Lindamente Desfigurado escrita por Hamish


Capítulo 13
Moira


Notas iniciais do capítulo

Não peço desculpas, não me arrependo de nada, tô trabalhando e a fiz tá acabando. Beijos para vocês, minhas lindas e meus gatos. Muito obrigada por todo o apoio e pela paciência, vocês são um bando de gostosos



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Moria estava ocupada pintando as unhas de vermelho quando escutou gritos vindos do quarto de Violet. Ela sabia que a menina havia rompido com o fantasminha camarada, então não haveria motivos de ele estar gritando em seu quarto, certo? A sorte de Violet era que a empregada gostava muito dela, se não, Moira jamais teria parado de pintar as unhas para ver o que estava acontecendo. Decidiu ir pelo jeito mais humano possível até o quarto da menina. Os pais dela dormiam, então muito dificilmente se importariam com o barulho, já que nem o silêncio da filha os incomodava. Não bateu antes de entrar, ela não fazia esse tipo de coisa com Violet, não tinha esse tipo de viadagem com a menina. Seus olhos se arregalaram ao ver a cena que se desenrolava ali dentro.

– O que você fez agora, imbecil? – perguntou Moira, cruzando os braços em cima dos seios e encarando o menino loiro, segurando o corpo de Violet nos braços – Por que você teve que voltar... Ela te mandou embora, cacete. Solta isso – Ela agachou e colocou a cabeça de Violet em cima de suas coxas. Tate esticou os braços para fazer alguma coisa, mas Moira segurou sua mão, fincando suas unhas recém-pintadas na pele do garoto – Não toca nela.

Ele a obedeceu, andando pelo quarto sem tirar os olhos das duas mulheres. Moira não parecia preocupada e nem estava. Tate a olhava, sem entender o motivo de tanta calma.

– Não vai demorar muito – Moira pegou o braço da menina e examinou os cortes – Não, acho que daqui a pouco ela acorda.

Tate arregalou os olhos negros, sem entender o que a mulher dos cabelos ruivos falava.

– Ai, pelo amor de qualquer merda – Moira não conseguia entender como aquele moleque conseguia ser tão lesado em certos assuntos – A casa em que você está, criatura... Nós todos morremos e olha – Ela passou a mão pelo corpo, como se o moldasse – Estamos vivinhos.

Os olhos dele brilharam e ele abriu um sorriso aliviado.

– Quer dizer que ela vai sobreviver? – perguntou ele com um sorriso nos lábios. Moira revirou os olhos... Tate parecia um pirralho quando sorria.

– Talvez, depende do tamanho da merda que você fez.

– Eu não fiz nada – ele se defendeu – Ela que fez... Eu só disse que para a maldição não se concretizar eu precisaria matar aquilo o que eu mais amo no mundo.

– Que no caso é a Violet...

– Que no caso é a Violet – Tate repetiu, passando os dedos pelo rosto pálido da namorada – Antes de voltarmos, nossa alma fica vagando por algum canto, você lembra disso?

– Como posso me esquecer – Moira tirou uma mecha de cabelo do rosto da menina – Só espero que ela não esteja no mesmo lugar em que eu estava... Inferno... Essa menina não merece isso.

– Ela se suicidou, Moira – Tate suspirou – É obvio que ela está no Inferno. É o que a Bíblia diz...

– Você vai mesmo falar a respeito da Bíblia, moleque? – Moira deu um tapa na cabeça loura de Tate – Você matou todos os seus colegas de classe e tá me falando a respeito da Bíblia? Violet é boa demais, meio maluca, mas ainda sim é boa. Ela não merece o mesmo destino que dois escrotos como nós.

Tate abaixou o olhar para a namorada e se abaixou, deitando o queixo na barriga dela, olhando fixamente para seu rosto.

– Eu a amo, Moira – ele falou, depois de uns dois minutos encarando a garota sem falar absolutamente nada – Eu a amo demais.

– E eu sei disso, apesar de todas as merdas que vocês dois fizeram, sei que se amam no fim das contas.

– Eu só queria que nada disso tivesse acontecido com a gente - Os olhos negros de Tate se encheram de lágrimas – Eu só queria continuar bem com a minha namorada, bem sem toda essa babaquice de capeta ou de asas de anjo. Foda-se tudo isso, Moira, eu só quero minha Violet de volta...

Moira olhava para o chão atrás de Tate, quando ele se virou para olhar ele viu um monte de penas brancas caídas no chão. Tate as pegou, as largou em seguida e passou a mão nas costas e viu que as asas estavam se desfazendo.

– O que tá acontecendo? – perguntou ele, recebendo apenas um olhar surpreso de Moira como resposta.

– Seu pai mandou te falar que você é um péssimo filho – ele escutou a voz de Violet atrás dele. Ao se virar, ele viu que ela estava realmente ali, sua alma havia retornado. Estava linda, parecendo mais saudável do que jamais esteve, com os cabelos soltos e levemente cacheados – Disse que o que é seu está guardado com muito carinho quando o juízo final chegar.

Tate se levantou, correu até Violet e segurou seu rosto. Estava gelado como o seu, mas ainda sim era ela. Ele passou os dedos pelo cabelo liso da namorada, pelos seus ombros, seus peitos, seu corpo todo, voltando para seu rosto e lhe dando um beijo.

– Me desculpa por toda essa merda – ele falou, ainda segurando o rosto dela bem próximo do seu – Eu te amo muito, muito mesmo.

– Eu sei – Violet sorriu, mas em seguida mudou sua expressão para uma expressão séria – Mas, o que você quer fazer a respeito do teu...

– Shh... – Ele colocou o dedo indicador sob os lábios dela – Quando esse bosta chegar, a gente pensa no assunto.

– Mas Tate, ele é Lucífer, o anjo caído... Ele é poderoso.

– E eu sou Tate Langdon, filho do capeta e estou morto – Ele deu de ombros – Wanna hook up?

Violet sorriu. Moira fingiu que ia vomitar e levou com ela o corpo de Violet. Se alguém tinha de fazer o trabalho sujo, que esse alguém fosse a empregada daquela casa. Fechou a porta atrás de si e deixou os dois adolescentes tirarem o atraso de um dia (foi tanto?) sem transar. Afinal, não e todo dia que sua namorada morre, vai pro Inferno e volta com tesão.


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