Os Novos Jogos escrita por Diana
Notas iniciais do capítulo
Aí está o capítulo de hoje, como prometido.
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Espero que gostem!
Daniel's POV
No dia seguinte aos desfiles, estávamos todos no Centro de Treinamento ouvindo a treinadora explicar as regras.
– Para os semideuses – dizia ela - não é permitido usar os poderes na Arena, ou será considerado trapaça e as consequências serão sérias. Não é permitido lutar com outro tributo aqui, terão tempo suficiente para isso daqui duas semanas. Ao final delas, cada um de vocês fará uma apresentação aos Idealizadores, recebendo uma nota de 0 a 12. Podem começar.
Mal ela acabou, todos fomos escolher os campos para praticar. Mais da metade foi para as armas ao invés de aprender a sobreviver. Me dirigi à ala de achar abrigo, que estava vazia. Alguns minutos depois, quando já estava fazendo uma esteira, uma garota se sentou do meu lado.
– Ei. Meu nome é Amy – ela se apresentou.
– Daniel – respondi. Olhei rapidamente para ela e vi que em seu uniforme preto estava o número 3.
– Sabe, Daniel, nós dois somos filhos de Atena – Amy começou. Eu a encarei, sem incentivá-la a continuar, sabendo o que viria, mas ela o fez do mesmo jeito. - Não acha que devíamos ser aliados?
– Você não tem seus companheiros de distrito? - respondi com outra pergunta, sem querer magoá-la. A verdade é que eu não queria ser aliado de ninguém se no final tivesse que matá-los.
– Não confio tanto neles assim – Amy respondeu sem se abalar. - Preferiria ter um meio-irmão para me ajudar.
– Desculpe, Amy – eu disse. - Não quero ser grosso, mas acho que vou trabalhar sozinho.
Ela abaixou a cabeça e fez um bico de desapontamento.
– Certo. Boa sorte, de qualquer forma – e voltou a treinar.
Claire's POV
– Calma, Thomas. A gente acaba com ele na Arena – Hayley dizia enquanto arrastava o garoto bufando até onde os doze Carreiristas estavam. Thomas havia discutido com um garoto do 9 que trombou nele e o desafiou. Eu não via por que ficar tão estressado por isso, mas ele quase pegou o garoto pelo pescoço. Os treinadores prestavam atenção, por isso Hayley o tirou de lá.
– Precisamos de mais gente – disse Nathan, sem ligar para o que acabara de acontecer; eu o odiava. - Os tributos do 8, 10 e 11 formaram uma aliança e estão chamando mais.
– Tem dois filhos de Atena que podem ajudar – informou Penny, do 1.
– Ninguém mais vai querer se juntar a nós. Eles têm medo – eu disse.
– E com razão – James ressaltou.
– Essa não é a questão – Nathan disse de novo. - São mais trinta e seis contra nós, doze deles semideuses.
– Liquidamos os mortais na Cornucópia, é simples – disse Thomas, ainda com o rosto vermelho de raiva.
– Mesmo se não for na Cornucópia – disse Chace – teremos patrocinadores. Teremos tudo, e eles nada.
– Ainda quero alguém que fale com eles – insistiu Nathan como uma criança.
– Então vá você mesmo – respondeu Chace.
– O quê?
– Você ouviu. Se acha que é o líder de alguma coisa, já pode reconsiderar. Quer aliados? Vá consegui-los.
Eu senti que todos os olhos estavam agora nos dois e o clima ficava cada vez mais pesado com a discussão.
– Talvez eu mande partes de você para os tributos. Assim eles entenderão a mensagem – Nathan rosnou.
– Ei, já chega – Noah interferiu, dando um passo a frente e se pondo ao lado de Chace. Thomas no mesmo instante ficou um passo a frente de Nathan, como um cachorrinho que protege o dono.
– Você não tem nem tamanho para tocar em mim – Chace continuou. Percebi que ele não era exatamente quem dava o braço a torcer e desistia rápido. Mas eu não consegui abrir a boca para fazer com que parassem. Por sorte, Diana fez isso por mim.
– Parem. Já deixaram bem claro o que queriam dizer.
– Vai ver quem não tem tamanho na Arena – Nathan rebateu.
– Por que esperar? Temos armas aqui mesmo – Chace provocou mais, até que a veia na testa de Nathan era bem visível.
– Eu disse para parar – Diana repetiu, e sua voz estava diferente. De repente, os dois pararam de discutir e deram as costas, voltando a lutar com os bonecos. O centro havia ficado silencioso e algumas pessoas olhavam para o nosso grupo.
Lancei um olhar para Noah e Diana quando também voltamos às atividades normais, algo que foi percebido pelos outros distritos.
***
A primeira semana de treinamento passou em um flash. A aliança entre o 1, 2 e 4 não foi desfeita, mas a tensão só aumentou entre Chace e Nathan, que agora brigavam por qualquer desculpa que arranjassem.
No domingo, nós quatro, Diana, Chace, Noah e eu, ficamos assistindo TV até tarde, depois indo dormir. Mas eu não consegui. Sentia que precisava falar com alguém sobre algo que andava me perturbando desde que cheguei à Capital. Acabei não resistindo e fui até o quarto de Diana, que era em frente ao meu. Ela me recebeu de pijama, mas não parecia ter dormido.
– Podemos conversar? - eu perguntei, com medo da resposta.
– Claro – Diana abriu espaço para que eu entrasse e eu entrei. - Não conseguiu dormir?
– Não. E você? - Ela balançou a cabeça. - Andei pensando... é uma pergunta idiota, mas achei que você talvez pudesse entender... - eu hesitei um pouco. - O que acontece quando entrarmos na Arena? Quer dizer... com tudo.
Diana fechou a porta devagar para não fazer barulho e sentou na beirada da cama. Eu a acompanhei logo depois.
– O que acontece? - ela repetiu a pergunta em voz alta, pensando. - Os tributos vão se matar. Vai ser um banho de sangue. Depois de algumas semanas, quarenta e sete crianças que poderiam ter um futuro brilhante pela frente não vão voltar para suas famílias. Metade não vai se importar ou lamentar.
Diana olhou para mim e adicionou:
– Sei que não era isso que você queria ouvir. Mas imagino que não veio aqui para ouvir uma mentira.
– Tem razão, eu não vim. - Na semana que se passara, eu havia ficado mais próxima dela e de Noah, a única coisa boa que acontecera. Eu confiava em Diana mais que em qualquer outra pessoa, e ela já me conhecia bem demais para o meu gosto. Viu a expressão em meu rosto e tocou em outro assunto.
– Claire, eu sou sua amiga. E você sabe que essa aliança só vai durar um tempo
– Eu sei... - respondi.
– Então também sabe que uma hora vai ter que matar – Diana continuou. - Eu não vou estar sempre do seu lado para te proteger. Você vai ter que se virar sozinha. E você é doce, Claire.
Eu compreendia o que ela queria dizer com aquela frase. Os Jogos Vorazes não eram o lugar para gente doce, e era disso que eu tinha mais medo. Diana estava certa, eu teria que acabar matando, mesmo sendo contra.
– Entendi. E obrigada por ter sido sincera – eu disse. - Até amanhã.
– Até amanhã. Boa noite.
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