Originals escrita por Bellah102


Capítulo 3
Capítulo 2 - A volta de Klaus


Notas iniciais do capítulo

Nossa, ele já foi e já voltou?
É uma shot-fic gente, o baguio é acelerado mesmo!
Divirtam-se!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275185/chapter/3

Angela

                A chaleira apitou no fogão e Velho miou, resmungão. Levantei e tirei o objeto da chapa do fogão. Servi o chá em uma caneca e voltei para minha cadeira de balanço. Ajeitei mais o manto em meus ombros. A essa altura, o ultimo presente de Nik estava velho e gasto.

                Ao término do primeiro ano, quando vi que nenhum homem acreditaria que eu era virgem, e aceitaria se casar com uma mulher trabalhadora, eu chamara por ele. Diversas vezes, quando sentia a solidão apertar, ia para fora e gritava ao vento nosso verso, mas ele não me trazia nada de volta, nunca. E então percebi que nada traria de volta o meu Nik. Estava condenada.  4 anos depois de sua partida, lá estava eu, na mesma sala, da mesma casa, com apenas o gato a quem chamava de Velho para me fazer companhia.

                Tomei um gole quente de chá e fechei os olhos, aquecida, tentando ignorar a fome. Imaginei, como costumava fazer em noites solitárias como aquela, o rosto de Nik. Imaginei-me imortal como ele, cintilante e bela. Imaginei nossos filhos, mesmo que fossem uma impossibilidade biológica. Elijah e Rebekka. Um casal de irmãos unidos e felizes, seguros sob a proteção do pai imortal.

                -Meu amor de Mikaelson, preciso de você. Meu gigante de Mikaelson, de carinho venha me prover.

                Sussurrei para o Velho. O gato, que se recusava a ir embora desde que nascera no porão e sobrevivera, assim como eu, à mãe e aos irmãos, bocejou e deitou a cabeça sobre as patas. Cantarolei baixinho para mim mesma até ver a luz tremular e desaparecer por trás das pálpebras. Abri os olhos e levantei para acender a vela. Logo depois que a chama vingou, iluminando a sala, a voz que eu mais desejava ouvir me atingiu por trás,

                -Angela.

                Virei-me com medo de que estivesse adormecida e que aquilo fosse só mais um dos meus sonhos loucos.

                -Nik.

                Ele não envelhecera um segundo sequer. Parecia cansado, mas não por isso menos bonito. Ele estava deslumbrante, com os cabelos louro-escuros penteados para trás, invés de selvagemmente soltos como uma juba. Vestia-se elegantemente também. De repente desejei ter mais do que meu velho vestido remendado.

                -Eu lhe chamei – Disse, magoada, olhando diretamente em seus olhos. – Por anos.

                Ele levantou as sobrancelhas, surpreso.

                -Você... Chamou?

                Fiz que sim.

                -E por anos você não respondeu. Porque agora, Nik?

                Seu rosto se fechou em uma expressão de amargura que eu nunca tinha visto nele. Aproximei-me devagar e toquei seu rosto. Ele fechou os olhos, como se concentrasse-se nele para não perder o juízo.

                -Não me aceitaram – Disse, entre os dentes trincados de raiva – Não me aceitaram, os tolos. Não me querem entre os deles. Não lhes sou útil. Dizem que não tenho uso.

                Sorri.

                -Eles tem medo de você Nik. Do que pode fazer. Eles sabem que você pode dominá-los.

                Ele abriu os olhos e sorriu, diabolicamente.       

                -Ah, mas eles não perdem por esperar minha doce Angela. Tenho um novo projeto. Algo que eles nem ao menos desconfiam ser possível. Que vai fazê-los tremerem nas bases quando ouvirem meu nome. – Ele disse, afastando-se de mim e indo para a porta. Meu coração ferido apertou-se por um momento, achando que ele iria embora novamente. Mas ele logo voltou, puxando uma mulher para dentro pelo pulso. Ela parecia assustada, e estava claramente grávida – A arma perfeita.

                -Quem... É ela?

                Perguntei, sentindo o coração murchar.

                -Angela, essa é Esther. E ela agora carrega um filho meu.

                Suguei o ar, assustada e magoada. Senti-me socada, derrubada e maltratada. Senti-me o peixe que Klaus torturava no dia em que nos conhecêramos. Tomei todo o ar que podia e gritei:

                -TRAIDOR! COMO PÔDE FAZER ISSO COMIGO NIK?! VOCÊ ARRUINOU MINHA VIDA, QUEBROU SUA PROMESSA, E AGORA SÓ VOLTA PARA DIZER QUE ME TRAIU?! QUE PODERÍAMOS TER UM FILHO ESSE TEMPO TODO?! E QUE... E que...

                -Shh... – Ele chiou, materializando-me a minha frente e pegando meu rosto entre suas mãos. – Shhh, não Love. Esse filho é seu. É nosso.

                -Como é que pode haver um filho nosso se nunca se atreveu a fazer-me mulher?!

                Perguntei, libertando-me de suas mãos frias e virando-me de costas para ele. Não queria ver aquele rosto que me faria fazer qualquer coisa – inclusive perdoá-lo. Ele veio novamente para minha frente e limpou minhas lágrimas com os polegares.

                -Eu não sabia que isso era possível. Um africano mostrou-me. Mas não posso fazer em você, não. – Abri os olhos, ainda magoada. Seus olhos vermelhos pediam perdão, mesmo sabendo que ele nunca o verbalizaria. – Há um preço. A mãe precisa morrer para que possa haver um filho. E agora que tomarei o castelo daqueles tolos a força, vim para tornar-lhe minha esposa, e dar-lhe o filho que tanto sonha.

                -Você... Está me pedindo em casamento?

                Ele na me respondeu, apenas puxou meu rosto para perto, beijando-me, tão forte que chegou a doer. Levei as mãos ao seus cabelos, puxando-os, na tentativa de avisá-lo.

                -Nik... – Disse, entre beijos. – Com calma, querido...

                Ele desacelerou devagar, abrindo os olhos vermelhos. Estavam cheios de desejo e volúpia.

                -Eu beijei milhares de mulher tentando te esquecer. Mas você, Angela... Ah, você... Não há mulher como você. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!