A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 4
A Beautiful Lie




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Eu estava correndo, desesperada. Sentia o calor da bússola em minha perna, então sabia que estava indo ao sul. Galhos me arranhavam, folhas tampavam minha visão, alguns insetos até vieram em encontro ao meu rosto. Sorte que não encontrei nenhuma aranha. Aranhas são bichos detestáveis.

Quanto mais corria, mais alerta e agoniada eu ficava. Eu deixei o corpo dela lá! Pensava comigo mesma. E se ela estiver viva, e eu me enganei?

Mas algo estranho acontecia. Sempre que eu pensava nela, meus ouvidos chiavam. E isso não era coincidência. Algo dentro de mim realmente falava que ela havia morrido. E eu não podia fazer nada.

De repente, algo invade minha frente. Era grande, mais ou menos uns dois metros de altura. Eu bati contra isso. Sua pele era suja, com cicatrizes e grossa. O ser se virou, e eu quase soltei um grito, mas o teria feito se não estivesse cansada. Só havia um olho. Um grande olho preto. Ele era um ciclope, e eu, uma meio-sangue perdida, sozinha, desarmada e assustada.

– AAAHHH! - Ele gritou de um jeito que arrepiava os cabelos de qualquer um - Zé-Mané achou o almoço!

Ele começou a crescer e ao mesmo tempo se abaixar para me pegar. Eu deslizei entre suas pernas, sem pensar, e continuei a correr mais rápido que antes. Não sabia de onde arranjar forças, mas não iria deixar que Carol morresse em vão.

Mas alguém me puxou para o lado e tampou minha boca com as mãos.

Eu escutei e vi os passos do ciclope correndo para longe. Quando não escutávamos mais nada, quem estava atrás de mim, me soltou. Me virei em um pulo, e coloquei em pé.

Eu via uma mulher com olhos cinzas, cabelos castanhos, uma mochila de camuflagem em um ombro. Vestia uma blusa branca e calças jeans. Ela me dava medo. Não pelo fato de estar na floresta, ela me salvou! Mas a presença dela me dava medo. Tinha a impressão que ela era alguém, bem, que pudesse me matar só deu eu a olhar.

Mas ela não fez isso.

– O que você faz aqui? - Perguntou, curiosa - Naão deveria estar com alguém te escoltando? É perigoso ficar sozinha. Principalmente pra você.

Eu a olhei, e achei que ela deveria saber. Acho que ela era uma deusa. Atena, talvez.

– A Carol está morta. - Respondi, fria, olhando aqueles olhos mortais - Ela morreu pra me salvar. Você também quer me matar?

– Não, na verdade, estou aqui para te ajudar. Aqui - me entrrgou uma capa azul escura - isso vai te ajudar. Agora, se não se importa, preciso que desvie os olhos.

Ela se levantou, e eu fiz o que pediu. Mesmo com os olhos fechados, pude ver uma luz muito forte. Quando ela passou, eu me virei e ela havia desaparecido.

Desdobrei a capa, e vi que ela era preta e não azul escura. Era o jogo de luz.

Era uma capa grande, com uma touca, e um barbante para amarrá-la e não cair na altura dos ombros. Eu a coloquei e vi que não cobria os braços. Só cobria as costas e tinha um capuz. Pra que raios aquilo ia me ajudar?

Eu coloquei o capuz e depois ia por a mochila. Mas dei um grito, pois não via meu braço. Olhei para a outra mão e também não a vi. Depois para as minhas pernas. Eu estava invisível. Atena havia me dado uma capa da invisibilidade. Isso sim ia me ajudar.

Mas por quê?

Peguei a mochila do chão, abri, peguei um pacote de gomas, fechei a mochila, coloquei-a nas costas, e comecei a andar, mais tranquila sabendo que ninguém me veria.


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