Os Novos Jogos escrita por Diana


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: Hurricane - 30 Seconds to Mars https://www.youtube.com/watch?v=mdJDPepGOAM
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Espero que gostem!



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Claire's POV



Já era o quarto dia na Arena. No dia anterior, comemos melhor do que os outros dias, com um banquete imenso de frutos do mar que Chace arranjara. Eu estava mais feliz do que poderia esperar. Eu beijara Noah e ele retribuiu; era simplesmente mais do que eu já imaginara.

Também naquela noite, quando estava de vigia, entreouvi uma conversa aos sussurros de Diana e Chace. Eu estava de costas para os dois, o que significava que não podiam perceber que eu os escutava.

Acho melhor irmos embora – dissera Diana.

Por quê? Ainda há 22 pessoas – Chace contra argumentou.

Era verdade. Seis outros rostos haviam aparecido no céu. Os dois garotos do 3, a garota do 7, o garoto do 8 e os dois do 11. Vinte e dois tributos e doze deles eram os Carreiristas.

Porque mais da metade desses 22 somos nós. O número está diminuindo rápido, pode ser perigoso – Diana respondeu o que eu pensara.

Chace demorou um pouco mais para responder.

Mais um dia. Então podemos ir, nós quatro.

Certo – ela disse. - Boa noite.

Eu não comentara nada com nenhum dos dois ou Noah hoje de manhã, mas a conversa estava me preocupando. Nós doze estávamos um pouco mais adentro da mata, não na praia, por ser um lugar muito visível.

O distrito 1 conversava com o 2. Então Nathan, Thomas e Hayley vieram até Chace, Diana, Noah e eu.

Vamos caçar – anunciou Nathan. - Acabar logo com os que faltam e depois a aliança.

Apenas concordamos com um aceno de cabeça, e os três partiram. Estranhei o fato de Emma ficar conosco, deixando seu próprio distrito. Voltamos às tarefas em silêncio. Fiz uma outra vasilha para água com fios de palha soltos no chão para ocupar o tempo. Depois fomos montar mais esteiras para que todos dormíssemos e anzóis.

Pelo menos duas horas se passaram até sem que ninguém falasse nada.

Noah, pode vir aqui me ajudar? - Emma o chamou, segurando um emaranhado de cordas que deveriam ser uma rede.

Noah foi de boa vontade até onde ela se atrapalhava. Encarei-os até chegar lá e vi Emma movendo a boca alguns centímetros para falar alguma coisa. Voltei o olhar para o que eu estava fazendo e vi que Diana também os olhava um segundo antes de gritar:

Noah!

Me virei em tempo de ver Emma puxar o facão de caça e enfiar no peito dele. Ele fez uma cara de surpresa e caiu no chão, morto.

Meu coração pareceu parar.

Demorei menos de um segundo para reagir. Eu tinha meu arco e flecha em mãos e Emma estava bem na minha mira. Minha flecha acertou seu crânio antes que pudesse se defender e ela caiu ao lado de Noah.

Enquanto isso, o distrito 1 avançou para nós. A intenção não era fugir, mas me joguei no chão onde Noah estava. Uma flecha de Penny passou raspando na orelha esquerda de Diana, mas não acertou. Sua adaga acertou-a no meio dos pulmões, e com a outra aparou o chicote de Miranda. Um dos tridentes de Chace atingiu James no peito e o outro matou Chad num átimo.

Mas era lógico que não seria suficiente. Escutou-se uma explosão extraordinária e tudo ficou vermelho com as chamas. Olhei ao redor com os olhos cheios de lágrimas e avistei Diana puxando a adaga do pescoço de Miranda e chorando.

O galho de uma árvore pegando fogo caiu bem ao nosso lado.

Corre! - Chace berrou para mim e Diana. Não nos mexemos, até que ele nos agarrou pelos pulsos e nos puxou a força correndo.

Pulamos e desviamos de troncos. Trombei várias vezes em árvores que nem enxergava e tropeçava toda hora. Centelhas do fogo caíram em minhas costas e meus olhos queimavam com a fumaça que logo preencheu nossos pulmões e nos fizeram tossir.

Eu não tinha mais energia para andar, ou era apenas meu corpo que se recusava. Eu ainda chorava e não sabia a direção para que estava sendo puxada.

Corram, as duas! - Chace gritava. - Diana! - apelou.

Ela parecia estar nas mesmas condições que eu, mas entendeu a mensagem e falou algo. Sua voz não foi mais alta que um murmuro. Ela tentou de novo e se fez ouvir, a voz embargada:

Claire, corre!

Minhas pernas obedeceram involuntariamente e comecei a correr. Parte de mim sentiu raiva por ela ter usado o charme nessa hora, a outra se sentiu agradecida. Saímos numa praia, onde a fumaça não era mais tão forte, mas Chace não parou. Já estávamos bem longe do antigo acampamento quando nos empurrou dentro de uma caverna ao lado do mar, grudada à muralha que separava a ilha em duas metades.

Nos largamos no piso, exaustos e acabados, respirando fundo. Logo minha respiração se transformou novamente em soluços esganiçados que eu não podia controlar. Diana, no lado oposto da caverna, tampava o rosto com as mãos e se chacoalhava.

Os canhões atiraram. Uma, duas, seis vezes até parar. Dezesseis tributos agora e eu ainda não acreditava que Noah fora morto. A questão de eu ter matado Emma não me incomodava; pelo contrário, me dava a sensação de ter feito alguma coisa certa.

Engasguei com meu próprio ar ao tentar parar o choro. Ergui o rosto e Chace não estava mais ali. O vi sentando com as mãos nos joelhos na entrada da caverna. Atrás, o mar, a praia e as árvores se estendiam. O incêndio era longe e ia se apagando aos poucos.

Chorei mais até adormecer, esperando talvez que a inconsciência oferecesse algum refúgio daquela realidade monstruosa.

Infelizmente, não tive essa sorte.



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Notas finais do capítulo

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