Os Novos Jogos escrita por Diana


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: I Hate Everything About You - Three Days Grace http://www.youtube.com/watch?v=L1e7BSdw7vI
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Por esse ter sido maior, o próximo só sai segunda e isso se tiver mais gente lendo.
Espero que gostem!



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Nathan's POV

Nós quatro estávamos na sala de TV prontos para assistir ao resultado das notas dos tributos no teste para os Idealizadores depois de mais uma semana. A tela se acendeu e o rosto de Woth Kreis apareceu, pintado de verde. Após algumas apresentações e enrolações, o que realmente interessava começou.

Todos do Distrito 1 tiraram nota 9. Bom; eu com certeza me saíra melhor que isso. Emma tirou 7, Thomas 9 e Hayley 10. Logo em seguida meu rosto apareceu, seguido de um também de um 10. Pelo que ouvi era raro alguém tirar a nota máxima, 12, portanto um 10 estava relativamente bom. No Distrito 3, a maior nota foi um 8.

Já no 4, o sangue começou a subir para a minha cabeça. Noah tirou 8, a loira – que eu nunca conseguia lembrar o nome - tirou um 7. Diana recebeu 9. E Chace Morrison tirou 11.

Eu me levantei, peguei o controle e o joguei na parede, com um grito de ódio. Porque era isso o que eu sentia. O mais puro ódio que alguém podia sentir por um ser humano. Aquele babaca filho de Poseidon já havia me irritado mais do que eu aturava, e eu acabaria com ele. Eu o dilaceraria, arrancaria cada pedacinho dele e então deixaria exposto para que todos vissem.

- Nathan, relaxa! - exclamou Hayley vindo ao meu encontro e segurando minhas mãos que estavam jogando todos os móveis pela sala.

- Aquele filho da puta! - berrei. - Como é que ele ousa me desafiar? Ousa se achar melhor que eu. EU SOU O MELHOR! Melhor que todos vocês!

- São só números, seu estúpido! Se controle! - Hayley gritou mais alto que eu. Emma só nos observava com as sobrancelhas erguidas e Thomas ria na cadeira que ainda não fora pelos ares.

- Ele vai se arrepender! - parei de atirar coisas e me concentrei no rosto da garota a minha frente, com seus azuis claros. - Ele vai se arrepender mais do que tudo que já fez na vida insignificante dele. - Eu comecei a tremer de raiva, tentando me controlar para não berrar outra vez.

- É claro que vai. Amanhã são as entrevistas, e nós vamos derrotá-lo nisso – Hayley disse. Notei que disse “nós”, não “você” ou “eu”. Eu não tinha certeza de como me sentir em relação a isso, mas nós dois tínhamos criado algum vínculo que eu não sabia explicar. Ela era como a única que me entendia, pois queria o mesmo que eu: ganhar os Jogos.

E eu não podia negar que Hayley era linda. E forte. E quem me acalmava se eu perdia a cabeça. Algo raro de se encontrar em tempos assim.

No fim, quando ela me puxou para o quarto, tudo o que passava pela minha mente era que eu definitivamente tinha sentimentos por ela. Agora, se eram bons ou ruins, eu só descobriria com o tempo.

Diana's POV

- Consigam a atenção deles – foi o último incentivo que Christopher, nosso estilista, deu a mim e a Claire para as entrevistas. Estranhamente, os estilistas eram as pessoas mais “normais” da Capital – pelo menos de aparência. Chris tinha cabelos espetados castanhos escuros como o de um porco espinho e olhos da mesma cor. O diferente era a barba perfeitamente desenhada.

Claire estava com um vestido verde-água cheio e com babados, o que realçava seus olhos verdes e cabelos loiros, enrolados e jogados no ombro direito. Chris tinha enfiado em mim um vestido exageradamente curto até os joelhos e chamativo que eu nunca usaria. A barra era preta, o meio azul marinho e a parte de cima roxa, e o decote era apenas preso por um pingente prata em forma de golfinho. A parte da frente de meu cabelo estava presa, e alguns fios caíam em meu rosto.

Ele nos guiou até o lado de fora da sala de preparação, onde nos encontramos com Chace, Noah e Devonne, a estilista deles, que tinha uma tatuagem roxa na forma de pintas de leopardo da têmpora até o meio da bochecha.

- Uau! - disse Noah assim que me viu. - Tem certeza que é a Diana? Parece até uma menina! - zombou.

Eu inclinei a cabeça e dei um sorriso sarcástico, mas divertido.

- E você parece uma banana – eu disse, o que não deixava de ser verdade, já que ele estava com um smoking todo amarelo canário e sapatos bem lustrados. Nós dois rimos.

- Você está linda, branquinha – Noah se dirigiu a Claire, que corou. Então, Christopher e Devonne nos levaram até o estúdio das entrevistas, nos puseram em fila por distrito e ficamos esperando até começar.

Nathan olhou na nossa direção e fuzilou Chace com o olhar. Olhei para Chace para ver sua reação, mas ele parecia não ter percebido. Seu olhar estava em mim e ele o desviou rapidamente quando viu que eu o estava encarando.

Dez minutos depois, a menina do 1 foi convocada. Fiquei esperando minha vez, pensando no que falaria. Esta talvez fosse minha última chance de ganhar patrocinadores e eu sabia exatamente o que fazer. Tecnicamente, era proibido para os semideuses usar os poderes nos Jogos. Mas ainda não estávamos dentro da Arena, e ninguém se daria conta se eu usasse um pouco do charme.

Quando meu nome foi chamado, respirei fundo e dei meu melhor sorriso de confiança, entrando no estúdio e me sentando ao lado de Aron Blount, o entrevistador, com um terno cheio de glitter e o sorriso mais brilhante ainda.

- Diana Owen, é um prazer! - ele disse alegre e a plateia soltou um urro.

- O prazer é meu, Aron – eu respondi, sorridente. - Está radiante hoje – fiz o elogio de forma calorosa. Aron riu.

- Eu é que deveria ter dito isso! Olhem só para essa maravilhosa filha de Afrodite! - Aron se levantou, pegou minha mão e fez eu dar um giro completo. Meu vestido esvoaçou e senti vontade de segurá-lo para não subir demais, porém não o fiz. Recebi aplausos altos até que me sentei novamente, seguida de Aron. - Então, Diana, você é do Distrito 4, pescaria. Como era sua vida lá?

Tombei a cabeça teatralmente, como se não quisesse lembrar de casa, o que não era totalmente mentira.

- Bem, eu vivia com meu pai e um irmão e irmã mais velhos, e os três trabalhavam em um restaurante.

- Presumo que tenham ficado orgulhos por estar aqui – Aron comentou normalmente, me incentivando a falar mais coisas da minha família.

Não, pensei. Ninguém fica orgulhoso se o familiar é escolhido para os Jogos Vorazes. Mas, como obviamente não poderia dar voz a esse pensamento, respondi, fingindo felicidade:

- Claro que ficaram! Participar dos Jogos é como uma honra, certo?

Felizmente, Aron e a plateia engoliram o absurdo na mesma hora.

- Finalmente alguém que pensa como nós! - Aron exclamou, erguendo as mãos em êxtase. - E o que você acha, Diana? Acha que está pronta e tem capacidade para vencê-los?

- Tenho certeza que sim – respondi, e coloquei força na frase. - Afinal, foi o que vim fazer. Ganhar – a última palavra saiu tão forte que mesmo eu pude sentir que havia causado efeito. Os olhos de Aron ficaram um tanto quanto desfocados, e eu soube que deu certo.

- Pois é isso que fará! - ele disse com fervor. O sinal informando que meu tempo acabara tocou e Aron se despediu. - Boa sorte, sei que tem o que precisa para o que desejar realizar!

- Obrigada, Aron! - sorri mais uma vez só para enfatizar. É, obrigada mesmo. Isso era tudo o que eu precisava ouvir.

Saí do palco e fui para o corredor terminar de assistir às outras entrevistas. Claire foi contida e gentil como sempre, corando a cada comentário de Aron. Noah fez piadas e os ganhou facilmente. Chace, magnífico como era, tinha todos nas mãos desde o primeiro passo. Foi sarcástico e manipulativo, e as mulheres mais jovens enlouqueceram com seu jeito.

O resto dos distritos foi parecido, apesar de ninguém mais muito aberto ou muito fechado, nem tão seguros de si nem tão tímidos. Fomos para os elevadores quando o evento acabou, querendo dormir e descansar para o grande dia que se seguiria.

Entretanto, quando fui me deitar, meus olhos não fechavam. A ansiedade começou a tomar conta de mim, e pensei por um tempo considerável. Amanhã entraríamos na Arena, as quarenta e oito crianças que a Capital não teve piedade em escolher para lutar até a morte.

Eu tinha amigos comigo. Claire, Noah, principalmente. Até Chace, que dava a impressão de ter a necessidade de discutir com todos menos Noah, de quem era mais amigo.

Me virei e revirei na cama, mas depois de duas horas tentando dormir e não conseguindo, resolvi levantar e comer ou beber alguma coisa. Os corredores estavam vazios e silenciosos, e a cozinha estava escura. Abri a porta, entrei e fui pegar água, naquela hora os Avox já estavam dormindo.

- Oi para você também – disse uma voz, e levei um susto tão grande que quase pulei para fora do corpo. Olhei na direção da mesa, agora iluminada pela luz que eu acendi. Chace estava ali, sentado numa cadeira, sem camisa, apenas com um calção, brincando com um copo vazio.

- O que faz aqui? - perguntei estupidamente.

- O que acha? As pessoas não vão a cozinhas procurando a privada – ele respondeu com sono.

Ergui as sobrancelhas rapidamente e me sentei ao seu lado. Tomei a água em silêncio, o qual se prolongou até que eu inventei alguma coisa para falar.

- Você os conquistou hoje, você sabe.

- Não mais do que você – Chace respondeu.

Dei uma risada seca e olhei para minhas próprias mãos.

- Sob pressão. Eu usei charme lá – eu não sabia o que me levava a contar isso justo para ele, mas meus parafusos andavam meio soltos. - Pensei que tivesse percebido.

- Não percebi – Chace franziu a testa e logo depois riu. - E achava que eu era desonesto. Belo feito, Diana.

- Você age como nada disso te atinja – eu disse subitamente, a ideia acabando de me ocorrer. - Não fica abalado com nada, não fica triste, não fica com medo. Qual o seu problema?

- Problema nenhum, Diana – Chace disse, daquele modo que me irritava mais que qualquer coisa, o modo vago e irônico. - É só que tudo isso realmente não me atinge.

- Não cansa de mentir, Chace? Todos têm alguma coisa que os afeta, querendo ou não. Vai ter que admitir isso uma hora ou outra.

- É aí que você se engana, Diana. – Parecia que ele gostava de falar meu nome. – Eu não estou mentindo e drama não combina comigo. Pode esquecer.

- Dá para parar de ser assim? - falei com a voz exaltada de frustração. Eu teria continuado, mas ele respondeu na mesma hora.

- Assim como? - perguntou, dando um sorriso torto. - Lindo? Desculpe, temo que tenha nascido com esse dom...

- Tudo bem, eu desisto – bati as mãos na mesa, me levantando ao mesmo tempo em que pegava o copo de água e levava-o até a pia. - Você não tem jeito.

Quando ouvi a voz de Chace, ela não passava de um sussurro e estava em minha orelha. Me virei em um pulo e descobri que ele também se levantara e me prendera com o próprio corpo contra a pia, as mãos do lado da minha cintura.

- Não tenho jeito? - Chace murmurou de um modo sedutor. Sua mão se ergueu e tocou minha bochecha, provocando um arrepio. - E o que é que te afeta, então, Diana Owen? – ele pronunciou meu nome devagar, o que me fez estremecer, traçando uma linha imaginária com o dedo até meu queixo.

Eu ri nervosamente, mas foi convincente. Empurrei seu tórax com a mão espalmada e disse:

- Boa tentativa. - Saí da cozinha e voltei para o quarto, dessa vez conseguindo dormir, e deixei Chace parado na frente da bancada.


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Notas finais do capítulo

No próximo eles já entram na Arena, quais são suas apostas? Comente!