Faraway escrita por Maria Lua


Capítulo 22
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Acreditem se quiser, mas eu estou postando de novo, reeeeew! Eu realmente fui rápida dessa vez, e a partir de agora será assim, sabe por quê? Eu cheguei na reta final da Fanfic, e planejo mais uns dois ou três capítulos pra nós, apenas.
Mas enfim, leiam e chorem auaussauhsa'



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Narração por Rose Weasley

Assim que as portas se abriram eu corri no encontro de Scorpius. Ele parecia meio paralisado, meio perdido. Ao tocar seu braço, já preocupada, notei que ele estava gelado, nervoso. Toquei seu rosto, cruzando nossos olhares.

- Scorp, como é que foi lá? – perguntei, enquanto os olhos dele ainda giravam pela sala, procurando algo pra fixar-se. Ele suava. – Scorpius! Você quer uma água? Você está bem? – insisti, segurando seu rosto com minhas duas mãos. Ele não me parecia bem. – Scorpius, me responde logo! Estou ficando preocupada!

- Foi... Bem, eu acho. Quer dizer, não foi bem. Eu errei dois gols, perdi vinte pontos, mas eu... – ele pôs a mão na testa, parecendo exausto. Eu o coloquei pra sentar, e entreguei minha garrafa d’água para ele beber.

- Calma, isso pode não ser ruim. Até porque o goleiro é profissional, e ele é treinado pra não levar gols, senão não estaria no time. Você ainda tem chances! – falei, tentando acalmá-lo. Na verdade isso era uma incerteza, pois todos que haviam ido até agora tinham se dado muito bem, pelo visto.

Sentei-me ao seu lado, deitando sua cabeça em meu ombro. Eu realmente havia me preocupado. Se ele não passasse, o que aconteceria? Eu queria muito jogar pelo Belmore Flames, mas o Scorpius me faz tão feliz...

Passaram-se os minutos, e eu apenas fiquei ao seu lado, com ele. Os últimos concorrentes terminaram, e agora todos aguardavam em silêncio. Alguns contavam vantagem antes da hora, outros permaneciam em seus lugares, olhos fixos no chão. Instantes depois uma mulher saiu de uma sala, e pediu nossa atenção.

- Nossos jurados estão avaliando os candidatos, ainda hoje vocês receberão uma coruja informando o resultado. Até lá, podem ir para casa. Os futuros jogadores da Belmore Flames receberam junto à coruja as coordenadas para começar a sua vida no time. Obrigada, e boa sorte. –falou, e no mesmo instante, se retirou.

Olhei para Scorpius, que parecia menos estressado.

- Vamos, então? – perguntei, ele assentiu. Me doía vê-lo dessa maneira, silencioso.

Um carro nos esperava na porta, e o caminho todo foi quieto, nós apenas ficamos abraçados no carro, com ele acariciando meus cabelos. De vez em quando eu o via observar meu rosto, como se apreciasse cada detalhe. Eu sorria com isso, me fazia feliz.

Ao chegarmos em Hogwarts, paramos no meio de um jardim. Ele sentou-se em um banco, e me indicou o seu lado para sentar. Quando me acomodei e já o observava, esperançosa, ele começou.

Narração por Scorpius Malfoy

Eu queria gravar cada detalhe de seu rosto, como se fosse o último. É provável que eu não passe para o time, pois não consegui ir muito bem, e por essa razão eu precisava aproveitá-la bastante, pois tinha menos de uma semana até ela ir para a Rússia.

Eu segurei suas mãos, apertando-as contra as minhas, sentindo sua pele macia nas minhas mãos ásperas. Era bom. Qualquer movimento que a envolvesse acaba tornando-se o melhor de todos.

- Rô... – comecei. – Eu acho que não tenho condições de passar. Eu sei que não vou, eu estava nervoso, não apresentava confiança, e não fui bem. Me desculpe, eu treinei tanto, desejei tanto, mas na hora não consegui pôr em prática, eu sinto muito, mas eu... – ela me cortou.

- Scorp, para! Não tem que se desculpar. Nunca se sabe, até porque se pesquisarem seu histórico saberão de seu talento. Você ainda tem muitas chances. – falou, mal sabendo da grande mentira que acabara de dizer.

- O que importa é que você vai para a Rússia, você vai jogar na Belmore Flames, e vai trazer orgulho a mim e a sua família. Com ou sem mim, você vai, nem que eu tenha que obrigá-la. No subconsciente ou não, o que importa é que você sempre vai ficar em minha mente. – levantei suas mãos, depositando um beijo nelas. – Para sempre.

Seus olhos, marejados, se fecharam levemente.

- Scorpius, você vai sim. Sem você eu não vou a lugar nenhum, e você vai passar, eu acredito nisso, e eu... – cortei-a.

- Não Rose, não. Eu sei que não consigo, e estou deixando claro para mim, para que a surpresa e decepção não seja tão grande. Eu nasci pra jogar em time de escola, você nasceu pra enfrentar o mundo. Você é forte, você é capaz. – falei, e foi o bastante pra ela despejar-se em lágrimas.

- Scorpius, não. Eu não vou sem você. Porque quando você ama sente necessidade da outra pessoa. Não por dependência, carência e outras coisas. Mas porque é bom estar ali, com o corpo junto, coração do lado, ouvindo a respiração. Você se sente em casa. – ela falou chegando mais perto de meu rosto.

Esse era o encanto da Rose. Aquele jeito, aquelas palavras, aqueles gestos. Quando falava ela demonstrava poesia apenas com os olhos. Ela era forte, decidida, e quando se importava, ia até o fim. Mas dessa vez eu tinha que ser mais forte que ela, roubar um pouco de sua personalidade, porque eu a amava e aquilo era a prova disso. Eu poderia sofrer com a distância, mas estaria feliz sabendo que ela ganhou na vida.

Toquei seu braço, olhando fixamente para o chão, em busca de alguma força ou algo que me fizesse conseguir superar o medo de afastar-me dela.

- Rose, sua opinião está fora de cogitação. Não pense que vai ser fácil pra mim, pois saiba que eu sou quem mais perde com isso. Não falo só do time, pois eu não me importo com isso, mas eu preciso ser forte. Entenda, não faço isso por mim e nem por nós, e sim por você. Exclusivamente você. – falei. – Por favor, aceite, não torne isso mais difícil do que realmente é.

Ela me abraçou, de maneira forte. Retribui. Eu tinha que aproveitar meus momentos de luz durante esse mínimo tempo. Era o que eu podia fazer, apenas. Fechei meus olhos, já marejados, e apoiei meu rosto em cima de sua cabeça. E assim os minutos se passaram, mais rápidos do que eu esperava ou queria.

Ao longe ouvi o berro de uma coruja. Olhamos para cima, vendo a grande ave negra pousar ao nosso lado. Preso em seu bico estava uma carta de tamanho médio, em um papel preto, enlaçado com um laço vermelho. Já sabíamos no que se tratava. A ave apenas o largou, curvou-se e voltou a voar.

Encarei durante meio segundo a carta, mas logo a tomei nas mãos. Eu já sabia o que estava ali, apesar de Rose estar esperançosa. Devagar, abri o envelope, digamos que com medo.

No interior da carta, tudo estava escrito com tinta prateada. Procurei apenas o necessário para ler, e logo no início estava escrito:

“A companhia de esportes Belmore Flames lamenta informar que o atleta Scorpius Malfoy não passou no teste para a entrada do time qualificação Júnior. Aguardamos que possa treinar e inscrever-se nos anos posteriores...”

Não terminei de ler, apenas me levantei ficando de costas para Rose, eu já sabia que isso ia acontecer, mas a realidade parecia doer mais que a incerteza.

- Scorpius... – Rose pousou a mão em meu ombro, eu me debati, retirando-a. – Scorp, não faz isso... A gente vai dar um jeito, eu posso...

- Não Rose! – a cortei, virando-me para ela. – Acabou, não entendeu? Não tem alternativa. Você vai para a Rússia, vai jogar na Belmore, vai conhecer alguém, vai casar, ter filhos... – senti meus olhos queimarem, as lágrimas começaram a descer. – E eu vou ficar aqui. Mas tá tudo bem, sabe por quê? Porque eu tive a chance de ser feliz. Eu te conheci, eu te amei, e sempre vou amar. Não importa se você estiver em outro Universo, em outra galáxia, eu vou continuar te amando, e por isso abro mão de qualquer coisa pra te ver feliz. Acabou.

Meus olhos pareciam inchar, e ela chorava, perplexa.

Virei-me para trás novamente. Não podia e nem conseguia encará-la. Ela chorava por minha causa, e aquilo me feria mais do que eu poderia admitir.

- Então é isso, não é? – perguntou. Eu não respondi. – Vai desistir de nós dois? – continuei em silêncio. Não poderia insistir em algo sem futuro. Aos poucos apenas ouvi o som de seu choro e de seus passos se afastando, depressa.

A minha única decisão certa na vida foi a que fez meu mundo desmoronar por completo.


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Notas finais do capítulo

Quem aí tá querendo me xingar, levanta a mão! O/ O/ O/ O/ O/
SAUHSAHUHUASHUSA' Calma gentinnn, ainda não acabou, ainda vem mais por aí pra chocar vocês! Espero que tenham gostado, beijos! ♥



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