Os Novos Jogos escrita por Diana


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Jade's POV

Apoiei em uma árvore, ofegante. Eu tinha finalmente conseguido sair do labirinto, mas estava fortemente abalada. Minha cabeça girava e a visão estava embaçada. Faziam pelo menos dois dias que eu não comia ou bebia nada.

Um canhão estourou, mas não prestei atenção. Um cheiro me distraiu e fui involuntariamente em sua direção. Vi um pouco de fumaça entre as árvores e fui até lá. Os dois garotos do distrito 3 dormiam pesadamente em volta da fogueira e de seu lado estava algum pássaro morto, ainda pela metade.

Meu estômago roncou tão alto que temi que acordasse os dois garotos. Eu ainda possuía o canivete que conseguira na Cornucópia. Puxei-o de dentro da roupa e me aproximei de um deles. Antes que mudasse de ideia, enfiei o canivete em sua cabeça e dois segundos depois o canhão anunciou sua morte.

A parte ruim foi que o barulho fez o outro garoto acordar em um salto. Eu me lembrava de seu nome, Brandon. Ele era negro e tinha a cabeça raspada, duas vezes maior que eu. Segurava um soco inglês entre os dedos; olhou para o corpo de seu amigo e em seguida para mim, suas feições se contorcendo em fúria.

Brandon avançou pulando a fogueira e só por ser menor consegui desviar. Tentei correr para o lado, mas ele pôs o pé e eu cai de costas. Ele ergueu a mão com o soco inglês e eu a vi vindo de encontro ao meu rosto. Rolei para o lado e quando vi que ele foi me atacar novamente brandi o canivete de qualquer jeito, já não estava pensando tão claramente.

Graças a Deus – ou aos deuses – acertei seu abdome, que ficava na altura de minha cabeça. Brandon gemeu de dor e inclinou. Sem pensar duas vezes, empurrei-o com toda a força que ainda me pertencia para trás. Ele caiu de costas nos restos da fogueira quente e acesa e gritou. O que me restava de consciência achou maldade deixá-lo sofrer, já que não conseguia mas se levantar.

Como fiz com seu amigo, enfiei o canivete em sua cabeça e mais uma vez o canhão foi ouvido. Eu dera sorte, muita sorte, mais do que poderia esperar. Agarrei o que sobrava do pássaro e o devorei em algumas mordidas desesperadas. O gosto era tão bom e eu senti tanta falta, que meus olhos se encheram de lágrimas.

Olhei para o lado e avistei uma enorme folha de bananeira que não havia notado antes cheia de água. Não hesitei em beber tudo. Revistei os dois do 3 e peguei o soco inglês, que era a única arma. Mesmo sendo pouca coisa, aquela pequena refeição me renovou as forças e a vontade de lutar.


Noah's POV


Quando acordei e olhei em volta, vi que Diana e Chace estavam dormindo abraçados. Sorri comigo mesmo, contente por ela estar feliz com alguém. Por alguma razão, isso me fez olhar para Claire, a branquinha adormecida docemente ao meu lado, respirando profundamente.

Após meia hora, todos já estavam despertos. O ar estava abafado e quente, parecendo querer nos esmagar. Não tínhamos mais comida, consumida toda na noite anterior.

- Temos que ir para o mar. Vão ter peixes lá – disse Chace.

- E no caminho podemos pegar mais água – Claire completou.

Exaustos como estávamos, mesmo sendo apenas o terceiro dia na Arena, ninguém contestou, nem Nathan ou Thomas. A distância até o mar era longa e cansativa, mas Chace nos guiou até lá, por poder senti-lo. Assim como Claire dissera, encontramos um pequeno riacho e reenchemos as vasilhas depois de nos servirmos.

Chegando na praia, todos foram para o mar pescar. Fui até Diana.

- Gostando mais dos Jogos do que esperava? - perguntei, cheio de significado.

- O quê? O que quer dizer com isso? - ela perguntou, rápido demais, arregalando os olhos.

Eu ri.

- Não pode esconder as coisas de mim, Diana – eu disse, sorrindo.

Ela também sorriu, vencida.

- É, eu devia ter me lembrado. - Tentou pegar um peixe, fracassando totalmente. - Então, o que me diz de você?

- Como assim? - eu perguntei, sinceramente confuso.

- “Branquinha” não é usado apenas como um apelido normal – Diana lançou um olhar incisivo a mim.

Senti o rosto queimar.

- Hã... é só que... - comecei.

Ela riu alto, um som bom de se ouvir se você passa muito tempo só ouvindo gritos e canhões.

- É, sei bem o que quer dizer, Gilles – ela me provocou, empurrando-me de leve com o cotovelo. Não pude deixar de dar um meio sorriso e olhar novamente para Claire, alguns metros a minha esquerda. Fui até ela.

- Como vai, branquinha? - me senti um idiota começando um assunto daquele jeito, mas não sabia mais o que falar.

- Oi, Noah. - Claire deu um sorriso que quase me cegou. - Estou bem, apesar de cansada. Já pegou alguma coisa?

Demorei uns segundos para entender que ela se referira à comida.

- Ah... não. Não tive sorte.

- Nem eu – Claire olhou para baixo, como se pensasse. Esperei até que voltasse o olhar para mim. Ela respirou fundo e cerrou os olhos, como se tivesse tomado uma decisão. - Ah, por favor, só não me mate – ela disse.

A princípio, fiquei confuso com a frase. Mas então ela segurou meus ombros e me beijou rapidamente, me fazendo ter a sensação de que meu coração parara. Claire afastou o rosto e mordeu o lábio.

- Sinto muito – ela disse, talvez arrependida por achar que fez algo errado.

Encontrei a voz para responder, que saiu algumas oitavas mais animada do que eu planejara.

- Não sinta – eu a abracei. - Estou feliz que tenha feito isso por mim.


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Notas finais do capítulo

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