- O que deu em você, Camille? – uma garota de longos cabelos pretos perguntara á loira

- O que eu fiz, Anny? – Camille perguntou com uma voz firme.

- Alem de ter me deixado sozinha naquela festa, sabe quantos garotos idiotas e estúpidos vieram flertar comigo? Foi algo horrível! E hoje eu te procurei no colégio inteiro e não te achei! E, quando eu te acho, você esta rindo com aquela nojenta da Gina e a Hermione!

- Olha aqui, Anny, eu tenho outras amigas além de você!

- E, daí? São outras amigas! Eu sou “a amiga”! – gabou-se Anny numa pose superior e convencida.

Camille revirou os olhos e respirou fundo antes de falar:

- Por isso você não vai morrer se passar um dia sem mim.

- Mas, você tinha que falar com aquela nojenta?

- Quem?

- A Weasley! – Anny falou e sua voz transbordava de ódio. – Você sabe que eu odeio essa menina.

“Isso mesmo! VOCÊ odeia ela e não EU!” Camille pensou. Mas, preferiu falar outra coisa.

- Não tenho culpa se a Gina é a melhor amiga da Hermione!

Anny pensou por um tempo, até chegar numa conclusão, um pouco absurda, mas na cabeçinha dela aquilo era o certo.

E, era incrível como Anny conseguia distorcer as coisas e não enxergar o obvio na sua frente. Mas, isso não importava muito, de qualquer jeito tinha muitas pessoas que tinham medo dela e faziam o que ela queria.

Ela era como a princesa daquelas historias de contos de fadas, aquela princesa que fazia o papel de boazinha mas que na verdade era a vilã da historia. E, logo a princesa seria desmascarada e teria seu império ameaçado; não por outra princesa, mas por outra pessoa tão malvada quanto ela. Você deve estar se perguntando: Mas, onde estão os mocinhos da historia? Mas, e se eles não existissem? Um conto de fadas não, necessariamente, precisa de um final feliz, ou precisa?

Mas, isso não importa agora. Por enquanto os atores ainda usam mascaras, para que seu papel seja perfeito e convincente. Por enquanto eles são apenas os personagens mascarados, que só estão seguindo a historia, sem poder mudá-la. Mas, logo, aos poucos, eles iriam tirar as mascaras, um por um. Mas, enquanto isso não acontece, devemos nos contentar com o espetáculo que eles estam dando...

- AH! Entendi o que você esta tentando fazer, Mille! – Anny falou sorrindo para a amiga, o que fez Camille erguer uma sobrancelha.

- Entendeu o que?? – Camille perguntou.

- É realmente brilhante! Mas, nada original, não sei se você se lembra mas essa era A MINHA IDEIA! – Anny disse na sua habitual postura convencida e superior.

- Que idéia?

- Ah! Não se faça de cínica, Mille!

- Por que eu me faria?

- Sei la! Talvez porque você seja orgulhosa demais pra admitir que a idéia foi minha. Mas, tenho que admitir o jeito como aplicou foi brilhante! Continue assim! Se aproxime mais da Hermione e...

- Peraí! – Camille interrompeu a “amiga” – Eu não tô entendo nada!

- Afê...As vezes você se supera no cinismo, Mille! Mas, dããã é obvio! Você esta fingindo ser amiga da Hermione, se aproximando dos amigos dela, fazer com que ela confie em você! Mas, ai você vai saber dos segredos sujos dela e esse é o interessante! Ai, sei la, quanto você se enjoar de jogar com ela, vai destruir-la!

- Anny... – Camille tentou falar, mas Anny a interrompeu.

- Mas, querida, esqueça disso! Eu mesma quero ter a honra de acabar com a felicidade dela!

- Mas.... – começou a loira que novamente foi interrompida

- Mas, nada Camille! Tenho que admitir que ficar amiguinha da Gina foi uma boa forma de se aproximar da Hermione!

- Você não entendeu...

Anny soltou uma exclamação, interrompendo novamente Camille que já estava quase desistindo de falar alguma coisa.

- Ah! Você é realmente brilhante, Mille! – Anny falou. Camille apenas franziu a testa, dessa vez opinou por ficar calada – Continue assim! Consiga a confiança da Gina e da Hermione! É, afinal a Gina é a melhor amiga da Hermione e deve saber TUDO sobre ela! Ta vendo, Mille, você consegue ser brilhante e incrível quando quer! Continue assim!

- Assim?? Como??

- Por isso você é minha melhor amiga! – Anny falou. – Agora tenho que ir! Ate amanhã, Mille!

Assim Anny saiu deixando uma loira confusa para trás.

- Não sei o que se passa na mente da Anny, mas, não é nada bom! – disse Camille bufando. – Seja lá o que acabou de acontecer, algo me diz que ela ta aprontando alguma e que vai sobrar pra mim.

A garota ficou ali por mais alguns minutos que lhe pareceram horas. Com um longo suspiro decidiu sair dali e ir para a Torre da Corvinal.

Ela andava preguiçosamente pelos corredores escuros de Hogwarts. Uma brisa gelada passou por ela, fazendo-a abraçar-se a si mesma. Ela tinha que admitir aquele castelo era assustador à noite.

Camille finalmente chegou num lugar do castelo onde havia uma parede repleta de janelas, oferendo-lhe a luz do luar que brilhava intensamente.

Ela ficou admirando a lua e a paisagem por um tempo, que para ela pareceu horas.

Naquele momento tudo era tão calmo, calmo demais...

Camille lembrou-se do tempo em que as coisas eram calmas, e, lá no fundo ela sentia muita falta daquele tempo. A garota riu desse pensamento.

As pessoas normais diziam que tudo estava muito mais calmo, afinal a guerra já acabara e Voldmort fora derrotado! Mas, ela não fazia parte da lista de “pessoas normais”.

Ao pensar nisso a garota riu de novo.

Com um pequeno sorriso no rosto ela encostou-se na janela. Fechou os olhos e ficou sozinha com os pensamentos.

Como o silêncio era agradável! Mas, o silêncio não reinou por muito tempo. “Lumus” foi o primeiro som que Camille escutou e que fez a garota abrir os olhos, assustada. Depois, ela escutou passos vindos na sua direção.

“Oh Meu Merlin, por favor que não seja um professor!!” Camille pensou já correndo pelos corredores. Uma coisa que ela não faria era ficar ali parada esperando pra ver quem era.

Ela não sabia ao certo para onde estava indo, só tentava se afastar de quem quer que fosse.

Por um segundo ela olhou para trás e viu uma luz ao fundo, e no outro segundo ela soltara um grito ao se esbarrar em alguma coisa. Imediatamente a garota empalidecerá.

Camille, arranjando uma coragem que nem ela sabia da onde tinha vindo – talvez, seja a mesma coragem que ela usava para ser tão cara-de-pau ás vezes – ela olhou para cima.

A primeira coisa que ela conseguiu identificar no rosto daquela pessoa foram os olhos castanhos.

“Quais sãos os meus professores que têm olhos castanhos?? A MAIORIA! AAAAA! Algo me diz que eu to ferrada” Camille pensou, enquanto forçava a vista, pois estava tudo escuro, para ver quem era.

- Ah! Mille é você? – a pessoa perguntou.

- É... – “medo...” Camille pensou tentando reconhecer a voz, que lhe era familiar. – E, você, quem é? – ela perguntou em um tom indeciso.

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