Originals escrita por Bellah102


Capítulo 8
Capítulo 7 - Fuga


Notas iniciais do capítulo

Estou acelerando para terminar junto com Casa de Klaus.



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Rebekka

                Um choro me acordou. Levantei-me de um salto. Onde estava Elijah? Ele dormira abraçado a mim. Olhei para Scott, o homem que Klaus agora trazia conosco. Ele afiava sua faca, indiferente, e só apontou com a cabeça na direção do poço da antiga fazenda onde Klaus parara para que dormíssemos. Corri para lá a plenos pulmões. Klaus segurava Elijah de cabeça para baixo acima do poço.

                -Pai, pare!

                Pedi. Ele olhou para mim, enlouquecido.

                -Parar? PARAR?! – Ele balançou Elijah, que gritava e chorava, mas não ousava se mexer, com medo de escorregar a mão grande do pai – Essa COISA matou a sua mãe!

                -VOCÊ matou a minha mãe! As duas! A coisa aqui é você! Ele é meu irmão, e você vai colocá-lo no chão AGORA!

                Ele fungou e chutou uma garrafa uísque vazia, espatifando o vidro contra a parede do poço, dando um solavanco que fez Elijah gemer. Havia mais daquelas garrafas espalhadas pelo chão. O bastante para embebedar uma manada de elefantes... Klaus estava bêbado.

                -Acha que pode mandar em mim?! Acha que pode me COMPELIR, cadelinha? Por Deus, eu sou Niklaus Mikaelson!

                Urrou, soltando Elijah. Corri na direção do poço, saltando a tempo de pegar Elijah no ar antes que ele despencasse na direção do vazio escuro do poço, caindo com ele contra a grama do outro lado, com ele nos meus braços.

                -COMO OUSA?!

                -COMO VOCÊ OUSA?! Fala de Deus, mas está prestes a matar o PRÓPRIO FILHO! Angela morreu por ele! Ia jogar fora o ultimo presente dela?! Ele lhe ama, Klaus! Como é que você ousa TOCÁ-LO?!

                Klaus ficou em silêncio, como se eu tivesse batido nele com um poste. Ele estava atônito, congelado, olhando para mim. Elijah tremia feito vara verde, agarrando minhas roupas com fora. Olhei para ele, acariciando-lhe os cabelos, olhando tranqüilizadora dentro dos seus olhos azuis.

                -Você está bem?

                Perguntei, preocupada. Ele fez que sim, escondendo o rosto em meu peito. Levantei os olhos para Klaus.

                -Eu... Eu não queria... Eu só... Ah, Deus, meu filho...

                -Tudo bem, pai. Foi a bebida.

                Eu disse, fazendo que sim mesmo sabendo a verdade. Ele virou-se e saiu andando, murmurando ao vento. Respirei fundo. Pobre Elijah... Uma semana de vida e já havia visto tantas coisas... O pai fora preso, a mãe morrera, ele viajava pelo país com um estuprador... E agora isso.

                -Poço. Pode dizer poço?

                Perguntei a Elijah. Ele desviou os olhinhos brilhantes de lágrimas do meu peito e lançou um olhar para a primeira construção ao nosso lado. Ele fez que não, assustado, olhando nos meus olhos, como se tivesse medo que eu o jogasse lá.

                -E mana? Pode dizer mana? Bekka?

                -Mana – Sussurrou, baixinho – Bekka.

                Completou infantilmente. Sorri e acariciei seu cabelo, beijando sua testa.

                -Vai ficar tudo bem. Nós vamos dar o fora daqui.

                -Papai, Elijah precisa ir ao banheiro.

                Ele me olhou de cima, erguendo as sobrancelhas, desconfiado. Klaus estava cada vez mais difícil de lidar sem Angela por perto. Seu ódio daquela noite se transformara em uma completa indiferença pelo meu irmão e por mim.

                -Como é que sabe? O trastezinho mal sabe dizer uma palavra.

                -Ele diz – Defendi o menino de três semanas de idade, que andava bamboleante ao meu lado, olhando tudo com uma curiosidade inapta dele, lutando para acompanhar meu paço enquanto chupava a chupeta azul que eu arranjara para que ele parasse de chorar – Só

que ele não gosta que você ouça;

                Klaus lançou um olhar irritado para Elijah, que se retraiu e se escondeu atrás de mim.

                -Não.

                Disse, olhando a frente. Não desisti.

                -Ele está apertando o próprio pênis a tarde toda. Se não pararmos para fazer pipi, ele vai arrancar o próprio membro.

                -Ótimo, então assim não vai espalhar seu gene de ovelha negra para nenhum filho.

                Respondeu, frio. Fiquei quieta por alguns segundos, formulando minha próxima tentativa. Elijah me observava, pensativo, provavelmente se perguntando o que eu inventaria a seguir. Só por precaução de não sermos pegos na mentira, o espertinho começou a mexer no membro. Menino esperto.

                -E se você fosse à frente e nós o alcançamos quando ele terminar?

                -Deixe de ser insistente menina! – Disse, esbravejando na nossa direção. Elijah pulou para trás de mim, seguro da ira do nosso pai. Klaus viu o medo em nossos olhos e suspirou, com a culpa invadindo momentaneamente seus olhos. Ele era o monstro que ele gostava de criticar que seus pais haviam sido. – Vão. Mas não se afastem. – Ele pousou a mão sobre o meu ombro e parou, sorrindo de leve. – Você sabe que eu amo você, não sabe Rebekka? Não sei o que seria de mim sem você.

                -Forever and always, daddy.

                Eu disse, sentindo-me culpada. Nós éramos tudo o que ele tinha, além de um estuprador barato. Mas isso não o impediria de nos usar como armas. Não o impediria de matar meu irmão quando lhe aprouvesse.

                -Forever and always.

                Ele concordou, sorrindo e seguindo a frente sem nem ao menos olhar para Elijah. Era como se ele nem ao menos existisse.

                Peguei sua mão e levei-o para o meio das árvores, meio guiando-o e meio arrastando-o. Quando as árvores cerraram-se o bastante para nos esconder, peguei Elijah no colo e comecei a correr desembestada. Se aquele rastreador estuprador nos encontrasse, eu não queria nem ver o que aconteceria. Não queria nem ver o que Klaus faria a mim e à Elijah.

                -Precisamos encontrar água. Ele vai se confundir na água.

                -Bi-cho.

                Disse Elijah, apontando para o chão. Um coelho corria em alguma direção desconhecida.

                -É isso, Elijah! Animais bebem água. Deve ter um rio aqui perto! – Sorri para ele, orgulhosa e beijei sua bochecha – Muito bem, Elijah!

                Nós corremos, descendo o relevo. Um burburinho baixinho soou nos nossos ouvidos. Arrumei Elijah no colo e voltei a correr em direção ao som. Quase chorei de alegria ao ver o rio. Era nosso escape. Deixei Elijah no chão e puxei os calções de menino para cima e pulei no rio. Estendi a mão para Elijah.

                -Venha agora, pequeno Mikaelson.

                Chamei. Ele olhou para o rio e fez que não.

                -Água má. Poço.

                Suspirei e me aproximei dele.

                -Precisamos entrar na água. Temos que fugir do papai.

                -Xixi?

                -Não. Papai é mau e o amigo dele também. Precisamos fugir e só podemos fazer isso passando pelo rio.

                -Bekka joga Elijah água também?

                -Não. Papai faz isso. Bekka vai ficar com você. Não precisa ter medo.

                Ele fungou e olhou cautelosamente para o rio, chupou a chupeta duas vezes, ponderando e suspirou, fazendo que sim. Estendi os braços para ele. Ele pulou nos meus braços e começou a tremer.

                -Calma. Calminha. Bekka está aqui com você.  

                Baixei-o lentamente até que a água estivesse na altura da sua cintura. O riacho não era muito largo ou fundo. Segurei-o firmemente pelos ombros e alcancei suas mãos, apertando-as. Ele ainda tremia, de olhos fechados, aterrorizado.

                -Shhhh... Vamos Elijah. Precisamos andar. Não posso te carregar na água.

                Ainda tremendo, ele deu um passo. Depois outro. E – felizmente- não muito tempo depois estávamos correndo na direção da nossa liberdade.

                -Bekka...

                Chamou Elijah, enquanto chapinhávamos pelo rio. Já fazia dias que ficávamos mergulhados o dia todo, e o frio já havia se instalado em meus ossos. Eu me sentia úmida mesmo quando seca. Mas Elijah, depois de superar seu medo de água, parecia adorar ficar mergulhado até a cintura em água barrenta.

                -Sim.

                -E se... Papai pegar a gente?

                -Ele não vai.

                Assegurei-lhe. Virei-me para ele. Parecia pensativo.

                -Mas... E se... Bekka separar Elijah?

                -Porque eu me separaria de você?

                Perguntei, sorrindo de forma tranqüilizadora.

                -Porque Elijah é mau?

                Uni as sobrancelhas.

                -Você não é mau. Quem foi que te disse isso?

                Como se eu não soubesse a resposta.

                -Papai. Disse que Elijah fez mamãe ir embora. Elijah mau. Bekka vai embora?

                -É claro que não. – Eu disse, estendendo a mão na sua direção. – Papai mente. Não foi sua culpa, foi dele. E nunca vou deixar você.

                -Mas... E se ele me pegar? Ou você?

                Pensei um pouco no que serviria para acalmar aquele coração doce e inquieto

                -Quando mamãe e papai eram mais novos. Eles tinham um verso. Um só deles. E quando se sentiam sozinhos, chamavam um ao outro com ele.

                Seus olhos azuis da cor dos de Angela se arregalaram.

                -E nós podemos fazer isso?

                -É claro! – Pensei um pouco, lembrando-me das palavras, e tentando torná-las minhas. – Meu pequeno Mikaelson, não deveis temer. Vencendo as advenças, logo estarei com você.

                -Grande irmã de Mikaelson – Respondeu, para a minha surpresa, olhando diretamente para os meus olhos. – Para sempre vou te esperar. Porque senão você, quem é que vai me amar?

                Olhei para ele e apertei sua mão.

                -O mundo vai te amar, Elijah Mikaelson. Você nasceu para ser grande.

                Prometi, dando eco às ultimas palavras de Angela. 


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Notas finais do capítulo

Alguém lembra do versinho?



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