Faraway escrita por Maria Lua


Capítulo 12
Sentimento


Notas iniciais do capítulo

Geeente, caprichei sahuashuhuasuhas Esse aqui tá até grandinho viu?
Quanto às sugestões do cap passado, eu resolvi aceitar todos. Afinal, um romance com quadribol é tudo de bom! hehe
Boa leituuura



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Narração por Scorpius Malfoy

Por algum motivo hoje eu havia acordado antes mesmo do Sol. A verdade é que eu mal havia dormido. A noite toda eu revirei-me na cama e assim que percebi que não teria sucesso em minha tentativa de pregar os olhos, me levantei, e aqui estou eu. São oito da manhã nesse momento, e há horas em que estou arrumado para sair.

Talvez, apenas talvez, o fato de Rose ser a minha companheira hoje tenha causado esse ânimo todo. Não sei o que está havendo comigo, isso é tudo muito novo! Tem algo na Rose que me atrai como ímã, e não consigo desvendar o que é.

A Rose é diferente. Não é só mais uma daquelas garotas frescas que simplesmente piram ao ver um cara sem camisa. Não tem aquelas frescuras de roupas na moda, nem de querer chamar atenção, nem nada. Ela é feliz e perfeita de seu jeito. Ela sabe curtir a vida, e é isso que eu mais gosto nela.

Eu resolvi que já havia dado tempo o suficiente para os Weasley acordarem, então resolvi sair. Eu vestia um casaco preto por cima de uma camisa social branca e calças jeans escuras, calçando All Star, e assim que saí de casa senti o frio de inverno invadir meu corpo, dando-me motivos para esfregar uma mão na outra.

À medida que eu me aproximava da casa dos Weasley eu ouvia mais gritarias e risadas. Afinal, era manhã de Natal! Todos lá dentro comemoravam e brincavam juntos, e ao chegar à porta eu cogitei a ideia de voltar atrás, mas assim que ia dar meia volta a porta da casa foi aberta, bem na frente de meu rosto.

– Scorp! – Rose me cumprimentou, surpresa.

– Ah... Rose, oi. Eu só estava... Bom, eu ia bater na porta na hora que você abriu e... – fiquei meio perdido em minhas palavras, e percebendo minhas confusões ela apenas sorriu e escancarou a porta.

– Quer entrar? – perguntou.

– Não, não... Não precisa... Eu vou indo... – eu ia dar meia volta o que deveria ter feito antes, mas ela me puxou pelo braço direto pra dentro da casa.

– Quando eu perguntei se queria entrar eu queria dizer, na verdade, “passe já por essa porta”, ou seja, você não tem escolha. – falou, divertida, me levando para a sala de estar.

Assim que entrei no cômodo eu observei todas as gerações Weasley sentados em volta de uma enorme e muito bem decorada árvore de Natal. Todos me cumprimentaram com um bom dia, alguns até falando gentilmente coisas do tipo “é bom dessa vez vir para ficar! Ai de você se sumir novamente”. Essa, claramente, é a Molly Weasley, avó da Rose.

Eles me convidaram pra sentar, e assim foi feito. Eu sentei em uma poltrona ao lado de Rose e próximo ao Albus. Os dois se divertiam com as piadas e comentários da família. Eu também, na verdade. Eles eram, além de muito engraçados, divertidíssimos, principalmente o Jorge, que insistia em fazer piadas sobre Albus e James, os morenos da família.

Por um momento eu esqueci que estava naquela sala e observei Rose. Sua pele rosada criava pequenas rugas abaixo de seus olhos quando ela sorria. Ela parecia entretida, e eu estava fascinado por cada movimento seu. Sorri ao vê-la gargalhar jogando a cabeça para trás, como uma criancinha.

Os pensamentos que passavam pela minha cabeça pareciam tão estranhos e alienígenas levando em conta que se tratava de mim. Eu nunca havia pensado em uma garota dessa maneira, muito menos a Rose. Oras, eu sempre fui um peste com ela!

Então deve ser isso. Isso que deve ser o chamado amor, ou quem sabe até paixão. Algo inesperado, surpreendente, intenso e maravilhoso. Algo como a Rose. Digno dela. Mas como eu poderia estar apaixonado? Como eu poderia amar? Isso não é de minha natureza.

De repente eu a vi olhar para mim, encarar-me na verdade. Só então reparei o papel que eu estava pagando. Ela havia reparado que eu a observava faz tempo e ficado sem graça. Logo virei-me para a sala novamente até ouvir o Ron, pai de Rose, propor a todos uma partida de quadribol.

Logo ouvi as mulheres, exceto Rose, claro, se levantarem de mãos erguidas em forma de rendimento falando que isso deixava para nós, homens. Olhei para Rose, procurando alguma mágoa em si, mas nada foi encontrado. Ela parecia até gostar de ser incluída no quesito homens da casa. Eu me divertia com isso.

– Vamos nessa, eu sou do time do Malfoy! – Jorge gritou, já correndo para o jardim, junto ao Hugo. Todos começaram a se levantar e ir atrás dele, e eu os segui.

Atrás da casa dos Weasley havia um espaço enorme – agora coberto de neve – que tinha o formato exato de um campo de quadribol, apesar do tamanho, e que continha também os aros e marcas.

Logo nos posicionamos para dividir os times, e eles ficaram assim: eu, Rose, Ron e Hugo contra Jorge, James, Harry e Albus. Era um jogo pequeno, portanto mais rápido.

Assim que o jogo começou eu vi meu queixo cair assustadoramente. De repente só vejo vultos ruivos de um lado para o outro. Eles eram muito rápidos!

Ao canto atrás de mim eu via o vulto mais gracioso. Seus longos cabelos ruivos balançavam com o vento, e enquanto todas as testas se franziam a dela estava lisa e esticada, e seus lábios levantavam um leve sorriso divertido. Eu me inspirava com aquilo.

Logo, percebendo que eu estava distraindo-me do jogo, eu foquei e comecei a jogar sério. Com o tempo a bola estava em minhas mãos, e rapidamente eu desviava de todos do time oposto à mim, e quando cheguei ao aro dos adversários eu simplesmente a atirei e marquei dez pontos.

Todos comemoraram que eu abri o placar, e muitos bagunçavam meu cabelo ao ver-me aproximar. Ao chegar perto da Rose ela piscou um olho para mim e voltou a se concentrar no jogo.

As horas foram se passando, e logo o horário do almoço chegou, e o jogo terminou com a vitória de meu time. O mais impressionante foi que nós ganhamos de 130 a 0, o que eu nunca via acontecer. A Rose não havia deixado nenhuma bola passar pelo aro.

Quando todos estavam indo lá dentro almoçar eu parei e me joguei um pouco na neve para esfriar a pele e o sangue. Rose, ao perceber, jogou-se ao meu lado, em silêncio.

– Você jogou muito bem hoje. – ela falou, na tentativa de acabar com o silêncio. Virei-me para o lado, fitando o rosto que me encarava.

– Eu joguei bem? – ri irônico. – Olha só quem está falando. Rose, eu nunca vi alguém tão talentoso como você. Nenhuma bola passa pelo aro quando você está na frente! – ela riu, envergonhada. – Seu pai deve estar muito orgulhoso.

Ela olhou para cima com um largo sorriso nos lábios. Ela tinha uma espécie de fascinação pelo pai, e se sentia orgulhosa por ele que salvou o mundo bruxo tantas vezes e ainda foi o melhor goleiro do mundo três vezes consecutivas. Eu também me orgulharia no lugar dela, não é pouca coisa.

– Quer saber de um segredo? – perguntou, olhando infinitamente para cima, sem rumo. Eu apenas a aguardei continuar – Eu comecei a jogar quadribol por causa dele, de meu pai. Eu meio que tinha ciúmes de quando ele saía com o Hugo para jogar e eu tinha que ficar com minha mãe arrumando a casa. Teve um dia que eu resolvi sair e aprender a jogar, e desde então me apaixonei. – ela riu de seus pensamentos, como se vivenciasse aquela sua infância novamente. – Como você começou a jogar?

Voltei-me para o céu, junto a ela, pensando em uma história.

– Não foi uma história emocionante e bonita como a sua. – dei de ombros.

– Me conte. – insistiu.

– Não é bem uma história. Papai jogava, eu precisava de ponto qualitativo na escola e o quadribol apareceu. Não é uma paixão, é apenas um entretenimento. – falei. Ela parou pensativa após soltar um pequeno murmúrio.

– Está vendo? Eu acho isso uma injustiça. Os garotos muitas vezes nem jogam tão bem e nem porque gostam, mas jogam. As garotas podem gostar e se divertir, e ás vezes jogar melhor que muitos profissionais por aí, mas são impedidas por causa do sexo. – falou, indignada.

Eu já havia parado pra pensar pelo ângulo dela antes, e ela estava certa. É injustiça, mas parece tão impossível e improvável que não me incomoda. É claro, eu faria de tudo para ter a Rose no time no momento, mas apenas ela. Um time cheio de garotas não daria certo.

– O que vai fazer quanto ao quadribol? Você disse que não quer roubar o lugar do Hugo no time. O que vai fazer? – perguntei.

– Eu não sei... Esperar o ano que vem. Provavelmente vão abrir vagas em alguma escola para goleira, mesmo que seja reserva. – ela deu de ombros, despreocupada.

– Acho que eu preciso repetir que você seria o melhor para o time, não é? Temos um jogo em menos de uma semana, e com você vamos ser qualificados com certeza. O jogo é contra o Abraxeux, nosso rival faz anos! - falei.

– Não se preocupe, eu posso ajudar o Hugo, e ele pode me superar até lá. – ela falou, e eu tanto eu quanto ela sabíamos que não era verdade.

Em um momento ficamos em silêncio, apenas sentindo o frio nos invadir. Estávamos muito próximos um do outro agora, e eu podia sentir o calor de sua pelo roçar pela minha. Eu estiquei meu braço e deixei que ela apoiasse a sua cabeça nele, e abracei-a. Aquilo era bom. Sentir seu corpo mais colado ao meu.

Relaxei minha cabeça em cima da sua e senti o cheiro de seu cabelo, na intenção de guarda-lo para sempre.


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Notas finais do capítulo

Awwwwwwwn, vou chorar de carência! *o*
E então gente? Quantos pães ou cestas básicas meus mendiguinhos merecem? Bora abrir o leilão? ashusahuhuas'
Beijoos e até o próximo!



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