POV ANNABETH

-E podemos saber a razão do seu envolvimento nisso Nemesis?- eu perguntei para a deusa.

-Razão? E eu lá preciso de razão? Não é porque sou uma deusa menor que vocês devem me subestimar. Eu apenas estava entediada, e numa conversa com Nix, eu me lembrei de certos erros passados. Resolvi me divertir um pouco e dei alguns conselhos para ela. E é claro, isso resultou em uma bela confusão. Apenas isso. Eu não tinha e nem tenho um motivo tão especial. E vocês deviam me agradecer semideuses, afinal, isso movimentou a rotina chata e tediosa de vocês, não é mesmo?- disse Nemesis.

-Sabem queridos, a questão é que nós deuses, quer dizer, alguns de nós temos duas formas como vocês bem sabem: a grega e a romana. Mas isso não impede os deuses que são apenas gregos, como eu por exemplo, de interagir com os deuses romanos. E foi isso. Conheço Belona há um bom tempo. Era uma amizade, afinal a deusa da noite e a deusa da guerra? Nos dávamos bem. Só que certa vez, a deusa em questão, me fez um afronto. E isso realmente me deixou furiosa. Eu apenas resolvi deixar quieto por alguns anos, afinal, quem se importaria? A maioria das criaturas tem medo de mim, e os deuses gregos não podiam se dar ao luxo de tomar algum partido, afinal a maioria deles tem dupla personalidade. Resolvi esperar, mas agora que todos sabem disso e que até os filhos dos deuses andam juntos, tanto romanos como gregos, eu decidi que era uma boa hora para vingança. O que eu fiz? Sequestrei uma das filhas de Belona e aprisionei nela o poder da Névoa.- disse Nix.

-Como você fez isso? A Névoa? É uma coisa aprisionavel? – perguntei.

-Veja bem semideusa, a Névoa, é um véu, sobre o qual os deuses têm poder. E eu consegui prende-lo dentro da alma da garota. E com ele preso, os mortais poderiam descobrir sobre nosso mundo. E nós deuses, teríamos mais súditos.

-Tudo se resume a isso? Súditos? Você queria mais súditos? – Percy perguntou.

-Não. Eu apenas juntei o útil ao agradável. Minha meta era matar a garota como vingança por uma coisa que Belona me fez. Mas, eu descobri um jeito de prender a Névoa. E o jeito mais seguro, seria prender dentro da alma de alguém. Mas não poderia ser um mortal qualquer, afinal os mortais são muito frágeis, e um deus jamais me permitiria realizar tal ritual. A solução? Um semideus. Seria forte o suficiente para abrigar o véu, e fraco o suficiente para que eu pudesse controla-lo. E foi o que eu fiz. Com os mortais tomando consciência dos monstros e de todo nosso universo, eles se obrigariam a pedir a ajuda dos deuses. E isso resultaria em preces, e sacrifícios. Tornaríamos, nós deuses muito mais fortes. – a deusa da noite continuou. - E vocês semideuses vieram até mim para libertar a garota e a Névoa. Mas isso não será possível. Porque o feitiço que eu fiz, a magia que eu usei é muito forte. Eu consegui prender o véu dentro da garota e não vou tira-lo. A única maneira de liberar a Névoa é matando a semideusa. E vocês não querem isso, querem? Foi o que pensei. Portanto, podem ir dando meia volta, porque do baú ela não sai. Afinal, servir de prisão para um véu com esse poder, a deixa um tanto... Cansada. Por isso eu a mantenho ali dentro.

-Tem que ter um jeito. Annabeth? Você nunca leu nada sobre isso? Você não tem alguma ideia? – Mariana perguntou.

- Não, nunca vi nada parecido. Nix? Se o único jeito de liberar a Névoa é matar Reyna, você iria libera-la, não? Afinal seu objetivo principal era matar Reyna. – eu disse.

-Falou certo Filha de Atena. Era. Não é mais. A partir do momento que consegui isso, eu mudei meus planos. Agora quero mate-la prisioneira. Um brinquedinho.

-Mas, você mesma disse que isso a deixa cansada. Como ela vai sobreviver?

-É... Tem essa questão também. Ela ainda vai durar alguns dias. Talvez semanas, e quando eu souber que ela não vai aguentar mais, eu vou atrás da irmã dela. Aí a irmã vai se oferecer para receptar o véu mágico e deixa a alma dela livre. Quando a irmã dela esgotar as forças, fazemos o processo inverso. Reyna vai estar descansada e poderá abrigar o véu por mais um tempo.

-E você vai mate-las assim? Para sempre? Elas vão ficar revezando o véu?

-Exatamente.

Minha cabeça fervia com a ideia. Se Hylla podia assumir o véu por Reyna, isso queria dizer que qualquer um de nós poderia.

-Eu me ofereço. – eu disse e todos olharam para mim.

-Se oferece? Para que? – Nix perguntou.

- Para abrigar a Névoa. Eu fico no lugar de Reyna.

-Ora! Que esplêndido Annabeth! Acho que seus amigos não gostaram muito da ideia. Como não sou de toda má, vou deixar que você explique a eles a maravilhosa ideia que teve. Eu aceito. Afinal, o Filho de Poseidon jamais faria algum mal a você. – e a gargalhada de Nix explodiu pelo barracão.

-Acho que vou ficar e assistir isso. – disse Nemesis, se sentando em uma cadeira que ela fez parecer.

-O que? Annabeth você tá maluca?- Percy me olhou assutado.

-Não. É o único jeito. Eu recebo o véu e vocês me matam. Percy, eu sei que vai ser difícil, mas é o jeito. Eu amo você. E é por isso que tomei essa decisão. Por favor, me entenda. Vai ser melhor pra todo mundo. – dizendo isso eu me aproximei e o beijei. Sem que eu percebesse ambos estávamos chorando. – Ei! Não chora.

-Eu amo você Annabeth. – ele disse em meio às lágrimas.

Quando olhei para o lado, Mariana e Thomas também estavam chorando.

-Você tem certeza Annie? – ela perguntou.

-Tenho sim Mari. – disse abraçando ela. – Toma conta dos meninos hein? Você sabe que eles não têm nada na cabeça.

-Ok. – ela assentiu desajeitada e eu me aproximei de Thomas.

-Thomas! Não chora. Isso é o certo. – eu o abracei e ele me disse algo que me surpreendeu apenas eu ouvi: Amo você. Desde o primeiro dia. Eu me afastei dele para olha-lo nos olhos.

-Thomas?

-É verdade Annabeth. Mas só você precisa saber disso.

Eu fiquei completamente chocada. Como assim o Thomas me amava? Respeitei a vontade dele e não disse nada aos outros. Apenas me virei em direção às deusas e disse:

-Pronto Nix. O que eu preciso fazer?

-Certo. Não vai ter tanta graça, porque não vai afetar Belona. Mas, em compensação, seus amigos vão ficar com esse remorso. Ótimo! Venha até aqui querida. Isso muito bem. De frente ao baú, quando eu abri-lo você vai recitar essas palavras: Eu, Filha de Atena, honro minha linhagem e me ofereço como receptáculo do véu mágico e deixo Reyna livre desse fardo.

Nesse momento, algo me ocorreu. A profecia.