Originals escrita por Bellah102


Capítulo 7
Capítulo 6 - Elijah


Notas iniciais do capítulo

Chegamos a quem conhecemos e amamos!



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Rebekka

                -Vamos mamãe, não é tão difícil depois que você começa.

                Eu disse, dando tapinhas em seu ombro para encorajá-la. Meu irmãozinho ou irmãzinha estava com fome novamente. E era genioso, o bichinho. Mesmo assim, mamãe relutava em alimentá-lo novamente. Eu não a culpava. Isso tudo era novo para ela.

                -Mas eu já tomei há uma hora. Como é que ele pode estar com fome?

                -Nosso apetite é grande.           

                Expliquei, obedientemente. Papai, de braços cruzados , no beiral da porta, suspirou e veio até a cama, sentando-se ao lado dela.

                -Precisa mantê-lo saciado para que não tente se alimentar de você.

                Disse, acariciando seu rosto. Ela pegou a mão dele e entornou o copo de uma vez só. Bati palmas para parabenizá-la, mas papai me lançou um olhar irritado. Nada de palmas, então. Mamãe fez uma careta, e ameaçou vomitar, mas segurou-se. Papai virou o rosto. Ele não gostava do meu irmão ou irmã. Podia ver nos olhos dele. Ele sabia o que ia acontecer com mamãe e sabia que a hora estava próxima. Sabia tão bem quanto eu.

                -Bekka, seja boazinha com a mamãe, e leve isso para a cozinha?

                Pediu, estendendo o copo para mim. Fiz que sim, pegando o copo e fazendo uma reverência, do jeito que papai ensinara. Ela me abraçou com os bracinhos que agora eram mais finos que os meus e beijou meu rosto. Desci as escadas, desanimada. Esther era minha mãe, e eu a havia perdido antes mesmo de conhecê-la. E agora eu perderia Angela também... E era tudo culpa de Klaus. Se ele não tivesse me colocado dentro de Esther e nem meu irmão em Angela... Ambas estariam vivas. Era difícil ser um híbrido. Depois que você conhecia a morte em seu primeiro suspiro, ela não paravam mais de te perseguir. Todos que você amava morriam.

                E mesmo cansada de ver tanta morte contra a minha vontade, eu ainda era obrigada a matar pessoas que certamente outras pessoas amavam. Era só um teste, dizia Klaus, só mais um teste. Logo, eu precisaria atacar vampiros. E precisava aprender a liderar, criar estratégia e ser corajosa. Coloquei o copo sobre a bancada da cozinha e suspirei. Eu precisava fugir, essa era a melhor estratégia. Logo depois que Angela morresse. E levaria meu irmão comigo. Eu amava meu pai, mas o conhecia bem demais. Sabia que éramos perigosos demais para ficar em suas mãos por muito mais tempo.

                Ouvi gritos no andar de cima e levei um susto que atrapalhou meu raciocínio. Subi a escada de dois em dois degraus com o coração na boca.

                O bebê não levou muito tempo para sair, mas quando seu choro ecoou pelo quarto, o quadril de Angela já não passava de pó de osso e pele deformada. Klaus parecia a beira da loucura, espremido contra o canto do quarto, com a cabeça pressionada contra a alvenaria até que ela rachara. Ele gemia, apertando a cabeça com as mãos como se tentasse explodi-la. Mesmo cansada, exaurida e moribunda, ela sussurrou para que eu lhe trouxesse o menino. Precisei ajudá-la a firmar o bebê nos braços fracos.

                -Meu pequeno Mikaelson... – Disse, com um fiapo de voz rouca. Até Klaus assustou-se que ela ainda tivesse voz e levantou-se de um salto. Lágrimas escorreram pelo rosto cansado da minha mãe. – Elijah... Você nasceu para ser grande. – O bebê, alheio ao sofrimento que causara, cravou-se nos seios da mãe. Ela parecia tão anestesiada que nem sentiu. Gemeu levemente apenas. Ela acariciou seu cabelo ralo e levantou os olhos para mim. – Ele não é lindo... Parece muito com o pai.

                Disse sorrindo de leve.

                -Eu acho que ele parece mais com você.

                Eu disse, baixinho. Seus olhos ficaram tristes.

                -Proteja-o, Rebekka. Você e Klaus são tudo o que ele tem.

                Fiz que sim.

                -Forever and Always.

                Concordei. Ela me estendeu o bebê e eu o ajeitei no meu colo. Klaus se aproximou dela e pegou seu rosto entre as mãos.

                -Posso lhe transformar agora. Ainda há tempo...

                Ele sussurrou. Ela gemeu e fechou os olhos.

                -Não há... – Disse, com uma ultima lágrima escorrendo pelos olhos. De dor, ou de felicidade, eu não sabia dizer – Eu te amo, Nik...

                Ele tentou beijá-la, mas eu vi suas forças deixarem o corpo. Ele a soltou, tremendo.

                -Papai?

                Chamei assustada.

                -Estamos de saída – Anunciou, frio como eu nunca tinha visto antes – Partimos em cinco minutos.

                Lancei um ultimo olhar para Angela e para a mordida de Elijah em seu seio. Se ao menos ele tivesse veneno... Podia tê-la salvo. Suspirei e olhei-o, ainda todo sujo de sangue, indefeso, assustado e órfão de mãe.

                -Você é como eu – Eu lhe disse, sorrindo tristemente, e dando-lhe meu dedo para sugar – Bem vindo ao mundo, coisinha...


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