Originals escrita por Bellah102


Capítulo 5
Capítulo 4 - Outro




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Klaus

                Angela estava sentada na varanda quando chegamos. Eu tinha Rebekka sentada em meus ombros. A menina, enfim, me conquistara. Ela era tudo o que eu queria para a minha herdeira. Feroz, forte, destemida, capaz e o melhor, era gentil, não só com Angela, mas com todos – inclusive suas presas. A menina era esperta. Sabia o que dizer para conquistar as pessoas, quase como se pudesse hipnotizá-los como eu.

                -Olá meus amores. Estão com fome?

                Angela perguntou com um sorriso.

                -Eu estou, mamãe!

                Disse Bekka, sorrindo como ela.             

                -Então vá lavar as mãos, porque o jantar será servido em cinco minutos.

                Avisou. Habilmente, Rebekka tirou suas pernas dos meus ombros, e pulou das minhas costas. Angela se levantou, receosa de que ela tivesse se machucado ao cair. Mas a menina, alheia às suas preocupações, levantou e correu para dentro de casa. Subi os degraus da escada da varanda e abracei-a. Ela suspirou, feliz, em meus braços.

                -Nossa menina está crescendo tão rápido...

                Sussurrou, em tom de piada. Rebekka não tinha mais de 2 meses de vida, e já aparentava seus 4 anos. Realmente, crescia tão rápido quanto o prometido.

                -Não será assim para sempre. O africano disse que em algum anos irá parar de envelhecer.

                Ela sorriu.

                -Será que algum dia a veremos como mais do que uma criança?

                Perguntou. Sorri.

                -É preciso, Love. Crianças crescem.        

                Ela ficou quieta por um tempo, mas o som se seu pensamento ela alto demais para que eu conseguisse me conter.

                -No que pensas, esposa?

                -Eu quero mais um.

                Disse, decidida, olhando para Rebekka pela janela, que esperava obedientemente pelo jantar, mesmo salivando com o cheiro da comida. Ela prendera os cabelos louros escuros como os do pai atrás da cabeça em um rabo de cavalo, deixando a mostra os famintos olhos azuis como os de Esther. Talvez pudesse ser um garoto daquela vez, que eu pudesse levar para a guerra, deixando Rebekka para tomar conta de Angela nos dias difíceis que eu sabia que enfrentaríamos logo. Mas ele também precisaria ser gentil com Angela. E protetor. Uma companhia infantil para Rebekka.

                -Posso encontrar outra mulher.

                Eu disse, já pensando em possibilidades que vira pela cidade, além das campinas verdejantes, onde ficava nossa casa. Nos mudáramos para a Inglaterra para o treinamento de Rebekka. Seriam as britânicas mais ou menos aptas a receber meu sêmen divino? Precisava descobrir. Angela negou com a cabeça, interrompendo meus pensamentos.

                -Não. Serei eu. Este será meu.

                Demorei alguns segundos para entender o que dizia.

                -Está louca, mulher?  - Perguntei segurando-a pelos ombros. – Já não te disse o preço?

                -É meu marido. Meu. Não te deitarás com outra enquanto tua mulher permanecer virgem. – Seus olhos se tornaram pedintes – Faz-me mulher, Nik... Faz-me tua mulher...

                Disse, tentando aproximar-se para um beijo, mas afastei-a, pela primeira vez em muito tempo.

                -Perdeste completamente a razão. Esta criança lhe mataria.    

                -Prefiro morrer dando a luz a um filho seu, do que permanecer calada e submissa enquanto me trai no andar de cima.    

                Suspirei, pegando seu rosto entre as mãos.

                -Não quero lhe machucar, meu amor. E além do mais, elas não significariam nada para mim.

                -Mas significariam para mim e para Deus. Adultério é pecado, Nik. E sua resistência em consumar nosso casamento só me leva a conclusão de que você não em quer.

                -O que?!

                -Porque não diz logo Nik, ao invés de ficar inventando desculpas? Não me quer, porque estou velha. Você precisa de uma esposa jovem para lhe dar filhos... Não me...

                Empurrei-a contra a parede, apoiando os braços um de cada lado seu, prendendo-a ali.

                -Não repita. Não repita isso... Essa calúnia, nunca mais. Não quero ouvir isso na nossa casa, onde nossa filha possa ouvir.

                -Nossa filha, Nik? Nossa casa? Nosso casamento? Mentiras. Tudo mentira.

                -Não diga isso.

                Pedi, magoado. Ela estendeu as mãos e pegou meu rosto entre elas.

                -Uma noite é tudo o que lhe peço. Não é muito. – Ela acariciou meu rosto com as mãos macias – Por favor, Nik.

                Respirei fundo.

                -Está disposta a desperdiçar sua vida por uma noite?

                -Uma noite com você. Por um filho nosso. Realmente nosso.

                -Do qual você não poderá cuidar.

                Ela fez que não.

                -Não importa. Ele sempre terá você. Sempre.

                Frisou. Alcancei seu rosto com a ponta dos dedos.

                -Não sei. Preciso pensar.

                -Pense rápido. – Ela disse, depositando um beijo m minha face, arrepiando todo o meu corpo – Estou envelhecendo.

                Concluiu com um olhar triste, entrando na casa, onde Rebekka ameaçava atacar as panelas sobre a mesa a qualquer segundo. Soquei a parede e pousei a cabeça sobre o punho fechado, respirando fundo.

                O que fazer, quando o amor da sua vida, quer morrer por amor a você?


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