Faraway escrita por Maria Lua


Capítulo 16
Realização


Notas iniciais do capítulo

Geeeeentim, desculpa a demora! Ahh eu acho que ainda não sei o que comentar sobre ele, mas na minha opinião esse é o capítulo mais confuso da história hehehe
Boa leitura ♥



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Narração por Scorpius Malfoy

Eu ainda estava, digamos assim, surpreso, ou até impressionado com o que havia acontecido na partida. A maior goleada do século! Um jogo de duas horas e eles não marcaram nenhum mísero ponto! A Rose era incrível, eu nunca havia visto tanto talento na vida, nem mesmo em seu pai.

Eu estava empolgado. Nesse exato momento eu estava andando de mãos dadas com ela pelo jardim, onde qualquer pessoa podia ver-nos juntos. Mas, ao contrário das outras, eu não me incomodava de me verem assim com ela. Eu sentia orgulho.

Ela estava calada, andando com a cabeça abaixada e mordendo os lábios. Ela estava perfeita. Seus cabelos lisos e ruivos esvoaçavam em sua volta, seus olhos, mesmo abaixados, cintilavam um verde esmeralda.

- Você é fantástica! – exclamei em tom baixo. Ela levantou a cabeça um pouco confusa.

- Como? – perguntou, rindo baixinho.

- Eu quis dizer que... Você, hoje, foi fantástica! Perfeita, aliás. Foi a melhor partida da história! Você, com certeza, vai virar lenda! – falei, entusiasmado. Ela apenas fez rir, tímida.

- Mas quanto exagero! – balbuciou, envergonhada.

- Não, não é exagero! Eu ouvi alguns repórteres falando: A maior goleada do mundo, a melhor goleira do século!, Rose você é uma celebridade agora! – falei, em tom brincalhão, porém falando a verdade.

Ela simplesmente abaixou a cabeça enquanto ria. Aproveitei o momento e passei minha mão pela sua cintura, puxando-a para um abraço. Ela retribuiu. Assim que sua cabeça levantou para olhar meu rosto eu parei, fissurado em seus olhos. Eles brilhavam intensamente e pareciam me hipnotizar.

Passei os olhos para seus lábios. Rosados, fazendo contraste com a pele branca perolada, entreabertos. Eles me possuíam. Deixavam-me com sede de si. Eram perfeitos, tanto quanto a dona.

Eu não queria nem conseguia me segurar. Apenas fiz. Eu a beijei. No momento era um beijo calmo, e nossos lábios se mexiam freneticamente um para o outro. Logo eu levei minha mão a sua nuca e nos aprofundei. O ritmo crescia, e eu não queria sair daquele beijo nem mesmo quando já estivesse sem fôlego.

Senti meus pés se movendo, e logo eu já a havia encostado em um muro. Nós estávamos agitados – desesperados, aliás – e queríamos sempre mais. Porém, nem tudo o que queremos conseguimos, e tivemos de parar em busca de ar.

Nossos lábios, mesmo estando separados, estavam um em frente ao outro, de forma que nós dois respirávamos o mesmo ar. Eu olhava no fundo de seus olhos, cada vez mais admirado.

Eu juro que não sabia o que passava por minha cabeça no momento. Mil coisas, mas um foco: Rose. Eu nunca havia tido uma opinião tão concreta de alguém, nem mesmo de meus pais. Ela era tudo. Tudo de bonito, de bom, de perfeito, e tudo o que eu queria e precisava. Ela era o meu sonho de consumo.

E eu acho que estava apaixonado por ela.

Chegando a essa conclusão, pensei: e agora? O que eu faço? Isso não é normal, para mim era só chegar em uma garota, sorrir e partir para a cama, fácil assim, mas agora eu não quero somente que ela esteja na minha cama, e sim que esteja comigo.

- Scorpius, eu... – ela ia falar algo, mas não conseguiu, então fechou os lábios e espremeu os olhos, voltados para baixo. Ela recuara. – Me desculpe, eu tenho que ir. A gente se vê depois, pode ser? – ela falou enquanto se desenlaçava de meus braços e se afastava. Eu não podia impedi-la. Não tinha esse direito, mas é o que eu queria.

Eu a vi se afastar de mim, e isso me adoecia. Eu odiava me sentir dessa maneira – tão frágil e inseguro! Argh, esse não sou eu. Nunca foi, e ela havia me transformado. Todos esses anos em que eu apenas tinha contato com ela quando ia ver o Albus e agora me encontro nessa situação.

O que parecia improvável se tornou inevitável.

Narração por Rose Weasley

Assim que percebi estar fora do alcance da visão do Scorpius, eu me joguei no chão. Rapidamente eu me encostei-me a uma árvore, ainda procurando ar. Só então percebi que eu sorria, e muito largamente a propósito.

Deixei minha cabeça cair sobre minhas pernas, pesadamente. Eu estava feliz, empolgada, emocionada. Eu havia tido um segundo beijo com o Scorpius, e este me parecia ter sido perfeito. O melhor de minha vida. Meu sorriso se estendia por todo o meu rosto e eu só tinha vontade de gritar e rir no momento.

Nunca havia reparado o quão boba e romântica eu era. Aquilo me parecia tão ridículo!

Eu estava distraída mexendo em algumas mexas de cabelo quando ouço alguém coçar a garganta, só então percebo a presença de Lilly. Era só o que me faltava...

Levantei-me rapidamente, ficando à sua altura.

- Rose, eu... – ela começou, mas estava confusa na decisão de falar ou não.

- O que você quer? – perguntei um pouco ríspida.

- Calma. Eu só vim dizer que... Você joga muito bem. Na verdade, não sou só eu que acho isso, mas a escola inteira está falando. E... Eu quero pedir desculpas pelo jeito que eu falei com você antes do Natal sobre o jogo... – ela falou, e eu percebi o quanto tinha sido difícil para ela admitir isso em voz alta, mas também percebi o quanto ela estava sendo sonsa e interesseira.

- Por que agora? – perguntei. – Porque eu joguei bem e agora ninguém pode mais me criticar? É por isso que você veio se desculpar? Porque você foi ridícula antes, e agora quer apenas se juntar a maioria. Qual é, até parece que você se importa comigo. – bufei, olhando para o lado.

Lilly apenas ficou cabisbaixa. Ela sabia que eu estava certa.

- Desculpa prima. – falou, e logo ouvi seus passos se afastando de mim. Ótimo, mais algo com que me preocupar.

Rapidamente eu saí dali, indo em direção ao campo novamente. Ao chegar eu vi muitos repórteres virem em minha direção, agitados, todos apontando as câmeras para mim. Alguns gritavam perguntas, e logo eu me vi escoltada por alguns professores.

- Todos vocês, para trás! – gritou a Diretora Minerva. Eu me senti, pela primeira vez, importante, e não podia evitar um largo sorriso. – A Srta. Weasley vai dar depoimentos e tirar fotos, porém de forma ordenada. Por favor, Srta. Scurd acompanhe-me.

Nós fomos em direção para uma sala grande e arejada, onde os treinadores ficavam no horário do intervalo entre partidas, e logo me sentei, esperando o batalhão de perguntas. Ao contrário do que pensei, as perguntas e palavras aguardaram alguns instantes, até meu pai adentrar na sala.

Assim que atravessou a porta seus olhos se voltaram para mim, dando espaço a um sorriso que eu reconhecia bem – um sorriso que só via quando estávamos só nós dois jogando, na maioria das vezes. Um sorriso orgulhoso.

Ele sentou-se ao meu lado, e disse:

- Pronto, podemos começar.

- Muito bem – a Srta. Scurd começou – conte-me, Rose, como é ser a primeira jogadora mulher depois de muitos anos, levando em conta que agora você é, também, considerada um gênio mirim do quadribol? – perguntou, confundindo-me.

Olhei para meu pai tentando buscar ajuda, e ele me deu um olhar assegurador de que tudo está bem. Voltei-me de novo para a Srta. Scurd.

- É maravilhoso. Você não tem noção de quanto tempo gastei me preparando para enfrentar toda uma sociedade. Foi tudo o que fiz na vida! – falei, insegura. A pena dela anotava tudo sozinha, deixando-me bastante constrangida.

- É mesmo? E a quanto tempo você pensa em entrar para o time masculino de quadribol? – perguntou.

- Tudo começou no quatro anos atrás, quando meus primos estavam se preparando para o teste. Eu perguntei se eu podia participar, e eles disseram que mulheres não entravam. Mas eu não desisti, eu comecei a treinar duro com meu pai em nosso quintal, e depois do teste, antes do Natal, ainda tive que convencer o capitão do time para poder entrar. – suspirei, lembrando-me de meu esforço.

- E você, Sr. Weasley. Nos tempos da juventude, sem querer desmerecer sua idade, claro, você era, simplesmente, o melhor goleiro do século! Sente orgulho de sua filha por te substituir? Ou você tem um certo medinho de ela te superar? – perguntou, rindo baixinho. Papai riu junto a ela.

- Você não tem noção do quanto estou orgulhoso. Minha filha não superou só a mim, mas também a si mesma, ao quadribol, a sociedade e os limites. Ela com certeza ainda vai servir de inspiração para muitas outras meninas entrarem no quadribol. Eu me sinto realizado como pai. – ele olhou para mim sorrindo, e então segurou minha mão.

Aquelas palavras de meu pai haviam dado finalmente um sentido a tudo que eu fiz. Valeu a pena. Cada esforço, cada sacrifício, cada dor. Tudo valeu a pena, e continuará valendo. Descobri então o sentido de minha existência. Quadribol, meu sonho realizado.


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Notas finais do capítulo

PERFEEEEEEEEEEEEITOS ♥ Eu amo a Rose com o Ron, sério mesmo *o* Awwwwn que gostou dá um "up" em nome de nossos mendiguinhos de estimação ♥
Beijooos, até o próximo, que chega já!