Lindamente Desfigurado escrita por Hamish


Capítulo 12
Violet


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pela paciência, obrigada por tudo e aqui está mais um capítulo. Feliz ano novo, amoresssss



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Violet acabou dormindo no fim das contas. As lágrimas molharam seu travesseiro, mas ela não se importava com isso, a dor em seu peito era o que realmente incomodava. Era saudade, era pesar, era preocupação ou uma mistura de tudo isso. Misturado única e exclusivamente para fazê-la sofrer ainda mais. Estava tudo desmoronando, tudo ficando cada vez pior, mas ela não se arrependia por um segundo sequer do que havia dito a Tate.

Mesmo assim ela sentia que precisava se levantar, tomar um banho, trocar de roupa, largar o suéter de Tate, talvez comer alguma coisa e roubar alguns dos remédios controlados que seu pai guardava no consultório. Com certa dificuldade, ela se levantou e foi se arrastando até o seu banheiro. Tirou as roupas pelo caminho, ficando completamente nua debaixo da água, que soltava vapor de tão quente que estava.

Deitou-se na banheira, que estava quase toda cheia. Ela não quis pensar em como ela estava cheia, não queria pensar no quão sinistro aquilo parecia uma vez que só ela estava no quarto. Apenas se deitou na banheira e começou a pensar. Pensar na saudade que sentia do seu Tate, da falta que seu corpo gelado estava fazendo, pensar em como tudo estava perfeito antes daquelas asas aparecessem em suas costas, quando eles podiam conversar, transar e ficar juntos sem que nada, nem mesmo Constance, ou alguma força maior que Violet desconhecia, pudesse atrapalhar.

Com a mão direita, ela foi passando levemente os dedos pela barriga, fazendo movimentos circulares em volta de seu umbigo, causando pequenos redemoinhos na água, foi descendo mais um pouco, até que seus dedos tocaram o meio de suas pernas. Com o dedo indicador ela foi fazendo os mesmos movimentos que Tate havia feito mais cedo, enquanto ela a masturbava. Ela mordeu os lábios e fechou os olhos, aumentando a velocidade dos movimentos , fazendo a água se movimentar mais depressa. Violet soltou um gemido e abriu os olhos, vendo a figura de Tate bem em cima dela.

Ao contrário do que seria sensato fazer, Violet agarrou Tate com as pernas que já estavam abertas e o puxou para si, com um sorriso nos lábios. Ele a beijou com paixão, parecendo estar sentindo tanta falta daquilo quanto ela. O sorriso de Violet só aumentou quando ela percebeu que ele também estava sem roupas e igualmente “feliz” em vê-la. Com as pernas agarrando as costas de Tate, Violet sentou em seu colo e se movimentou para frente e para trás, sentindo Tate dentro dela. Ele beijava seu pescoço, ela arranhava suas costas e lhe dava mordidas nos ombros. Violet segurou o rosto dele com as duas mãos e encostou a testa na dele, ao olhar bem em seus olhos, viu que eles tinham um brilho vermelho como sangue, ela se afastou um pouco e viu que de sua boca escorria sangue.

– Bu – Falou ele, com uma voz distorcida que não pertencia a Tate – Cumprimentos do inferno, nora querida.

Violet acordou suando frio e com a respiração ofegante. Sentou-se na cama e voltou a chorar como uma criança, mas dessa vez ela não estava mais agarrada ao suéter de Tate. Escutou alguns passos vindos de fora de seu quarto, mas ela sabia que a pessoa que se aproximava não precisava andar, ela só queria fazer tudo de forma mais dramática. Ela ficou olhando a porta se abrir vagarosamente. Tate estava realmente ali, com aquelas asas malditas completamente abertas.

– Então – Perguntou Violet, limpando as lágrimas nas costas das mãos – Tua mãe te disse o que ela queria?

– Disse – Respondeu ele, fechando a porta atrás de si, o que estava deixando a garota cada vez mais apavorada.

– E... ? – Ela podia sentir as lágrimas se formando em seus olhos, ela nunca havia sentido tanto medo de Tate em todo o tempo em que eles se conheciam.

Ele se aproximou, sentando-se em sua frente e pegando uma mecha dos cabelos de Violet com os dedos. Ele enrolou uma ou duas vezes o cabelo da garota e a encarou com os olhos negros.

– Ela disse que eu tenho que te matar se eu quiser impedir que a outra coisa aconteça - Ele falou, tirando a adaga do bolso da calça jeans.

– E-e-e o que vo-você acha a respeito disso? – Perguntou ela, se arrastando para longe de Tate na cama.

Tate olhou para a adaga que estava em sua mão, ela brilhava, refletindo a luz do luar que vinha da janela entreaberta. Violet se lembrou do vermelho dos olhos do Tate de seu sonho e imaginou aquele vermelho escorrendo daquela adaga tão prateada.

O vermelho do seu sangue.

– Mas sabe o que eu acho? – Perguntou ele, com os olhos fixos na adaga –Acho que tudo isso é um balde de merda, como tudo o que minha mãe diz.

Terminando de dizer isso, ele jogou a adaga do outro lado da cama e foi engatinhando até onde Violet estava, se aninhando no corpo magro dela. A garota ainda estava com um pouco de medo, mas sentir novamente a pele de Tate em contato com a dela fazia com que tudo parecesse correto.

Mas nada estava correto.

Tate adormeceu nos braços de Violet, que o deitou delicadamente em sua cama. Ela esticou o braço e pegou a adaga prateada. Depois de a olhar por um tempo e passar o dedo levemente por sua lâmina, ela percebeu o que tinha de fazer.

Por ela, por Tate...

Pegou a afiada lâmina da adaga e a afundou em seu pulso. As primeiras gotas de sangue começaram a cair, mas ela não titubeou, aumentando a pressão. Um gemido de dor acabou acordando Tate, mas já era tarde demais pois as veias do pulso de Violet já haviam sido rompidas.

– QUE PORRA É ESSA? – Gritou ele, sem reparar que as penas de suas asas estavam caindo mais do que o normal – VIOLET! VIOLET!

O rosto dela estava ficando cada vez mais branco por causa da perda rápida de sangue. Tate tirou a adaga de suas mãos e a jogou para o outro extremo do quarto.

– Violet, por favor – Pediu ele, agarrado ao corpo da namorada – Violet, não me deixa!

Mas antes de dar o último suspiro, Violet falou com um sorrisinho no rosto pálido:

– Se você quer se matar, então corte na vertical. Não vai ter como os médicos costurarem depois.


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