A Life Time escrita por Lu Falleiros
Izadora retornou com outra torta em mãos, nesse meio tempo eu já havia buscado um livro e aprendido as bases da esgrima.
– Pronto. – Disse ela prostrando o prato em minha frente. – Você irá provar gostar e comer.
Olhei-a com descaso. Peguei delicadamente o garfo de cristal e dei uma mordida na bela torta. O gosto não estava tão ruim, mas ainda não era delicioso. – E então?
– Não lhe devo satisfações. Porém estava faminta então... – Disse com outra colherada. Ela ficou irritada, com olhar fulminante em mim. Enquanto as duas crianças começavam a bocejar. Olhei para o belo relógio de corda próximo de uma das portas, já passavam das vinte horas e meia.
– Crianças? – Disse largando o garfo.
– Sim senhorita! – Elas assentiram juntas, balançando os belos vestidos simples, beges, que me lembravam de camisolas.
– Podem se retirar. – Disse sorrindo para elas.
– Obrigada senhorita! – Disse a primeira de cabelos ruivos, dando mais um de seus sorrisos enormes e se retirando para os seus aposentos.
– Boa noite senhorita! – Seguiu a outra, que não sabia se deveria me dar boa noite ou não, esta de cabelos pretos, balbuciou até a porta, com um tanto de dúvida então assenti:
– Durma bem, até amanhã. – Isso à fez sorrir enquanto seguia a seu quarto.
– Já você, Izadora. Ajude-me! – Disse levantando. Ela esboçou um sorriso. – Ensina-me esgrima!
– Não deveríamos esperar o instrutor amanhã? – Ela perguntou.
– Não tenho tempo para o amanhã, se é algo que devo e, posso fazer hoje. – Ela sorriu levemente.
– Sim Jovem Mestra.- Ela pegou seis espadas diferentes e perguntou – Sabre? Florete? Espada?
– Sabre – Respondi. Agarrando a arma, das três a mais flexível, mas a que também proporciona um ataque mais violento e ágil, o usado pelas mulheres é normalmente o Florete, mas não queria nenhum tipo de privilégio.
– Muito bem. Agilidade e violência. Está preparada? – Ela perguntou.
– Que pergunta. – Disse posicionando-me. Será que as regras eram as mesmas das do século XXI?
Ela atacou primeiro, me obrigando a defender, da mesma forma como fazemos atualmente, porém o posicionamento dos pés era diferente, não haveria como vencer dela, mas era muito bom treinar. Após 3 horas, onze horas e meia, aproximadamente, eu parei e ela também.
– Chega. Irei deitar. Vamos? – Perguntei para ela entregando o sabre me virei para ir em direção ao quarto e um sabre encostou sobre minhas costas.
– Jamais vire as costas para seu adversário. – Ela disse.
– Obrigada pela lembrança. – Continuei seguindo ao quarto, Izadora guardou os sabres e seguiu até meu quarto, onde me trocou, pôs-me em uma camisola de seda e me ajudou a deitar.
– Izadora? – Perguntei. Agora que tudo estava escuro, isso me lembrava de meus pais.
– Sim Jovem Mestra. – Ela respondeu acendendo um castiçal.
– Você sempre me protegerá? – Perguntei.
– Para sempre, aonde quer que cheguemos, até o fim. – Ela respondeu.
– Obrigada... – Agradeci amolecendo e já caindo no sono, ela permaneceu lá com um castiçal iluminando o breu da noite que me assustava, até sair e dizer:
– Boa noite! Jovem Mestra. Eu gostei mais de você assim. - Disse apagando as velas e seguindo para seu quarto.
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