POV Narrador

Annabeth comia uma panela de brigadeiro enquanto olhava entediada para a TV. Usava um moletom cinza desgastado e seus cabelos estavam emaranhados. O dia estava extremamente frio, finalmente o clima do outono tinha chegado. Pegou o controle da TV e passou os canais até achar um que a interessava. Mergulhou mais profundamente no sofá e começou a assistir.

Um som estridente vem de fora. Seguido por batidas na porta.

– Eu não vou atender. Uma hora ele vai parar. – resmunga.

As batidas insistentes continuam e o som é repetido várias vezes.

– Entra! – grita Annabeth.

Os sons param o que é um alívio para a dor de cabeça da loira. Passos barulhentos são escutados indo na direção da sala.

– Ai está você! Você não sabe o quão difícil foi te encontrar. – diz Silena.

Silena usava uma blusa de mangas compridas listrada, com dois tipos de marrom, jeans e uma bota de amarrar de salto baixo. Seus cabelos castanhos estavam presos em um rabo de cavalo e um cachecol caía pelos seus ombros.

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– Oi.

– Deuses! O que aconteceu com você?! – diz Silena tocando nos cabelos da loira.

– É ótimo de ver de novo Silena. – Annabeth diz com um sorriso sarcástico.

– O seu cabelo parece um ninho de guaxinins! - continua. – E porque você está vestida assim?

– Hoje é sexta.

– Exatamente! Hoje é sexta e pessoas normais saem na sexta, ao invés de passar a tarde dormindo e comendo brigadeiro. – diz tirando a panela com o doce das mãos da loira.

– Ei! – protesta Annabeth.

– Vai se arrumar. – diz Silena com a colher de brigadeiro em seus lábios. – Isso aqui está muito gostoso.

Annabeth subiu as escadas e foi ao seu quarto. Tomou um banho quente vestiu seu roupão e foi se trocar.

Foi em direção à janela do seu quarto que estava aberta e por ela entrava um vento frio que fez Annabeth estremecer.

Procurou uma roupa quente e se vestiu. Era um suéter marrom com um desenho de raposa, calça e sapatilhas. Prendeu seu cabelo em um coque e desceu a procura de Silena.

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Encontrou a garota deitada no sofá chorando, comendo brigadeiro e vendo um romance.

– Ele é tão perfeito! Ela se esquece dele, mas ele continua a amando! – balbuciava Silena.

(Nota: Vocês já viram “Para Sempre“? É muito lindo, eu recomendo. )

– Depois fala de mim. – diz Annabeth chamando a atenção da outra.

– Pronta? – Silena diz tentando mudar de assunto.

– Sim. Aonde vamos?

– Shopping!

[...]

O shopping estava cheio como sempre, era até difícil se locomover com pessoas vindo em sua direção. Mesmo assim, Silena continuava com sua animação de sempre.

– Então Annie... Você não falou sobre o Percy desde aquele diz que nós saímos.

– Não tem nada do que falar. – diz Annabeth.

– Não? Eu vi como vocês ficaram no cinema, trocando olhares. –

– Nós não fizemos isso!

– Annabeth porque você está tão na defensiva? Você me contou que quando era mais nova gostava dele. Esse sentimento ainda existe? –

– Não. Não! Somos só amigos. – Annabeth fala com um leve rubor em suas bochechas.

– Sei. Vocês ficam muito fofos juntos. Qual será a junção dos nomes de vocês? – murmurava Silena.

Ela não tem jeito. Pensava Annabeth. Enquanto Silena falava sozinha, as duas garotas passaram por uma livraria.

– Silena, eu vou ali. – diz Annabeth para a amiga. A outra assentiu sem ao menos ouvir.

Annabeth entrou na grande loja. Diversos livros estavam distribuídos em estantes. Annabeth foi andando onde estavam expostos romances. Passou minutos ali tentando decidir qual comprar.

– Eu indico “Um homem de sorte”. Mas “Noites de tormenta” também é muito bom. – diz uma voz atrás da garota.

Annabeth se vira e depara com um garoto olhando os livros que tinha mencionado. Ele tinha cabelos castanhos e lindos olhos azuis cristalinos. Aquele homem é um Deus! Annabeth o ficou encarando com a boca aberta, ele percebeu e deu um sorrisinho de lado. Annabeth sentia um friozinho na barriga só de olhar para ele.

– Então, já decidiu?

– Ahn... Ah! Acho que sim...

– Qual vai ser? – pergunta.

– Um homem de sorte. – diz Annabeth se recompondo.

– Legal!É muito bom. – diz sorrindo.

Ele tem um sorriso tão lindo. Pensa Annabeth.

– A propósito, eu sou Nathan. Mas todos me chamam de Nate. – apresenta-se.

– Prazer Nate, meu nome é Annabeth. –

– O prazer é todo meu. – Nate diz sorrindo.

– Descobri! Descobri! - uma voz grita.

Silena vinha correndo, chamando atenção de todos da livraria.

– Percabeth! – grita para Annabeth.

– O que?!

– A junção dos nomes! Onde você estava?! Deu o maior trabalho para eu te achar. Você devia ter avisado. – Silena fala.

– Mas eu avisei...

Silena interrompe a frase de Annabeth, finalmente percebendo que Nate estava ali.

– Oi! Meu nome é Silena! – diz com um sorriso.

– Olá. Nate.

– Por favor, diz que a Annabeth não falou nada de esquisito que te assustou. Porque a Annabeth pode...

– Silena! – repreende Annabeth.

– O que foi?

– Ah, eu tenho que ir. – diz Nate.

– Ah, ok. Tchau. – diz Annabeth.

Silena dá um aceno com sua mão

– Você o assustou! – diz Annabeth.

– Eu? Acho que não. Mas mudando de assunto. Que Deus grego é aquele? Eu nunca vi um homem mais lindo em toda a minha vida. – grita Silena.

– Fala baixo gralha. – Silena olha Annabeth com raiva. – E você tem namorado Silena, eu estou solteira.

– Não está não. Você tem o Percy! –

– Pela última vez, eu não tenho nada com o Percy. Só amizade.

– Nós não esquecemos o primeiro amor tão rápido assim. – diz Silena baixo para Annabeth não escutar. Mas ela ouviu.

– Olha, Calvin Klein! – grita Silena.

[...]

Silena comprou milhares de coisas no Shopping, arrastando Annabeth para todo o lado. Silena gastou uma fortuna, mas ela não se importava. Sua mãe, Afrodite, era uma ex-modelo e agora uma estilista famosa. O pai de Silena morreu quando a mesma era muito pequena, e tinha Tristan, o pai de Piper, como um para ela. Sentia muita falta do pai, mas isso não abalava sua animação e alegria, na verdade nenhuma das garotas tinha visto Silena chorar, ela era muito forte, só não sabia disso.

– Estou cansada! – disse Silena se jogando na cama de Annabeth. – Posso dormir aqui hoje?

– Claro. – Annabeth se joga ao lado de Silena.

– Que fotos são aquelas? Elas não estavam aqui antes. – diz Silena se levantando.

– Eu acabei de colocar. – fala Annabeth com a voz abafada pelo travesseiro.

– Que gracinha! Esse é o Percy quando pequeno?! Ele era muito fofo! –

– Annabeth! – Silena dá um grito estrangulado. – Que foto é essa?!

–Hãn? Que foto? – Annabeth fala se levantando.

– Essa! Você não me contou isso! – Silena aponta para a foto.

– Menos Silena. É só uma foto qualquer.

– Não é uma foto qualquer. Como isso aconteceu?

Annabeth olhava para a fotografia com um olhar perdido, como se tivesse relembrando o que aconteceu.

FLASHBACK ON

Annabeth estava nervosa, era a primeira vez que ia a um lugar tão longe sem seus pais. O local era bem afastado da cidade, a estrada era tudo o que se via. A grama era de um verde amarelado, quase morto. Um matagal rodeava o campo e nenhum carro passava pelo asfalto. Era o local perfeito para aprender a andar de bicicleta.

Os pais de Percy haviam levado o filho e sua pequena nova amiga para aprenderem como andar com a bicicleta sem a ajuda das rodinhas.

– Annabeth! Vem. – gritava Percy em cima do banco da bicicleta.

Annabeth foi correndo e seu posicionou ao lado da sua. Esticou-se até ficar nas pontas dos pés e subiu em cima do banco alto. A pequena tinha sete anos e havia se passado alguns meses desde que Percy e ela se conheceram.

– Muito bem Annabeth. – disse Poseidon se pondo de lado da bicicleta. – Pronta para tentar?

– Sim.

– Você vai começar a pedalar e eu vou segurar a bicicleta por trás. Depois eu vou soltar só que você tem que continuar pedalando. Não se preocupe se não conseguir na primeira vez.

Annabeth fez o que o homem pediu e começou a pedalar. Até que Poseidon solta a bicicleta e ela tomba para um lado.

– Você está bem? – pergunta Poseidon. – Machucou?

– Não. Posso tentar de novo? –

– Claro.

E mais uma vez Annabeth se põe a pedalar, só que ao em vez de cai,r a bicicleta continuou em pé com a pequena garotinha em cima.

– Muito bem Annabeth!

Poseidon parou a bicicleta, ajudando Annabeth a descer.

– Percy, agora é a sua vez!

Percy fez o mesmo que Annabeth, mas diferente dela não acertou. Em uma tentativa, sua bicicleta derrapou e o garoto caiu no chão.

O choro de Percy era alto e logo sua mãe veio correndo para ajudar.

– Onde foi que você machucou querido? – pergunta Sally.

Percy se levanta e aponta para o seu joelho, que estava cheio de sangue. Sally limpou o ferimento e passou um spray.

– Pronto querido, mas agora você tem que ficar quietinho.

Annabeth via a cena afastada e logo foi se aproximando hesitante para perto do amigo.

– Está doendo muito? –

– Não. – Percy respondeu.

– Que bom. – diz se sentando do lado do garoto.

– Eu nunca vou conseguir. – diz com a expressão triste.

– Vai sim. É só você tentar.

Percy se levantou e subiu em cima da bicicleta outra vez, ignorando o comentário da mãe. Começou a pedalar e se equilibrou. Ele tinha conseguido.

Annabeth corria atrás da pequena bicicleta, rindo feliz.

– Eu consegui! Eu consegui! – diz Percy parando a bicicleta.

Annabeth se aproxima dele para dar um beijo bochecha do garoto, mas acidentalmente Percy vira sua cabeça e Annabeth beija seus lábios.

– Me desculpa. – diz a garotinha corada.

– Tudo bem. – diz Percy também corado.

Os garotos ficaram envergonhados pelo o que aconteceu, mas logo tudo voltou ao normal e eles acabaram esquecendo.

FLASHBACH OF

– Eu tinha me esquecido disso. – diz Annabeth se sentando.