gigante que estava aberta para nós, ao entrar Sebastian ficou parado próximo da porta para fechá-la. Eu e Izadora entramos, ela se manteve estática me observando. Enquanto isso meus olhos rondaram o primeiro andar da casa, diferente da minha não havia diversas salas, apenas um salão enorme com alguns móveis e apenas uma porta, que exalava um cheiro de jantar recém-feito. Mas eu sentia falta de um pequeno detalhe. E o anfitrião? Olhei para Izadora meio que como pedindo permissão para falar, ela consentiu. E eu perguntei para Sebastian:

— Onde estaria o anfitrião? – Olhei para ele docemente, como fazia para Izadora. Eu ainda segurava o presente, aquela bela bengala que comprara com tanto afeto e seleção. Sebastian retribuiu o sorriso. Respondendo-me:

— O Sr. Phantomhive está descendo, senhorita. Infelizmente, se atrasou durante a tarde, para se arrumar. – Eu sorri como quem compreendia, mas, que decepção... Pensei. Com um sorriso encantador e convidativo. Neste momento Ciel desceu as escadas, que ao chegarem próximas do andar que eu estava, se dividiam em duas escadas ornamentadas em prata e azul, um azul tão bonito quanto seus olhos, ele sorria estranhamente para mim, como quem tentava me desafiar, mas aquele sorriso, só me dava mais vontade de aprender sobre ele. Ao chegar ao pé da escada, pegou um buquê de flores que estava em uma mesinha de canto próxima da mesma. Andou até mim e indagou:

— Senhorita Willian, este modesto presente é para você. Espero que goste. – As flores eram Dendrons, são flores que só se encontram próximas das copas das árvores altas, e seu nome significa árvore, forte e tentadora, eu sinceramente adorava aquela flor, sua cor era branca, e normalmente arroxeada. Mas esta estava em um tom de azul bebê que eu nem acreditava que existia. Eu permaneci com o sorriso convidativo, embora estivesse surpresa por sua escolha, mas ao falar o sorriso desapareceu. E as flores passaram rapidamente de minhas mãos para as de Izadora enquanto assenti:

— Sabe o significado dessa flor? – Ele pareceu chocado, até mesmo surpreso. O sorriso que desaparecera instintivamente de seu rosto voltara diferente. Um tanto inspirador. Ele concordou, indicando que sabia:

— Árvores altas. São difíceis de domar. – Eu concordei, interpretando as palavras que ele dissera como as que eu disse anteriormente sobre o xadrez, mas dessa vez ele se referia a mim. – Mas não impossíveis. – Ele completou com o sorriso um pouco maior dessa vez.

Eu o encarei cerrando um pouco os olhos, esperando que ele compreende-se meu sinal eu voltei a sorrir, entreguei meu presente, a bengala já estava me irritando por ficar em minha mão. E assenti:

— Este é o meu presente para você, deve ser diferente dos anteriores... – Eu comecei, considerando que provavelmente os presentes que “eu” dava a ele eram bem diferentes. Ele sorriu parecendo compreender mais do que deveria. – Espero que goste.

Ao terminar de abrir o presente, ele não conseguiu esconder a surpresa, embora estivesse preparado. Parecia estar pensando “quem é ela”, eu continuava a sorrir, fingindo que não percebera nada. Ele me encarou ainda surpreso. Mas para tentar parecer inabalado falou:

— Pinho? Escolha interessante. – Ele me encarava esperando uma resposta consistente.

— Sim, forte, escura, e é claro, difícil de esculpir. – Sorri para ele jogando o mesmo jogo. – Mas não impossível.

Ele riu, nunca o tinha visto rir, era agradável e confortável. Aconchegante. Quando como vemos bebês dormindo. Até Sebastian pareceu um tanto surpreso, mas se conteve e decidiu acabar com aquele momento em que finalmente estávamos nos dando bem perguntando:

— O jantar está pronto gostariam de seguir para ele? – Sebastian nos lembrou do verdadeiro motivo de eu estar lá.

Ciel sorriu, mas ignorando o que Sebastian falara perguntou:

— Gostaria de tentar outro jogo senhorita Willian? Podemos discutir um pouco do projeto por lá, e depois partir para o jantar. – Ele sorriu pegando minha mão, e guiando-me até as escadas, enquanto isso Sebastian e Izadora nos seguiam por trás, com olhar surpreso. Eu consenti e acrescentei:

— Qual jogo? – Ele dissera que xadrez não mais, então qual?...

— Gostaria de escolher? – Ele perguntou. Eu então me surpreendi por ele dar a palavra a mim, e quando viu meu rosto pareceu satisfeito.

— Esgrima. – Completei deixando que a surpresa esvaecesse de meu rosto.

— Então vamos. – Sorriu Ciel me guiando até o andar de cima. Eu o segui sem nenhuma palavra, Sebastian e Izadora como sombras faziam a mesma coisa que eu. Ao chegarmos ao andar de cima, me deparei com diversas portas. Ciel continuava guiando-me segurando minha mão estranhamente. E ao entrarmos em uma das salas, nela havia um gigantesco palanque para esgrima. Com todos os tipos de armas conhecidas, pegamos os saberes, sorrimos um para o outro e perguntamos juntos um para o outro:

— Preparado? – Sorrimos novamente e começamos a luta.

 


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