Os Novos Jogos escrita por Diana


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: All Fall Down - One Republic https://www.youtube.com/watch?v=dm814YsrJ6A
Eu AMEI escrever esse capítulo *O* kkkkkk então eu queria pedir que vocês realmente escutem a música lendo ele porque ficou muito daora e dá aquele clima hehe. Deixem carregando e deem play quando eu disser =D
E como eu amei escrever esse, quero dedicá-lo à Anwar Pike, MariaIMSwiftieBR e Melissa Fernandes, muito obrigada por acompanharem e comentarem, e a todos os outros que comentaram e favoritaram também :D
Enfim, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/283045/chapter/20

Diana's POV


 

A chuva começou a cair. Uns cinco minutos depois do primeiro canhão, um segundo atirou. Então restavam cinco tributos. Ainda não estava na hora do hino, mesmo sendo de noite. Teríamos que esperar para ver quem morrera.

Chace estava na entrada da caverna, algo que se tornou um hábito para ele, tanto quanto cuidar de mim. Eu detestava isso. Eu falava que já estava melhor, mas ele não queria me deixar sozinha. O máximo que fazia era ir pegar água e comida.

Os dois dias que se passaram foram os piores para mim. O veneno das cobras mexeu com a minha mente, e por um momento eu achei que ficaria louca. Eu não sabia mais se estava acordada ou dormindo, tendo pesadelos. E, quando eu tinha a real consciência de que estava acordada, partes dos pesadelos voltavam, como filmes de terror.

E então as alucinações. Chace como um bestante, o chão se abrindo em um buraco infinito e escuro, o teto de pedra da caverna desabando e me esmagando.

Sacudi a cabeça levemente para dispersar tudo isso, o que só serviu para me deixar mais tonta. Eu me levantei, cambaleante, e tentei não fazer barulho ao ir ao lado de Chace, que se levantou também.

O que está fazendo aqui? - ele perguntou, a preocupação instalada nos lindos olhos azuis. Bom, eu ainda podia reparar nisso. - Devia estar descansando.

Eu estou melhor, juro – respondi, mas minha voz saiu mais baixa que um sussurro. - Tenho que falar com você.

Chace me encarou. Eu sabia o que tinha que dizer. Os tributos tinham se reduzido muito rápido.

As lágrimas já ameaçaram saltar e eu as segurei.

Eu... - comecei – a-acho melhor nos separarmos.

O rosto dele ficou branco.

O quê? Não, de jeito nenhum.

Olha – eu disse -, se for por minha causa, eu estou melhor, é sério. Mas... só tem mais cinco pessoas.

Diana, por favor – Chace praticamente implorou. A voz que usou destroçou meu coração. - Você não pode ir embora agora. Mais um dia pelo menos.

Esse mais um dia não deu muito certo da última vez – eu disse, me referindo à morte de Noah. Mais um motivo para chorar. - Não posso correr o risco de ficarmos nós dois na final.

Eu vi que ele não tinha mais como responder àquilo. Ele esticou a mão para pegar a minha, mas eu desviei.

Sinto muito, Chace. Eu sinto muito mesmo – eu murmurei com a voz embargada.

Eu também sinto – Chace sussurrou.

(Dêem play na música e continuem repetindo até acabar de ler)

Eu saí da caverna. Ouvi ele sussurrar mais alguma coisa que não entendi bem, algo como “você não faz ideia”. A chuva imediatamente me encharcou, e eu fui para a mata. Ainda carregava uma adaga, pois a outra estava no corpo de Miranda, perdida o que parecia ser muito tempo atrás.

Andei sem rumo por um tempo. Parecia uma bêbada, cambaleando, olhando para o chão e às vezes apoiando em alguma árvore para não cair de cara na lama. Pensei estar chorando, mas não tinha mais certeza de nada, e poderia muito bem ser a água da chuva artificial.

Eu sentiria muita falta de Chace. Do filho de Poseidon pelo qual eu realmente me apaixonara. Isto é, eu sentiria falta dele se sobrevivesse ao resto dos Jogos, o que era muito improvável.

Frases começaram a ecoar em minha cabeça. Provavelmente o veneno fazendo efeito de novo. Eu fizera uma promessa ao meu pai, a promessa de que ganharia. Mais de metade dos que a essa altura estavam mortos deviam ter feito essa mesma promessa aos familiares também. Mas promessas não salvariam ninguém. Promessas não tornariam ninguém mais forte. Promessas eram tão fáceis de se quebrar que me surpreendia o fato de ainda serem feitas.

Na verdade, não, não me surpreendia. Poucas coisas me surpreendiam agora.

Espero que você ganhe”. Claire dissera. Claire, toda doce e inocente, que não tinha nem coragem para matar direito. Eu nunca a culpara por isso. Matar era horrível. A culpa era horrível. Só que não havia opção.

Uma voz diferente invadiu meus pensamentos. Uma voz que eu nunca ouvira na vida. Era delicada, feminina, dava uma sensação boa de calma. Mas a voz não estava calma. E mesmo nunca tendo escutado-a eu tinha certeza a quem pertencia.

Afrodite.

Diana, ela dizia, o tom implicando aviso. Cuidado!

O quê? Cuidado com o quê?, pensei, não conseguindo raciocinar direito.

No segundo seguinte senti uma dor excruciante no lado direito da cabeça. Meu corpo ficou sem peso. Quase não senti quando caí no chão, atordoada. Minha visão embaçou. Olhei para cima e só consegui identificar um vulto alto e loiro acima de mim.

Te achei, vadia.

Fui erguida com brutalidade pelo colarinho da blusa. Eu não tinha mais o controle sobre mim mesma. Meu cérebro não funcionava. Eu estava fraca demais pelo ataque das cobras e agora essa pancada na cabeça.

Meu inimigo me jogou contra uma árvore e me segurou a ela apertando meu pescoço, chegando ao ponto do estrangulamento.

Como se sente sabendo que sua hora chegou? - perguntou. Aquela voz. Aquele rosnado. Thomas. Thomas com o machado na mão que não me segurava.

Diana! Lute!, Afrodite voltou à minha mente enevoada. No mesmo tom que eu usara tantas vezes. Na entrevista, quando Noah fora morto, em casa. Minutos atrás.

Minhas mãos se mexeram e tentaram desesperadamente afastar as de Thomas para longe de mim. Vi o riso louco de satisfação no rosto dele. Eu não conseguia abrir a boca para usar o charme, não tinha mais ar. E se eu tentasse puxar a adaga, ele com certeza terminaria de me enforcar.

Ora, o que foi que aconteceu? Se separou do seu querido amor?

Thomas me largou no chão, mas não tirou as mãos do meu pescoço. Ele apoiou as duas pernas no meu quadril para que eu não me mexesse e levantou o machado. Meu corpo teve espasmos involuntários pela falta de oxigênio. Eu sentia que estava com a boca aberta para puxar ar, sem sucesso. Meus olhos ardiam.

Vamos ver como você fica deformada? - provocou Thomas. - Sem essa sua voz preciosa você não é nada, é? Então deixe-me começar por aqui.

Thomas posicionou o machado na minha traqueia e o pressionou. Senti o sangue escorrer, quente. Emiti um gemido de dor estrangulado, o que fez Thomas rir maldosamente. Me debati para tirá-lo de cima de mim, mas ele era muito pesado – ou era apenas eu que estava muito magra. Ele afundou os joelhos nas minhas pernas e dei outro grito de dor.

Thomas passou para minha boca, cortando, e meus olhos se encheram de lágrimas.

Me desculpe, pai, pensei, derrotada. Me desculpem, Noah e Claire. Me desculpe, mãe - Afrodite.

Me desculpe, Chace.

Minhas forças acabaram. Minhas mãos escorregaram ao lado do corpo, enquanto Thomas cortava meu pescoço.

A última coisa que pude fazer foi gritar. Um grito de dor, raiva, tristeza e angústia.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Queria mesmo saber a opinião de vocês nesse porque foi um dos meus preferidos. Por favor, deixe um review me contando o que pensa que está bom ou que precisa ser melhorado :3
Até o próximo, que talvez demore uns dias a mais para sair só para deixar a curiosidade kkkkkk